quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

APELO PARA MINHA TIA - CÂNCER DE MAMA




Att: Prezados e prezadas apelo sobre CÂNCER DE MAMA

Esta carta trata de um desabafo e pedido de ajuda/orientação.

Minha tia, EDINICE SANTOS CERQUEIRA, de 52 anos, descobriu, no final de 2011, que estava com câncer de mama. Como todo ano, ela fez pelo SUS a mamografia e, ao levar, em 2011, a mamografia de 2010, a médica, surpreende-se por ela não ter sido informada de que já havia nódulos suspeitos na mama direita. Já com o resultado do exame de 2011, confirma-se o aumento do tumor. A mastologista a encaminha para oncologia, a fim de se fazer exames mais específicos. Confirmado o câncer de mama em estágio avançado, solicitou-se o início do tratamento. Graças a Deus, ela foi ao Hospital São Rafael – em Salvador/Ba – onde eles atendem pelo SUS através do Centro de Oncologia Irmã Ludovica em dezembro de 2011, conseguindo fazer os exames e iniciou seu tratamento em janeiro de 2012, com o processo de quimioterapia. Em seguida, após diminuído o inchaço que se encontrava a mama, foi necessária fazer a mastectomia (retirada por inteiro da mama). Como continuidade do tratamento, a quimioterapia e, depois, a radioterapia. Em agosto, antes mesmo de começar a radioterapia, a médica solicitou que desse entrada na Defensoria Pública para ter direito ao medicamento Herceptin, onde precisa tomar uma dose a cada 21 dias, por 1 ano. Fez todo o processo, deu entrada e nada.

Em novembro de 2012, localizamos pela ferramenta de busca da internet, Google, apenas colocando seu nome completo, que desde 29 de outubro de 2012 havia uma liminar no DOU – Diário Oficial da União – (http://www.jusbrasil.com.br/diarios/41999919/trf1-05-11-2012-pg-70 ) determinando que fosse liberada a verba. Pesquisando mais um pouco, descobrimos que essa verba estava liberada desde o dia 19 de outubro de 2012 (http://www.fns.saude.gov.br/Consultafundoafundo_PagDoDia_Detalhe.asp?tipoPagamento=14&cpf='999'&ano=2012&dataSiafi=19/10/2012&nomeInvest='DEMANDAYYYJUDICIAL'&temParcela=True ). Ainda assim, entramos dezembro de 2012 sem posição e sem localizar onde e quem liberaria essa verba para que começasse o tratamento, a fim de evitar que as células cancerígenas que tenham “sobrevivido” ao tratamento quimioterápico e radioterápico pudessem ser eliminadas. Com ajuda da assistente social da SESAB Estado, que se empenhou e “descobriu” que estava liberada a verba pelo Ministério da Saúde, pelo Fundo Nacional de Saúde – conforme link que expus acima – no valor total para o 1 ano de tratamento, ou seja, só faltava descobrir quem iria entregar o dinheiro a quem e quando ela receberia. Continuamos andando em círculos. Mais próximos de uma solução, a Defensoria Pública da União onde ela havia dado entrada no processo, continuava sem saber o que, nem como fazer... Com a sensação de insegurança e desorientada, ela quase deprime. Foi quando começamos um movimento pelo facebook contando com a ajuda dos amigos em rede e todos ficavam chocados ao saber que estava tudo emperrado por BUROCRACIA e má vontade! Não conseguimos grandes ajudas, a não ser o contato com a Assistente Social da SESAB. Na semana do Natal, no dia 19 de dezembro, ela conseguiu tomar a sua primeira dose. Comemoramos muito! Aquilo deu um ânimo e reacendeu as esperanças dela em relação a sua cura. Pois bem, alegria de pobre dura pouco, já diz o ditado... 21 dias depois, dia 9 de janeiro de 2013 foi a nossa surpresa em não conseguir receber o medicamento – ela retira no CICAN – Centro de Oncologia da Bahia – e com um aviso: “não temos previsão de quando o centro de distribuição nos enviará”. Ou seja, ninguém sabe de nada, de novo! Onde foi parar a verba liberada pela União, dinheiro esse oriundo dos nossos impostos para benefício da nossa população, no valor total de doses para 1 ano, para EDINICE SANTOS CERQUEIRA?

