Quando comecei a escrever aqui, neste blog, escrevia para não sufocar. Implodia a cada segundo em dor, sofrimento e dilemas intermináveis e insolucionáveis, em minha mente. Escrevia aos prantos, com lágrimas de sangue de tanta ferida aberta e tanta dor. Escrevia para ler e achar que tudo era tão simples que é capaz de ser escrito.
Sabe, têm sentimentos que são indescritíveis...e esses, mesmo que eu tente, como agora, não saem. Hoje, assisti ao último capítulo da novela "A Vida da Gente" e vi que por mais comercial que seja uma novela, é possível usar a sétima arte - se é que pode se chamar um novela de hoje em dia em arte - para fazer algo que toque, que nos faça sentir a necessidade de dizer: preciso entender que o único caminho é o que vim para seguir. Não assisti desde o início, mas, peguei algumas boas partes. Nessa reta final, me sentia mexida por dentro, como se eu estivesse ali. Faz tempo que não assistia algo que me fizesse isso. Normalmente, sinto isso em boas leituras. O mais engraçado foi ouvir dois personagens querendo escrever, sentindo a necessidade de colocar para fora para não "sufocar". Entendi o que queriam dizer com minhas verdades. E o meu não sufocar era organizar linearmente minhas idéias, de maneira que fosse possível entender o que eu supunha ser inacessável. Senti a necessidade de me tornar mais real para mim. Senti a necessidade de me ler, de me ver e de me tocar em emoções.
É, parece doideira. Cada um tem a sua, né verdade? Quem se acha sábio demais, não sabe o que quer dizer a verdadeira sabedoria. Eu penso que uma pessoa sábia é tão sábia que tem a humildade, algo inerente à condição de sabedoria: saber que somos regidos por algo acima de nós, com ritmo próprio, com Leis e com um bom motivo para existir.
Hoje, ao ver o final da novela, me peguei chorando uma lágrima tão gostosa. Um sabor diferente. Tinha todo efeito sonoro e de luz como uma cena de novela onde a vida da gente passa pela nossa mente e como Ana e Rodrigo, é preciso nadar e se afogar nos rios da vida para, enfim, protagonizar a libertação. O amor é tão maior do que essa mesquinharia que dizemos sentir. Ele é grande, é sublime. Ele suporta tudo, simplesmente porque, para ele, nada é pesado, tudo é como é e se não é, fazer o que precisa ser feito para se ser.
Quando sinto a necessidade de escrever, agora, é para me ler coisas boas, um lembrete do óbvio que deixamos tanto passar, apenas, por assim ser: óbvio demais. Nós não queremos o óbvio, porque ele é certo, pronto. Nós queremos as dificuldades. O óbvio nos remete a um dos nossos mais temidos desafios: entender que a vida é isso, requer simplicidade e obediência para se ser livre. Simplicidade como a natureza, que simplesmente é. Obediência para entendermos a regra geral desse jogo que não é jogo, nem competição, é escola e escolhas: viver é concluir, resolver pendências, ouvir o mestre tempo, saber conjugar verbo - essa é muito importante. Quem pensa que não, quando aprender vai saber a enorme diferença entre presente, passado e futuro -, seguir adiante, ter esperança, ter desprendimento - caso se dê conta de que errou, redime-se e refaz o caminho -, compreensão e muito amor. Resumindo: viver é amar! Ihhhh! Pirou o cabeção.
Nessa de (re)assistir minha vida, me peguei com essa vontade louca de escrever. Sabe Deus o quê. Uma vontade de gritar para o mundo ser feliz!
Hoje, minhas lágrimas regam minha carne, com águas derramadas pela minh´alma que é limpa e quer se chegar mais, cada vez mais. Minhas lágrimas sorriem a esperança. Minhas lágrimas sorriem, através de um choro silencioso de gozo e alegria ao ver as vitórias - não as do meu time... esse me faz chorar de raiva... - da vida, por ver a luta de um planeta que pede socorro e está prestes a deixar de existir - ou mudar de novo - por causa da gente, mas, mesmo assim, ele ainda luta pela gente, ainda aposta em nós. Eu queria apostar junto, mas, nesse ponto, minhas lágrimas são de dor, por uma humanidade tão vazia e que nem se abala por assim ser. Muitos que se dizem repletos, estão repletos de suas arrogâncias. Mas, a Terra, mãe amada e gentil, nos quer dar seu amor. A mãe Natureza já não tem mais tanto tempo - uma das facetas fo Tempo, que passa e segue. Todo mundo muda - uns para melhor, outros para pior, outros, apenas mudam de lado... se viram e nem saem do lugar... - e ele vai, sempre. Nunca vem. A gente se prende tanto ao passado e o tempo, lá, indo, sempre em direção ao tempo presente, ver o que há e segue, rumo ao futuro que é seu lugar. Olha, muitas vezes me pergunto: se estamos de passagem, porque não aproveitar?
