terça-feira, 27 de novembro de 2012

SÓ ACABA QUANDO TERMINA


É, na vida venho percebendo que as coisas literalmente só acabam quando terminam.

A gente pensa que não mas, quando a gente não resolve, as portas do passado não se fecham e ele continua sendo presente e um presente irritante, daqueles que a gente perde tempo reclamando e se debatendo... mas, se parar e olhar será possível ver o começo, a origem... e é possível entender: ele voltou. Na verdade, o problema/situação nunca se foi, só estava aqui, escondidinho e quietinho, a espreita, não para machucar mas para lembrar de que ele não recebeu a atenção devida e não fora tratado. 

O círculo vicioso se mantém, até a gente quebrar com aquilo que é capaz de romper e permitir que um ciclo virtuoso se inicie: SOLUÇÃO.

É, o problema só acaba quando termina, quando a gente finaliza essa etapa, senão, ela vai e volta; vai e volta; vai e volta... até que, um dia, alcançarmos um grau de consciência.

Eu estou revivendo - nossa, 2012 todo foi essa fase - coisas que não foram resolvidas lá atrás... e olha, dói, viu?! E, olha, cansa, viu?! Mas, entendido o recado da Vida, assumido o compromisso de resolver e solução a caminho: um dia após o outro. 

Vamos que vamos, porque tempo é algo que pode não voltar, mas, se não passar ele permanece...

Pat Lins.


segunda-feira, 26 de novembro de 2012

OUVINDO NOSSA VOZ INTERIOR


Estava eu discutindo com meu marido - por besteira - e resmungo: "Poxa! Que cara chata! Se ele enchesse menos o saco eu poderia falar mais leve com ele..." e minha voz interior fala, calma, singela e mansamente, porém, com firmeza tamanha que escutei claramente:

"QUEM TEM QUE AGIR SEMPRE DA MELHOR MANEIRA QUE VOCÊ PUDER É VOCÊ. INDEPENDENTE DE COMO A OUTRA PESSOA SE MANIFESTE!"

Que amor essa minha voz interior! Obrigada!

Pat Lins - listening.

domingo, 25 de novembro de 2012

SÓ QUEM "É" AMOR, "É" AMOR PARA DAR!

A gente "tem" - olha o verbo TER entre nós. Tadinho, ele é inofensivo, como todas as palavras. Tem o propósito de designar algo de maneira descritiva, já que não sabemos e nem temo como usar ou entender as sensações além dos 5 sentidos. A questão é que ele foi deturpado, como a grande maioria das nossas palavras e expressões - mania de  afirmar que é preciso "TER AMOR, PARA PODER DAR AMOR". Como o "TER" tem sido usado de maneira pejorativa, hoje, acordei com essa "onda" na mente: "SÓ QUEM É AMOR, É AMOR PARA DAR".

Não sei os outros, mas, eu tenho algumas pessoas que fazem parte do meu círculo - eu vejo esse círculo como uma galáxia, diante de tamanha diversidade de mundos e é isso que enriquece o meu mundo - de relacionamento, que vinculam relação a "ter", não "ser" parte da relação. Toda a base de formação dessas pessoas está relacionada a "ter" algo e comparar. Acabam sendo relações cansativas e, em meu caso, fazem parte das pessoas que gosto muito, porém, vivem nos limites da minha DS - distância saudável. Pessoas que têm dificuldade em "ser" quem são; que vivem vendo o que "tenho" e o que "não tenho"; que nos encontros não sabem tirar proveito dos momentos juntos e ficam listando o que "tem" que ser feito, porque essa pessoa faz assim; que não se sentem parte do grupo, parte da relação - existem alguns que são assim, se sentem tão solitário em si, como se seus mundos não tivessem coisas boas, ou, acham que "têm" tanta coisa boa que se vêem na "obrigação" de dar as diretrizes baseadas em suas próprias vidas... sem entender que cada um tem seu caminho e que, se o mundo deles está tão bacana assim, porque fogem tanto, a ponto de querer invadir o do outro? Para mim, quem alcança esse patamar elevado não sente a necessidade de ensinar ou comandar a vida de ninguém, os ensinamentos vêm como consequência da própria evolução e passam a ser exemplos por conta disso. Não sei bem como explicar, mas, me inquieta - e isso terei que ver em mim... - o fato dessas pessoas nunca terem uma palavra BOA a dar, pois estão sempre vendo o que falta. Quando estou com algumas dessas pessoas, a sensação que tenho é que elas estão se debatendo com tamanha agressividade dentro de si há tanto tempo que já não conseguem vislumbrar a paz, mesmo afirmando serem da paz e do bem. E, talvez, até sejam, mas não acessaram em si o que falam. E isso cria uma barreira natural na relação, porque não há a outra parte, já que essas pessoas estão ausentes de si. Existe ali uma parte da pessoa que sobrevive e que quer impor suas complexidades e dificuldade em agir consigo, como se suas amarguras, ainda que soterradas e escondidas em si tivessem deixado de existir, mas,  em verdade, são essas amarguras, esses temores, essas frustrações que mais aparecem e que chicoteiam o lombo dessas pessoas, transformando não só os seus dia a dia infelizes, mas, torna infeliz toda relação que tenta construir destruindo. Pronto! É assim: pense numa construção de uma casa. Primeiro a base, depois sobem-se as paredes. Certo? Agora, imagine que, cada vez que na primeira fileira da base, em vez de trazer novas pedras para completá-la, tira a que colocou antes e coloca depois. Depois, pega a mesma pedra e coloca a frente e vai andando. Daí, não olha que só tem uma pedra na base e nada mais e decide erguer as paredes. Ergue uma. Cai. Ergue outra. Cai. E se lamenta: não consigo deixar uma parede em pé! Se alguém me ajudasse... Aí, passa alguém e diz: "Olha, só tem uma pedra na base, tem que fazer a construção da base primeiro". E vem como resposta: "Já não tenho mais tempo para isso!" e fica lá, levantando nada e vendo cair tudo, todo dia. Assim são as relações dessas pessoas: nunca tem uma base sólida, porque, dentro delas, elas estão ausentes, estão com sua única pedra, sem dar importância a todas as outras que o caminhão da Vida entregou para a construção de si. Não que devamos levantar muros ou paredes, trata-se apenas de uma metáfora simples, sem grande pretensões. A construção de cada mundo é feita pela composição de cada aprendizado e de cada não aprendizado; de cada lição e de cada lição que desconhecemos, ignoramos por estarmos muito ausentes em nós, por estarmos sugando do outro que começou seu caminho e, pensa-se ser mais fácil pongar e invadir o mundo alheio. A sensação que tenho é que essas pessoas "têm" a necessidade de enaltecer o lado ruim do mundo do outro para ver se o outro sai e ele ocupa o lugar, sem o trabalho de construir o seu próprio. Acho que é isso... Ainda que essas pessoas nem percebam o que fazem, não deixam de fazer. Não deixam de "atacar" o mundo alheio. E isso causa desgaste natural, como água na pedra; como vento na areia. Como tudo na vida que não se mexe como deve, é mexido pelo tempo do desgaste natural.

Tem gente que desenvolve muito o hábito de teorizar e nada vivenciam. Vivem em dor e sofrimento e em movimentos de alívio físico dessas dores. É como falo, não basta fazer Yoga, boxe, dança..., tem que se permitir adentrar em si em todos os momentos - tudo parte de mim para mim mesmo, depois, alcança os mundo vizinhos. Apenas os movimentos, sem adentrar no íntimo, sem permitir o alinhar entre corpo, mente, emoções e espírito de nada adiantará nesse processo de construção e evolução pessoal. Apenas cuidar do espiritual, esquecendo-se da mente, das emoções... também descompensa. Para mim equilíbrio é viver se equilibrando no desequilíbrio, não tem outro caminho. Não existe um "equilibrei! Pronto. Fico parada nessa posição para sempre!". É dinâmico, é vivo, é Vida. É ir em busca, se permitir descobrir coisas no caminho e, um dia, essas coisas compõem um todo muito bacana.

Nós falamos tanto do AMOR, mas, SER AMOR requer que abramos mão desse medo de perder a infelicidade nossa de cada dia. O AMOR é PLENITUDE e plenitude é LIBERDADE, e ser LIVRE é SER AMOR. 

Mandar; controlar; afirmar que sabe tudo; impor a presença na vida do outro não fortalece o elo, desfaz! Uma relação sincera ela é natural e espontânea. Requer, apenas, que sejam respeitados os espaços, tempos, e ritmos de cada um/outro. Só uma pessoa desconectada de si exige do outro aquilo que o outro não é. Eu não posso exigir que fulano deixe de comer carne porque ser vegetariano é melhor. Quem disse e garante isso? Conheço excelentes pessoas vegetarianas, "carnívoras", naturalistas... isso é escolha do estilo de vida, tipo de alimentação e não expressão de caráter. Da mesma forma, conheço pessoas inescrupulosas, ambiciosas, arrogantes, falsas, materialistas até no ar que respiram... - que têm um lado bom, em meio a toda essa perturbação - e que são adeptas de um tipo de alimentação natural. 