Esse é mais um apelo que faço! Já havia, em dezembro, entrado nos sites dos programas de TV e rádio locais e enviado um apelo como este e nunca recebi nenhum retorno.

No mesmo dia 9 de janeiro de 2013, ela recebeu resultado do exame e a médica voltou a se preocupar ainda mais: nódulos no fígado. Solicitou novos exames, para confirmar o que já está quase certo... Como ela previa, se o medicamento não fosse administrado em tempo, era esperado uma notícia desagradável e preocupante dessas.

Estamos todos – família a amigos – muito abalados e preocupados. O QUÊ FAZER? A QUEM RECORRER? Ela foi novamente, agora em janeiro de 2013, á Defensoria Pública da União e falou com um Defensor Público que pediu 4 dias para dar uma resposta e até agora, nada...

Esta carta é um pedido para alguém que possa nos ajudar, nos dizendo a quem recorrer, o que fazer? Estamos numa luta pelo tempo, nem é contra o tempo, é em favor do tempo para que haja tempo dela não piorar e o seu estado de saúde se agravar. Ela, além desse problema, ainda tem um filho de 16 anos com problemas especiais, que fazia tratamento pelo SUS e teve que ser interrompido para que pudéssemos dar prioridade ao tratamento dela. Isso ainda a preocupa mais e piora seu estado de saúde emocional.

Pedimos SOCORRO! Não é possível que o descaso venha a fazer mais uma vítima!

Atenciosamente,

Patricia Lins

SEGREDO DA BOA RELAÇÃO: COMUNICAÇÃO EFETIVA E BOA VONTADE


Muitas vezes, as pessoas esperam da gente aquilo que a gente não tem para dar e nem sabe que é isso que a pessoa esperava... Nesse mesmo movimento, nós esperamos do outro aquilo que ele não tem para dar e nem sabe que é isso que esperamos dele. 

Todo problema de relacionamento - ou mal relacionamento - está direta ou indiretamente ligado a dois pontinhos básicos: falta de comunicação EFETIVA e falta de boa vontade VERDADEIRA - para quem ainda não entendeu o ditado "o inferno está cheio de boa vontade", vai uma dica: é que a gente alega boa vontade para justificar e comover o que fazemos, principalmente em se tratando de manipulação, que é uma tática que age na surdina, com voz mansa e mundo de ilusão. Melindre, orgulho, vaidade... isso independe do tom de voz que usemos ou do quanto deixamos sair tudo o que e como pensamos. Muitas vezes, seguramos algo ruim que está na ponta da língua para ferir o outro, mas mesmo tendo segurado o sentimento ainda nos corrói... questionar esse sentimento é o caminho; diluí-lo, logo em seguida é o próximo e consequente passo. Ou seja, não é o não falar, é o entender o que sente e lidar com ele. Negar um sentimento é o mesmo que alimentá-lo. Um dia ele explode e a pessoa nem percebe, diz que "não". 

Fugimos muito de nós mesmos e nos escondemos atrás das falhas do outro, assim, ficamos protegidos de nós mesmos e criando um clima insuportável e chato na relação, seja ela do tipo que for... Assim, a falha de comunicação e a má vontade se expandem sem dó. Somente um ambiente honesto, claro e aberto de VERDADE é capaz de acolher as diferenças. No mais, vira campo de batalha, uma arena de egos gladiadores... vence aquele que destruir mais o outro. 

Falar em AMOR é muito mais do que falar, é fazer e fazer bem feito, é entender que AMOR está longe de ser uma manobra manipulatória e nada tem a ver com capricho, orgulho, frustrações... AMOR é amor, um sentimento nobre e apenas para quem conseguiu evoluir, porque para nós, seres inferiores, acredite, só conseguimos viver pequenas e minúsculas facetas de desdobramentos desse sentimento tão gigantesco e libertador. Nós vivemos o amor ao orgulho, à vaidade, ao ego inflamado e doente. Vivemos uma sombra do amor. Vivemos a prisão do desejo, que é fruto das paixões.

