segunda-feira, 30 de agosto de 2010

"AGRADEÇO POR NÃO TER ACONTECIDO O PIOR..."

Você já percebeu o quanto agradecemos pelo "pior" não ter acontecido? Não podemos simplesmente agradecer por algo ter dado certo?

Por exemplo: fui assaltada no ônibus, voltando do trabalho - eu e todos os passageiros. Todos nós pedíamos a Deus proteção, para que algo PIOR não acontecesse. Pior que existe coisa pior, sim. Alguém poderia sair fisicamente machucado. Mas, os "profissionais" do crime, hoje, são mais "competentes", eles não têm a intensão de matar, em princípio, como um dele falou calma e mansamente: é só fazer o que eles mandam e não esconder nada que ninguém se machuca. E, dentro dessa organização criminal, coeficiente de eficiência é um "roubo" na paz. Também, a exemplo do que vem de cima, de quem nos governa, que nos roubam sorrindo... Pois sim, finalizada a parte do terror - o ápice da cena - hora de agradecer por estar vivo. Hora de agradecer pelo que não aconteceu. Hora de pedir forças, para aguentar escutar toda espécie de consolo. Engraçado, é ter que escutar: "ao menos, não aconteceu nada". Defina "nada". Como não aconteceu nada? Fomos assaltados! Isso, por si só, já é uma coisa. Mais ou menos "certo" está quem diz: "nada de pior". Porque escutar que "nada grave" aconteceu é ofensa. O terror que vivemos; a angústia; a descarga de medo; a raiva... tanta emoção ruim explodindo - na verdade, implodindo, porque não nos era permitido extravasar - de uma só vez. Como ser equilibrado e superior, apenas sentindo coisas boas? Eu fui buscar, à base de muito esforço, pensar em coisas boas e manter a fé de que aquilo tudo iria passar, mas, até então, tudo aquilo era o presente - inacreditável, mas, presente. ESFORÇO. Para sermos felizes, muito ESFORÇO.

Ah, nessas horas, também, ouve-se de um tudo. me disseram assim: "mas, também, o que é que você queria? Andando com celular num ônibus?"... Onde está o "erro"? Em estar com celular, ou, no bandido? Certo, é real: bandidos existem. Me diga, quem não tinha um celular ali? A origem do assalto não foi o meu celular. Foi a "necessidade" de um grupo de marginais - ou, "profissionais", como eles se intitulam - de levar aquilo que não lhes pertence e, sabendo-se da realidade atual, todo mundo tem um celular. Eles fizeram minha colega abrir a bolsa e pediram o dela. Enfiaram a mão na calça de outra mulher, que estava em pé, e pegaram o celular que ela "escondia", dentro da calça... Eles queriam roubar. Não fui eu, nem os outros passageiros que estávamos com uma seta sinalizando: "me assalte". Eles queriam assaltar e pronto. Eles roubaram dinheiro, celular e alianças. E aí, estava errada, também, por estar usando a minha? Nessas horas, que precisamos de apoio, ainda encontramos "juízes", viu?! Mas, apesar de me irritar profundamente com esses ataques, já entendi, da pior maneira, que o ser humano é cruel! Nós somos cruéis. Nas piores crises de minha vida, me deparei com apoios e julgamentos. O que aprendi a fazer? Me apoiar nos apoios, porque, no limite das forças, ainda ter que lidar com os comentários infelizes dessa galera que "sempre tem razão", provavelmente, porque nunca erram... é demais, viu?! E aí, a gente que é vítma, passa a ser agressor, porque não é tpda hora que minha língua consegue se segurar e rebater esses ataques dos "amigos". Para piorar, eu saio como "estressada" ou "sem humor", por não aceitar seus "apoios". Será que cada um de nós não pode se esforçar para ser um pouquinho melhor e parar de dar "pitacos" nas horas impróprias? Depois de ter vivido o inferno que vivi, escutar dizer: "também, você estava com celular queria o quê?"... Queria, com o sem celular, ter seguido meus planos, como todos ali, de entrar num ônibus e ir para casa. Seria demais? Tem algo de extraordinário aí? E quando uma pessoa é "abordada" dentro dos seu carro, ou, dentro de sua casa, era por quê? "Também, dentro de um carro, queria o quê?" ou "Também, dentro de sua própria casa, queria o quê?". Gente, falta bom senso, hein?! Comentários e comentários. Imagino o após ter escutado isso o quanto não rendeu o "também, você estava com celular queria o quê?". Uma necessidade de se culpar alguém. A culpa é de tanta coisa... da falta de emprego, de qualidade de vida, da fome, da miséria... Sem considerar da essência humana... Enfim, é tão difícil tecermos comentários - até a maneira de pensar - menos grotescas e cruéis? Será que podemos ser mais solidários e com bom senso? Ninguém pede para ser assaltado. Eu não estava com um celular caro; muito menos, vacilando... Eu estava num ônibus, voltando para casa, com meus pertences básicos, onde, o celular estava incluso. Levo apenas o RG e dinheiro da passagem e almoço. O que mais precisamos deixar de levar concosco? Eu agradeço de verdade aos que me deram apoio, porque os que vieram com esses comentários, só posso agradecer por não ter acontecido coisa pior... Sei lá, seguindo a linha da falta de raciocínio, poderiam me dizer: "também, você saiu de casa...". Às vezes, quem quer nos dar apoio, precisa de mais apoio de que nós.