NÃO É O EXTERNO QUE NOS FAZ. NÓS SOMOS QUEM SOMOS SE ESCUTARMOS O QUE VEM DO CORAÇÃO. AQUELA VOZ QUE VEM DE DENTRO E QUE DIZ: EU SOU! Senão, seremos apenas uma parte de nós, até atingirmos a consciência do REAL. Nós não somos nossa imaginação... Nós somos o que apresentamos de nós em nossas ações. Não falar: "eu sou legal" e ser um poço de chatice, mas, acreditar ser legal porque quer ser legal. Imaginar-se não é "ser-se". Somos luz e sombra.

Como volta e meia me digo: SÓ SE É SENDO. O resto é fachada e ilusão. E o que somos: seres humanos imperfeitos. Essa imperfeição nos conduz a uma dinâmica de vida. O nosso caminhar é que nos conduzirá ou  não à Vida. Sempre teremos Tempo para guiar e Natureza para nos conduzir. Mesmo que saiamos tanto do caminho, um dia, esse trio abre um caminho de reencontro e, nesse momento, entenderemos o que é SER FELIZ. E que isso está em cada um de nós, em nossa Vida, não na do outro que perdemos tempo tentando entrar. Quando encontrar esse caminho haverá uma sensação forte e a certeza de que ESTAMOS DE VOLTA AO LAR! Tal qual Dorothy e seus sapatinhos vermelhos simbólicos! Porque, de fato, "não há lugar melhor do que o nosso lar!"!!!

Pat Lins.


quarta-feira, 21 de novembro de 2012

CULTURA (A ARTE DE CULTIVAR) DO "NADA"



Observando a agricultura - uma das formas de cultivo, relacionada a plantação de alimentos na terra - a gente entende muita coisa.

E conversando com um amigo/irmão, ele me fala que acabou de sair de uma fase "agitada", de tanta coisa para fazer em pouco tempo, que, hoje, está com vontade de fazer "nada". Me recordei, na hora, de duas coisas: 1- na época em que tive DPP, tive um insight de "pensar em nada", como forma de compensação para a mente, após estar vivendo tanta loucura densa de expurgo - coisa que vi na época e senti, mas, estava tão "possuída" pelo desânimo que não dei muita importância -; 2 - na agricultura, tem o sistema de rodízio - peguei uma definição na wikipédia para ilustrar meu pensamento: "é uma técnica agrícola de conservação que visa diminuir a exaustão do solo. Isto é feito trocando as culturas a cada novo plantio de forma que as necessidades de adubação sejam diferentes a cada ciclo." - e, em determinado momento, uma parte fica em descanso; depois, me veio uma terceira: 3 - o Nada. Para quem leu as "Crônicas de Nárnia",   em "O sobrinho do Mago", Aslan começa a criar Nárnia: 

"E, de fato, parecia mesmo Nada. Não havia uma única estrela. Era tão escuro que não se enxergavam; tanto fazia ficar de olhos abertos ou fechados. Sob seus pés havia uma coisa fria e plana, que podia ser chão, mas que não era relva nem madeira. O ar era seco e frio e não havia vento. (...) No escuro, finalmente, alguma coisa começava a acontecer. Uma voz cantava. Muito longe. Nem mesmo era possível precisar a direção de onde vinha. Parecia vir de todas as direções, e Digory chegou a pensar que vinha do fundo da terra. Certas notas pareciam a voz da própria terra. O canto não tinha palavras. Nem chegava a ser um canto. De qualquer forma, era o mais belo som que ele já ouvira. Tão bonito que chegava a ser quase insuportável. " 

Outra lembrança que me veio o Nada de "A Voz do Silêncio", de Helena Blavatsky, onde ela nos traduz trechos do "Livro Tibetano dos Preceitos de Ouro" e cita: 

"Aquele que quiser ouvir a voz de Nada, o "Som Insonoro", e compreendê-la, terá de aprender a natureza do Dharana (Dharana é a concentração intensa e perfeita do espírito sobre qualquer objeto interior, acompanhada da abstração completa de tudo quanto pertença ao universo exterior, ou mundo dos sentidos.)."

E enquanto conversávamos, essas coisas povoaram, pululando - adoro essa palavra! - em minha mente. Me veio a lembraça de que devemos respeitar o Tempo de cada coisa. Isso é a  minha Cultura do Nada. De entender, como Platão já dizia, que existe o tempo de ócio, também. Desde que produtivo. Não me refiro à preguiça, mas, ao Tempo do descanso da terra mental, física, de vida, etc. Ou seja: precisamos saber administrar o nosso tempo, principalmente, reconhecendo os nossos limites - até mesmo para, exercitando e desenvolvendo, podermos ultrapassá-lo. Ninguém supera um limite exaurindo-se até a morte, isso é sandice. Uma pessoa inteligente cresce gradativamente. Isso é real. Isso é possível na transformação. Assim eu penso e assim eu vivo com minha "Cultura do Nada". Como exemplo, quem entra na academia, para malhar, não começa correndo numa esteira. Começa com caminhada e aumenta-se a velocidade gradativamente. Assim devemos ir fazendo: (re)conhecendo nossos limites, lidando com eles, questionando-os e, se for para ser, superando-os. 


Vamos desenvolver a CULTURA DO NADA, de auto-construção, de boas plantações. Só assim poderemos DEIXAR UM MUNDO MELHOR PARA OS NOSSOS FILHOS E FILHOS MELHORES NESTE MUNDO - começando por cada um de nós. Começando do Nada, desenvolvendo o silêncio em nossas mentes  ainda inquietas e agoniadas.

Sem a afobação de se debater, debater, debater... Um momento para nós é VITAL. E vital é VIDA e vida é o que devemos lembrar... Melhor, devemos VIVER. E Vida é dinâmica - não ansiosa ou afobada, agitada, acelerada... ela é ritmada, como os sons da Natureza e dentro do Tempo de cada coisa.

Vou parar por aqui porque essa viagem me faz aprofundar muito em mim. Coisa minha. E não dá para transcrever em palavras... sensação é para se sentir com corpo e alma, bem lá naquele lugar dentro de nós que só cabem coisas boas, muita luz... o contato com o Pai do céu, como numa bela oração de corpo e alma! Entregues ao momento de, apenas, sentir, respirar.

E, dentre muuuiiitttaaa coisa que conversamos, finalizamos com uma frase bem bacana que Marcos me disse e não lembro de quem foi:

"Tudo na vida está entre o 'inspirar' e 'expirar'."

E é verdade. Indo mais para o lado drástico e real: um dia a gente inspira e, de repente, chega o dia do último expirar!

Façamos nosso melhor entre cada inspiração, para que em cada expiração, estejamos literalmente mais leves e livres de todo mal!

Pat Lins - inspirando.


terça-feira, 20 de novembro de 2012

20 DE NOVEMBRO - DIA NACIONAL DA CONSCIÊNCIA (?) NEGRA.



Me pergunto: 

ONDE ESTÁ ESSA TAL CONSCIÊNCIA? 

QUEM TEM? 

CONSCIÊNCIA DE QUÊ?

Vejo a discriminação racial aumentar, velada, mas aumenta. Conheço e convivo com famílias brancas - miscigenadas, mas, com epiderme clara e que se acham raça "ariana", como símbolo de "pureza" e de "superioridade" e só carregam orgulho da origem "Portuguesa", como se eles tivessem feito coisas lindas e como se os que aqui estavam fossem coisas boas... Para quem não sabe ao certo, a grande maioria dos brancos portugueses faziam parte da escória: ladrões, bandidos diversos e essas coisinhas belíssimas, que, como castigo, vieram povoar o Brasil. Né bonita essa parte? - e essas famílias se "chocam" ao saberem que sou miscigenada assumida: filha de mulato (meu pai é filho de uma mulher branca do cabelo liso e escorrido com um homem negro do narigão - voinha e voinho, que Deus os tenha) com uma banca. 

Não faço alarde, nem escondo. Sou eu. Independente da cor do meu pai, da minha mãe, dos meus irmãos, das minhas tias, de qualquer pessoa, eu sou HUMANA. Minha família é composta de GENTE, outros SERES HUMANOS. E sempre nos foi ensinado assim. Mas, fora de nosso círculo familiar, sabemos existir e MUITO a discriminação. Muitos fingem que não, mas, TODOS sabemos que existe e está cada vez pior, porque está velada, mascarada. Escutei, certa vez, de uma senhora muito distinta e uma dessas pessoas com um poder aquisitivo médio-alto, esclarecida, viajada, e que não sabia a "cor" do meu pai - isso para mim não faz diferença - e ela, assistindo a TV, na época em que Celso Pitta estava sendo investigado, na Prefeitura de São Paulo, e ela comenta, sorrindo e sem se conter de satisfação: "Não tá vendo... Onde já se viu um pretinho desses, né Pat, querer ser prefeito de São Paulo. Deveria estar varrendo rua!". Alguém sussurrou algo em seu ouvido e ela volta para mim: "nada contra os negros, mas, é porque lugar de ladrão é na cadeia..." e eu apenas fecho: "Tenha a cor que tiver, bandido tem que pagar pelos crimes. Não é a cor que traz o caráter. Tem muita gente branca que apronta e, por ser branco, acha que pode!". As pessoas pensam que eu penso assim - não vejo diferença entre brancos, negros, índios, amarelos... - apenas por conta da minha família. Não é. Isso está em mim. Quer dizer, só negro ou descendentes podem defender a igualdade racial? Pessoas de boa índole, de valores nobres, virtuosas, não diferenciam as pessoas pela cor da pele. Na verdade, pessoas boas nem diferem as pessoas, apenas, respeitam e se fazem respeitar.