Estamos aquém do aquém do aquém de quem podemos ser e nem fazemos idéia! 

Pat Lins.

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

CHEGAR LÁ - onde?


Eu não sei o que as pessoas acham que seja "chegar lá"... eu chego lá todo dia: chego ao final do dia; chego ao início do outro; chegou ao próximo instante... Essa de "chegar lá" quando lá é á longe e tão, tão distante ´coisa para quem não quer chegar a lugar algum além de onde está.

Eu quero um pouco mais... quero ir cada dia mais um passo além o que já dei e chego lá, o próximo passo.

Saúde, minha gente, é algo que a gente só tem com paz de espírito. E não adianta alimentação saudável se os pensamentos e ações não os são... Assim, vai chegar lá, sim... mas lá onde?

Eu quero chegar lá, em cada sonho que tenho. Eu quero chegar lá, no caminho para esses sonhos. Eu quero chegar lá andando, para poder curtir e usufruir de cada instante e do momento da chegada em cada novo lá. Eu quero é ir vivendo e sendo feliz, sendo alegre, sendo triste - sim, existem momentos de tristeza e isso não é fraqueza... também, nada de arrastar esse momento eternidade a dentro, deixa ele passar e pergunta por que ele esteve.

Eu quero é chegar lá, partindo bem daqui, com calma e com as pessoas que amo. Essas já estão ao meu lado e eu o lado deles/delas. E ainda tem espaço de sobra para mais no caminho. A gente colhe o que planta. Se tem uma coisa boa que sei plantar é bons amigos! E eles me regam. E a gente floresce juntinhos.

Eu quero chegar lá, aqui e agora! Começando já!

Pat Lins.

domingo, 13 de janeiro de 2013

TEMPO


O tempo não é vilão. Nós é que somos limitados em capacidade de entendimento de nós mesmos e da nossa condição humana.

Pat Lins.

sábado, 12 de janeiro de 2013

ADEUS À COMUNICAÇÃO, MAS PERMANEÇO ME COMUNICANDO

Já faz tempo que venho me despedindo da Comunicação como profissão. Não é como uma cachaça que nos toma... e que tomamos... É como deixar de ser um pouco de si e continuar sendo, apenas não mais exercendo para ganhar o pão.

Gosto de ter sido e quase ter sido mais... melhor não ter ido além, nem mais adiante. Não deu. Fui. Deu. Tá no sangue, corre nas veias. Me faz respirar. A criatividade de um profissional de Comunicação está além de ter que se limitar e restringir a ser como profissão. Está em sempre ser por uma única questão: está em mim. 

Adeus, Comunicação amada! Já tivemos nossos arranca-rabo, fiquei ultra mega decepcionada... até acolher a frustração e levantar a cabeça. Erguida coltei a ti. Continuei, me lancei. Mas, você não era para mim e nem eu para você. Eu sou um pouco mais e um pouco menos: mais para ser algo mais... Menos, porque não quis me submeter ao que me ofereceu. Para mim, queria mais. Não fui eu, foi você. Seguimos valores diferentes. Caminhos opostos em se tratando de definições de crescimento e evoluções. Nos tornamos dois. Nos dividimos. Essa fração me fez ainda insistir. Mas, entendi que deveria persistir no "mais". 

Hoje, sou Patricia Lins e agrego um capital intelectual que teve muito de sua colaboração, oh, amada Comunicação. Sigo meus passos sendo o mais também. Além de ti, outro novo pedaço de mim, mais além. O que você me deu de bom, comigo segue e permanece. Nesse novo caminho você me traz diferencial. Olha para isso! Que maravilha! Juntas na eternidade e na continuidade. Unidas pelo conhecimento instalado. Pela expertise. Pelo dom e pela qualificação. Onde quer que eu vá, comigo você estará. Agora, que não dependo mais de você, pode se manifestar em plenitude, leveza e coisas boas.

