sábado, 1 de setembro de 2012

O TEMPO PASSOU... TUDO MUDOU!

Têm coisas que a gente não precisa pensar em mudar, porque o tempo já passou e já mudou. A gente precisa ver, entender, aceitar e saber lidar.

O caminho que seguimos, o rumo que tomamos, segue nos levando. O tempo vai passando. A mudança segue junto.

Não tem como recuperar o tempo que passou. Não tem como seguir de onde parou, porque não houve parada, houve caminhos que seguiram em direções diferentes. Não foi desencontro, foi cada um seguindo o seu ponto. Não houve erro, houve seguir. Há consequências e com isso, precisamos lidar de maneira equilibrada, franca e honesta.

O que andamos e o tempo que passou não devem nos fazer sofrer. O não sofrer não quer dizer não ver o que se viveu. Foi vivido. É preciso saber identificar o que foi "erro", para redimir. Ainda que cicatrizado, fica a marquinha do real, do que houve. O que muda é daqui para frente. Não como queremos, voltando no tempo para dar um novo rumo. Sim, como podemos e sim, como o outro pode. Seguimos e vamos indo. 

O importante é criar novas oportunidades e ver onde estamos para entender como chegamos até aqui e avaliarmos se é assim que queremos seguir. Nem sempre o caminho de um é o de dois. Mas, em alguns casos, os caminhos de dois pode ser um. Se cada um tomou seu rumo, fizeram as escolhas, o tempo legitimou e firmou. Foi o que foi construído - ou, destruído. Se há ruínas, é possível mudar o caminho, mas aquele mesmo, só com muita amor para reconstruir. Se não fizer sentido, não faz sentido refazer, é seguir e construir algo absolutamente novo, sem desmerecer a importância do que passou. Nossa felicidade está onde estivermos. Ela nos segue, ela nos quer! Ver que ela - a felicidade - está conosco é que faz a diferença real.

Não adianta se tornar racional demais ou emocional demais - nem o frio, nem o quente, o morno, o caminho do meio é o equilíbrio. 

O não julgar é não julgar. O respeitar é respeitar. O aceitar é aceitar. E viver é isso, saber o que fazemos, saber o que queremos e ponderar o que de fato queremos e fazer acontecer - sempre respeitando o que queremos, caso envolva o querer de outra pessoa. O que eu quero pode ter como barreira o querer do outro. Querer que o outro queira e seja o que queremos é ilusão e ilusão não é real. O não real é perigoso. Há perigo nas esquinas das nossas visões. Aquilo que não gostamos de ver precisa ser visto, precisa ser entendido e precisa ser aceito para ser mudado ou assimilado.

Não adianta falar em ser e fazer se não se é, nem se faz. Não adianta se magoar com a reação do outro se a ação foi nossa. Se eu falo e escuto de volta, eu pedi para ouvir. Fico "pirada" com pessoas que falam e esperam que você cale e dizem: "é o meu jeito de pensar..." e o meu, de pensar em cima do que você pensa e dialogar, não conta? Diálogo é isso: dois falarem, dois ouvirem, dois entenderem uma coisa só.

Numa relação, se dois falam de vez, ninguém se escuta e um grita para se fazer entender, tem algo não saudável aí. São dois falando duas coisas, ouvindo muitas coisas e entendendo nada de um para o outro. 