O dia 20 de NOVEMBRO pode ser apenas UM DIA,mas, trata-se de um dia, como sempre fazemos com outros pontos para reflexão, para refletirmos. Temos TODOS OS DIAS para fazer a diferença. 

O DIA 20 DE NOVEMBRO é para lembrar que a luta pela igualdade existe e existe gente que sofre diariamente por conta de ter a pele negra. Essas pessoas, sim, sentem, literalmente, na pele, as chicotadas do racismo, dos olhares tortos de canto de olho onde estão, de falta de acesso a estudo com qualidade - ou alguém vai negar que a "libertação dos escravos" foi boa para alguém? Aliás, deixe-me deixar claro (redundância necessária) uma coisa: o erro foi a barbaridade da própria escravidão, prática comum da época e, infelizmente, com respaldo dos próprios africanos que davam seus conterrâneos pelo poder... deixemos isso para um outro momento, porém, não perde a importância, pois foram grandes aliados dos brancos ladrões portugueses, da época - haja visto que a população mais pobre é em sua maioria composta por negros, oriundos dos quilombos, dos "negros livres" e sem espaço para trabalho honesto e digno e ficaram "marginalizados", jogados à margem da sociedade branca e imperante. Onde houve a liberdade? E a condição para se viver essa liberdade, onde está?

Se os antigos barões e baronesas ainda se orgulham das famílias ricas e tradicionais acham que só a riqueza e a "pureza" de suas peles alvas é que conta, que pena... vocês não são HUMANOS, são um tipinho de gente que, por acaso, nasceram com a pele branca, e que nada de melhor têm a oferecer ao mundo, nem aos seus, senão o que têm. Toda ambição e arrogância gerou uma segregação e isso é tão forte que boa parte dos negros - ainda perseguidos, da maneira atual, pelos brancos com poder - acaba se segregando, também, como forma de proteção. Ou, alguém se vê, bem como aos seus, perseguidos, humilhados, e vão dizer: "que lindo!"? A reação é como antigamente, se refugiam nos quilombos, nos grupos iguais. Ou vão querer dizer que por essa ótica essa maneira de pensar e agir não lhes é legítima - não na figura da Lei, mas, na figura da lei do cotidiano? Escuto alguns brancos dizendo: "mas, também, eles acabam discriminando quando se colocam como os escravos de antigamente, em vez de viverem o dia atual. Hoje, eles são livres. E eles é que fazem tumulto em vez de irem trabalhar!". Vai dizer que  nunca escutou esse discurso? 

Não penso que os negros sejam todos bons e os brancos todos maus. Existem gente ruim de toda cor e até sem cor. A bondade e a maldade são características HUMANAS. Independente da cor. 

O problema é que hoje em dia tudo é tão superficial, tudo é tão raso que pensar em pensamentos e atitudes nobres são relacionados á coroa Britânica. Nobreza é muito mais do que isso. Igualdade é resultado de evolução e nosso povo é tacanho demais. Quem só enxergar as pessoas pela cor da pele é porque não tem nada de bom dentro de si para ver e acaba querendo destruir tudo ao redor e além do ao redor...

E, para responder as perguntas inciais deste post:



PRECISAMOS TER CONSCIÊNCIA DE QUE A RAÇA HUMANA É UMA SÓ COM DIVERSAS CORES, TEXTURAS, ALTURAS, PESOS, CREDOS, CULTURAS, CONDIÇÕES (?) DE VIDA,  ORIENTAÇÕES SEXUAIS, SONHOS, METAS... MAS, TODOS, TODOS DEVEMOS PRATICAR O RESPEITO! E ISSO É QUE DEVE FAZER SENTIDO! ESSE DEVE SER O NOSSO SENTIDO!

O dia 20 DE NOVEMBRO quer isso: PEDIR E LEMBRAR: RESPEITO SÓ EXIGE RESPEITANDO! Isso é DEIXAR UM MUNDO MELHOR PARA OS NOSSOS FILHOS E FILHOS MELHORES NESTE MUNDO, COMEÇANDO POR CADA UM DE NÓS! ISSO É PLANTAR E CONSTRUIR UM MUNDO MELHOR! A BASE É O RESPEITO!!!!

IGUALDADE SÓ É POSSÍVEL SE A GENTE ENTENDER E ALCANÇAR ESSE GRAU EVOLUÍDO: CONSCIÊNCIA - independente da cor, do credo, da orientação sexual, da cultura. 

Só num mundo onda houver RESPEITO, haverá IGUALDADE. E só com esses dois componentes, se permite espaço para conhecer a tal LIBERDADE! E, assim, poderemos ser FELIZES - coisas que as pessoas mais temem e, talvez por isso, destruam tanto e cultivem tanta infelicidade por aí!

Ensinemos essa tríade a nós mesmos, que, naturalmente, nosso filhos aprenderão e darão continuidade. Que as gerações que começam hoje, tenham a base pela qual tanto lutamos: a base da JUSTIÇA, com RESPEITO A IGUALDADE E A LIBERDADE! Aprendamos a ser FELIZES e essa lição não só ficará como continuará para todo o sempre!

Pat Lins.








domingo, 18 de novembro de 2012

TUBAROA


O tempo passa para todos. Tem gente que bate na mesa e afirma ter "pressa" - "nós temos pressa!" -... eu tenho TEMPO. Inclusive o tempo da cobrança... e está chegando. Eu vou cobrar os resultados.

Depois de tanto esforço, hora de avaliação...

Assim como o tubarão, meu sensor tem captado umas coisinhas desagradáveis. Não quero a cabeça de ninguém, quero solução - quero é TUDO! Ou nada. 

Têm horas que é preciso ser estrategista. E nessas horas, manter-se aliada ao Tempo e controlar a ansiedade para manter o foco no que quero resolver é duro, mas, possível. Haja esforço e empenho da razão. "O que eu quero resolver?" - me mantenho focada: vendo o ponto central e as variáveis ao redor. Só que isso dá uma sede... Sede de justiça!

Me preocupam pessoas/profissionais medíocres - por mais bem titulados que sejam, ser bom profissional vai além do além do aquém que essas pessoas se dispõem a fazer - assumindo posições de meio de campo. Mas, não tem nada não, o que é de cada um está guardado e, graças a Deus, não sou quem vai servir; é self service: ou "sirva-se e sirva" ou depressa, pule fora e passe a bola para quem tem competência. Não se trata de um emprego em jogo, se trata de alguém contratado para dar conta de outros, não dá, nada faz e ainda quer jogar a "culpa" - oh mania de ter que achar um culpado, mas, elas começaram, agora, aguentem a defesa - em quem tem a razão.

Problema é que tem gente que estigmatiza e pensa que as pessoas são uma só e que quando passam a ser mãe deixam de ser tudo que é... Enganam-se. E quando mexe com a pessoa certa, tudo tende a dar certo - eu bem sei disso! Eu não sou apenas a mãe leoa... sou tubaroa, também. Tem de tudo em mim, a fauna toda! Elas são patéticas! E chegará o dia em que chorarão lágrimas de crocodilo que é o que são.

Essa de "fechar Shazam" e fechar-se no erro não combina comigo. Unilateralidade é o FIM dentro de uma equipe. Para mim, a identificação com a função vai além de saber o que deve fazer: deve ser feito! Uma equipe que se fecha e se coloca acima do bem e do mal e acima da verdade... hummmmm, sei não, assim fica mal porque não se permitem ver onde está o buraquinho do escape... e ali se esvai o que há de bom. Ainda dá tempo de recuperar. E vou aproveitar esse tempo como se fosse o último! Ao final, só os fortes sobreviverão e eu entre eles, com os meus. Meu filho, estamos juntos! E tem muita gente ajudando nesse processo de melhora. Quem não está dentro, está fora - e têm todo o direito - só não têm o direito de atrapalhar. O ano passou, nada foi feito e TUDO será cobrado no dia do juízo final - já que houve tanto julgamento de valor e nisso se "fechou Shazam" entre elas no erro evidente onde todo o mundo estava errado e apenas elas certas... Bom, até quem é cego precisa desenvolver outras capacidades para "ver" o mundo a sua volta.

