quinta-feira, 17 de julho de 2008

ALEITAMENTO MATERNO


Uma das decisões mais difíceis que tive que tomar, foi: fazer o tratamento da DPP ou amamentar. Com o início do tratamento, não poderia amamentar, já que tomaria anti-depressivos e passaria pelo leite e para ele...

O ato de amamentar é lindo. Tive o prazer de sentir a magia de dar meu peito para meu filho por 11 dias. E me cobrava e culpava por não ter condições de continuar sem o tratamento. As crises começavam a piorar...

O aleitamento, não é só dar o peito! É você se cuidar para passar o que há de melhor dentro de si! Em meu caso, todo aquele leite, teve que secar; mas a vontade de dar o meu melhor, estava acima de tudo! Dar o meu melhor, naquela ocasião, era cuidar daquela doença e recuperar a serenidade. Ter um filho traz responsabilidade. Traz a necessidade de trabalharmos nossas frustrações pessoais, nossas falhas e nos melhorarmos, para passar um exemplo verdadeiro para nossos filhos; não querendo fazê-los viver aquilo que não vivemos. Sabendo permitir que eles cresçam, estando ao lado deles, mas sabendo que eles são criados para a vida, não para a gente! Serão, eternamente, parte da gente, independente de onde estejam. Isso é alimentar um filho também: construindo um cidadão; construindo uma pessoa. Dar o peito, dar a vida, criar, educar! Isso é ser mãe. Mas, antes de tudo, mãe é mulher, é uma pessoa com suas falhas... conhecê-las e administrá-las também é uma demonstração de amor a você e, conseqüentemente, aos seus filhos, maridos, pais, amigos, parentes... Querer ser melhor e crescer como pessoa é para todo mundo em todos os momentos da vida! A gente está aqui para aprender a valorizar aquilo que Deus nos deu: a vida!

Havia a preocupação de como meu filho cresceria saudável, sem meu leite. Cresceu em mim uma sensação de fracasso; será que meu filho me amaria? nosso vínculo, como seria?... mas, pensei, tanta mãe que amamenta e o filho tem problemas de saúde... tanta mãe que amamenta e não dá carinho... Meu marido não fora amamentado, e raríssimamente fica gripado. Eu mamei muito, e tenho rinite alérgica... Mas, sei da importância do leite materno, em todos os sentidos. Mas, precisei ponderar essas questões (e levou muito tempo) para que eu não me cobrasse tanto, nem me sentisse tão pequena.

Lutava para ficar bem e dar bastante amor para Pedro. Precisava me trabalhar, também, para não exagerar nas doses de amor e transformar em excesso de proteção ou fanatismo... não poderia privar Pedro da sua liberdade e das suas descobertas. Tinha que ter cuidado para não ser aquela mãe obsecada em "repor o tempo perdido"... precisava ter muito tato. Mas, só pensava nisso, nos momentos de "lucidez" (como me refiro as fases sem crise), para programar minha mente. Como já citei em outro texto, nesses momentoS, "pré-programava" minha mente. Racionalizava para não cair de vez! Pensar na questão do leite me doía (e doeu por muito tempo). Me rasgava por dentro. Não sentia inveja de nenhuma mãe que amamentava. Esse tipo de comparação nunca passou pela minha cabeça. Na verdade, não sou de viver fazendo comparações, só quando de extrema necessidade, como fiz para lembrar que existem crianças que tomam leite materno e ainda assim, têm problemas de saúde, precisava me consolar. Porque não é só amamentar, é cuidar da alimentação da mãe, também...

Minha alegria veio com o tempo, quando via Pedro crescendo sem problemas de saúde. Nunca perdi noite com Pedro doente. Ficou febril (como muitas crianças, na época em que os dentinhos começaram a sair...mas só nos primeiros. E nunca virava a noite com febre...). Rinite, talvez ele tenha, porque eu tenho...então, é "herança" genética, não por problema com aleitamento. Pedro sempre foi muito esperto para sua idade, muito alegre. Alguns médicos afirmara que ele apresentava características de quem vai ter QI alto...isso para mim foi um presente! Ouvir que ele é 100% normal. O que fez a diferença, não foi o leite, foi o amor e o cuidado que tive, apesar de viver a contradição da tristeza...