Sim, meu choro é de alegria e tristeza, ao mesmo tempo. E a vida é assim, enquanto não aprendermos a merecer apenas o sorriso. Ela não nos pune, ela nos dá chances e mais chances e "nóis neca". O merecimento vem com Tempo, quando colhemos os bons frutos, ou seja, quando plantamos as boas sementes. Quando construimos um caminho sólido e verdadeiro.
Nossa, meu coração aperta e solta. No geral, me vejo feliz. Incomodada e triste com o rumo de muitas coisas e muitas pessoas - as que querem correr contra o tempo e as que nem fazem idéia de sua existência... ambos são desconectados com a realidade da Vida. Bom, em nossa condição humana, nossa felicidade se resume muito, como o amor e vivemos de moedas guardadas em cofrinhos, para uma eventualidade ou um presente que queremos dar ou nos dar... tudo se resolve a fazer o que desejamos. O desejo pode ser perigoso e pintar uma ilusão quase eterna. O desconhecido alimenta a fantasia e a fantasia a ilusão, o medo e a maneira mais doida para se viver fugindo dele. Estou feliz por saber que eu, como qualquer pessoa, também posso ser feliz. Eu não fiquei rica; não me estabeleci profissionalmente; não sou uma pessoa perfeita; gosto de ler, mas, não tive acesso aos livros de grandes pensadores, na época, por falta de grana... ainda são caros; poderia ir aos cebos da vida, mas, chego lá... a fuga tem dessas artimanhas; não sou a mãe perfeita; não sou a esposa ideal; não gosto de cozinhar; detesto bagunça; tenho TPM; meu corpo eu deixei se tornar um barril; mas, minha saúde tá beleza...; não sou independente – estabilidade financeira não vive lá em casa...; mas, isso tudo que não sou não me impede de ser quem eu sou. E quem eu sou, mesmo? Nossa vida não é um curriculum a ser apresentado para Vida como se ela fosse nos fazer uma entrevista. Caiamos na real, ela é que dá as oportunidades, não tira. Não é o que respondemos, é o que fazemos que conta. Nós somos quem determinamos o resultado dessa vaga. E essa vaga não tem concorrente, já é nossa.
Hoje, sinto a necessidade de escrever minha vida com belas palavras, com esforço para mudar meus padrões de pensamentos derrotistas... são pequenos furos numa represa muito bem feita, com as águas doidas para voltarem ao seu curso natural. NATURAL! É isso que falta em nossas vidas: sermos mais naturais, em vez de tão normóticos, robóticos e doidóticos. Precisamos desenvolver muita coisa boa. O equilíbrio está no balanço entre emoção e razão. Senão, seríamos outra espécie de ser vivo – ou não.
Queria poder escrever toda a história da minha vida, mas, eu nem sei em que parte da vida estou. Toda hora tudo começa, tudo complica, tudo continua, tudo termina, tudo começa... É isso: escrever a história da vida é estar sempre começando. Começando, se reinventado, se aprimorando, se sendo, se vendo, se conhecendo, se refazendo... seguindo em frente, se vivendo.
Eu ainda não realizei meu maior sonho porque ainda nem o sonhei. Já realizei sonhos que nem sabia que sonhava. Outros que sonhei, eram apenas para serem sonhados, mesmo. Outros, estão na fila da escala de prioridade e na sequência dos acontecimentos.
Tenho tanto a aprender com Vida e Tempo, que meu Deus, continua a me guiar! Dá-me o justo. Faz-me entender, antes, o que é esse tal de justo, também, por favor, p´r´eu saber que é ele mesmo.
E, como nos fez uma grande “Revelação”, o grande Fagner, nos diz: “Um dia vestido de saudade viva, Faz ressuscitar. Casas mal vividas, camas repartidas, faz se revelar. Quando a gente tenta, de toda maneira, dele se guardar. Sentimento ilhado, morto, amordaçado volta a incomodar.” Devemos sempre por em ordem nossas emoções, através da razão. Não aquela pragmática e que quer uma exatidão inexistente nas ordens exatas da Vida. Aquilo que a gente não resolve, sempre volta a incomodar. Viver em estado de tensão e de guerra só traz infelicidade.
Sinto que deixei de dizer algo que queria e que estava me sufocando... bom, deve fazer parte dessas coisas que palavra alguma consegue explicar. Talvez, uma carta para mim mesma que eu nem saiba por onde começar, porque temo ter que terminar, ou medo de a vida da gente não caber nem em posts - ainda que intermináveis -, nem em cartas para guardarmos de recordação, nem no melhor livro que já li... a história da vida a gente lê a toda hora, em qualquer lugar. Os óculos que preciso colocar são sem os graus habituais, são os que limpam a visão, são sem aramações, são os que trazem o círculo da eternidade, da Vida. Hoje, eu quero ser feliz com o que fiz até aqui. Sem desespero, porque ainda falta tanto. Estou tão distante, não por me distanciar, mas, por ainda ter muito a trilhar - e por desviar muitas vezes do caminho, adentrando ao caminho do medo de "chegar lá" e saber que terei que continuar. Escrevo aqui, como quem escreve cartas ao vento, na verdade ao sopro. Sopro de vida, porque Vida, eu chego lá!
Pat Lins.
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