Revolta, eu? Imagina! Quero resultado. Quero auto-avaliação de cada incompetente envolvido no caso. Quero que cada um veja o que deixou de fazer. E isso passará, para mim e para os meus, mas, nelas isso continuará porque a semente já fora plantada, e eu vou cuidar de regar pessoalmente, aos poucos. Não se trata de vingança, mas, de aprendizado... Uma coisa de cada vez.

Tudo com classe. Tudo bem elaborado. Tudo bem cronometrado. Quando se tem a razão, a justiça se faz sozinha! E eu atrás dela, como ser imperfeito cobrando que se faça e bem feito! Tem gente que não sabe identificar uma pessoa do bem e agindo pelo bem maior de outro alguém, então, como boa profissional que sou, falarei na linguagem que esse público entende... aguardem! Elas passarão, eu passarinho!


"Suspenderam
Os Jardins da Babilônia
Eu prá não ficar por baixo
Resolvi!
Botar as asas prá fora
Porque!..
'Quem não chora dali'
'Não mama daqui'
Diz o ditado
Quem pode, pode
Deixa os acomodados
Que se incomodem...
Minha saúde não é de ferro não
Mas meus nervos são de aço
Prá pedir silêncio eu berro
Prá fazer barulho
Eu mesma faço
Ou não!...
Pegar fogo
Nunca foi atração de circo
Mas de qualquer maneira
Pode ser!
Um caloroso espetáculo
Então!...
O palhaço ri dali
O povo chora daqui
E o show não pára
E apesar dos pesares do mundo
Vou segurar essa barra...
Minha saúde não é de ferro
Não é não!
Mas meus nervos são de aço
Prá pedir silêncio eu berro
Prá fazer barulho
Eu mesma faço
Ou não!...
Minha saúde não é de ferro
Não é não!
Mas meus nervos são de aço
Prá pedir silêncio eu berro
Prá fazer barulho
Eu mesma faço...
Suspenderam
Os Jardins da Babilônia
Eu prá não ficar por baixo
Resolvi!
Botar as asas prá fora
Porque!..
'Quem não chora dali'
'Não mama daqui'
Diz o ditado
Êh êh êh êh!
Quem pode, pode
Deixa os acomodados
Que se incomodem..."
(Rita Lee)

Essa música tem muito a ver comigo... Ah! Tempo, tu és lindo! 

Pat Lins - forma de tubarão!


quinta-feira, 15 de novembro de 2012

UM SUAVE MERGULHO NAS ENSEADAS DOS NOSSOS SEGREDOS MAIS PROFUNDOS - Patricia Lins


 “Enseada do Segredo”, livro de Morgana Gazel, tem como foco uma mentira familiar e se situa num subúrbio imaginário do nordeste brasileiro, no período da ditadura militar. Os personagens não são separados em categorias distintas de bons e de maus. Todos atuam sob o comando de sua humanidade. Apresenta, além do cunho psicológico, um aspecto educativo. O que se justifica; pois a educação é uma condição necessária para uma condução mais harmoniosa do homem no mundo, conforme expressa a própria autora.
Aparentemente, trata-se de um simples romance, porém, a estrutura escolhida foi apenas um recurso literário para ambientalizar o mergulho que, ao lê-lo, damos em nossas subjetividades. Com o recurso da terceira pessoa e de uma linguagem bastante acessível, leve e envolvente, a história é narrada. E os diálogos diretos, que acontecem em vários momentos da trama, criam um clima de realidade.
Mistério, dia-a-dia, dramas, conflitos, romances, paixões, descobertas, mudanças e transformações são os cenários perfeitos para encontrarmos a nós mesmos e nos entregarmos a essa leitura empolgante, criativa e muito bem amarrada, em que Morgana Gazel nos guia através da vida de Fred.
Uma característica marcante é a tensão frequente que envolve Fred, o protagonista. Ele vive uma vida normal, sem grandes razões para questionamentos que contradigam sua realidade. Mas, dentro dele, há um incômodo... Uma sensação... Fred não os sabe descrever e também não percebe que sinalizam as causas de ele desconfiar da mãe, sem que tenha consciência disso. Esta desconfiança transparece em suas atitudes.
O desenrolar da trama inicial transcorre, mostrando a relação de Fred com o ambiente onde mora, com os amigos, a mãe, tia Zezé, os estudos, a descoberta do amor adolescente, as festas, os mergulhos, os desafios diários, os planos para o futuro e, além disso, sua ignorância do que acontece em seu país; o que, nesta história, lhe chega apenas como notícia.
Com 224 páginas excitantes, a autora consegue, utilizando-se do que há de melhor em recurso literário, que é a criatividade sem perda do foco na trama, descrever sensações e emoções humanas, onde só nos falta tocar nelas. Morgana Gazel, praticamente, materializa os sentimentos humanos, tornando-os quase palpáveis. Dá para escutar o coração de Fred bater forte por Jéssica; e ela nem sequer se dá conta... É possível sentir o sofrimento de uma mãe zelosa que dá o máximo de si ao filho, o máximo que nunca é suficiente. Fred é um jovem inteligente, tímido, pacato, que gosta do lugar onde mora. E vive aquele mundo, de modo que nada lhe proporciona tanto prazer como mergulhar nas águas da enseada sem perder o fôlego e depois flutuar sob o céu azul! Ali, ele se sente protegido, amparado e fortalecido, como se estivesse no ventre materno, a melhor zona de conforto para todo e qualquer ser vivo!
O ápice dá-se, num momento em que Fred se depara com algo inusitado: em sua família, escondia-se um segredo! Como consequência do clímax, surgem questões: O que fazer quando percebemos em nós o que tanto condenamos? O que fazer quando nos deparamos com uma verdade que nem sabíamos existir? O que fazer diante de uma grande decepção? Como reagir diante de uma dor profunda e insuportável? Quanto dilema. Quanto sofrimento. Tudo isso após ter sido nocauteado pelo conteúdo desse segredo e pela forma como lhe foi revelado.
Escrito para ser lido por todas as idades, o “Enseada do Segredo” toca as mentes e os corações jovens e adultos, convidando-os a participar do processo de “humanização do homem”, que é facilitado por cada conduta, diálogo e ação dos personagens. E através de questões estimuladas pela leitura, tais como: estamos preparados para enfrentar a verdade? Diante de desafios que nos levaria a uma mudança real, dispomo-nos a enfrentá-los ou resistimos, acomodando-nos numa zona de conforto e estagnação?... Ante estas e outras questões, afigura-se ao leitor o caráter exploratório que aparece em situações de escolha e tomada de decisões. Ao término da leitura, dá vontade de retomá-la desde a primeira página, na tentativa de, enfim, apaziguarmos as emoções desencadeadas, nesse mergulho sublime nas águas internas do autoconhecimento. Portanto, uma leitura rica e enriquecedora.

PATRÍCIA LINS / PUBLICITÁRIA, RADIALISTA E RELAÇÕES PÚBLICAS.
Artigo publicado no jornal A Tarde. Salvador – Quinta-feira, 15/11/2012. Populares, página 4.


terça-feira, 13 de novembro de 2012

CANSAR DESCANSAR


Impossível seguir sem cansar. Isso não quer dizer nada além de cansaço. 

Pat Lins.


A VIDA COM SENTIDO

Quem não vê sentido na vida se ocupa fazendo qualquer coisa... mexe e remexe a todo instante e nunca está satisfeito. Só não consegue ver que o problema a ser resolvido não está fora, está dentro de cada um de nós.

Pode arrastar mesas, cadeiras, geladeiras... doar roupas,sapatos, móveis... realizar trabalhos voluntários... viajar... mudar de emprego, de casa, de país... se sente que falta algo, tem que buscar: dentro, onde tudo começa, para chegar a fora, onde tudo continua!

Se debater não é um movimento saudável, apesar de ser um movimento e cada um faz o seu. Pena que desprende tanta energia a toa... Eu estou aprendendo a parar para ver, refletir, ponderar... pensar, agir.

Sei não... coisas em mim estão mudando...

Pat Lins.






segunda-feira, 12 de novembro de 2012

PROBLEMA EXISTE ONDE NÃO SE VÊ UMA SOLUÇÃO


Só será eternamente problema se assim deixarmos. 

Milagre não é pedir e receber de imediato o que se pediu. É pedir e receber o que nos é melhor!

Muitas vezes, a Vida nos dá respostas e não escutamos por não ser o que queremos ouvir... depois, saimos gritando que a vida é injusta.

Quer dizer: se eu peço para ganhar na mega-sena e não ganho, é porque não sou digna de milagres? Mas, se eu peço para ganhar na mega-sena, porque preciso resolver um problema financeiro - mania das pessoas acreditarem que dinheiro é solução para tudo - e, recebo uma ligação me oferecendo um emprego, seria a vida me dizendo: "vamos resolver com um passo de cada vez". Imagina, tem gente que não tem a menor capacidade de administrar o salário, imagina uma fortuna? Há de se preparar para merecer... Não basta receber, tem que continuar. O "chegar lá" não é estático.