Pedro é tão sadio, que a pediatra fala: "é Pedrinho, não tenho nada para passar para você." Isso é ótimo. Mas, apesar de estranho, agimos com naturalidade na criação dele. Hoje, está com 1 ano e 9 meses e desde o mês passado, dorme em cama (queria fugir do berço...e cheguei a pegá-lo no ar, caindo de ponta cabeça...); dorme sozinho; quando quer, vai par a cama e deita (já fazia isso no berço...agora, ele mesmo sobe e desce); pede desde 1 ano e meio para fazer cocô (mas, lógico, ainda não tem controle e isso é natural. Não o forço, o deixo à vontade) e corre para a porta do sanitário.Pedro é criado com muito amor, com muito cuidado, mas, sem frescura, sem excesso de zelo... Erro em algumas coisas, como deixar ele me vencer pelo cansaço quando quer o “bubu” para dormir... , não existe mãe perfeita, mas existem fatores que interferem: cansaço do dia-a-dia; nossa mente não tem barreiras, divisórias (para dizer: agora estou cansada. Agora não estou...), mas me esforço muito para cuidar bem dele. Claro, que não existe ninguém perfeito. Erro agora, acerto depois... Acertando mais do que errando já é ponto para mim, né, uma proporção mais favorável do que destruidora... Muita gente vem cheia de teoria... “deve fazer isso”; “deve fazer aquilo”... todas erram com seus filhos também... mas apontar o dedo para o outro, é mais fácil. Quando me identifico com o que me é apontado, “me toco”; quando não, deixo passar. Afinal, quem tem boca, quer falar, né?! Quem conhece Peu, se encanta. Ele é muito carismático, e sociável, mas muito enérgico também. Não gosta muito que o fiquem segurando para beijar e apertar, quer correr (mas, quando as pessoas que ele gosta o seguram, ele fica todo derretido...). Ele é muito safadinho!!!

Viver as realidades paralelas não interferiu no desenvolvimento de meu filho. Quando falo que o amor está acima de tudo, não é uma frase piegas, é um fato constatado! O amor que me rondava, e que também existia dentro de mim, apesar das crises, era muito grande e muito forte. Houve um momento em que queria ficar bem, pelas pessoas que acreditavam em mim. Porque, se elas viam algo em mim que valesse a pena lutar, eu deveria valer, né verdade?! Me apeguei a isso! A lista de pessoas a me ajudar aumentava. Minha tia Telma, minha prima Rafa... pessoas que não conhecia, de diversas religiões e crenças, que pediam coisas boas para mim! O poder do bem é muito mais forte! O poder de viver a verdade também!

Pois é, minha vida mudou de foco. O que antes era, apenas querer trabalhar para ganhar dinheiro, se tornou viver cada dia e saber que existe algo mais importante que o materialismo pelo materialismo (acho que todo mundo merece conforto, viver bem, em lugar limpo, boa alimentação, educação, saúde...).

Ainda questiono muita coisa, mas repito que não importa o "por que?" mas o "para quê?" e peço forças a Deus para saber passar por aquela situação. Não virei nenhuma santa. Sou normal (voltei a ser), como qualquer um. Reclamo da vida, da rotina atual; depois agradeço; grito; choro; xingo; rio muito; converso bastante, tudo normal (apesar de existir gente que “normalmente” é chato, mesquinho, resmungão, “sabe tudo”)...enfim, deixo a DOR PASSAR.

4 comentários:

  1. Eu não mamei e sou beeeem fortinha...rssss :) Beijossssss!!!

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  2. Vivi, vc é uma figuraaaaa!!! rsrsrs

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  3. Minha amiga querida!

    Que bom te reencontrar depois de tanto tempo e ver o quão incrível "transformadora-de sentimentos-em-palavras" você se tornou. Lembro-me de, quando adolescentes, você já escrevia textos maravilhosos.
    Sobre a DPP, confesso ter medo dela. Às vezes morro de vontade de ser mãe, outras nem me imagino com uma criança no colo e aí o tempo vai passando, passando...
    Você vai ser minha inspiração na busca por esse amor incondicional, nesse elo eterno e verdadeiro que une mãe e filho.
    Não pare de alimentar este blog

    Bjs
    Rita Dourado

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  4. Oh, Tinha,obrigada! Não tema não. Eu nem pensava nela qdo estava grávida. Ela aconteceu. Se já houver histórico em sua família, você pode começar a fazer terapia durante a gestação, para, ao menos, trabalhar o medo. Veja com seu obstetra (já estou te considerando grávida - rs) se existe alugma medida preventiva (no caso de já ter ocorrido com alguém de sua família). Muitas amigas minha (tão medrosas quanto a gente - rs) tiveram filho depois de mim e foi tudo muito normal. Uma delas, mesmo, é extremamente mimada, e não teve nadinha (graças a Deus). Teve a dificuldade natural do pós parto, do reajuste da vida... Para você ter noção, eu penso em ter outro filho. Só não tenho porque não tenho grana (não pelo dinheiro em si, mas para poder pagar uma babá; poder pagar escola para dois; plano de saúde para 4 - pais e filhos -; enfim, despesas que sempre aparecerão...). Não vou sofrer se não der para ter outro. Acho que existe um plano para cada um de nós. O caminhar é livre, mas o caminho é a felicidade sempre! Por mais que pareça tudo errado, um dia, a gente vê que fora importante. Um beijão para vc, Mau e o bebê - rsrsrs.

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