Precisamos agradecer, cada vez que após um ESFORÇO, alcançamos o êxito de ter nos permitido deixar passar. Eu deixei passar. Só que algo fica latejando e aquilo de pior que não aconteceu, não era a única coisa rium, na história. O que aconteceu, também foi ruim. O medo se instala. Mas, preciso lutar e me ESFORÇAR para superar mais uma dificuldade. Depois, agradecer, por ter superado. E se eu optasse por sucumbir ao desânimo? Estaria errada? Nos é furtado, até o direito de dizer: estou cansada com tanta dificuldade?! Bom, como sempre me falo: é uma questão de escolha. Eu continuo LUTANDO e me ESFORÇANDO para superar e encarar o medo. Preciso continuar trabalhando. Como não ficar desconfiada de tudo e de todos, na rua? Alguém me diz? Não me refiro ao esforço para superar isso. Enfrentando o medo e continuando a vida, já está incluso no pacote. Creio que seja absolutamente natural se sentir ameaçado. Eu, agora, não falo que escutei falar que as estradas estão perigosas, agora, eu sei! E não tem nada de bonitinho nisso. Não me levaram apenas o material, tiraram um pouco de minha paz de espírito, algo que já vem me custando esforço acima de minhas forças manter. O que eles levaram de material, se recupera, sem dor, alguma. Mas, o que eles levaram/deixaram no psicológico requer carinho e atenção. Não subestime a imagem e toda simbologia que vem junto de uma arma em sua direção. Essa parte do que não é visto ser retirado, parece que não existe, mas, é justamente o que vai fazer diferença. Assumir que saí machucada psicologicamente pode parecer meio óbvio, mas, ninguém aceita o que vem junto. De uma hora para outra, sinto tremores no corpo e preciso parar o que estiver fazendo, respirar fundo e elaborar: "o que está por trás desse nervoso?" , "já passou, Pat. Calma, já passou." ou "agora estou segura e protegida.". Alguém tem noção do que é isso? ESFORÇO. Dois amigos - dentre todos que ligaram preocupados e agradeço, de coração, o carinho - estavam "preocupados", porque imaginavam, que eu fosse deixar isso me dominar. E SE EU DEIXASSE? A gente precisa ser mais solidário de verdade! Onde que eu vou ligar para alguém e dizer um absurdo desses? Lógico que sei de pessoas que foram assaltadas e "superaram". Lógico! Tem gente que diz que superou, sabendo o desconforto que fica lá dentro. Atropela esse desconforto e diz ter "superado". Para mim, não é assim. A gente precisa ser mais honesto e permitir que passe, admitindo que existe algo fora do lugar. Provavelmente, para esses dois amigos, eu tenha "surpreendido", porque, mesmo com toda dor e todo desconforto, estou de pé. Claro, é minha vida e preciso lutar por ela! Só eu sei o quanto me custa e o quanto me incomoda escutar um "agradeça por algo pior não ter acontecido". Eu agradeço, porque algo pior não aconteceu, claro e lógico. Mas, queria agradecer mesmo, por nunca ter vivido aquilo. Bom, encarar a realidade é encarar que já aconteceu e pronto. Agora, pedir forças para continuar superando as lembranças, que volta e meia aparecem, mesmo que eu não tenha consciência de chamar essas imagens.

Ser equilibrado não é falar que é, é ser! Muita gente que me "consolou", cada um de acordo com seus conteúdos e/ou limitações, já vem com um julgamento e uma expectativa de como Patricia vai encarar. Eu vejo a fragilidade explícita de cada uma dessas pessoas. Suas dores e sonhos não vividos. Suas "superações" e suas "supostas" "superações" - que não passam de máscaras para si próprios, pois, por fora, "eu não me deixo mais abater por isso" e, por dentro, estão em busca de "tapa buracos" para suportar a dor do vazio de não ter aquilo que queriam e como queriam... Vai do esforço de cada um e do grau de honestidade consigo. É engraçado ver quem e como são as pessoas. Nos momentos de crise é que de fato conhecemos, né?! Como sei que eles são assim e que têm mais a oferecer do que o que expressam, dá para continuar convivendo. Penso que tanta gente está perdendo a dose e nem se dá conta. Nem por isso, deixam de ser legais. Essa é a diferença de como eu vejo e interajo com os outros: eu os vejo como são e me esforço para aceitá-los, como são. Isso não quer dizer que concorde ou discorde com suas atitudes, mas, que, mesmo sabendo que são como são, sei que são mais do que aquilo. Lógico que também julgo e crio expectativas. Mas, chega um momento, onde preciso me perguntar: "isso sou eu que quero ver assim, ou, é assim mesmo?"; "não está legal porque não está como eu quero?"... E, poir aí vai. É dureza, sim, ter que racionalizar o tempo inteiro. Mas, é assim que estabeleço meus critérios de quem eu quero ou não ao meu lado, convivendo comigo.

Tudo é ESFORÇO, desde que se seja admitido, antes, que não tem forças e não acredita naquilo, mas, há uma ponta de incômodo que pede que se faça algo para melhorar... Então: ESFORÇO.

Não quero mérito pelo meu ESFORÇO. Quero é ter momentos de paz por mais tempo. Nos últimos quatro anos, luto como quem está em guerra para não me tornar uma pessoa comum, como essas que a gente idolatra, sem perceber que são "zero" de coerência e pessoas vazias, sem objetivos maiores, além de ganhar dinheiro. Se bem que... Ai, como eu quero agradecer pelo dia que não precisar mais fazer contas para pagar as contas e, ainda assim, sobrar dinheiro para: colocar numa poupança, viajar, curtir...

Será que só existe coisa boa, depois de uma coisa ruim? Pelos consolos que venho escutando, o que fica é a "conformidade". Eu não quero ser conformada! Eu quero viver coisas melhores. Eu quero admitir que não estou gostando e me ESFORÇAR para encontrar, dentro de mim, sentido na situação e, diante disso, sim, despertar o desejo de ser melhor, mesmo, se o caminho for uma intempérie. É assim, vou tomar o assalto como exemplo de novo, por ser um fato forte e significativo, mais recente: durante a "abordagem", fiquei tensa, lógico. Já citei todas as emoções confusas e conturbadas que explodiram, implodindo, ao mesmo tempo. Pois, bem, mesmo me meio àquele "inferno" - que parecia não ter fim -, eu sabia que eu não tinha opção, a não ser, ficar quieta - externamente. Mas, e por dentro? Só quem poderia saber como estava por dentro, era eu, certo? Só eu sabia o quanto aquela descarga densa, pesada e condensada poderia me prejudicar, certo? Eu tive essa consciência, assim mesmo, naquele momento. A mim, cabia cuidar de mim. A mim cabia escolher como reagir, internamente. Mesmo me esforçando para pensar e acreditar que tudo aquilo iria terminar. Mesmo respirando fundo, para manter um minimo de calma interna - porque, externamente, estávamos todos "calmos", em nossa inércia... Prova do quanto definimos tudo errado. Pior, eu tento definir as emoções, mesmo sabendo que são indefiníveis, elas são para serem sentidas - havia uma descarga forte de negatividade - oriunda de um fato real e "negativo", vamos chamar assim. Pois, meu esforço sincero e honesto comigo era aceitar a realidade - por mais surreal que aparentasse - e acreditar que o desfecho poderia ser sem acidentes físicos. Sim, eu já considerava que aquilo, por si só, era algo ruim. Ao descer do ônibus, só queria deixar passar. e me esforço até hoje, para me lembrar que passou. Essa foi a diferença, eu estive ali. Eu estava ali o tempo inteiro. As reações precisavam ser "controladas". Eu tentava administrar a expectativa e a ansiedade. Era muita demanda para eu elaborar de vez e com tanta pressão e tensão. Meu esforço é em não negar a realidade, mas, mesmo discordando dela e como ela se apresenta, encontrar um caminho que me permita acreditar em ver algo "positivo". Meu maior esforço está em equilibrar as forças opostas, pelo meu próprio bem. Isso não quer dizer que alcance êxito assim, logo de cara. Isso quer dizer que me esforço em ter consciência, para, assim, buscar um meio de transformar. Essa sou eu, como me conheço. Se, externamente, não aparento, é porque ainda falta muito a ser transformado.