Pat Lins.

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

AMIGOS REAIS EM REDE


Gente... se nem os órgãos públicos conseguem falar uma linguagem única e orientar bem a população, quem cuida do povo? 

Meus amigos estão tentando montar esse quebra-cabeça e responder essa pergunta resolvendo esse problema urgente. Como me disse bem, tia Jaíra - me lembro bem - "mais vale um amigo na praça do que dinheiro no bolso!". Mesmo que se precise direta ou indiretamente desse dinheiro. Geralmente, temos a sensação de que as Secretarias de Saúde "dão" os remédios. Não é! Eles compram esse medicamentos com verba pública e repassam para o cidadão que não tem condições para comprar. O mais interessante: cada dose desse medicamento, para minha tia, por exemplo, custa algo em torno de R$ 12 mil. Ver o que pagamos em impostos voltando, nesses casos, nos dará até certo alívio - ainda que saibamos que a maioria do  que pagamos e que é muito gerando muito mais, vai para onde não deve. Então, esse medicamento não se trata de um favor, trata-se de compra com verba oriunda do povo para o povo!

Minha tia está fazendo o tratamento pelo SUS desde novembro/dezembro de 2011. Ela, em 2010, fez uma mamografia - como de costume e procedimento anual para mulheres com mais de 40 anos - e o médico afirmou estar tudo bem. Em 2011, ao fazer a nova e levar a do ano anterior, constata que estavam lá os primeiros indícios de um câncer de mama. Lamentamos e compreendemos a falha médica e humana, apesar da raiva e indignação. Mas, tempo passado é tempo posto e começamos a movimentar o que fazer dali para frente. Foram seguidas as orientações da médica e começou o tratamento quimioterápico rapidinho. Apesar de não ter completado 1 ano, nos parece uma eternidade, depois de tanta coisa vivida, sofrida e superada. Depois, após diminuído o inchaço, marcou-se a cirurgia de extração da mama - possivelmente, as duas, mas, diante dos exames, apenas um fora retirada; e, após 1 ano e 8 meses, será feita a avaliação para reconstrução, pelo próprio SUS. Cabelo caiu, força surge para lutar, mesmo entre desânimos constantes - a vida dela é dura... - e em meio a todo o problema, ela se segura bem e quer superar. Um ponto positivo e determinante para a cura - que há de se consolidar, com fé em Deus! Afinal, não estamos roubando, nem querendo o que não nos pertence... estamos lutando por uma doença maldita e que pode surgir em qualquer lugar, ainda que se faça acompanhamento periódico, como era o caso dela e, aos mais de 50 anos de idade, se descobre com câncer de mama. Nem toda família, como a minha, que não tinha histórico dessa doença está fora de alcance. Todo mundo é grupo de risco, ou não. Isso está além do além da nossa capacidade de compreensão e entendimento. O que se sabe, ao certo, é que essa doença existe e não é bonitinha nem facilmente administrável. 

Bom, justiça seja feita o Centro de Oncologia Irmã Ludovica, tem prestado um grande serviço, dentro das suas limitações. Todo o tratamento foi feito, cumpridos os prazos, os horários, etc. Houve empenho dos funcionários, da equipe médica. O apoio humano foi fundamental. Os amigos se solidarizam e muita coisa boa envolve a nossa família, nos mostrando o reflexo de sermos quem somos. Receber ajuda, apoio de tanta gente interessada em apenas ajudar é algo maravilhoso. Não tem preço, mesmo. Ela não tem nada material a oferecer e essa é uma grande maneira de se ter certeza que a ajuda é pura e simplesmente por AMOR, por carinho, pode boa vontade.

Terminada a fase da quimio, deu-se o tempo e começaram as sessões de radioterapia. Ela lutou muito e luta, pois, seu problema não começou e terminou aí. Todo mundo tem problemas e os dela já vêm a muito tempo. Não vou entrar em detalhes para não expor a vida dela e, também, não fará diferença. A questão é que há 3 meses, a médica receitou uma medicação caríssima (HERCEPTIN) e informou que o Estado e o Município "dava" para os pacientes. Orientou que desse entrada na Defensoria Pública e deu o endereço. Sei que ela saiu do tratamento "orientada". O pessoal orientou no que sabia e, geralmente, é o caminho que tem dado certo. 3 meses entre idas e vindas e mais a continuidade do tratamento - a radio era diariamente - e cotidiano e tudo mais e nada de retorno, nada de cumprimento de prazo, nada de medicamento. Sempre desculpas e um "aguarde que receberá". Olha, nem todo mundo gosta de ficar atormentando a cabeça de atendente de órgão público e ela, acreditando estar sendo bem orientada esperou. Há dois dias, a médica questionou os inchaços nela e outros problemas e sugeriu que ela corresse atrás do medicamento, para evitar problemas futuros e presentes. Que é de suma importância e urgência que ela tome a dose a cada 21 dias por 1 ano. 

Como agir? O que fazer? Por onde começar? A quem recorrer? Se os próprios órgãos públicos orientaram... onde está o entrave, meu Deus?!

Como alternativa do povão, ou imprensa ou internet. Recorremos ao facebook. Recorremos aos amigos reais na rede virtual, de maneira a conseguir montar esse quebra-cabeça e tomar um rumo, rumo à solução. Passamos o dia inteiro, hoje, como numa conferência - os amigos ajudando em horário de trabalho, em meio às suas ocupações - e contato aqui, contato ali... ainda não desenrolou, mas, já há uma luz inicial. 

Fico irritada com o descaso dos órgãos públicos. E imagino que tudo seja muito bem feito para proteger aqueles lá de cima que ficam com cifras que nem fazemos idéias e que criam um ambiente onde passamos a acreditar que tudo foi feito para nada se resolver, a não ser pelo "jeitinho brasileiro". Não fossem os amigos, não fosse o empenho em querer resolver o que nem lhes compete, o que esperar? Deveríam demitir todo o quadro e começar tudo do zero. Em cada concurso ou contrato deveria ter como pré-requisito: "boa vontade. Capacidade de desenrolar...". Olha, conheci, em meio a essa turbulência, profissional responsável pela compra dos medicamentos e o empenho dela. Ou seja, uma pessoa que resolve tudo e fica presa ao que vem de lá do alto... Essa complicação toda é que não faz sentido. 

Aos amigos, em especial Halison Marques e Angel Marie Marques, meu muito obrigada! Aos demais, que ainda estão se empenhando, orando, divulgando... muito obrigada! Aos que mandam pensamentos positivos: muito obrigada! Tudo isso é válido! Tudo conta. Tudo conspira a favor. Olha, um problema às vezes surge para nos dizer muito mais coisa: receba e veja quanto carinho existe para você! 

Tia, isso é para VOCÊ! Isso é para cada um de nós, seres humanos. Tudo que fazemos de bom vai e vem. Tudo que fazemos de bom, pelo bem, nossa, é capaz de realizar muitos milagres. Esse é um dos mistérios da vida: o milagre acontece quando se há empenho, boa vontade e QIR - quem indique um rumo ou QBO - quem BEM oriente. Fora o QTBV - quem tem boa vontade. 

Graças a Deus, resolvendo. O tempo é algo que passa. E como já disse: passado é tempo posto. Presente é que muda. Ainda estamos sem solução - que seria o remédio em mãos e aplicado nela - mas, com essas ajudas, já começamos a esclarecer e rumo a solução!

Pat Lins.


quinta-feira, 8 de novembro de 2012

LIÇÃO HÁ ONDE TEMOS ALGO A APRENDER


Onde houver algo para aprendermos, há uma lição. Assim tenho sentido em MINHA Vida.

Nossa ansiedade em querer resolver os problemas do mundo - e de todo mundo - faz com que esqueçamos o ponto de partida: o meu mundo começa em mim e eu só posso e tenho o direito e o dever de transformar a ele. Podemos, como consequência positiva, influenciar outros mundos individuais a despertarem para essa consciência da importância da consciência. Mas, não podemos, nem devemos, condicionar nossa melhora e o caminho que encontramos para a nossa melhora ao outro. Cada um tem seu caminho. Um mesmo remédio pode apresentar diferentes reações em pessoas com o mesmo sintoma. Tudo deve ser muito bem auto-investigado.

Essa mesma ansiedade em querer resolver os problemas diversos, desprende tamanha energia, tanto combustível de maneira inapropriada deixamos de ter a reserva para nossa arrancada... E cansamos antes de começarmos a agir. Ficamos com a sensação de que "nada tem jeito", "eu não tenho mais forças vitais...", e por aí vai.

