sábado, 15 de setembro de 2012

ESTAMOS PREPARADOS PARA A VERDADE?


Eu, finalmente, aprendi que "verdade" não precisa ser dita. No dia em que estivermos prontos, ela mesma se manifesta.

Se eu digo o que vejo da verdade para alguém, é minha maneira de ver aquela verdade. Julgamento de valor. A "verdade verdadeira" não tem intenção de magoar, ofender, humilhar, diminuir... ninguém. Ela enaltece e nos diz onde estamos errando e o que devemos fazer para consertar.

Aprendi que não cabe a mim dizer nada a ninguém. Aceitar como as pessoas são inclui, ao meu ver, o direito de manter a DS - distância saudável - de quem não sei como lidar com essas diferenças. Isso evita brigas, discussões e climas de tensão. Não é desgostar da pessoa, é entender e aceitar que relação interpessoal é uma arte, mesmo. Só há beleza para quem sabe lidar. Não vejo motivo para dor e sofrimento, isso, para mim é prático. Tem gente que não consegue conviver comigo e mantém DS e acho ótimo! Admiro muito a honestidade. Para mim, onde está a verdade está uma ponta de abertura para sentimentos maiores no momento adequado. Se eu reconheço em mim a limitação de não saber agir e/ou lidar com determinados comportamentos - independente se estou certa ou não - assumir que é melhor estabelecer a DS é uma demonstração de respeito e afeto. Se insistir em manter esse contato, tudo isso pode ruir. 

Isso, hoje em dia, está tomando cada vez mais parte de mim. Esse papo de "transmitir" a verdade não é responsabilidade minha. Entre amigos mais íntimos trocamos nossas impressões sem melindres, nem amarguras ou mágoas. Isso porque nossa relação tem esse grau de maturidade. E é não é atitude da boca para fora. É uma característica comum entre alguns amigos mais próximos e íntimos. Não se trata de "o que eu acho", mas, "o que eu vejo é assim". E vamos trocando. Essas "verdades" não me doem. Nem neles. O choque é choque. O lidar com a questão no levantar de questões é que impera.

Se em uma amizade não houver espaço para as verdades, essa amizade ainda não está madura. É de suma importância que saibamos em que grau está nossa amizade e os nossos amigos. Amigos de verdade não precisam ofender, mas, em alguns momentos, umas coisinhas ou outras saem do controle, afinal, somos humanos e disparamos uma opinião - muitas vezes pedida - e a outra parte se machuca. Entre nós, nessa hora, esclarecemos, porque só uma comunicação clara não é capaz de magoar. Onda há clareza não há motivos de desculpas, ninguém culpa ninguém. Se houve mágoa, ambas as partes não estabeleceram a comunicação efetiva. Se não houve espaço para cada um se auto-avaliar, ponderar e "perdoar", não havia processo de maturação na relação e caiu verde, ainda. 

Precisamos ter cautela, não medo ou algo similar, para sabermos a hora de ouvir e de falar. 

Amigos são eternos se houver esse compromisso e envolvimento das partes. Senão, ainda não é Amizade de Verdade!

Resumindo: só uma amizade de verdade suporta verdades e é capaz de por si só ver a Verdade. E cada parte deve estar aberto a desenvolver o seu próprio papel de auto-crítica, auto-conhecimento. Há de se ter boa vontade consigo, antes de tudo. Melindre é atitude de quem não se valoriza... nem ao outro.

Sejamos mais amigos de nós mesmos para sabermos lidar com os nossos amigos.

PS - se colocar no lugar do outro não é simplesmente imaginar como eu (re)agiria diante de determinada situação, e sim, entender como aquela pessoa reage. É ver como a pessoa é e se colocar no papel dessa pessoa como ela demonstra ser. É se colocar no lugar do outro, no lugar do outro, entendendo que o outro é outro e não eu.

Isso eu estou aprendendo e apreendendo. Nem todo mundo entende e sabe se colocar em meu lugar... e aí?  Mais um motivo para eu me colocar no lugar do outro e, se eu não souber lidar com essas diferenças, estabeleço eu a minha DS. O Tempo é quem determina a Hora da Verdade aparecer e transformas a Vida de cada um de nós. Naturalmente! O meu tempo curto de impulso não ajuda em nada... portanto, minha verdade vai poluída com as emoções que confundem o que quero dizer. É bom refletirmos um pouco sobre como cobramos tanto uma franqueza dos nossos amigos e o quanto estamos preparados para essas verdades. Não sabemos lidar com a verdade na ponta do nariz, imagina quando vem pela ponta do nariz do outro? E se o nariz for empinado, a arrogância fala primeiro e compromete o caminho da troca de opiniões. Fiquemos atentos!

O amor está tão pouco desenvolvido em nós... foquemos mais nele e deixemos o que tiver de chegar, que chegue e se estabeleça!

Pat Lins.

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