Hoje, entro em nova fase de continuidade, seguindo outros dons, desenvolvendo outros talentos, despertando outras competências. Mais analítica e ainda sintética. Não tem como deixar de ser o que fomos. Tudo que fomos está em nós, ainda que não o sejamos mais. Faz parte! Sigo-te de longe, pelo vício que ainda carrego de ti. Siga-me sendo-me de perto, porque ainda somos uma. 

Ser mais não é descartar quem fomos, é ser apenas mais.

Nossa separação é meramente profissional. Nada mais!

Tempo é algo dinâmico. Para nós, tempo de eu ir, seguir, novos rumos, novos desafios. Viver outros dons que me aproximam ainda mais de mim. E você, vem junto, como adjunto de algo que quer ser mais completo. Meu desabrochar depende dessa separação profissional. Mas você faz parte desse processo, sempre e para sempre, ei de bem me Comunicar!

Pat Lins.

sábado, 5 de janeiro de 2013

"A INVENÇÃO DE HUGO CABRET" - filme LINDO!



Finalmente, assisti "A invenção de Hugo Cabret". Coisa mais linda! Casou com uma bela conversa que tive durante a tarde sobre sonhos, tempo de ser e acontecer e razões de existir. Adoro perceber que estou em sintonia com a vida... rsrsrs Foi assim que esse filme caiu em meu colo, na hora certa.

Consertos; dor em tentar esquecer o passado e ficar preso a um tempo inexistente... metáfora do menino que mora dentro de um relógio e, se os relógios estiverem sempre na hora certa, ninguém perceberá que ele está ali...; estação de trem - idas e vindas / partidas e chegadas / encontros, reencontros, desencontros; a vida por trás da vida; o que se foi e não se é mais, mesmo sem ter deixado de ter sido; será que conhecemos as pessoas com quem (con)vivemos - suas dores mais profundas, suas angústias, seus medos, suas inquietações, seus sonhos?

Adorei a cena do Méliès jovem, vivendo seu sonho, arriscando por um futuro melhor e vivendo esse futuro que se torna um passado mal assombrado e doloroso, como todos nós que fazemos questão de ignorar que somos capazes de viver as mudanças e criar o novo no atual. A cena é quando ele fala para o pequeno Tabard: "Venha garoto! Venha sonhar comigo!"e, anos depois, o menino já adulto ergue um  museu em homenagem ao ídolo despertador de sonhos ignorando o fato desse ídolos ter esquecido de quem era e ter esquecido do quanto viveu seus sonhos... atualmente, vive um pesadelo na vida real da tristeza e, ironicamente, um homem que alegrava as pessoas tem uma banca que conserta "sonhos"em forma de brinquedos e nunca ri. A arte só é viva se tiver alguém para adimirá-la, senão será obra morta. Mas, basta um olhar de emoção sincera que ela renasce e se ergue como uma planta que esquecemos de regar. A vida é muito mais do que fazemos sozinhos. É muito mais do que construímos do lado de fora. É muito mais do que o máximo que podemos imaginar imaginar. Os encontros sempre têm algo a nos revelar. As mensagens da e na vida não são exatamente o "quê" e "como"desejamos que sejam, elas são o que elas são: mensagens. E só fazem sentido quando nos colocamos em movimento para enxergar o que está escrito como está escrito. O passar do tempo, a velhice não é para ser o fim, mas uma fase de preparo para o descanso natural. Não é querendo ser jovem para sempre ou o não querer encarar que o passado é real mas é passado que faz um presente melhor e um futuro brilhante. É o saber viver cada instante e cada nova fase que dará o ritmo de todas as coisas, como o ponteiro do segundo, ele sim que dá o ritmo e marca o tempo do tempo. A cada sessenta, um. Vixe! Vamos calcular quantos anos de vida temos nessa proporção? Somos jovens demais diante do mundo e ele continua a girar e se renovar. Humanos, entendamos, enfim, a mensagem: renovemos sem nos modificarmos tanto! Mudemos e nos mantenhamos. Simples assim.

