quarta-feira, 8 de outubro de 2008

O QUE VOCÊ VAI SER QUANDO CRESCER?




O QUE VOCÊ VAI SER QUANDO CRESCER?



Toda criança conhece essa frase. Fora a mania de nós, atuais adultos, de sempre falar que as crianças que brincam de determinada brincadeira, serão profissional daquela área. Conheci muita criança que brincava de astronauta e todos diziam: "vai ser astronauta quando crescer...". Será?! E aí, a criança cresce e vai ser médico. Tudo bem, não foi astronauta, mas, é médico, profissão importante! (e é uma profissão importantíssima mesmo. Eu fui das crianças que poderia ter sido o que quisesse, porque enxergavam em mim tanta profissão, e eu só queria brincar... nem perfil para médica eu tenho. Isso é um dom, um talento. Passar num vestibular para medicina pode ser concorrido, mas, garanto que a maioria que passa, passa por ter estudado muito, mas, será que tem talento nato? Competência no sangue? Ser médico é nascer médico. Aprender a medicina não faz um médico de fato. A capacidade de doação. Os momentos de caridade. Salvar a vida de quem te fez um mal terrível... é nascer com essa característica. Daí, tanta gente inteligente que passa no vestibular, cursa e se forma "médico", mas, não É médico. Tantos erros de diagnósticos; tantas mortes por falta de cuidado e atenção... ) E se aquela criança que brincava de astronauta e de tanto falarem que ele "será um astronauta quando crescer" decidir interpretar que ser astronauta é viver em outros mundos e quiser ser um ator? Será que os pais teriam o mesmo orgulho? Não falo de ator famoso, com visibilidade que a TV dá. Falo de atores que amam a profissão, mas, vivem no tablado, feliz e envolto pelos desafios diários. E aí?!



Eu estudei Comunicação, por prazer e vocação. Infelizmente, o mercado em minha cidade não é bom (na verdade, beira o quase péssimo...risos). Não quis sair e ir para São Paulo, sempre soube que lá estava saturado. Alguns amigos foram para lá. Dos que conheço, só uma ficou e está lá (beijo, amada!!!), e graças a Deus está bem. Ela "rala" muito, mas, conseguiu conquistar seu lugar ao sol encoberto pela fumaça Paulista. E está feliz, como pessoa, antes de tudo, e como profissional. Mas, não me arrependo de não ter estudado Engenharia, Direito ou Medicina. Me arrependo de não ter estudado, também, Psicologia. Tudo é uma questão de vocação aliada a técnica.



O ser humano pode aprender tudo e qualquer coisa. Ainda mais hoje em dia, com tanta limitação em forma de abrangência. A ciência limita e você também! Ou melhor, nós também. Não estou acima de ninguém. A ciência me disse que a alergia que eu tenho (meu rosto fica todo inchado:olho, boca...) e que surgiu do nada, num momento de stress muito elevado, deveria ter sido por ingestão de frango... fiz muitos testes (apenas aqueles que o alergologista achou que eu deveria fazer... Ele é muito renomado e tomado pelo complexo de Deus... como aqueles médicos que aprenderam medicina, até ficam ricos - e muito - são renomados, mas, só fazem o que aprenderam... num momento como o meu, que fugia aos "padrões", ele ficou perdido, e limitado...). Nenhum batia com o que ele imaginava. E ele, você acha que ele "deu o braço a torcer"? Me disse:" Patricia, deixe de comer frango. Tome esse remédio aqui - Polaramine e tome por X tempo." Eu tomei, parei de comer frango e mais de uma semana e não passou. Fui parar na emergência de um Hospital de alto nível daqui da região e me deram logo injessão de corticóide e fenergam. Foi o que me ajudou. Mas, ninguém descobria. 15 dias depois, estava eu no mesmo hospital e tomei o mesmo medicamento. Beleza. Do nada, percebi que ficava assim toda vez que ia pintar as unhas. Voltei ao tal alergologista e falei minha suspeita. O sacana deu aquela risada sarcástica e disse: "não tem como...". Ah, é? Tá bom! Quem me ama sou eu. Parei de pintar as unhas e nunca mais a alergia voltou... depois de uns seis meses, pintei de novo. Olha o olhão!!! A boca, o rosto, as placas vermelhas no pescoço... Parei, meu filho. Fiquei anos sem pintar as unhas. Anos mesmo. Olha, isso tudo foi em 1999. Fiz um teste em 2004 (5 anos depois) e voltou tudo de novo. Eu deveria ter alguma dúvida? Nesse ano, fui a outro alergologista (estava descrente...por isso, demorei a procurar outro). Relatei tudo. Este disse que essa reação a esmalte não é tão comum, mas, que acontece com frequência... Passou vários exames. Fiz e deu que tenho alergia a um corante (EOSINA) que vai do vermelho ao amarelo (ou é o cotrário?) em tecidos e produtos de beleza. Mas, comigo, só atacava mesmo com esmalte. Não ia discutir com o médico, afinal,ele estudou, né?! Eu também, eu me estudei. Fui pintar a unha com esmalte branco. Olha o olhão... Parei de vez. Este ano: 2008, criei coragem e disse: vou usar anti alérgico. Eu tinha medo até deles... Mas, deu certo e agora, posso pintar minhas belas unhas. E os alergologistas? Um dia entro em contato e dou um feed back . Por enquanto, estou testando.