Agora, receber os "apoios" que recebi como "cuidado para não entrar numa nóia", de fato... Eu ainda preciso ter forças, além das forças, para entrar no esforço de compreender essas investidas... Mas, como tudo na vida é um ESFORÇO, né?! Compreender, não compreendo, não... Mas, estou me esforçando.

Agradeço a Deus por cada dia, mesmo com todos os obstáculos - eu não finjo que eles existem... meu esforço em lidar com mais naturalidade com eles - optar por como passar pelas intempéries da melhor e mais honesta maneira! Uma situação pesada, por si só já é ruim, se eu me entregar e aumentar o que já não é bom, pioro! Eu opto, a cada dia, me tornar alguém melhor. Mas, para isso, é preciso trer tempo a sós... coisa que não tenho. Minha realidade é, mesmo em meio às dificuldades, desejar e me empenhar em "crescer", custe o que custar. A vida segue. Mas, não quero seguir conformada. Quero seguir acreditando que eu posso fazer diferença, em minha vida! Faço alguns esforços pequenos que me ajudam, e muito: não assisto esses programas sensacionalistas - só existem porque têm audiência e, só têm audiência, porque há quem acredite que aquilo é a "pura verdade"...; não temo em desejar mais da vida, nem o seu melhor; agradeço por estar viva e poder mudar a maneira como sinto e interajo com a realidade. Eu só posso mudar a mim! Isso me ajuda a assumir minha responsabilidade pelo que acontece no âmbito social. O social é reflexo de vários individuais ou é o social que determina o individual? Então, se cada um de nós, se entregar ao melhor que há em si, aceitando o que há de pior e se esforçando para levar luz, através da consciência, de que todos nós temos um lado sombrio, podemos mudar o externo. E, se o externo for mudado, através de pequenas atitudes internas e individuais, naturalmente, o externo que volta para dentro será algo mais positivo e, sendo assim, criamos um círculo virtuoso. A gente não é forte, de verdade, pelo que aparenta... é muito fácil aparentar... A gente é forte por aquilo que temos firmes dentro de nós; pelos bons valores que colocamos em prática; por atitudes coerentes... Nada de dizer que é bom, amigo e compreensivo se já ergue a mão para levantar quem está caído com palavras e pensamentos de condenação e julgamento. A gente pode ser melhor e agaradecer por dar o que há de melhor dentro de cada um de nós. Ser forte é reconhecer-se pequeno e frágil, mas, disposto a se esforçar para ser melhor. Para tudo, respeito ao tempo. Ao seu tempo. Cada um tem um tempo, um ritmo... Como diz Einstein, "o tempo é relativo". Vamos romper com essa visão única e cartesiana de que tempo é algo mensurável, apenas por anos, dias, mês, semana, horas, minutos, segundos e suas frações... Tempo é algo que a gente não sabe explicar, muito menos, controlar. Podemos, sim, administrar nossa realidade nesse espaço de tempo.

Beijos, revoltados, porém, num esforço tremendo para ser melhor e fazer minha parte em

DEIXAR UM MUNDO MELHOR PARA OS NOSSOS FILHOS E FILHOS MELHORES NESTE MUNDO,

Pat Lins.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

E, DE REPENTE: O MEDO, A ESPERANÇA E A FÉ...

E, de repente: o medo, a esperança e a fé de que tudo aquilo iria passar. Minha dúvida originava-se e finalizava-se num único instante e sem movimento. Tudo era medo. Revolta. Impotência. Emoções confusas. A razão servia para dizer: "calma! Mantenha a calma.". Era a única coisa a se fazer.

Dentro daquele ônibus, conversas soltas. Roncos. Risadas. Vento. De repente, um voz numa entonação diferente dava a "ordem": "PASSA TUDO! RÁPIDO! NÃO QUERO CARTEIRA, NEM DOCUMENTO DE NINGUÉM. SÓ QUERO CELULAR E DINHEIRO. RÁPIDO! RÁPIDO!". Levei alguns infinitos segundo para compreender que aquilo tudo era real! Que realidade doida! Mais parecia um pesadelo, daqueles que gritamos querendo acordar e não acordamos. Mas, de repente, num grito mudo da angústia e desespero contido, a gente acorda. E assim foi... Eles desceram.

Não. Não se trata de um filme, nem cena de novela. Trata-se do cotidiano mais comum e frequente, que, de tanto se repetir, passa a ser "esperado". Porém, mesmo sabendo-se que acontece a todo instante, a gente nunca acredita - ou, não deseja - que aconteça conosco. Eu vivi isso, ontem, na volta do trabalho. Sim, aquele que me faz feliz, por voltar a ter uma carteira assinada e um salário, ainda que pequeno, no final do mês. Ironia. Dualidade. Faz parte da vida... Coisas que parecem não fazer sentido, ditam o rumo e, quando nos damos conta, estamos lá.

No final da tarde de ontem, eu e mais um ônibus intermunicipal bastante cheio, fomos tomados de assalto. Quatro elementos entraram conosco na rodoviária. Seguiram viagem, em "paz" e, de repente: "passa o celular e dinheiro. Rápido! Rápido!..." Começa o tumulto e as mesma vozes e roncos transformam-se em mudez ensurdecedora de medo e impotencialidade. Tornamo-nos "nada". E ainda tivemos que escutar uma frase muito marcante: "...Anda, passa logo tudo! Eu tô aqui trabalhando, arrisacando minha vida... passa tudo."

Para piorar, um bandido "equilibrado", com voz mansa e serena, avisa para uma senhora, que chorava, num volume baixinho, em pé ao meu lado: "Calma, minha senhora! Não tem porquê ficar assim, não. Isso não é terrorismo, não. Só passar tudo, que todo mundo fica bem...". Poxa, que coisa linda. Olha, aquela situaação seria cômica, se não fosse trágica - pela tensão, porque, graças ao Pai, que fora clamado como nunca por todos os presentes, ninguém saiu ferido. Creia, fomos assaltados.

E uma parada num ponto de ônibus, à beira da estrada, nunca foi tão esperada. Parecia que o slow motion de todo o trajeto drástico congelava o ambiente e o frio se instalava, como o mais arrebatador dos invernos. Ali, compreendi, ainda mais, o que Einstein quis dizer, ao contradizer Newton, sobre a relatividade do tempo-espaço. Na verdade, não havia tempo. Tudo estava parado, exceto o ônibus em movimento, que, por mais que andasse, não chegava ao seu destino. Mas, qual destino era o mais esperado? Da descida dos elementos ou da rodoviária? A sensação era estranha. Aqueles gritos e aquela arma horrorosa, erguida a todo instante como troféu da desgraça alheia, nos lembrava quem estava no "comando" de nossas vidas e da imposição do terror, como clima.