A mensagem de que o coração é que faz tudo funcionar devidamente é linda, através da chave em forma de coração que faz a máquina funcionar. O coração é humano e só um ser humano pode dar "vida"a uma máquina, sem o movimento do homem a máquina para e assim fica até alguém dar corda. As máquinas nunca substituirão o ser humano. A automação pode desempregar muita gente e talvez esse seja o paradoxo que criamos e não sabemos usar: elas existem para facilitar a vida humana e nos permitir ter mais horas de lazer e prazer. Infelizmente, o capitalismo selvagem não nos permite viver esse tipo de realidade e por pura má vontade da gente mesmo... Confuso? Real!

Ah! Quantas vezes o menino nos mostra que somos como um relógio e eu entendi essa mensagem de algumas maneiras: "tudo tem seu tempo e como o tempo é algo exato, no momento exato nosso tempo se revelará"; "somos como um relógio: vivemos sob o comando do tempo; só funcionamos bem com cada peça em seu devido lugar; manutenção é o que nos leva a continuar... ou continuar é a nossa manutenção?"; "viver é entender que nunca estamos sozinhos e que o isolamento e o medo de Ser é que nos separa do mundo real e da vida lá fora, além das nossas paredes que, enquanto nada mudar, acomodados viveremos"; "criar e ser um precursor não é o mesmo que continuar sendo... assim, podemos dar início a algo e nos esquecermos de nós mesmos por conta de uma tragédia"; "a magia está nos sonhos que podemos viver e para vivermos esses sonhos, precisamos acreditar!". 

Outro ponto interessante - o filme todo é um ponto interessante - foi entender quem era o menino solitário por trás do inspetor malvado e infeliz, que não sabe sequer o que vem a ser dar um sorriso: órfão e ex-morador do orfanato para o qual ele manda as crianças que perderam os pais. Uma vítima da própria amargura e de um ambiente que contribuiu para o aumento dessa amargura, dor e tristeza, além de ter sido vítima da guerra. E, mesmo assim, tudo que ele queria na vida, por mais que negasse, era ter alguém, era amar e ser amado. E achei linda a cena onde ele salva o pequeno Hugo dos trilhos, demonstra preocupação com o menino e depois retoma seu posto de homem mau que tem um cachorro como único amigo. Mesmo assim, os apelos de Hugo o tocam a ponto dele querer sair daquela situação. O amor que a florista plantou nele - olha a metáfora com as flores, coisa mais romântica e envolvente pela pureza - começou a transformá-lo em um ser melhor. Hugo, com seu dom de consertar, sem perceber, deu àquele homem infeliz a corda do tempo, onde ele para para escutar o menino, ele é recebido pela florista que o envolve em carinho ao segurar o seu braço. Uma cena simples, rápida mas que me chamou a atenção pela leveza despretensiosa.

O legal: tudo isso em plena "Cidade Luz", Paris. Cidade de suma importância para o desenvolvimento da arte. Berço do Iluminismo, da capacidade do homem de pensar e de agir. Talvez por isso, a mensagem da importância da leitura de bons livros e de uma biblioteca com acervo riquissimo naquela estação. E nos livros estão os registros do passado. Muitas respostas podem ser encontradas lá, principalmente respostas para as perguntas que nem sabemos como formular. Num bom e honesto livro muito é possível se encontrar.

Assim, onde arte e vida se misturam o que é filme e o que é realidade se confundem - uma bela expressão de arte traz vida e vida é a arte de viver. Muito interessante a imagem que dá para ver "de dentro" do quão grande é "o fora" e como  vista de cima aquela região lembra o encaixe perfeito das engrenagens de um relógio. Nesse mesmo lugar de refúgio, o menino (re)vive, como "fuga" do problema, ao ser perseguido, a cena que viu no cinema e fica pendurado no "tempo" - o relógio da estação - até o tempo de seguir de volta e cumprir sua "missão". Ou seja, no tempo certo, obstáculos podem nos atrapalhar, podem dificultar, mas nunca impedirão. Não precisamos ficar pendurado e parado no tempo, mas uma pausa de vez em quando para se recuperar e criar condições para agir melhor se faz necessária.   