Essa mesma ansiedade acaba fazendo com que pensemos: "agora, vou cuidar de mim! Fico me desgastando querendo cuidar de fulano, beltrano e cicrano e eles nem aí... E eu, perdendo meu tempo... Se eles quiserem, eles me procurem...". Essa ansiedade nos coloca num patamar tão distorcido da realidade que fulano, beltrano e cicrano nem sabem que precisam ser ajudados e nem sabem que cá estou eu a me consumir com o fato deles ignorarem-se... E me pergunto: fulano, beltrano e cicrano têm o tempo, o ritmo e os caminhos deles e, de certo, todo mundo um dia será convocado ao despertar de consciência. Serei eu essa voz despertadora? Muita pretensão, não?! Se, na possibilidade de SE, eu for usada como "voz despertadora", estarei eu preparada em mim para ser eu mesma e forte em mim para dar conta do que irei despertar. Despertar e não apoiar é tocar fogo e sair correndo.

Eu penso e vejo que tudo ao seu tempo. Se saberemos usar bem esse tempo, só o Tempo dirá. Eu, sigo andando. Eu, sigo indo: subindo e descendo de monte, em busca de perguntas e respostas, e, nessas idas e voltas, ei de as encontrar!

Só há lição onde temos algo a aprender. Senão, é apenas uma passada rápida para conhecer e saber que existe. Tem muito mais de nós onde não vemos e não está exposto do que pensamos. Só mergulhando mais fundo seremos capazes de voltar mais fortes. A força está não numa competição, mas, na auto-busca. Não se mede forças segurando lágrimas e dizendo: "eu não tenho essas frescuras... não tenho tempo para isso". Força se tem quando consegue se efetivar a transformação.

Sigamos em paz! Nosso caminho só nós conseguiremos identificar. O caminho do outro só ele pode identificar. O caminho rumo ao Pai, só Ele poderá nos mostrar! Então, primeiro passo: voltemos-nos a nós e cuidemos primeiro do nosso mundo. O demais, virá na medida e no tempo certos. Aqui e agora é o ponto de partida. Aqui e agora podemos entender e começar. Aqui e agora trilhamos. Se amanhã precisar mudar, no aqui e agora que será amanhã, saberemos enxergar. Sigamos calmamente ativos e ativamente calmos. 

PAZ!

Pat Lins.

RESPOSTAS - ONDE E QUANDO ENCONTRAR: NA IDA OU NA VOLTA?


Hoje, acordei com esse texto pré-pronto na mente de decidi postar... Sentei para dar um tempinho com meu filhote e assistíamos a um desenho animado - meio bobinho - mas, que passou uma mensagem complementar: mesmo que a gente tenha nosso tempo e nosso jeito de ser, o grupo cria um onde temos que nos adaptar e, mesmo querendo ser autêntico, em alguns casos, precisamos nos "nivelar" e dar ao grupo o que eles querem. Assim, eles se aquietam e nos deixam em paz, porque chega uma hora que canssa ser cobrado e gente é gente - no desenho, um menino era fã dos pratos de comida do seu amigo, até chegar o "Chef Aluminium" e ele tinha uma frase de efeito e para todos, todos têm que ter essa frase de efeito para o prato ficar mais saboroso. Mas, o amigo do menino cozinhava muito bem e não tinha essa bendita frase e todos que comiam e saboreavam a comida dele deixaram de comer porque "Chef Aluminium" disse que TODOS OS CHEFS têm que ter! Pois, ele resistiu em criar a dele e disse que cozinhava por amor e conhecimento. Passou e o menino se afastou do amigo por conta da falta da bendita frase. E toda a cidade começou a pedir essa frase e todos, cada um, criou a sua para dizer que dava um "tchan". O homem cedeu e disse: "se isso deixa vocês felizes e vão me deixar em paz, eu vou criar a minha, mas, me deixem trabalhar em paz!". Assim, ele foi em busca dessa frase. Não queria ver em manuais, queria uma dele, que saísse de dentro. Foi quando me veio a tal mensagem reflexiva complementar - uma viagem, né...? Mas, insight é isso, vem quando estamos light, mesmo. Na hora da tensão só sai... só sai... só sai... Nada, apenas entra tensão. E essa a outra coisa foi a frase que me veio à mente na hora da cena dele em cima de um monte, meditando, sozinho e em busca de um sinal e só gritando, tenso: "onde está essa frase? Estou aqui, todo preparado, aberto para receber... Chega logo que eu tenho mais o que fazer...". Preparado? Travado e fechado no tempo de ter que fazer tanta coisa... e não no tempo de se abrir e alcançar. A frase que me veio foi: 

A GENTE PRECISA IR, MAS, AS RESPOSTAS SÓ CHEGAM NA VOLTA!

Na descida do cume, onde ele - o personagem do desenho estava - ele resmungava: "Onde está esse sinalw Eu preciso de um sinal!". Foi para a competição gastronômica e, na hora que terminou o prato, a tal frase de efeito saiu! E todos repetiram e aplaudiram.

A gente tem uma mania imediatista - sim, eu sei que existem vários tempos: o cronológico, o de cada um, o necessário, o que nos impõem, o do Tempo... - de querer obter logo respostas e fechar logo as inquietações.

Vamos em busca das respostas e nem bem formulamos as perguntas ou, não queremos fazer a pergunta certa - muitas vezes nem sabemos perguntar ou o quê... - assim, não sabemos se obtivemos as respostas. Foi, no momento da cena do desenho que a frase caiu e entendi: nem tudo é só "chegar lá" é a continuidade. Não se para o tempo, se segue com ele. 

Pois é, quando quiser uma resposta, vamos em busca, na volta, ela vem junto!

Pat Lins.

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

EUREKA! x "OH DIA. OH CÉUS. OH VIDA. OH AZAR."

"Dancing Woman With Hat" - by imagerymajestic


Este post é continuação da saga cotidiana - não da minha EU Anita, mas, da minha EU todas EU´s juntas - do NEM TUDO É TÃO RUIM QUANTO PARECE. 

Eu era do tipo pseudo-otimista. Pensava que ser otimista era só fingir que estava tudo bem que ficava. Depois, diante dos rumos da vida, tive minhas lições e minhas provinhas de vários pesos e intensidades eu, em meu ritmo lento - natural... a cabeça faz um looping e leva um tempo para se enxergar entre o que era e o como está passando a ser, a cabeça gira, sacode e ficamos tontos - comecei a entender.

Hoje, em vez de ficar lamentando - isso não me impede de me chatear ou irritar... apenas acolho essas emoções baixas e deixo-as ir, cedendo espaço para a razão - "oh dia. Oh céus. Oh vida. Oh azar", em mim, um EUREKA começa a surgir. E admito: gosto muito mais! Eureka me dá gás para prosseguir e encontrar - apesar do termo se referir ao "encontrei" eu me vejo rumo ao encontro, em vias de chegar lá! Não deixa de ser um encontro, porque eu encontrei um novo caminho para o meu caminho... O difícil cede espaço para o desafio e desafio traz a possibilidade de se ultrapassar.

Pois é! Faz bem entender e ver que eu não preciso fazer tudo e que as coisas acontecem sem mim. Nossa, como esses acontecimentos têm me ajudado como pessoa! Olha, quando disserem que a palavra tem força e tome cuidado com o que pede porque vai receber, acredite. Pedi para crescer e encontrar o meu caminho; pedi entrar em contato com a minha essência; pedi e recebi em forma de: só na prática você pode saber se algo mudou mesmo. Tem essa ressalva: não é só pedir e receber, tem que se submeter, praticar, se avaliar e seguir. É como escola mesmo, mas uma escola maior, da Vida e do Tempo. 

Existem conversas que podem ser tensas e temos que ouvir coisas que um lado nosso recebe com dor e outro diz: "aleluia! Alguém rompeu a barreira e me enfrentou! Eu precisava escutar isso!". Interessante é que sempre vem de onde não imaginamos e na presença de quem não queremos... por isso que o outro lado se dói todo.. Mas, isso remete a humildade, além de ter que ouvir, não se incomodar com quem ouve e/ou sugere. Enfim, muito profundo e confuso... não dá para explicar muito bem. O fato é que está caindo mais uma ficha. Deve ser por isso que associam 2012 ao final do mundo... deve ser o final do mundo de ilusões, melindres, orgulhos, vaidades... essas baboseiras todas que nos compõem, também.

