terça-feira, 6 de novembro de 2012

NEM TUDO É TÃO RUIM QUANTO PARECE II: SABER FALAR - SABER CALAR


Continuando... aha, pensaram que fiquei zen e evoluída assim, de uma hora para outra? Existe a continuação da ponderação que tive que fazer em tão pouco tempo - menos de 2 horas, numa reunião com 6 pessoas onde apenas 3 interagiam. 

Vamos lá:

Feedback da reunião: falha de comunicação. 

Tá, isso eu já suspeitava e, previamente, divulguei no MÃES NA PRÁTICA. Mas, nem tudo foram flores. A postura da escola foi: "mãe, seu jeito é muito imponente, dominante e a gente entende que é porque você é mãe, e isso é compreensível, mas, a gente precisa que você fique mais à sombra...". Mas, porque, isso eu ainda não entendi e, para evitar situações de conflito, já que eles estavam na postura de "a culpa é do perfil da mãe" e ninguém reconhece o perfil do filho e suas próprias características, o perfil insosso da coordenação que sugeriu: "diante de dúvida, nós estamos aqui...". Houve dúvida durante o início do semestre em como alinhar o discurso de uma das propostas sugeridas e meu marido foi à procura da psi da escola e pergunta: "Sim, fulana, como podemos alinhar a maneira de falar com Pedro sobre essa medida? Nós pensamos em falar..." e citou. Ela, pega de surpresa - ela sabe falar muito bem, após ter se preparado previamente, mas, diante de uma situação repentina, ela trava e só concorda com um "sim, é isso mesmo" - concordou com o que meu marido falou e reafirmou: "inclusive, estou indo conversar com a professora e passo para ela". Fechou. Ontem, durante a reunião, essa falha de comunicação onde "pergunte que a gente responde, porque estamos aqui o tempo todo" ficou em nós não termos tirado a dúvida. Pois, marido começou a falar: "mas, eu perguntei a fulana o que falar e disse o que haviamos pensado e ela concordou". Ela, de imediato, desconversou e morreu. Como me fora feita a proposta de ficar mais à sombra, deixei ver até onde ia e ninguém escutou marido falar, "EU PERGUNTEI A FULANA E ELA CONCORDOU". E eu "bestei" e calei. Pensei na hora: "se falo, estou armada; se calo, eu sou tapada...". Tapei. E vi a armadura da escola em não se assumir como falha. A falha é sempre dos pais e, pior, com um pai submisso e uma mão autoritária e um filho com problemas de comportamento que não reconhece as autoridades. Eu conheço gente - um tio meu - que toda criança pela de medo. Pedro, nem aí. Meu tio reclama e ele peita. Peita mesmo. Meu sogro, por exemplo, é um homem e voz imponente, é uma figura autoritária e Pedro enfrenta ele. Esteja eu ou não. Serei eu uma mãe rainha onipresente que o filho vai sempre dizer: "ah, minha mãe vai me defender de onde estiver"? Foi mais ou menos isso que soou ontem. Ou, na escola, a equipe de coordenação não tem esse pulso todo? Por que, durante a licença maternidade da diretora, no primeiro semestre, nos ligavam constante e frequentemente, para buscarmos ele na escola por "terem feito de um tudo entre as 8h e as 8:30h e nada resulta e temos que chamar os pais para levar para ele entender que está destoando do grupo..." e eu, certa vez, questiono: "podem me chamar quantas vezes forem precisas - porque elas argumentaram que sabiam que isso era desgastante para os pais e eu afirmei que isso não me incomodava que com o desgaste eu lidava comigo mesma - desde que a gente veja se ele não está manipulando vocês...". Lógico que não fui bem entendida, ou, fui bem entendida e não fui foi bem aceita... Passou. A diretora volta e o tempo anda. Em vez de um ano letivo, tivemos um segundo semestre, porque, no primeiro, houve uma estiticidade impressionante. Pois bem. Aconteceu, depois de meses, de novo. Deixo às 8h e às 8:30h me ligam. Fui buscar e a psi da escola me relata: "mãe, Pedro está descontrolado. Está muito agitado. Fizemos de tudo e ele só repetia: 'ligou para minha mãe vir me buscar?' e eu tive que ligar" e eu, estupefata, solto: "manipulação. Ele manipulou você. Como você já informou que eu o levaria, deixe-me levar para que ele reconheça a sua autoridade.". E trouxe. Liguei para a psi dele, que foi indicação da mesma escola. Pergunto: "Suely, estou observando a certo tempo que isso vem acontecendo. Parou com a volta da diretora e, hoje, como a professora, a diretora e a pedagoga estavam num simpósio, a psi da escola me chamou e falou... - citei o diálogo acima - Eu não sou psicóloga, mas, isso me soou como certeza de manipulação... de 8 a 8:30 é tanto tempo para se investir em uma reversão de quadro?". Ela concordou com a possibilidade de Pedro saber a quem manipular. Me pergunto: será a minha luz tão forte assim? Ou, reconheço essa minha característica pessoa de ser leoa - depois de mãe, mãe leoa - e sei o quanto sou persuasiva, imponente e etc. Sei tudo isso em mim e sei que tenho que me esforçar e muuuiiitttooo para dar espaço a Pedro para se virar sozinho. E conto com a ajuda dos meus grandes amigos e vou melhorando, só que IMPOSSÍVEL do dia para a noite. Seria, talvez, o outro lado, sem luz? Ficariam muito à sombra essa parte da equipe? Enfim, essa parte, ninguém vê. Se eu falo, como já disse, sou resistente em me assumir e como reação do orgulho, vou fazer com que todo mundo se veja. Ponderei isso tudo em um milésimo de segundo. Como? Eu tinha um foco e estava na posição de observação, mesmo falando e interagindo. Quem ME CONHECE sabe dessa minha capacidade natural. Pois bem, aceitei a sugestão de me manter mais à sombra, de acordo coma sugestão deles de eu evitar pegar e levar meu filho à escola. Quando me sugeriram eu avisei que dependeria da disponibilidade de marido, porque isso estava em outra esfera. Questionei outro ponto: "por que só me falaram isso agora, no final do mês?". Olha o espanto: "hoje é dia 5, estamos no início do mês". E eu: "ah, é! Estamos é no final do ano, me perdoem!". E se calaram. Eu não estava armada eu estava consciente e alerta, totalmente diferente. Bom, proposta feita, proposta aceita no que se referia a mim e em tempo de experiência. Ah, tempo... Vamos a ele:

TEMPO

- Início deste semestre:

"É preciso respeitar o tempo de cada um e Pedro tem o dele..."

- Ontem:

"Mãe, acontece que nós temos pressa. Nós queremos resultado imediato. E Pedro não deu conta de acompanhar esse tempo...".

 Eu:
"Mas, por que deixam para fazer essa reunião hoje, de novo, no final do ano? Se tivesse dito isso lá atrás, até o meio do ano, não teria sido mais produtivo? O que vocês sugerem, a gente coloca em prática...".

Novo semi-silêncio interrompido pela diretora. 

Me questiono o tempo inteiro: em vez de voltarem o foco para eles estabelecerem o limite deles lá dentro, já que desconfiam de tudo que falamos, porque essa invocação comigo? Não entendi! 

Surge, então, assuntos do início do ano e a diretora assume e fala com tanta propriedade como se estivesse lá... e eu, solto das minhas: "Mas, entenda, você não estava aqui. Você estava de licença maternidade, quem resolveu e nos disse foi a coordenação...". E ela, nada. Seria minha luz capaz de apagar uma dupla de coordenação tão bem gabaritada que não fazem nada com medo de mim? Poxa, será isso? Estou confusa e venenosa... Essa parte toda eu tive que calar. Como ainda sou muito imperfeita e posso cometer meus erros, ainda sou tacanha e sinto a necessidade de me ler para me organizar. 

Houve um momento onde me colocaram de onde tiramos que Pedro melhorou o comportamento, já que a psi dele afirma isso, a ponto de não ver necessidade de procurar apoio médico, já que percebeu que está dentro de um distúrbio de ansiedade com inteligência elevada e com outras coisinhas emocionais que serão trabalhadas a longo prazo. Senti como se estivéssemos num inquérito: "prove a inocência de Pedro!". Não entrei muito nesse jogo, mas, levei algumas defesas em prol dele, sim. E seria eu tão ansiosa em dar conta de tudo que manipularia tanta gente em ver Pedro como eu quero? Aliás, eu vejo e conheço o Pedro que elas retratam, nunca neguei isso. Só que eu vejo o Pedro além daquele Pedro. E aí, é por aí? Não entendi porque se apegaram a encontrar algum culpado. Muito estranho. Alguém ali está com tanto medo de ser descoberto que está criando situações confusas para disfarçar algo não feito no TEMPO deles mesmo... Assim é fácil. Pega e se apegam ao estereótipo de mãe devoradora e pronto, joga tudo nela. E me questionam: "fico preocupada com essa fala de Pedro 'eu estou melhorando meu comportamento'. Baseado em quê ele fala isso?..." e sorri, deixando no ar o: "será que você não estão criando esse ambiente na mente da criança?". Será? Será que quando a avó do meu marido ao falar na frente dele: "que remédio vocês estão dando para ele que está tão mais calmo? Vou ligar para seu primo para você dizer a ele para ele dar a filha dele também.". E ligou, mesmo. E eu disse: "nenhum. Eu corto um dobrado. Iuri começou a se impor mais. Ele tem acompanhamento com uma psi maravilhosa. Está fazendo equoterapia... e deve ter algo no fato deles estar crescendo.". Fora o fato de se ver, mesmo. Ou, não tenho eu essa capacidade de ver que estou mais aliviada quando saio com ele, que meu estado de tensão diminuiu...