Eu convivo com algumas pessoas que são assim: falam que é importante escutar, mas, não escutam nada. Elas vivem um mundo particular e particularmente perigoso, por se tratar de distúrbio grave e nunca tratado, por nunca ter sido aceito. Esse mundo tem uma linguagem própria e quando você vai falar, vem de pronto uma resposta "nada a ver", como se a pessoa já estivesse numa cena dentro de seu mundo e, de repente, passa aqui no mundo real e emite o pensamento, como se fosse continuação da conversa... Um exemplo: estávamos falando dos buracos nas ruas da cidade e como o carro fica comprometido com esses impactos. O carro dessa pessoa está com a chapa de proteção de um treco embaixo que está chacoalhando, porque de tanto buraco na cidade, a peça vai folgando. Eu falo: "com tanta buraqueira, não tem como a chapa ficar quieta, coitada. Por isso que ela toda hora folga...". A pessoa reage aos gritos: "É por causa do buraco! É por isso que folga!". Eu, pensando estar eu surtando, falo: "e o que foi que eu disse?". A pessoa: "disse que..." e não disse mais nada. Na verdade, ele não estava escutando o que eu falava. Estava em seu "fantástico mundo particular" e, dando uma volta por aqui, voltou ao mundo real e falou qualquer coisa em sua defesa, como se houvesse um ataque. Isso não é fácil, mas, é o caminho de cada um, é o mundo de cada um... E cada um escolhe se quer interagir com aquele mundo ou não. Nisso se baseia a minha DS - distância saudável - onde, como não sabemos lidar, afinal, nós também somos falhos, com o mundo alheio, melhor não interagir. Melhor DS. É saudável para ambos os lados. A pessoa não vai entender... nem tente explicar mais... Agora, a DS não é vingança e nem para arrogância. Tem gente que é intolerante e não respeita o jeito dos outros, quer impor a vontade e quando não consegue, não tenta se fazer claro, e se afasta. DS não é se afastar, simplesmente, fingindo não ver a situação. DS requer humildade para reconhecer a própria limitação no não saber lidar com as diferenças e, para o bem das partes, manter essa distância. Isso é DS. Tem gente que diz: "usei a DS...". Discutir faz parte de qualquer relação pessoal. Não é isso. Não é fugir da discussão, não é evitar o diálogo. É ver de verdade que já se tentou - de verdade e com humildade - administrar a situação e não se saba mais como. Tem gente que coloca uma cosia na cabeça e coloca o outro como quem não entende - e é possível que não tenha entendido mesmo - e não vê que eu mesma não estou me fazendo ser entendida, "eu quero impor e que você aceite o que eu vejo de você e pronto". Isso é arrogância, orgulho... A DS não é orgulhosa, nem arrogante, nem presunçosa. Ela entra onde a gente entende que a gente não tem condições de estar ali e assume que não sabe como lidar, porque entende que a gente tem limitação, também. DS não é sabedoria... é por não se ter essa elevação pessoal e esse grau de elevação que a sabedoria exige, que uso a DS. A DS é um paleativo emergencial entre falhas, não é solução. Porque todos nós somos falho!

Assim, o tempo passa e mudanças passam, mudanças chegam, mudanças podem surgir... A gente faz o nosso caminho, colhe o que planta, mesmo assim, tem sempre um algo novo a plantar e outro a colher. Será a mesma colheita? Não. Isso é ruim? Não. Se um casamento termina, por incompatibilidade de gênios, a injustiça está em não reconhecer as qualidades do outro, mas, o que pesa mais: as qualidades ou os defeitos? Isso é a incompatibilidade de gênios - ambos com algo pessoal a ajustar. Ambos com caminhos a desvendar. Ambos com necessidade de se cuidar. Se isso não fortalece o elo, o vínculo enfraquece, sinal de que esse movimento deve ser separado. Se há um sentido juntos, continua. A incompatibilidade não é condição de separação mas de se saber lidar. Se sabe lidar, lide e daí mesmo, da vontade, surge a motivação e dentro de si o estímulo, porque aquilo não é uma obstrução, mas, um obstáculo a ser superado juntos e com o amor que une o casal - ou qualquer relação. Se não há sentido, força ou conhecimento para lidar com a situação, DS. Ou, separação, mesmo. O não saber lidar com as diferenças é sinal de que cada um precisa se tratar. Isso não quer dizer que tenha que empurrar com a barriga.

O tempo, assim, passa! O tempo, assim, passou e mudou muita coisa. O que fica a gente avalia: quer continuar ou quer parar? Ninguém precisa ser infeliz junto. Se a felicidade foi detectada com consciência e clareza é cada um seguir seu caminho, que não há mais um caminho a dois. que siga o caminho. 

Separação é solução quando é solução. Se a solução é separar para cada um ser feliz, que seja. Para mim, tenta-se tudo, porque vivemos tantas fases e tanta cosia interfere e confunde que é necessário limpar o ambiente para se saber. Uma dor que julgamos ter sido causada pelo outro, pode ser, perfeitamente, uma dor nossa de uma expectativa nossa e que jogamos no outro. Um dia se descobre que o problema estava ali e, por muito tempo, a raiva imperou, e raiva é sempre injusta. Por mais que tentemos justificar as nossas raivas, ela, por si só, é um sentimento inferior, está atrelada às nossas características mais fechadas e mais orgulhosas e vaidosas... portanto, nunca estará pautada na justiça. Justo é compreender, ainda que o outro tenha feito a maior merda, que estamos com raiva e entender essa raiva, deixá-la passar e saber como agir. A paz sim, a harmonia, o equilíbrio isso é justo. Não condena, apenas avalia, compreende e entende, decidindo como agir com ponderação - e ponderar é equilíbrio entre emocional e racional.

Assim, enquanto descubro isso, o tempo passa. Troco com pessoas que tomam as minhas dores e eu me sinto na obrigação de não reconsiderar porque os outros de fora vão me julgar... e vejam o quanto erramos por medo, receio e por puro ego ferido. O que de nobre temos para nos dar leveza? Sejamos, antes, para fazer! Sendo já se faz. Já se é.