Enfim, um sinal: "Deu, motor! Bora, bora, bora!" E, naquela parada, os corações voltaram a bater. Outros gritos ecoaram. Gritos contidos que necessitavam extravasar. Vísceras aflitas. Um alívio sem alívio. Que alívio, coisa nenhuma! Muita raiva e euforia tomou conta. A massa assustada e enfurecida, incapaz de recobrar razão e ordenação de idéias, gritavam com o motorista, após a descida dos meliantes, numa angústia só. Era preciso dar vazão ao acúmulo de emoções implodidas e misturadas. A massa queria descer, em qualquer lugar. Só queriam sair dali. Alguns poucos ficaram, firmes no propósito de recobrar o "juízo" até a parada final. Ali, vi o quanto somos "nada", sem a liberdade e as oportunidades. Durante o assalto, tínhamos duas opções: manter algo próximo a calma - e afirmando ser "calma", mesmo... - ou, sucumbir ao descontrole, o que seria como riscar um fósforo sobre pólvora... Ou seja, não tínhamos opção. Eles comandavam e faziam o que quisessem.

Naquela despedida, ninguém esperava nenhum: "tchau". Muito menos, abraço de despedida. Não havia dor naquela separação. A dor foi da convivência. Nunca escutei e falei tanto: "vão-se os anéis e ficam os dedos.". Literalmente, porque eles pegaram as alianças e anéis de ouro - até um de prata, recusado pelo "chefe" do bando, foi confiscado por outro integrante... E esse dito nunca foi tão real, em minha vida.

A sensação de uma arma, assim, bem pertinho de nossas cabeças, quase como um dedo a cutucar, é inexplicável. Até imaginar é difícil. Não sei descrever aquela sensação. Não era angústia, mas, parecia muito... só que era muito pior. Não era medo... Não era raiva... Era tudo junto e muito mais. Tantos trabalhadores ali. Tanta gente que opta por se manter gente, sendo vitmizado por animais primitivos e ediondos como aqueles que elagavam "estar trabalhando".

Mesmo em meio àquela distorção da realidade - sim, minha realidade vai além daquele episódio - havia um canto em paz, dentro de mim... O que o alimentava e o acendia, não sei falar, mas, ele estava ali. Uma voz interna bem legal me fazia companhia e eu gostava, porque aqueles elementos poderíam roubar tudo em mim, menos, o que trazia internamente. E eles não poderiam calar aquela voz firme e doce que me acalmava, repetindo inúmeras vezes: "tudo passa!". Eu não pensava, mas, uma espécie de pensamento se firmou em minha mente e acendi os holofotes em sua direção: "Já, já, isso tudo será passado". E, mais de meia hora depois, era. Não, eu não vi a minha vida passar pelos meus olhos. Não lamentava o que não havia feito. Não pensava: "ah, a gente reclama tanto da vida...". Naqueles instantes, eu só pensava no momento e ficar calma - se aquilo era calma... ou congelamento... - e, minhas forças permitiam que eu sentisse, quase vislumbrando, o fim daquele tormento. Pensava no prenste seguinte, que faria mais sentido. Aquilo tudo precisava se tornar passado e assumir o lugar de passado - algo que PASSOU! O tempo parecia ter perdido seu controle, mas, apenas parecia, porque tudo era questão de tempo.

De repente, o medo cedia espaço para uma esperança. Vi o quanto faz bem alimentá-la. Basta dar espaço que ela se manifesta e se instala. Naquele tumulto, clamava a dois tipos de fé: uma que me impunha e outra que trazia comigo e quase a sufoquei com o medo inicial. Orava e orava e orava. Aí, falava para Deus: "tô orando tudo errado, Pai... Não consigo seguir a ordem. Mas, o Senhor tá me ouvindo? O Senhor tá me entendendo? O Senhor tá aqui com todos nós? Pai, quero pedir paz, até para esses elementos, Pai, para que eles sigam seus caminhos e nos deixem livres e vivos. Jesus, nos socorre!". Pena que nenhum efeito, nem jogo de luz apareceu, mas, dentro de mim, aquela luzinha branca - que, agora compreendo ter sido cegueira de medo...risos - iluminava do meu olho para dentro, mesmo em meio à escuridão externa. Conseguia ver, sem enxergar nada. Foi até "engraçado" - se é que tem alguma graça nisso - que, no desespero contido, seguindo a voz de comando, sem encarar os sacanas dos bandidos, entregava meu celular e escutava "aqui, aqui" e, ao mesmo tempo, um tronco saindo da "reta" e repetindo: "não, dona, é para ele. Eu não sou bandido não..." Coitado, o bichinho, tão vítma quanto eu... Eu nem sei como eram. Nem o coitado para eum entregava o celular eu via... Só via troncos e membros estendidos por armas finas e compridas, como os dedos das "bruxas más" dos contos de fadas. As faces eram nuvens, de tão rápido que se mexiam. As vozes eram firmes, apesar de toda a tensão. Enfim, outro tempo se iniciava, sem nunca ter interrompido. Para mim, o tempo voltou andar. Aquele tempo, foi um acaso desagradável que não tem lugar definido. Aquele, foi um tempo a parte...

Enfim, o fim. Descer do ônibus era estranho. Todo mundo era suspeito. Eu e minha colega andamos de mãos dadas, tentando manter equilíbrio no desequilíbrio das pernas bambas.

Muita fúria, depois. Gritos e alegações de "direitos" e cobranças ao pobre coitado do motorista era o que mais escutava. Era um tal de "a gente tem direito..."; "a empresa deveria colocar um policial dentro dos ônibus"... Tentei imaginar um policial como escudo. Sim, porque para evitar que algo nos atingisse, só um escudo blindado. "Falta segurança" - gritaram. Nessas horas, todo mundo fez e aconteceu. Só não fez mais porque o resto se acovardou... A vida volta ao seu normal. Seres acéfalos usam sua reserva de inteligência para praticar um crime e utilizam-se de um discurso perfeito de pressão psicológica. Outros seres acéfalos, formando uma massa humana, corre desvairadamente, após a "finalização" daquela eternidade, sem rumo, só para sair daquele lugar, que, já estava livre dos homens - e uma mulher -  "maus". Outros seres acéfalos, utilizam-se da voz forte dos gritos massificados pelo coro de "a culpa é..." e "temos direito a...". E, eu e outros poucos, tentávamos racionalizar para buscarmos uma solução inexistente em meio àquela zona de loucura. No final, vi que somos todos loucos.