O meu TEMPO tem sido muito tolerante. Até que vai dar o tempo deles se identificarem. E quem fala aqui não é a mãe doída em primeiro plano, quem fala é uma profissional capaz de identificar falhas na organização.

O ano está no final. E o tempo deles fica onde?

Volto a dizer: concordo com as sugestões que me deram. Adorei. Acolhi com carinho. Mas, o que se refere a mim. Não estou satisfeita com o resultado com relação a Pedro, até porque eu tive a sensação de que: 1 - Prove a inocência de Pedro e de onde tiraram que e ele melhorou? 2 - "Mãe, a gente entende sua ansiedade..." e aí?

Ainda tem pano para a manga... E aí, eu me sinto: como estou? BEM. De verdade! Essa prova de fogo não está tirando o meu sono. Sim, estou chateada e incomodada. Sim, estou atenta. Sim, estou ponderando: "Saber a hora de falar. Saber a hora de não falar". 

Ainda assim, eu que não sou fofa e otimista, vejo que NEM TUDO É TÃO RUIM QUANTO PARECE, é só uma questão de tempo. E esse tempo vai derrubar muita gente... seria minha luz capaz de iluminar esse lugar? Não... ali, não é só a sombra que me pedem que vai aparecer... o problema é que meu lado sombrio está querendo se manifestar... e meu lado luz quer ponderar. O lado luz está ficando mais forte, graças a Deus! Mas, o lado sombrio da coordenação está se manifestando e eu estou vendo que o buraco está ali... Bom, como cada um tem seu tempo, direção, vocês terão o de vocês. Como falei, plagiando Quintana: "Elas passarão... Eu, passarinho". Eu não mantenho meu filho lá por medo... elas temem o desemprego e isso pesa... mas, eu não vou aceitar ser alvo. Me mirem e me errem. 

Pois é... ainda pondero. Mas, e aí? Estou eu com orgulho ferido e sem razão? Ou, estou com ego inflamado, mesmo e com toda a razão? A escola se questiona, também? Ou só estão querendo provar que Pedro é um monstrinho mesmo? Pois é... E aí, quem poderá me responder? O tempo. Não o cronológico deste ano e diante da ansiedade da escola em ver os resultados que esperam... mas, o tempo do ano que vem, que terá uma nova fase... O tempo da vida, porque Pedro pode mudar de escola, continuar com os mesmos comportamentos e ter um ambiente mais neutro para mudar, porque esse está muito carregado de estigma... e isso está com cara de uma bola de neve gigantesca... Um ciclo vicioso está implantado e não sou eu quem vai alertar... aí, cabe ao Tempo dos tempos da ficha da direção começar a cair. É o que falo: onde há fumaça há fogo, né assim? Se Pedro melhorou em diversos lugares - não 1, nem dois, mas, em diversos, inclusive, na sala de aula, a ponto dos colegas comentarem entre eles e em casa - apenas não na sala, ou tem algo lá ou é questão de tempo... Jogo a bola para você direção... abre os olhos. O problema não está em um lugar só. Não se doa, mas, você é uma e que não viu com seus próprios olhos o que aconteceu - ou não aconteceu no início do ano... Eu, hoje em dia, depois de tudo que já passei, deixo a ira passar, assumo minha irritação e inconformação - até porque eu não vejo isso sozinha... olha, ponto a ser refletido... não se trata de minha opinião e/ou observação comprometida- e deixo seguir. O que fica? Fico de boa? Aprendizado é isso: não saber o que fazer; deixar o tempo agir; reflito; passo a saber o que fazer; faço! Por isso que digo que eu sou mais livre do que quem está criando a situação. Eu posso seguir adiante. Mas, lá, o problema continua. Aquilo que não é resolvido lá fica... Para tudo existe um tempo de espera. Até tem aqui no blog uma participação na blogagem coletiva sobre isso: TEMPO DE ESPERA. Eu espero agindo. Eu espero andando, ponderando, elucubrando... seguindo. Eu espero sendo. Eu espero aberta e observando TUDO. Mas, não consigo ver tudo ou estar em todos os lugares. Graças a Deus!

O tempo que vejo eles não estão sabendo lidar... e Pedro, em meio a isso tudo?

Tempo, tempo, tempo... fala Maria, sou mais escutar você:


Pat Lins.


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