domingo, 13 de julho de 2008

Respeitar o TEMPO, VIVER e SUPERAR / REAPRENDER A VIVER


Sabe,houve um momento (aliás, vários!!!) em que o amanhã, para mim, era só a questão do nascer do sol...

Era quase um ser "cortical medular"... Totalmente Era das Cavernas (não fazendo mau uso do pessoa da Era das Cavernas; cada era tem suas características, e que chamamos de "desenvolvimento", "evolução", também tem seu lado animal, irracional. Esse ritmo de vida da atualidade lá é saudável?! Claro que tem seu lado positivo, óbvio, não sou uma alienada...mas é importante respeitar cada geração, suas limitações e descobertas. Afinal, foram eles que descobriram a roda. Eles somos nós há muiiiittttooosss anos atrás...).

Bom, o fato é que a sensação é de você é um morto-vivo! Vivia pedindo para minhas forças se esgotarem e minha energia vital zerar...como não acontecia, "agonizava" com a ansiedade de morrer e a angústia de quem queria viver mas não via mais sentido em coisa alguma. Várias vezes tive que ser socorrida por alguém da família, já que não queria sair da cama... nõ penteava os cabelos, não escovava os dentes, não queria nem tomar banho. Fazer xixi e o "número 2"...era um processo mental para que eu me levantasse e fosse até o sanitário...calculava se valia a pena levantar mesmo ou ficava ali até não aguentar e levantava no impulso. Até para pegar água para beber, só quando sentia a garganta muito seca e, também, era reação instintiva de levantar e pegar água. Meu marido, minha mãe, minhas tias (todas, inclusive as tias de meu marido Ítala e Conceição), minha avó, minha irmã, meus amigos extremamente íntimos (e que ignoraram minhas "patadas" e pedidos de que se afastassem de mim - Sani, Isac e Marcos, Andrea "mendoim", Soninha, meu Dindo, Célia, Taísa...amo vocês ainda mais!!!), minhas primas Leti, Jelly e Lai, meu filho lindo e minha sobrinha (não necessariamente nessa ordem - rs) foram meus "anjos" enviados por Deus. Aliás, Deus existe (como sou de formação Cristã, creio na existência de Deus, piedoso, não o "malvado e vingativo" e que só age pelo medo das pessoas...creio no Deus de amor, que tem um julgamento das situações muito diferente do nosso...enfim, não vou discutir religião, apenas citei a minha crença!Acredito na força e no poder do Bem acima de tudo! Sem julgar, sem discriminar...Jesus Cristo perdoou tanta gente que abriu o coração, quem sou eu para julgar a opção de vida e as escolhas de cada um?). Essas pessoas, me ajudaram muito! Esqueci de colocar o nome de algumas pessoas, mas essas foram presenças frequentes, assíduas e constantes. A maioria era presença diária! E essas pessoas me ajudaram a recuperar a fé! Cheguei a xingar (aliás, xingar é com X ou CH???) Deus. Perguntava como uma doença tão triste poderia existir num momento tão mágico? Mas, ao mesmo tempo, falava: "ai, o Senhor sabe, Pai que não dá para mentir. O Senhor conhece meu coração e minha angústia. Não posso orar um 'Pai Nosso' sentindo a dor que sentia e amargura de me achar esquecida pelo Senhor! Vou orar no automático,porque sei que minha fé há de voltar. Não me esquece, Pai! Me perdoa por não ter forças, mas imploro que ela venha de Ti..." E assim era, diariamente. Queria que fosse como carro, quando está sem combustível: abre a tampa e enche o tanque! Mas, não era simples assim. E não havia com o que lutar...era sem sentido e sem motivo racional... Quando se está com dor de cabeça, você sabe o que está doendo, e quando dói a alma? Dói tudo no corpo, até o cabelo??? A dor é tão profunda que parece não ter fim. Parece!!!