Me questiono, ainda mais, em se existe alguma medida de segurança eficaz, para conter os assaltos de toda e qualquer espécie. Será que, em vez de leis para isso e para aquilo, se o Governo baixasse a Lei Magna e a trouxesse a prática, onde TODOS TEREMOS DIREITO GARANTIDO A SAÚDE, EDUCAÇÃO E ALIMENTAÇÃO DIGNOS E DECENTES. TODOS TEMOS DIREITO NA PRÁTICA E NA REALIDADE COMUM A QUALIDADE DE VIDA. TODOS TEREMOS MORADIA DE QUALIDADE, SANEAMENTO BÁSICO... talvez, a desculpa de "roubar" não existisse. Nem entro na seara da essência humana... Aumentaria ainda mais este post. Para mim, mais do que gritar a toa, a gente poderia conversar mais e, à medida que tomamos mais consciência do poder das massas, com organização e objetivos bem definidos, poderíamos chegar próximo ao que conceituamos como CIDADANIA e CIVILIZAÇÃO. Mas, para isso, urge uma mudança cultural de padrão e comportamento muito grande. Definir e estabelecer SOCIEDADE como um corpo mais capacitado é fundamental. Mas, isso é outro questionamento muito profundo...

Fato é que há erro em todos os lados. Mas, a culpa é do Governo. E quem cobra dele? Quem fiscaliza? Quem de nós cumpre o papel de cidadão? A gente se mantém no papel de povo... aliás, de povão. Nada que um dia não seja capaz de mudar. Ai, que sonho de ver esse dia chegar.

O dia em que cada um de nós vai se empenhar mais em

DEIXAR UM MUNDO MELHOR PARA OS NOSSOS FILHOS E FILHOS MELHORES NESTE MUNDO, começando por cada um de nós!

Pois é, vão-se os anéis, e, com sorte, ficam os dedos. E, acredite, a fé em algo bom, acima de todo tormento é algo que precisa ser mais cultivado.

Beijos,

Pat Lins.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

OPERAÇÃO "BARRACAS DE PRAIA" - SURTO, CRUELDADE, TIRO NO PÉ OU...?

Em pleno século XXI; com o "aumento" (paulatino e, ainda, insuficiente) da consciência eleitoral; estratégias de marketing para estabelecer a imagem "perfeita", entre outros aspectos, ainda me surpreendo com certas atitudes e incoerências políticas.

A derrubada das 352 barracas de praia, da orla de TODA  a cidade do Salvador, para mim, é um objeto de estudo. O objeto, na verdade, são as respostas para a perguntas: "o que levou, em meio a tanta coisa urgente e prioritária, o nosso digníssimo prefeito a tomar essa atitude?"; "o que está por trás dessa operação?". Surto, crueldade,"tiro no pé" ou...? Tem algo estranho no ar. Como diz meu "amigo" Fred - Scooby Doo - "temos um mistério nas mãos..." ou parafraseando meu "amigo" Shaekspeare: "tem algo de podre no 'reino' de Salvador..."

Ao menos esse político pode ser chamado de "honesto"... afinal, ele fez o que queria, sem se preocupar com a imagem vinculada a um fato como esse, numa demonstração de completo descontrole... Uma coisa é certa, se o povo - nós, né?! - tiver memória: NUNCA mais ele elege, nem será reeleito!

Uma barbaridade!

Onde está a democracia e o diálogo, que é a base para soluções de problemas do referido regime?

Por que medidas de melhorias em vez de destruição, não foram o foco?

Ah, sim, QUAL ERA O FOCO, MESMO?

Caos! Desordem! Ingerência! Desorganização!!!

Quem saiu ganhando? E quem perdeu, como poderia ter perdido menos?

Talvez, nunca tenhamos respostas para essas e outras tantas perguntas, referentes a esse caso. Mas, uma coisa é certa: eles contam com um trunfo - NÓS VAMOS ESQUECER. É, nós. Todos e cada um de nós, vamos retomar nossas vidas e, passados os primeiros instantes - a "novidade" - tudo cai na rotina e ver nossa orla "lisa" vai fazer parte da paisagem e pronto - bem provável que até passemos a gostar mais, enquanto os ambulantes não se instalarem... Nem a sujeira deixadas pelos banhistas domine... Nós tembém precisamos exercer um simples papel: consciência de nossa parte. É um processo natural. A gente esquece, porque, logo, logo, ninguém fala mais no assunto; a imprensa precisa de outras novidades para elevar a audiência e nossa mente guiada pela massificação de informação acompanha e segue, no mesmo ritmo. A gente só não esquece o passado imediato da vida da gente, quando alguém nos faz algo de "mau"... né, verdade?! A gente só não esquece de se meter na vida dos outros, por bobagem. Assuntos sérios e de ordem coletiva cansam... Ficar atendo à ordem dos acontecimentos, para quê?

Fazer um movimento saudável, bem articulado e baseado em fundamentos democráticos é só para os loucos e utópicos... E vamos nessa marcha solitária, em meio ao coletivo gigante de marchadores solitários/egóicos. Vários "uns" andando em benefício próprio apenas e alegando culpa a "sociedade", para fugir da própria responsabilidade. Finalmente, mais uma vez eu pergunto: "quem é essa única pessoa, individual, chamada SOCIEDADE?" O que sei dessa criatura é que somos todos nós. Ela é o que todos nós juntos somos. E, pergunto: "O QUE QUEREMOS SER? SABEMOS COMO SOMOS - INDIVIDUAL E SOCIALMENTE...? AFINAL, SOMOS UM E MUITOS? QUANTO ESTAMOS DIPOSTOS A CRESCER DE VERDADE? ESTAMOS DISPOSTOS? EM QUANTO TEMPO QUEREMOS MUDAR? É POSSÍVEL PLANEJARMOS UMA MUDANÇA SOCIAL? O QUANTO PODEMOS MUDAR/CRESCER/MELHORAR ENQUANTO INDIVÍDUO E LEVAR ESSE MOVIMENTO DE TRANSFORMAÇÃO POSITIVA PARA O COLETIVO, COMO: EU FAÇO A MINHA PARTE, E INCLUO O BEM COLETIVO?

Muitas perguntas. Ui! Doeu! Dói a cabeça na hora de refletir sobre questões de base; questões profundas. A maioria de nós só quer gritar e gerar polêmica. Mas, tomar iniciativa não é sair por aí gritando e falando asneiras. É ORGANIZAÇÃO. É objetivo. É conhecimento. É saber o que quer e propor como se pode alcançar. Gerar polêmica é fácil, quero ver propor soluções. PLANEJAMENTO! Nos falta a prática e a teoria de um bom PLANEJAMENTO!

Mas, de volta ao "surto" programado do Prefeito de Salvador e de toda equipe envolvida - exceto a "peãozada", tá?! Esses, coitados, ficam com a cara exposta, mas, são a parte final... coisa são os que "pensam", "elaboram" e autorizam um desfecho sem propósito - nesse projeto "brilhantemente destrutivo". Sim, havia uma liminar a ser cumprida. Sim, os barraqueiros "sabiam" que isso iria acontecer, né verdade?! E, sim, o que há de bom nessa "informação" prévia? Falta justificativa. Faltam motivos reais. Falta clareza. Se a questão era uniformizar a orla, PROJETO. Se a questão era "respeitar" o espaço público e, muitas dessas barracas estavam indo além, CONVERSA, FISCALIZAÇÃO, PUNIÇÃO. Se a questão era dar espaço ao banhista, ORGANIZAÇÃO. Existem  maneiras mais eficientes e eficazes de se resolver um pepino: PLANEJAMENTO! Ah, um bom planejamento... Talvez haja um muito bem elaborado por trás dessa aparente loucura...