Assim, outro tempo passa. E me pergunto: o que é tempo? E o que é Tempo? E me vem a resposta: Vida! E vida, passa. A gente nasce para passar, mesmo. Passar dessa para "melhor", né assim? E como passar dessa para melhor se nem aceitamos que Vida passa com o Tempo e que isso é um processo da Natureza? O que fica? O que fizemos de melhor, quem fomos e o que deixamos no ar? Como passar se tememos e não aceitamos essa passagem como algo natural? - e não me refiro aqui a passagem como reencarnação, ir para caixinha de Deus, ou, se tornar uma estrela no céu... não estou condicionando a qualquer crença religiosa, mas, considerando que toda religião sabe que a Morte de uma Vida é  a única certeza que se tem e o que vem depois dela... Ainda assim, todas concordam com um tempo infinito vinculado ao Divino Ser Criador, que cada um dá seu nome, eu chamo de Deus e Ele nunca se mostrou chateado comigo por chamá-lo assim... ou, por não entender o que Ele me diz... mas, vamos para a frente.

Se a gente não aceita o natural, como normal e quer que o normal seja o anormal e antinatural, vamos viver uma Vida mais difícil e ver a felicidade omo utopia, assim como a linha do horizonte onde cada passo que damos em sua direção, ele se distancia na mesma proporção. Assim, como a Natureza, o Tempo faz parte desse corpo Divino e Deus, para mim é Vida+Natureza+Tempo, Ele se manifesta em nossas vidas assim, passando, porque o Tempo, ainda que eterno é dinâmico sem fim, mas, para esse nosso tempo Ele é algo temeroso, finito e passageiro... A gente criou o tempo cronológico e teme a nossa própria criação, é mole? E corre, para fazer dessa cronologia algo próximo ao Tempo real... isso é loucura e se afasta de Deus e, com isso, se afasta da Vida e da Natureza. destruímos o caminho para nossa essência e, assim, do caminho para a nossa Felicidade. E Felicidade passa o tempo inteiro ao nosso lado, cutucando e pedindo atenção... só que a gente só olha o relógio no pulso ou no celular. Só acha que está atrasado quando alguém liga e diz: "cadê você?". E eu me pergunto: "cadê você, Patricia?". E eu me pergunto: "onde estou eu?". E eu me pergunto: "quem sou eu?". Com o Tempo vou saber responder, porque vou me encontrar. É nesse caminho que sigo, indo e voltando, mudando de lugar e de caminhar. Tem outro caminho? Deve ter... mas, é assim que eu faço o meu. Vida sempre coloca algo para aprendermos ainda que tomemos o rumo errado e, nesse aprendizado, a gente aprende a ter discernimento, entendimento e consciência. Assim, Tempo vem naturalmente ajudar e conseguimos entender que o caminho não é aquele e mostra aonde devemos ir. Quantos de nós abre mão das rusgas, do orgulho, da postura superior e arrogante para seguir o caminho da humildade - que não é a subserviência -, o da compreensão - que não é se fazer de capacho - e o do entendimento - que é a clareza e não o achismo vigorante, para se prontificar a seguir o caminho "certo"? 

Quantos de nós é relutante em aceitar que também é responsável por caminhar por onde não era para ir e diz que foi levado, jogando no outro a culpa pela própria fraqueza, do tipo: "é porque você não sabe como é difícil conviver com fulano... mas, é minha cruz, né? Meu carma..."? Tudo a gente negativa. Não penso que ninguém tenha que viver a maldição de se colocar aprisionado a alguém que não te faz bem... Isso existe? Existe! Mas, e aí, vamos viver assim? É algo em mim, que não sabe lidar com o outro? É algo no outro que não "bate" comigo? De qualquer maneira, tem algo em mim que precisa ser tratado, nem que seja a capacidade de compreender e respeitar que o outro é quem ele é... Ah, compreender não quer dizer se submeter! A compreensão não é "má" e um castigo... Ela é um sentimento nobre e uma capacidade elevada de saber que não há motivo para raivas, mas, para esclarecimentos, inclusive o esclarecimento pessoal de que não sabemos respeitar nem a nós, nem ao outro... ou, de entender que mesmo compreendendo, não dá!

E assim, o tempo continua passando... e a gente, o que vai fazendo? Construindo, edificando, identificando os sinais de Vida de que, mesmo no caminho errado, ela nos ensina algo e nos mostra o caminho de volta - isso é generosidade e a Vida é bastante generosa, mas, Tempo, passa...? Ou, destruindo, ruminando, regurgitando...? 

Sejamos árvores com raízes fortes e capazes de se multiplicar em cada pólen que voa livre vida a fora, cheio de vida dentro.E tudo isso com muita paz, não "ligando o fo**-se" que vamos resolver. Sem revolta. A revolta é sinal de raiva, ainda... de algo não dissolvido. Dissolver em si não vai mudar o outro, mas, faz com que a gente se preserve de deixa de se martirizar por algo que não nos cabe modificar...

Pat Lins.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixe aqui seu comentário/participação. Obrigada, pela visita! Volte sempre!

LinkWithin

Related Posts with Thumbnails