O problema das grandes decepções que temos, na vida, são o simples fato de que são coisas tão pequenas diante da grandeza do infinito que, quando a gente deixa "ficha cair" e entende isso - lá dentro de nós, como o sangue que corre nas veias - a gente vê que tudo não passou de um golpe de estado do estado desequilibrado do orgulho, da vaidade e do melindre.
Todo mundo tem algo de bom a nos mostrar... pena que alguns não conseguem mostrar isso nem a si. Mesmo assim, são capazes de mexer tanto com essas nossas emoções baixas que a gente até entende: todo mundo tem algo de bom, nem que seja o lado ruim da pessoa nos fazendo ver o nosso lado ruim, também!
Decepção é apenas isso: a gente ver que a pessoa não é o que a gente "achou" que ela fosse. Agora, quem mandou a gente "achar", nada? Agora, temos que devolver. Devolva para o mundo de ilusão a verdade e diga: essa é a pessoa. Se tiver forças em si para lidar com essa diferença, lide. Senão, caia fora e mantenha um DS - distância saudável - até se trabalhar o suficiente e ser capaz de entender que nós também somos as decepções de outros que também nos idealizam e se desapontam quando se deparam com a realidade.
Vamos fazer uma campanha em prol da "auto franqueza". Reconhecendo na gente primeiro, que somos falhos e passíveis de erros "sem querer". Dói quando o erro é consciente e intencional. No geral, erramos por pura imaturidade humana. Ninguém se iluda e se "ache" muito maduro, perfeito e superior... tem sempre algo em nós que requer muito de nossa atenção para transformação verdadeira... se a gente não enxerga, um dia teremos que devolver ao mundo da fantasia a imagem do real e, aos poucos, o mundo da fantasia vai sendo apenas um espaço livre para idéias, criatividade e fantasia, com consciência da existência dos dois mundos: o da fantasia e o real.
Para evitar as decepções? Simples: quebrarmos os paradigmas dia a dia. Questionar as emoções desencadeadas. Olha, isso não quer dizer que sejamos obrigados a conviver com todo tipo de gente para se testar ou resignar... Para mim o processo é outro. A gente vai se abrindo e se construindo a cada vez que conseguimos quebrar um pensamento engessante. Não é de vez. Não é para ontem. Até para essa quebra, antes de tudo, entender que será um esforço constante. Paciência será desenvolvida. Compreensão assume o comando. Vida, Tempo e Natureza vêm para guiar. Fazendo tudo certinho, ainda assim, sempre teremos algo novo para errar, imagina nunca tentar? Ninguém alimente a ambição audaciosas e presunçosa de se "achar" capaz de se tornar um ser elevado em três dias. O trabalho quando começa, não termina e sempre vem algo maior e maior. Assumir a responsabilidade pela vida é se abrir e se tornar cada dia menos denso para, um dia, alcançar ser um ser mais leve. E sem essa de ser chato e viver dando sermão em nome da "verdade deve ser dita". Verdade não ofende. O que ofende é a conotação que damos ao que dizemos, ou seja, "o que queremos dizer?". E se a pessoa não sabe receber a gente ainda se ofende: "eu só falei para ela ver as próprias falhas...". Todo mundo vai se doer. Nem todo mundo está aberto para refletir após uma observação "verdadeira". Fora que, para mim, estou entendendo que a verdade nem precisa ser dita, porque ela, por si só, revelar-se-á. Tá na cara de todo mundo. Olha que eu só aprendi isso há mais ou menos um mês, quando disse um monte de "verdades bem intencionadas" a uma pessoa e ela me disse: "têm coisas que você me disse que não saem mais... magoou fundo". Vou me chatear com ela? Eu caí em mim ali. Me toquei de que fui leviana, ainda que falando a verdade. Quer outro exemplo? Estou gorda. É fato. Eu conheço umas pessoas que se limitam a ver apenas a fachada dos outros. Toda vez que me encontram, me falam: "Nossa, como você está gorda! Tem que fazer uma dieta". No início eu ficava P da vida. Um dia, me questionei: "é mentira?". Não. É verdade. Me questionei mais: "o que elas têm com isso?". É mentira? Não. É verdade. Daí, me questionei mais: "Então é assim...? Certas verdades são tão óbvias que, mesmo estando na cara - ou no corpo - a gente se esquiva e finge não ver. Como a gente não se aceita, a gente rejeita o que vem de fora com agressividade... Mas, se eu estou gorda, e não faço nada para emagrecer, então, preciso me aceitar e me enxergar assim, sem demérito. Depois, assumindo, aí sim, terei algo a mudar...". É verdade, ou não é? Não me dói mais escutar a mesma coisa da mesma pessoa. De quebra, entendi que para essa pessoa, mais importante que "ser" é "parecer ser". Iria me voltar e dizer para ela: "É, ao menos não sou superficial..."? Que mal há nisso? Ela é assim. Aos poucos, no cotidiano, vou aprendendo. Nessas simples e corriqueiras ações etá muito dos nossos pensamentos mais profundos - ou rasos. É daí que vem o desenrolar. Eu não me decepcionei com a pessoa, nem comigo. Vi nós duas, ali e tive opção de escolher o que pensar e como agir. Como EU não estou bem resolvida com meu excesso de peso - mesmo sabendo que tenho uma saúde de menina: pressão baixa, glicemia, triglicérides, colestrol... tudo OK, a gordura é apenas uma questão estética, mesmo - eu vou me "doer". Então, se mesmo eu, do jeito que me questiono e sei que é bobagem minha, mesmo assim, sinto - e continuo a me questionar como resolver essa questão - por que eu vou "achar" que os outros devem "re"agir bem à exposição da verdade?
Cada um cria a sua maneira de ver a verdade, mesmo ela sendo uma, mas, trata-se de como lidar com a realidade, muito mais do que ver a verdade. A realidade de cada um, sim, envolve um conjunto de outras tantas coisas que pode misturar fantasia e real, sem deixar de ser realidade. Isso varia de ângulo para ângulo, penso eu. Mesmo assim, a verdadeira realidade sempre estará ali, no lugar dela. Um dia a gente vê e se espanta: "você está aí?" e ela vai responder com serenidade - porque a verdade é clara, serena... é como é, portanto, não há mais nada além de ser o que é e pronto -: "Sempre estive, meu bem! Que bom que me viu!". Isso que é paciência. Esperar a vida inteira para ser vista, sem pressionar, ofender, gritar, brigar, se magoar ou se decepcionar. A verdade não decepciona porque ela não se impõe, ela É.
Sejamos VERDADEIROS. Isso só é possível quando começamos a sermos verdadeiros conosco. Não tem como ser diferente. Quando não nos escondemos mais de nós. Nem que seja admitindo: "não tenho forças para me ver, agora!". Nada de sincericídio. Isso não ajuda, não une, não estimula, não é verdade.
PS - agora, se eu pergunto a um amigo a opinião dele, eu escuto a opinião dele - o que chamamos de "verdade subjetiva"... - não uma verdade universal. E a opinião de um amigo trás um pouco da sua própria relação com a vida, com o outro e com seus pensamentos. Revela um pouco do mundo desse amigo, ou seja, envolve a emissão de um "juízo de valor" e isso é muito mais do que pessoal, é pessoalíssimo. Passa por lugares, pensamentos e sentimentos que só aquela pessoa sabe e/ou nem sabe...-. Uma opinião deve ser considerada como algo a refletir, porque, apesar de sair de outro mundo e do ângulo que esse mundo vê o seu, o "como" a gente se mostra chega no lugar com determinada informação. Quem emite essa informação somos nós. Agora, claro, não descarto a hipótese de que há pessoas que criam muito e em demasia e se perdem nesse mundo de ilusão, fantasia e solidão - não estou falando de quem se encontra vivendo só, mas,d e solidão por ser o único naquele mundo próprio e pessoal e não concatenar mais com a realidade externa, do real - e, diante de uma realidade comum, ou social, emite juízos alienados e sem sentido... Bom, o que quero me dizer é que "tudo pode ser refletido" e isso evita uma decepção.
A decepção é uma emissão de juízo de valor... É muito mais subjetiva do que real!
Pat Lins.
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