Só quero é ver... agora, o que está por vir. Isso é que dá medo... Essas coisas assim não vêm do acaso e para nada... Têm alguma finalidade específica... Aquilo que não é dito assusta mais do que o que é falado... Hoje em dia, uma atitude aparentemente desvairada tem algo de muito mais vantajoso para alguém - ou "alguéns"...

Analisando a estratégia de marketing: INEXISTENTE - para a questão da imagem positiva e democrática da prefeitura, porque, para o que está por trás, pode ser muito eficiente e muito bem arquitetada. Analisando o papel social, da mesma instituição: o que será feito com essas pessoas que dependiam daquele trabalho para "sobreviver"?

Não estou dizendo que concordo ou discordo; gosto(ava) ou desgosto(ava) das barracas na orla. Muitas, realmente, invadiam e nos tiravam a liberdade de apenas ir a praia, sem a obrigação de consumir nas barracas e sem espaço para circular. Mas, medidas de organização e fiscalização seriam mais eficientes e socialmente mais bem adequadas. E a "farofada", para quem curte e/ou só tinha esse recurso de diversão, lazer e alimento, nunca deixou de existir. A principal ocupação da prefeitura deveria ser equilibrar e dar oportunidade para todos. SE, e no caso de SE, fosse essa a questão: dar oportunidade e vez a qualquer pessoa.

Espero que não venha algo de muito podre por aí... Como construções de mega edifícios... Esses sim, serão difíceis de chegar um trator para derrubar. Nesses, o "lobo mau" vai soprar por várias gerações ou encarnações - fica a critério de cada crença estipluar a questão temporal - e os pés de prédio não vão cair como casinhas - ops! barracas - de palha e/ou madeira.

Essa é a nossa cidade, cantada como "minha cidade é linda demais... minha cidade é linda de ver..." Pena que nunca encontramos um governante que a valorize e respeite, bem como a seus habitantes e visitantes. Para tudo, moderação. Não a falsa moderação política do marketing de guerra, das aparências, superficialidades e interesses escusos. Mas, a moderação da democracia, onde há ou deve haver espaço para TODOS, com ordem, para o progresso.

Não sei com o quê estou mais indignada... Se com o "quê" foi feito; com o "como" foi feito; ou, com o "quê" está por trás de tudo que foi feito... "que meda..." Imagino, que muita gente apóie e acredite ter sido uma atitude enérgica do prefeito... mas, tem algo em mim que diz: essa é uma pequena parte, que, somada com a parte da indiferença, ainda é menor do que a parte das vítmas, de quem era usuário e ferquentador do sistema das barracas.

Agora, aguardar cenas dos próximos capítulos. Porque para mim e para quem não foi vítma, só fica o choque do que foi visto... mas, para quem foi vítma direta... peço a Deus que lhes dê o conforto, porque só apelando aos céus... afinal, na Terra, a gente se assombra com tanta "novidade".

Ah, um pedido: sr prefeito, que seja feito algo pela cidade mais significativo, viu?! Sim, significativo, no sentido de ser positivo e construtivo... Ah, não é alegando que teve aumento de emprego, com a criação de milhares de postos de telemarketing, não... Criação de medidas para geração de renda com empregos, não subempregos que apenas somam números e percentuais positivos para exposição e manipulação de informações. E, gente, vamos acordar e nos tornarmos mais sérios. Vamos tomar consciência do nosso papel. Sociedade é isso: todos os lados envolvidos!

Cada um fazendo algo de bom, viu?! Nada de se abater pelas teneborisdades, por aí. Isso é reflexo do que a gente deixa de fazer e tem dedo nosso, também. Afinal, nós votamos nele...

Se cada um de nós começar a fazer algo de bom, isso repercurte, também. Existe coisa boa, lembremos-nos disso! Um exemplo pequeno é começar a cuidar do lixo que sai de nossas casas; é evitar jogar lixo nas ruas; não ser conivente com as corrupções... muita coisa pequena pode começar a ser feita por cada um de nós no dia-a-dia, capaz de começar um novo caminho. Ou, estamos nos eximindo das responsabilidades de "sociedade"?

VAMOS DEIXAR UM MUNDO MELHOR PARA OS NOSSOS FILHOS E FILHOS MELHORES NESTE MUNDO, começando agora e a cada instante!!!!

Beijos,

Pat Lins.

domingo, 22 de agosto de 2010

TUDO É UMA QUESTÃO DE TEMPO E ORGANIZAÇÃO

Bom, é isso aí... até aceitar que a vida é feita de dualidades, ainda carregrei um pouco na dor, mas, depois passa...

Agora é estabelecer prioridades e estratégias/soluções para alguns pequenos desajustes e organização para colocar em prática com eficiência, para, enfim, alcançar a eficácia e encerrar o problema.

Mais uma etapa de conturbação séria, porém, resolvível. A diferença é essa: hoje, conheço um pouco mais meus limites e escolho o "quê" e "como" fazer. Pronto, definidas as prioridades, só cumprir cronograma - risos. Adia alguns planos; limita outros; dá um stop em algumas coisas... e, assim, vou me organizando. Legal é ser feliz e lutar pela felicidade, mesmo quando parece que estão querendo roubá-la de você... é só impressão. Ninguém pode roubar nossa felicidade. Algumas pessoas e/ou situações, podem atrapalhar, dificultar, adiar, conturbar... mas, roubar, nunca. Felicidade é algo que não se rouba, porque ela é para ser partilhada. A gente é que se furta a oportunidade de ser feliz, pior ainda quando tudo parece estar em ruínas. Ah, mais, um obstáculo; mais desafios, que acreditava estar acima das minhas forças... e eu na luta. A vida toda é assim: a gente vive trabalhando nossas fragilidades. Transformada em força, cuida de outra e segue.

Tô subindo, no meu ritmo e dentro do que eu acredito ser minhas possibilidades. Só a gente pode fazer pela gente, mesmo recebendo ajuda e apoio. O resultado positivo depende de cada um.

Obrigada a quem sempre está ao meu lado - do jeito que consegue estar. Vamos todos pensar e cultivar coisas boas. Sei lá, já tem muito sensacionalismo e propagação do que é desastre. A realidade é dura, mas, piorar é aind pior, né não?! - kkkkk, redundância linda!

Pois bem, vamos todos enveredar no movimento de

DEIXAR UM MUNDO MELHOR PARA OS NOSSOS FILHOS E FILHOS MELHORES NESTE MUNDO, a partir de cada um de nós!