Não sou contra as descobertas científicas, pelo contrário, fico encantada com tanta dedicação e descoberta. O que sou contra, é a limitação gerada pela prova científica, sabendo-se que todo estudo se baseia em uma amostragem, impossível generalizar. Trabalha-se com médias, não com totalidades. Isso é que sou contra: aprisionar-se e deixar-se fechar. Vejo a ciência como algo a libertar, dar mais oportunidades de descobertas, dar mais valor às mudanças e novidades. Sempre descobrir. Uma ciência que se fecha, não é Ciência...



E aí?! O que você vai ser quando crescer? Astronauta; médico (a); professor(a); dançarino (a); ator (atriz); publicitário (a); Físico (a)? O que for fazer como profissão, lembre-se que antes de tudo, quando você crescer será ADULTO!



Enquanto criança, só se deve pensar em se divertir, e aprender com leveza. Essa característica nós deveríamos manter pelo resto da vida: VIVER COM LEVEZA E ALEGRIA.



De hoje em diante, quando se deparar com um criança brincando, apenas deixa-a brincar. Ela escolherá a profissão na hora certa (mas, claro que os talentos terão destaques puros nessa época. Mas, sem exigência. Permitamos que eles se desenvolvam sem pressão). Não tem ritmo acelerado no mundo que me faça querer mudar isso e "treinar" meu filho para essa correria (como vejo muitos pais fazendo. Querendo reparar suas frustrações através de seus pequenos e inocentes filhos). Permito que ele seja criança, porque a fase adulta já carrega em si muita responsabilidade e obrigações. Incentivo e estimulo suas qualidades sim. Desde 1 ano e 8 meses ele aprendeu a contar de 1 a 10. Não forço ele passar daí, porque vejo que ele ainda se atrapalha na ordem. Mas, é extremamente criativo. Ele pega um pino de boliche com o número 6 e diz: "seis". Invrte e fala: "nove". Isso foi uma descoberta dele. Vou dizer que ele será um cientista nuclear? Um matemático? Ele sabe muitas letras, vou dizer que ele será professor de português? Tudo que ele aprende é base de conhecimento para toda e qualquer profissão. Afinal, criatividade é igual a jogo de cintura e isso, todo profissional precisa. Letras, todos precisamos saber ler, certo?! Eu permito que ele vá e estimulo repetindo a ordem dos números, sem forçar, mas, fazendo que ele veja que ele está certo, mas, que existe uma ordemzinha a seguir... Toda criança é esperta e inteligente. Os adultos é que ficam "burros" de tanta arrogância e "orgulho besta" - risos. Meu filho não é mais, nem menos esperto que criança alguma. Ele é tem a inteligência dele. Gosta de música, até compõe - risos. E é isso que devemos curtir e aprender: como ele pode ser tão inteligente, sendo tão novo? É porque ele não tem uma coisa que nós desenvolvemos de maneira errada ao longo da vida: ego alterado e inflamado. Toda criança é egocêntrica e esse egocentrismo é necessário, como afirmação individual, mas, reforçar e permitir que cresça assim é que atrapalha o futuro adulto. Meu filho se bate na parede e diz: "macucou" . Eu pergunto: "onde?" Ele responde: "o bafo" (o braço) e não a parede. Ele não "culpa" a parede, ele assume que bateu o braço. Eu, então pergunto: "onde você bateu o braço?" Aí, ele fala: "paiede. Bater." E eu digo que ele não deve bater na parede, que foi um acidente. Vejo alguns pais que fazem assim: "parede feia. Bata nela..." E a criança aprende que todos estão a seus pés. Ainda que ela esteja "errada" (se é que tem erro em se bater numa parede - risos). Nós temos que tirar o nosso ego inflamado da frente para poder criar nossas crianças.