Me recordo que reclamava comigo por minha mãe tomar a frente e resolver tudo e, desde muito nova, eu tomava a frente das minhas atividades e fazia, com um senso de dever impressionante para minha idade e raramente pedia ajuda. O que era "bom" não era tão bom assim... não entendia que era "orgulho". O não saber pedir ajuda é orgulho puro. Enfrentava as "dificuldades" - que hoje aprendo a chamar de desafio - com tensão, raiva, angústia, agitação interna, abatimento, desagaste... até conseguir sozinha e me vangloriar disso. Nossa quando entrei no Jazz, aos 12 anos, e fui convidada pelo professor a entrar no grupo de apresentação dele - que já estava fechado há meses - por dançar bem, ter uma boa postura, uma presença marcante - como ele mesmo fez questão de me dizer e, hoje, alguma carência minha faz questão de ver escrito... - e pegava rápido as coreografias, esbarrei nesse  limite que não dependia de mim, onde precisava da autorização e liberação de minha mãe para estar nas apresentações, as quais NUNCA fui... minha mãe não me deixava, porque ela não poderia ir comigo e eu teria que ir nos ônibus... Na época, meu Deus, eu tinha uma raiva dela e dizia: "Você tem que entender que está na hora de cortar o cordão umbilical...". E hoje, eu tenho essa missão de romper com essa repetição que eu estou fazendo. Jurava de pé junto que dava "autonomia" a Pedro por deixá-lo tomar banho sozinho, vestir-se sozinho, escovar os dentes sozinho, arrumar suas bagunças sozinho... mas, era eu quem arrumava a mochila dele, era eu quem escolhia as roupas dele - até aí, tudo muito normal, eu sei -, era eu quem determinava o brinquedo que ele iria levar para rua, etc, etc, etc. e, na verdade, repito as mesmas dificuldades que julguei minha mãe e hoje, me proponho, depois de ter escutado da e na escola de Peu essa dica, a aceitar o desafio - e imagino que elas não tenham a menor noção da proporção que esse toque está tomando e revolucionando-me - a: entender minha mãe, daquela época; entender que era o que ela sabia fazer; entender que a gente reclama, quer contradizer e acaba repetindo - daí, cito mais uma vez Morgana Gazel: "fazer diferente exige mais que contradizer" - e, ir para as vias de fato: cortar esse cordão, sem estresse e sem ansiedade, com consciência.

Ver e poder confiar que marido pode resolver e conversar as coisas relacionadas a Peu e, mesmo que eu diga: "eu faria diferente", estou exercitando o "respeitar" e entender que nem tudo tem que ser como eu quero. Eu estou entendendo que não sou dona da verdade, de verdade! Isso é ótimo! Fora que libero um peso que insistia em carregar. Nossa, Deus deve ser muito poderoso para ser onipresente, onisciente, onipotente e deve ter um equilíbrio daqueles para nos deixar seguir com Tempo, seu enviado para ser nossa mestre com Vida e Natureza. Poxa, ser mãe é ser um ser humano brincando de Deus e, quando o bicho pega... adeus gente e fica o bicho cansado e em alerta, na defensiva. Isso custa muito caro! Bom para mim, bom para marido aprender a ser mais firme e mais capaz de acreditar nele, mesmo. Bom para filho que terá esse exemplo em casa. Tudo bom! Tudo good! Oh, God, que good!

Maaaasssss, me refiro a mim e ao que EU estou aprendendo. Deixo a ressalva de que acho que lá, ainda na escola dele, as partes envolvidas não estão tendo o mesmo desprendimento e discernimento - e, em alguns casos, boa vontade - nas ações... Não vou mais falar sobre isso hoje, foi apenas um ponto a não ser esquecido... Melhor, para ser lembrado e refletido.

Pois bem, estou bem em estar me tornando mais "EUREKA!". Só não vou sair correndo nua, pelas ruas, como Arquimedes - foi ele, não foi? Depois, pesquiso sobre isso que já me esqueci...

Oh dia, oh céus, oh vida... EUREKA! Oh dia bom para se viver! Oh céu para lembrar que o infinito existe! Oh vida para me lembrar que sempre é tempo de começar e começar e começar! Ah, e sem demagogia, viu? Sem essa de mascarar a realidade e fingindo que estou aprendendo sem dor, sem raivinha e sem impulsos negativos... existe esforço em lidar e liberar essa parte também. Nossa, como combato o pseudo-otimismo e a mania das pessoas acharem que para se superar algo só se pode vendo apenas o lado bom... eu penso que ver o lado ruim faz parte e nos leva ao lado bom quando escolhemos "tá, tô te vendo lado ruim, mas, quero sair dessa, resolver e superar, mesmo". Ver a realidade como é, para mim, é lidar com o real e transformar esse real em um real mais digno como a realidade de fato e acima de tudo é.

Sendo assim, EUREKA! E não é a Vida uma bela dança ao som da Natureza e com Tempo para cadenciar o ritmo?

Pat Lins - despertando outra demanda.

"Silhouette Of Girl Against Sunset" by Sujin Jetkasettakorn


terça-feira, 6 de novembro de 2012

NEM TUDO É TÃO RUIM QUANTO PARECE II: SABER FALAR - SABER CALAR


Continuando... aha, pensaram que fiquei zen e evoluída assim, de uma hora para outra? Existe a continuação da ponderação que tive que fazer em tão pouco tempo - menos de 2 horas, numa reunião com 6 pessoas onde apenas 3 interagiam. 

Vamos lá:

Feedback da reunião: falha de comunicação. 

Tá, isso eu já suspeitava e, previamente, divulguei no MÃES NA PRÁTICA. Mas, nem tudo foram flores. A postura da escola foi: "mãe, seu jeito é muito imponente, dominante e a gente entende que é porque você é mãe, e isso é compreensível, mas, a gente precisa que você fique mais à sombra...". Mas, porque, isso eu ainda não entendi e, para evitar situações de conflito, já que eles estavam na postura de "a culpa é do perfil da mãe" e ninguém reconhece o perfil do filho e suas próprias características, o perfil insosso da coordenação que sugeriu: "diante de dúvida, nós estamos aqui...". Houve dúvida durante o início do semestre em como alinhar o discurso de uma das propostas sugeridas e meu marido foi à procura da psi da escola e pergunta: "Sim, fulana, como podemos alinhar a maneira de falar com Pedro sobre essa medida? Nós pensamos em falar..." e citou. Ela, pega de surpresa - ela sabe falar muito bem, após ter se preparado previamente, mas, diante de uma situação repentina, ela trava e só concorda com um "sim, é isso mesmo" - concordou com o que meu marido falou e reafirmou: "inclusive, estou indo conversar com a professora e passo para ela". Fechou. Ontem, durante a reunião, essa falha de comunicação onde "pergunte que a gente responde, porque estamos aqui o tempo todo" ficou em nós não termos tirado a dúvida. Pois, marido começou a falar: "mas, eu perguntei a fulana o que falar e disse o que haviamos pensado e ela concordou". Ela, de imediato, desconversou e morreu. Como me fora feita a proposta de ficar mais à sombra, deixei ver até onde ia e ninguém escutou marido falar, "EU PERGUNTEI A FULANA E ELA CONCORDOU". E eu "bestei" e calei. Pensei na hora: "se falo, estou armada; se calo, eu sou tapada...". Tapei. E vi a armadura da escola em não se assumir como falha. A falha é sempre dos pais e, pior, com um pai submisso e uma mão autoritária e um filho com problemas de comportamento que não reconhece as autoridades. Eu conheço gente - um tio meu - que toda criança pela de medo. Pedro, nem aí. Meu tio reclama e ele peita. Peita mesmo. Meu sogro, por exemplo, é um homem e voz imponente, é uma figura autoritária e Pedro enfrenta ele. Esteja eu ou não. Serei eu uma mãe rainha onipresente que o filho vai sempre dizer: "ah, minha mãe vai me defender de onde estiver"? Foi mais ou menos isso que soou ontem. Ou, na escola, a equipe de coordenação não tem esse pulso todo? Por que, durante a licença maternidade da diretora, no primeiro semestre, nos ligavam constante e frequentemente, para buscarmos ele na escola por "terem feito de um tudo entre as 8h e as 8:30h e nada resulta e temos que chamar os pais para levar para ele entender que está destoando do grupo..." e eu, certa vez, questiono: "podem me chamar quantas vezes forem precisas - porque elas argumentaram que sabiam que isso era desgastante para os pais e eu afirmei que isso não me incomodava que com o desgaste eu lidava comigo mesma - desde que a gente veja se ele não está manipulando vocês...". Lógico que não fui bem entendida, ou, fui bem entendida e não fui foi bem aceita... Passou. A diretora volta e o tempo anda. Em vez de um ano letivo, tivemos um segundo semestre, porque, no primeiro, houve uma estiticidade impressionante. Pois bem. Aconteceu, depois de meses, de novo. Deixo às 8h e às 8:30h me ligam. Fui buscar e a psi da escola me relata: "mãe, Pedro está descontrolado. Está muito agitado. Fizemos de tudo e ele só repetia: 'ligou para minha mãe vir me buscar?' e eu tive que ligar" e eu, estupefata, solto: "manipulação. Ele manipulou você. Como você já informou que eu o levaria, deixe-me levar para que ele reconheça a sua autoridade.". E trouxe. Liguei para a psi dele, que foi indicação da mesma escola. Pergunto: "Suely, estou observando a certo tempo que isso vem acontecendo. Parou com a volta da diretora e, hoje, como a professora, a diretora e a pedagoga estavam num simpósio, a psi da escola me chamou e falou... - citei o diálogo acima - Eu não sou psicóloga, mas, isso me soou como certeza de manipulação... de 8 a 8:30 é tanto tempo para se investir em uma reversão de quadro?". Ela concordou com a possibilidade de Pedro saber a quem manipular. Me pergunto: será a minha luz tão forte assim? Ou, reconheço essa minha característica pessoa de ser leoa - depois de mãe, mãe leoa - e sei o quanto sou persuasiva, imponente e etc. Sei tudo isso em mim e sei que tenho que me esforçar e muuuiiitttooo para dar espaço a Pedro para se virar sozinho. E conto com a ajuda dos meus grandes amigos e vou melhorando, só que IMPOSSÍVEL do dia para a noite. Seria, talvez, o outro lado, sem luz? Ficariam muito à sombra essa parte da equipe? Enfim, essa parte, ninguém vê. Se eu falo, como já disse, sou resistente em me assumir e como reação do orgulho, vou fazer com que todo mundo se veja. Ponderei isso tudo em um milésimo de segundo. Como? Eu tinha um foco e estava na posição de observação, mesmo falando e interagindo. Quem ME CONHECE sabe dessa minha capacidade natural. Pois bem, aceitei a sugestão de me manter mais à sombra, de acordo coma sugestão deles de eu evitar pegar e levar meu filho à escola. Quando me sugeriram eu avisei que dependeria da disponibilidade de marido, porque isso estava em outra esfera. Questionei outro ponto: "por que só me falaram isso agora, no final do mês?". Olha o espanto: "hoje é dia 5, estamos no início do mês". E eu: "ah, é! Estamos é no final do ano, me perdoem!". E se calaram. Eu não estava armada eu estava consciente e alerta, totalmente diferente. Bom, proposta feita, proposta aceita no que se referia a mim e em tempo de experiência. Ah, tempo... Vamos a ele:

TEMPO

- Início deste semestre:

"É preciso respeitar o tempo de cada um e Pedro tem o dele..."

- Ontem:

"Mãe, acontece que nós temos pressa. Nós queremos resultado imediato. E Pedro não deu conta de acompanhar esse tempo...".

 Eu:
"Mas, por que deixam para fazer essa reunião hoje, de novo, no final do ano? Se tivesse dito isso lá atrás, até o meio do ano, não teria sido mais produtivo? O que vocês sugerem, a gente coloca em prática...".

Novo semi-silêncio interrompido pela diretora. 

Me questiono o tempo inteiro: em vez de voltarem o foco para eles estabelecerem o limite deles lá dentro, já que desconfiam de tudo que falamos, porque essa invocação comigo? Não entendi! 

Surge, então, assuntos do início do ano e a diretora assume e fala com tanta propriedade como se estivesse lá... e eu, solto das minhas: "Mas, entenda, você não estava aqui. Você estava de licença maternidade, quem resolveu e nos disse foi a coordenação...". E ela, nada. Seria minha luz capaz de apagar uma dupla de coordenação tão bem gabaritada que não fazem nada com medo de mim? Poxa, será isso? Estou confusa e venenosa... Essa parte toda eu tive que calar. Como ainda sou muito imperfeita e posso cometer meus erros, ainda sou tacanha e sinto a necessidade de me ler para me organizar. 

Houve um momento onde me colocaram de onde tiramos que Pedro melhorou o comportamento, já que a psi dele afirma isso, a ponto de não ver necessidade de procurar apoio médico, já que percebeu que está dentro de um distúrbio de ansiedade com inteligência elevada e com outras coisinhas emocionais que serão trabalhadas a longo prazo. Senti como se estivéssemos num inquérito: "prove a inocência de Pedro!". Não entrei muito nesse jogo, mas, levei algumas defesas em prol dele, sim. E seria eu tão ansiosa em dar conta de tudo que manipularia tanta gente em ver Pedro como eu quero? Aliás, eu vejo e conheço o Pedro que elas retratam, nunca neguei isso. Só que eu vejo o Pedro além daquele Pedro. E aí, é por aí? Não entendi porque se apegaram a encontrar algum culpado. Muito estranho. Alguém ali está com tanto medo de ser descoberto que está criando situações confusas para disfarçar algo não feito no TEMPO deles mesmo... Assim é fácil. Pega e se apegam ao estereótipo de mãe devoradora e pronto, joga tudo nela. E me questionam: "fico preocupada com essa fala de Pedro 'eu estou melhorando meu comportamento'. Baseado em quê ele fala isso?..." e sorri, deixando no ar o: "será que você não estão criando esse ambiente na mente da criança?". Será? Será que quando a avó do meu marido ao falar na frente dele: "que remédio vocês estão dando para ele que está tão mais calmo? Vou ligar para seu primo para você dizer a ele para ele dar a filha dele também.". E ligou, mesmo. E eu disse: "nenhum. Eu corto um dobrado. Iuri começou a se impor mais. Ele tem acompanhamento com uma psi maravilhosa. Está fazendo equoterapia... e deve ter algo no fato deles estar crescendo.". Fora o fato de se ver, mesmo. Ou, não tenho eu essa capacidade de ver que estou mais aliviada quando saio com ele, que meu estado de tensão diminuiu...

O meu TEMPO tem sido muito tolerante. Até que vai dar o tempo deles se identificarem. E quem fala aqui não é a mãe doída em primeiro plano, quem fala é uma profissional capaz de identificar falhas na organização.

O ano está no final. E o tempo deles fica onde?

Volto a dizer: concordo com as sugestões que me deram. Adorei. Acolhi com carinho. Mas, o que se refere a mim. Não estou satisfeita com o resultado com relação a Pedro, até porque eu tive a sensação de que: 1 - Prove a inocência de Pedro e de onde tiraram que e ele melhorou? 2 - "Mãe, a gente entende sua ansiedade..." e aí?

Ainda tem pano para a manga... E aí, eu me sinto: como estou? BEM. De verdade! Essa prova de fogo não está tirando o meu sono. Sim, estou chateada e incomodada. Sim, estou atenta. Sim, estou ponderando: "Saber a hora de falar. Saber a hora de não falar". 

Ainda assim, eu que não sou fofa e otimista, vejo que NEM TUDO É TÃO RUIM QUANTO PARECE, é só uma questão de tempo. E esse tempo vai derrubar muita gente... seria minha luz capaz de iluminar esse lugar? Não... ali, não é só a sombra que me pedem que vai aparecer... o problema é que meu lado sombrio está querendo se manifestar... e meu lado luz quer ponderar. O lado luz está ficando mais forte, graças a Deus! Mas, o lado sombrio da coordenação está se manifestando e eu estou vendo que o buraco está ali... Bom, como cada um tem seu tempo, direção, vocês terão o de vocês. Como falei, plagiando Quintana: "Elas passarão... Eu, passarinho". Eu não mantenho meu filho lá por medo... elas temem o desemprego e isso pesa... mas, eu não vou aceitar ser alvo. Me mirem e me errem. 

Pois é... ainda pondero. Mas, e aí? Estou eu com orgulho ferido e sem razão? Ou, estou com ego inflamado, mesmo e com toda a razão? A escola se questiona, também? Ou só estão querendo provar que Pedro é um monstrinho mesmo? Pois é... E aí, quem poderá me responder? O tempo. Não o cronológico deste ano e diante da ansiedade da escola em ver os resultados que esperam... mas, o tempo do ano que vem, que terá uma nova fase... O tempo da vida, porque Pedro pode mudar de escola, continuar com os mesmos comportamentos e ter um ambiente mais neutro para mudar, porque esse está muito carregado de estigma... e isso está com cara de uma bola de neve gigantesca... Um ciclo vicioso está implantado e não sou eu quem vai alertar... aí, cabe ao Tempo dos tempos da ficha da direção começar a cair. É o que falo: onde há fumaça há fogo, né assim? Se Pedro melhorou em diversos lugares - não 1, nem dois, mas, em diversos, inclusive, na sala de aula, a ponto dos colegas comentarem entre eles e em casa - apenas não na sala, ou tem algo lá ou é questão de tempo... Jogo a bola para você direção... abre os olhos. O problema não está em um lugar só. Não se doa, mas, você é uma e que não viu com seus próprios olhos o que aconteceu - ou não aconteceu no início do ano... Eu, hoje em dia, depois de tudo que já passei, deixo a ira passar, assumo minha irritação e inconformação - até porque eu não vejo isso sozinha... olha, ponto a ser refletido... não se trata de minha opinião e/ou observação comprometida- e deixo seguir. O que fica? Fico de boa? Aprendizado é isso: não saber o que fazer; deixar o tempo agir; reflito; passo a saber o que fazer; faço! Por isso que digo que eu sou mais livre do que quem está criando a situação. Eu posso seguir adiante. Mas, lá, o problema continua. Aquilo que não é resolvido lá fica... Para tudo existe um tempo de espera. Até tem aqui no blog uma participação na blogagem coletiva sobre isso: TEMPO DE ESPERA. Eu espero agindo. Eu espero andando, ponderando, elucubrando... seguindo. Eu espero sendo. Eu espero aberta e observando TUDO. Mas, não consigo ver tudo ou estar em todos os lugares. Graças a Deus!

O tempo que vejo eles não estão sabendo lidar... e Pedro, em meio a isso tudo?

Tempo, tempo, tempo... fala Maria, sou mais escutar você:


Pat Lins.


LinkWithin

Related Posts with Thumbnails