Beijos,

Pat Lins.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

SIMPLES, MAS, NÃO É TÃO FÁCIL...

Tem coisas que a gente sabe como resolver e que é uma questão "simples, assim"... Só que, para ser simples assim, não é tão fácil, assim.

Se desapegar do complexo é muito mais complexo do que se pensa. Aceitar a simplicidade da solução requer muita auto-confiança. E, auto-confiança é segurança de que se sabe quem é e o que quer, mesmo sendo diferente do que o corpo invisível, intangível e incalculável, chamado de "sociedade" - minimaximizado nos grupos sociais em que estamos inseridos - espere que você seja. Fazer o que se gosta e ser quem é provém de uma habilidade leve e sutil do desapego, de equilíbrio e serenidade - não, muita gente diz que é, mas, não é simples assim... Nesta caso, é mais fácil acreditar que se é, do que encarar a simples realidade de que ainda falta muito...

Eu, por exemplo, tenho caído na real de que o esforço para não julgar, nem criticar o outro é muito mais difícil do que supunha. Quando vejo, já estou julgando e isso é falta de respeito às diferenças. Se eu acredito que as pessoas são como são e que eu não posso mudá-las, como me pego questionando suas atitudes e repleta de "soluções" para a vida alheia, precisando a minha de soluções? Quantos de nós age assim? Recentemente, convresando com um grande amigo-irmão, pude ver que todos nós somos assim e cada um tem uma explicação bem debaixo do nariz e nem se dá conta. No caso dele, ele criticava severamente um amigo em comum e afirmava: "Eu já cansei! Dou oportunidade para ele e ele nunca leva adiante. Tá pensando que é brincadeira. Acha que não vai crescer..." (não posso entrrar em muitos detalhes, mas, como foi essa frase que me deu o start, já está bom...). Foi quando me toquei de algumas coisas e fiquei pensativa. Ele, creio que percebeu meu "devaneio" - foi tão forte que eu saí de órbita temporariamente e os pensamentos me dominaram - risos - e me disse: "Hoje eu tô falando os podres de todo mundo, né?!..." - falou caindo em si, porque o legal dele é isso, ele não tem melindres - agora, depois de ter se trabalhado muito. Eu meio lá, meio cá - kkkkkkkk - não enveredei, nem revelei o teor e a gama dos pensamentos que pululavam em meu território fértil: minha mente e, apenas, perguntei: "'Fulano' deve ter algum distúrbio, não tem não?" - perguntei a considerar, não a ironizar. E ele me respondeu: "Tem, déficit de atenção. Se isso for justificativa eu vou atribuir o que aos meus problemas...? Uma pessoa tão inteligente, escreve divinamente bem... de repente, a cabeça fica lá, cheia de coisa ao mesmo tempo e ele trava. Eu digo logo: comigo não, organize aí seus pensamentos..." Pois, foi quando me segurei para não criticá-lo pela cegueira e severidade desmedida e dei exemplos de como uma criança com essas caracterícas age e cresce assim, que se trata de um distúrbio patológico, não emocional. Um desequilíbrio emocional já é um transtorno, quem dirá algo que nacse com você... E o respeito ao outro? Para "defender" um, teria que julgar o outro. E foi o que acabei fazendo, ao tomar partido. Vi que meu amigo ainda é extremamente carente. Porém, de um novo ângulo que nem ele se deu conta: ele precisa fazer pelos outros, para se sentir completo. Ou seja, tenta tapar os buracos do outro e não vê que o seu se alarga, através da impaciência e da falta de compreensão. Quando a gente não compreende o outro lado, sinal de que tem algo em desequilíbrio na gente. A gente julga o tempo inteiro.

Tudo ao seu tempo. Tudo é possível.
Um exemplo legal é ajudar um amigo a arrumar emprego. Passei muito tempo desempregada e, hoje, voltei a trabalhar. Esse amigo me arrumou. Eu não gosto de dar aula, não sou professora e não acho fácil ser. O fato d´eu ser comunicativa não me torna professora. É uma questão de gosto e de falta de didática. Definitivamente, não tenho. Mas, aceitei o desafio e estou encarando. Conheço a disciplina muito bem e os alunos merecem meu melhor. Aceitei o desafio por motivos pessoais. Interpretei, nessa mesma conversa citada acima, que ele estava "me impondo", como se fosse "mais uma chance" que ele me dava... Ao dizer que "eu procuro dar oportunidade às pessoas, se não quiser, eu não posso fazer nada. Não tenho paciência para essas coisas. Sou muito prático." . Hoje, ele aprendeu, no ritmo dele e no caminho dele, ser assim e despertou um pouco mais de segurança. Mas, pessoas "práticas" demais, perdem um pouco do senso prático do real e é um cuidado que precisamos ter - "precisamos" = todos nós. Senão, vamos de um pólo a outro e vivemos a praticidade "ideal", que emerge dos nossos próprios conteúdos. Tornamos-nos egóicos. E isso é um sinal de que algo está em desordem, aí. Toda essa avaliação me veio prontinha, no start, por conta da sequência de suas falas. A aceleração, a angústia, a falta de paciência... tudo isso remete a descontrole - não que ele seja descontrolado, pelo contrário, mas descontrole emocional, natural, de quem perde naturalmente a paciência após esforço e entrega. Por isso que dei esse exemplo, para que saibamos o que é ser, de fato, auto-confiante, sensato e sereno e que, mesmo assim, ainda caimos em algumas derrapadas. A gente precisa perceber que se auto-intitular "seguro", não quer dizer que seja, como, também, não quer dizer que não seja... Mas, ao se auto-observar e se auto-analisar, enxergar e se "cuidar", pode-se chegar lá. Ajudar ao outro requer muito mais verdade e honestidade do que se pensa. Estender a mão é um ato solidário e solidariedade é uma virtude riquíssima. Não cabe nela o exibicionionismo, muito menos a característica de se "achar" humilde, sem, de fato ser. Se sentir o "capaz" de resolver o problema alheio, em vez de descobrir um oportunidade e socializar, é muito perigoso. É como pisar fundo no acelerador e não perceber o velocímetro subindo, se extasiando com a adrenalina em alta, que, por sua vez, é ilusionista. É dar cobrando... esperando que a reação seja a que a gente espera que o outro tenha. Observação: como aproveitei de um exemplo para desenrolar meus pensamentos, pode parecer que tudo está relacionado com meu amigo, mas, não é... apenas onde o cito. Fora isso, o resto é desenrolar de meus questionamentos. Penso ser importante essa ressalva, porque, na escrita, assim como na fala, acabamos suprimirndo algumas informações, esquecendo de estabelecer espaço e sinal de "começa aqui" ou "termina aqui" e tudo parece uma coisa só, né verdade?!

A gente se auto-transformar e se permitir ser O melhor que HÁ dentro de cada um é mais do que achar que é... É SER. E, como volto e meia falo, só se é sendo!