Outro exemplo: ele estava bebendo água e foi para o meu quarto. Veio correndo e disse: "mamãe, pamo (pano)". Eu: "para quê filho?" Ele: "moiô" Eu: "onde?" Ele "quarto mamãe. chão" Eu perguntei: "como o chão ficou molhado?" Ele: "tetê" (Pepeu) e pegou o pano e foi enxugar. Ele apronta como toda criança e testa limites também, mas, com calma (coisa que estou aprendendo com a maternidade) e carinho, a gente passa os valores positivos. Na mesma hora, uma amiga me liga e pergunta por ele e conto que ele está fazendo e porquê. Ela fala que a sobrinha dela sabe distorcer o "erro" e jogar para os outros... Ela deu "Nescau" para a pimpolha e a mesma deixou cair na roupa (situação comum para uma criança... por mais esperta que seja) e foi trocar a roupa. A menina deve estar com quase 4 anos. Quando a mãe chegou e perguntou o porquê dela ter trocado a roupa, ela disse que foi porque a tia deu "Nescau" a ela, num tom de culpando a tia, tipo: "ora, se eu me sujei, foi porque ela me deu. Senão, estava limpinha". Medo da mãe reclamar? Tem muitos pais que castigam e dizem não por tudo... Ou, arte de criança mesmo? Talvez, as duas opções. Toda criança é capaz! Toda criança é um grande potencial! Nós adultos, percisamos aprender com eles, para poder ensiná-los, isso sim! Claro que a experiência de vida, os cuidados, óbvio que devemos ter. Me refiro a maneira como a criança aprende, sente e vive tudo com muita verdade. Esse é o aprendizado que nunca deveríamos ter esquecido!



Deixemos cada fase viver o momento certo de cada fase. Se o mundo tá corrido, é porque a gente quer correr mais do que o que deve. Eu sei que não vou frear essa correria, mas, as crises mundiais estão aí para isso. Para mostrar a cada ser louco, que tanta correria só faz cansar... e aí, na hora da CRISE, CRIE. Para criar, nada melhor do que uma mente calma e tranquila, como de uma criança, que sempre tem solução para tudo... Vamos andar sempre e correr, só quando é necessário. Não falo do alto de uma utopia, não, mas, falo com a vontade de quem quer crescer sempre enquanto pessoa e aprender a dar valor a vida, mesmo que tudo esteja difícil. Falo porque venho passando por muitas privações e nem por isso, deixo de querer ser feliz. Falo porque também xingo e me estresso por bobagem, que quando me policio e digo: "isso é pesado assim mesmo, ou eu que estuo colocando mais peso?", vejo que realmente, ponho peso. Reclamo por não estar tendo as condições que queria, mas, agradeço por não passar fome, por ter um teto. A gente (porque apesar de me vigiar, ainda cometo esses deslizes) reclama muito pelo que desejamos, e nunca (ou quase nunca) agradecemos pelo que de fato temos. É por isso que digo que não sou utópica. O que escrevo aqui é o que vivo e como vivo. E digo que, contraditoriamente, vivo, hoje em dia, o melhor e o pior momento de minha vida. As sequelas da DPP me deixaram com um certo medo de sair de casa e daí, perdi um pouco esse hábito... só saio por algum motivo. Mas, tenho melhorado a cada dia. Falo, porque reclamava de estar dentro de casa sem sair, mas, as chaves estavam comigo... Falo porque sou humana e trabalho cada falha minha com o prazer de quem quer sair dessa ostra capitalista que nos condiciona a achar que só somos felizes e bem realizados se estivermos do alto de um cargo importante e muito bem remunerado... Essa é a realização profissional, realização esta que ainda não alcancei. Não por falta de competência, mas por falta de auto-motivação... Mas, tenho aprendido a dar valor a minha vida, o que vinha esquecendo na caminhada rumo ao desenvolvimento profissional. Tenho aprendido a valorizar cada dia com a risada deliciosa que meu filho dá, por alguma brincadeira que fazemos. Tenho aprendido a viver os valores que meus pais me ensinaram e eu estava esquecendo: de ser GENTE antes de tudo. Por isso que falo que só devemos nos ocupar com aquilo que podemos resolver. Ainda sofro por querer dar um jeito no mundo... mas, a realidade me mostra que cientificamente, é impossível "uma andorinha só fazer verão" - risos - mas, eu continuo voando. Porque a ciência ainda não provou que estou errada - risos. Eu estou viva. Não como eu "desejava", mas, viva e com vontade de desejar muito mais coisas, mas a principal é ver meu filho crescer em paz interior e com saúde, porque esses serão vencedores: aqueles que carregam a paz dentro de si.



Portanto, quando crescer, seja uma pessoa aberta, leve e humilde. Assim, você poderá ser o que quiser, profissionalmente!



QUANDO CRESCER, SEREMOS GRANDES, NÃO IMPORTA EM QUÊ, MAS, SEJA GRANDE EM TUDO O QUE FIZER!!! SEJA UMA GRANDE PESSOA!!!








"QUANDO SE AMA O QUE FAZ, ESTUDAR FICA MAIS FÁCIL..."


(afirmou, com a humildade que só um verdadeiro amante da escolha profissional pode ter, Yoichiro Nambu, 87 anos, um dos vencedores do Prêmio Nobel em Física 2008 - essa é a diferença entre fazer o que se ama, amando o que se faz e fazer por dinheiro, por dinheiro e nada mais. Ele "quebrou os epelhos" no mundo das partículas. Poético e real!).






Pat Lins

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