Vale lembrar que a maioria dessas pessoas, também carregavam a dor da perda de meu avô. Ou seja, estavam sofrendo também! Mas foram fortes em viver suas dores e ainda se apegar na crença de que seguir em frente e crer na alegria, no amanhã, no dia-após-dia, fez com que estivessem ao meu lado full time e todos se apegaram a suas crenças. Isso foi meu combustível. Deixei a tampa aberta e permiti que o combustível entrasse.


Minha segunda psicóloga, Lillian Rezende, era ótima. No início, estava tão cética, tão inatingível, que tudo era motivo para acreditar que nada me ajudaria, então, a julgava muito jovem para me ajudar. Estava cheia, cansada de teorias. Precisava de um profissional que aliasse à sua técnica, experiência de vida. Sabe, igual a pediatra que não tem filhos... (tinha mania de pensar que todo pediatra precisa ter filho...já pensou se sigo essa linha de raciocínio? Então otorrino precisaria ser surdo? Gastro precisaria ter problema de estômago? mas, com relação à pediatria, hoje, vejo que isso tem um certo sentido. Aliar técnica a experiência de vida ajuda.) Sei que estava meio armada para Li, mas ela foi firme e delicada e com suas técnicas e postura sempre aberta abriu o cadeado que fechava a porta de minha mente. Aos poucos fui até deixando os remédios de lado (apesar dela me orientar acontinuar com o psiquiatra e o tratamento por ele começado). Mas me sentia mais segura sem os remédios. Sentia um conforto emocional com as terapias. Trabalhei minha culpa (carregava uma sensação de culpa terrível); meu orgulho (que atrapalhava e freava minha evolução no caso); trabalhei, inclusive, assuntos que nem sabia que rondavam minha cabeça (ou, fingia, esquivava desses assuntos, dessas sensações...); me trabalhei sinceramente. Conclui que não ia para lá brincar, mas cuidar de mim. Mas, ainda queria que ela abrisse minha cabeça e mudasse tudo lá dentro. Queria "formatar" minha mente, manter o que prestava, apagar o que não me levava a lugar algum e instalar muita coisa boa!!! Mas, aprendi que respeitar o tempo (que não é contado em horas, nem dias...um tempo que não corresponde ao tempo contado e calculado, e muito menos contado num calendário...) e permitir que as coisas se assentassem. Era respeitar o que estava passando, viver e superar. Precisava seguir essa ordem. Algumas barreiras existiram, sim, mas não vale a pena esmiuçar. Talvez comente em outra oportunidade.


Lilian me ajudava muito! Mas não podia depositar nela minha cura. Não transferi a responsabilidade para ela. Tive o cuidado de, nos momentos de lucidez, programar minha mente. Não era fácil racionalizar, então, quando dava, eu racionalizava e nesse momento, me programava... Os momentos de lucidez me fizeram refletir e, foi aí, que vi que assumir a doença e viver a dor era necessário. Não como mártir. Você precisa tirar o brio das coisas. Viver sem ego exarcerbado. Romper com as exigências da ciranda capitalista e viver o seu interior. Se conhecer, se amar, se recriar! Se abrir mesmo. Sabe aquele dito que o sol nasce toda manhã e que ele está lá, ainda que uma nuvem o cubra? É a mais pura verdade!


Era difícil, queria que fosse para ontem...mas vivia sempre o hoje e pensava no amanhã. Me forçava a pensar no amanhã e lembrava que tudo aquilo ia passar.


Afinal: A DOR SÓ DÓI ENQUANTO ESTÁ DOENDO!!!

Um comentário:

  1. Adorei seu texto...
    Não saberia descrever melhor...
    Vou te adicionar na minha lista de blog...
    Realmente A DOR SÓ DÓI ENQUANTO ESTÁ DOENDO...kkk
    Que o Nosso Pai Maior esteja sempre ao teu lado te iluminando...
    beijos...

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