Como sempre me falo e escrevo aqui, mesmo assim, ainda preciso internalizar, as coisas simples, são as mais difíceis de serem feitas, por isso são simples assim. Porque se fosse difícil, a gente viveria na desculpa de que "não conseguiu", "não fez"... porque era difícil. Penso que foi a partir daí que nos condicionamos a valorizar o complexo, porque passa por um outro caminho e o simples fica lá, para ser "ridicularizado". Quem por ali envereda é taxado de inúmeras coisas... Mesmo de fora desse caminho que, hoje, quero entrar, vejo que quem está lá dentro, não é atingido por quem está de fora, porque no caminho da simplicidade, não há espaço para sofrimento, angústia, agonia, julgamento, condenação, orgulho, vaidade e essa linhagem aí. Nesse caminho, só há espaço para ser feliz em plenitude, através do respeito, compreensão, humildade e amor!


É, amigos, a vida É SIMPLES, MAS, NÃO É TÃO FÁCIL ASSIM... tido é uma questão de equilíbrio, ou, pelo menos, busca.

Se a gente se entregar e se esforçar, sim, podemos nos tornar pessoas melhores e alimentar o movimento de

DEIXAR UM MUNDO MELHOR PARA OS NOSSOS FILHOS E FILHOS MELHORES NESTE MUNDO,  a começar por cada um de nós!!!

Mas, é isso mesmo, a gente está aqui para aprender a cada dia; para expandir; para andar para frente - mesmo quando nos permitimos ficar parados... um dia, a necessidade de andar grita e a gente corre, para, com tempo, começar a caminhar. Tudo ao seu tempo, ao seu ritmo. De acordo com sua vontade, sua história... A gente sempre vai ter uma opinião perfeita para o outro. Um dia, saimos dessa posição e começamos a nos ver, em primiro plano. Aqui no blog, mesmo, tanta gente me dá sugestões o tempo todo. E é ótimo, desde que entendam que escrevo para mim e partilho com quem quiser ler... Se concordar, achar interessante, me utilizo da sugestão. De qualquer maneira, fico grata, pelas demonstrações de interesse, mas, não tenho como fazer o que cada um quer... Já recebi sugestões contraditórias... e aí, como fazer para agradar a todos? A gente precisa ser menos crítico e exigente. Para tudo, moderação. Levar tudo a ferro e fogo, como falam, é exagero. Ah, ser menos exigente não quer dizer ser passivo, viu?! Equilíbrio e exigência comedida.

Beijos,

Pat Lins.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

DE REPENTE, ONTEM CHEGOU E VIROU: ONTEM

Pois é, coisas boas acontecem o tempo todo, mesmo quando vêm juntinhas com intempéries. Paciência... se é assim, que seja, até que deixe de ser.

De repente, o ontem virou ontem e o passado, assumiu seu lugar.

Daqui para frente, o presente é que conta. Tempo é tempo. Devagar e sempre. Um passo de cada vez. Pequenas vitórias têm o sabor certo de superação.

Senhor, pode abrir os caminhos! Obrigada!

Hora de despertar!!!

Pat Lins.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

DIA 17 DE AGOSTO - VOCÊ TAMBÉM VAI FICAR POR DENTRO...



Para você que gosta de seguir e criar tendências; descobrir lugares legais; ficar por dentro de dicas de filmes, livros, arte e cultura em geral, você também precisa fazer seu "outting" para ficar "in"!!!

Fique por dentro, porque, a partir de 17 de agosto, você vai conhecer o OUTTING CULTURAL e ficar por dentro de tudo... que seja interessante!

AGUARDEEEE!!! E DIVULGUE!

Pat Lins.

domingo, 8 de agosto de 2010

HOMENAGEM AO DIA DOS PAIS: "A GRAVIDEZ DOS HOMENS - fisiologia de um sentimento"

Li o texto abaixo na revista 29 horas, de abril/maio 2010, onde o título e a foto me aguçaram a curiosidade. Tamanho foi meu deleite, que o escolhi como mensagem para o DIA DOS PAIS e aqui está. Apesar de ter sido em homenagem às mães, a beleza das palavras e a mensagem cabem perfeitamente aos pais. Espero que toque e emocione, assim como a mim, cada pai, mãe e afins desse universo tão vasto, complexo, lindo e enriquecedor que é trazer um filho ao mundo. Boa leitura e FELIZ DIA DOS PAIS, papais e/ou futuros papais!

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A GRAVIDEZ DOS HOMENS
FISIOLOGIA DE UM SENTIMENTO

"Eu sempre gostei de mulher. Mas um dia descobri que eu não sabia o que era isso: mulher. Nem isso: gostar.
 
Aconteceu quando eu fiquei grávido. Engravidei, óbvio, de uma menina.

Imagino que não deva ser surpresa para você: homens também engravidam. A gravidez masculina não só existe, como é necessária. Mulheres nascem mães, homens viram pais. Sem a gravidez eles são apenas dispersores de sementinhas.
 
Como não poderia dexiar de ser, a gravidez masculina tem muitas e importantes diferenças da feminina.

Para começar, a gravidez do homen é com a criança ao ar livre. Começa no exato momentos em que a criança nasce: ao sair da mãe, ela começa a entrar no pai. E a crescer dentro dele, dia-a-dia.

Nos primeiros meses, o homem perde a noção de tempo, deixa de ter a idade que tem e passa a ter a idade de quando ela, a criança, tiver 18, por exemplo.

O tempo é o tempo dela. A casa, sua casa, também deixa de ser sua. É como se ganhasse uma placa na porta - 'sob nova direção'.

Naturalmente essas mudanças espaciais e temporais provocam algumas vertigens, leves enjoos, sintomas típicos do início da gravidez. E desesjos estranhos, mas esses os homens sempre têm, grávidos ou não.

Então um dia a criança descobre que o pai existe. E sorri (quem diria, a mulher mais linda do mundo é banguela!). Nessa fase você começa a engordar, inflar é melhor. Mais tarde ela diz 'papa'...Você liga para a sua sogra (para sua sogra!):ela falou papai... Na verdade era 'papa', 'papinha', 'comida', mas você só saberá disso anos mais tarde.

Tarde demais.
 
Quando ela começa a andar, você cai de quatro, relinchando, e ela aprende a montar - dois dentes rindo. E é só você se distrair que sua bolsa (e normalmente o bolso também) estoura: ela descobre a vida, o mundo, as viagens. É hora do parto. Mas essa já é outra história.(...)"
(TOLEDO, Luiz (29 de abril - 29 de maio de 2010) . A gradidez dos homens - fisiologia de um sentimento. 29 horas, p. 34)
 
Saudações maternais, para TODOS OS PAPAIS,

Pat Lins.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

ESCOLHAS

Não tem coisa pior do que TER que escolher... Em compensação, não tem coisa melhor, do que PODER escolher!

Pat Lins.

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