Gosto de imaginar que o mundo é uma grande máquina. Você sabe, máquinas nunca tem partes extras. Elas têm o número e tipo exato das partes que precisam. Então imagino que se o mundo é uma grande máquina, eu também estou nele por algum motivo. E isso significa que você também está aqui por alguma razão.
A Invenção de Hugo Cabret

O filme é lindo, completo, tocante. Fala da condição humana em se dar conta de que é humano. A importância da arte como expressão de beleza estética e ética como parte da condição humana. Nós precisamos de arte, como precisamos da ciência, como precisamos da educação, como precisamos da religiosidade. Tudo isso pode nos levar rumo ao caminho da sabedoria. Onde há beleza pura, natural há Vida.

O amor é a chave para tudo! E é através do amor de uma menina pelo seu amigo, um amor puro, que a mensagem começa a ser revelada. Que os ajustes começam a se fazer. Ela, em busca de uma aventura: a própria vida além dos livros que lia. Ele, em busca de consertar um autômato para ser seu amigo e não se sentir só. Eles, juntos, se ajudam, consertam em si aquilo que estava fora do lugar para, enfim, poderem ajudar todos ao seu redor. Nenhuma ação do bem se restringe a quem emana. Ela segue e vai seguindo onde encontrar porta aberta e segue, sem parar! E a chave estava em forma de coração pendurada em seu pescoço, na altura do peito, bem ao centro, bem no coração dela. Todo mundo tem uma razão de existir. Todos nós somos peças da máquina perfeita da Vida, do Tempo e da Natureza divina. Todos nós somos criaturas de Deus na Terra e um dia entenderemos a nossa razão de aqui estarmos, o que viemos fazer e seremos capazes de entendermos a mensagem da nossa Vida, em vida, desde que nunca deixemos morrer em nós a criança que fomos e que deu origem a tudo que somos - Ops! Na verdade, que deveríamos ser... - e que retrata o nosso início de vida, o começo da nossa caminhada e de que viveremos sempre fases e fases, até a suposta última fase: a morte. Vida e Morte andam juntas. Começo e fim. Mesmo assim, onde termina nunca é um final e pronto... algo começa para quem fica, inclusive a condição em se adaptar a ausência de quem partiu.

A criança é o símbolo do amanhã, do começo, do crescer e todo ajuste em nossas vidas deve ser feito. Comecemos perdoando nosso passado. Comecemos nos redimindo. Comecemos de volta ao começo, sem deixar de dar continuidade ao hoje e na construção de um amanhã cada dia melhor! 

Poderia levar horas escrevendo aqui e me deliciando com a decupagem dessa obra-prima, dessa obra de arte - isso sim é Cinema como Arte, como expressão da beleza que a arte tem que ter com conteúdo, magia e vida! - porém, nada substitui a sensação ao assistir e assistir e assistir.

E fica a pergunta: o que é REAL realmente? É a vida que vivemos, essa que fingimos ser vida real realmente ou a vida que temos para viver e que juramos ser um ideal utópico, impossível, portanto, irreal e inexistente? Ou tudo isso e muito mais? 

Pat Lins - pensando com arte.

PS - encontrei um texto bem legal sobre o filme: PENSAMENTOS FILMADOS - A INVENÇÃO DE HUGO CABRET

terça-feira, 1 de janeiro de 2013

FELIZ 2013!!!!!


FELIZ ANO NOOOOVVVOOO!

Que 2013 possamos colher o que plantamos até 2012. Se o plantio não foi bom, que possamos plantar novas sementes.

O futuro se constrói no presente, não de imediato.

UM 2013 REPLETO DE LUZ, ALEGRIAS E REALIZAÇÕES DO QUE FOR DE FATO IMPORTANTE PARA CADA UM DE NÓS!

Pat Lins.

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