A maioria de - para não afirmar categoricamente que TODOS - nós tem algum tipo de carência. Alguns de nós consegue identificar e administrar... outros, nunca sequer se deram conta e, possivelmente nunca se darão... outros sabem, preferem esquivar... outros, fingem tratar e fingem que sabem lidar... enfim, ser carente é algo natural e inerente ao ser humano. Temos carências a serem supridas, temos sempre algo em nós a trabalhar, a melhorar, a desvendar.
Para mim, o grande problema não está na carência em si, mas, nos danos que a falta de consciência do carente pode causar. As necessidades de auto afirmação parecem pragas. A pessoa não se contenta em querer "mudar" a sua realidade - que, para mim, se ela quer se auto afirmar é porque ainda não se encontrou ou está num caminho que não deveria estar e está perdida... - e necessita que os outros também mudem na mesma direção. Vou dar um exemplo bem chulo: conheço uma pessoa que tem prisão de ventre. Ela quer que todo mundo tenha... Assim, ela chega e diz "você tem que comer ameixa, porque solta mesmo..." ou "descobri que se eu não comer mamão todo dia, minhas fezes saem duras e ressecadas... quando como, saem macias, macias...". Veja, que papo... E isso ocorre em qualquer lugar. Eu não me incomodo em falar "merda", "cocô", e etc. Mas, eu sei que tem gente que se remexe todo só em escutar essas palavras como se não as fizesse... Mas, enfim, em respeito aos outros, devemos saber onde e quando podemos abordar esse assunto. A não ser que parta de uma pessoa carente e que queira te convencer a ter prisão de ventre, também. Essa pessoa falará em qualquer lugar. O mais interessante é que o papo não começa com: "você tem prisão de ventre?", pelo menos, para justificar as receitas. Não adianta dizer: "Ah, tá! Mas, eu não tenho prisão de ventre, não...". A pessoa passa por cima e continua: "Mas, olhe, coma...". Como tenho me esforçado para desenvolver a bendita e dificílima paciência e uma boa base para ela é a compreensão, compreendi que a pessoa precisa se aceitar. Entretanto, para isso, eu não preciso ter prisão de ventre... concorda? Assim, a deixo falar e vou me esquivando. Não adianta falar que eu não sofro do mesmo mal, ela quer receitar para si e me usa - bem como a outras vítimas - para ver se entra na própria cabecinha.
Compreender não quer dizer se submeter. São coisas distintas. Com respeito a pessoa que é mais velha do que eu, estabeleço minha DS - distância saudável. E não me criem uma imagem de boazinha, não... isso é um esforço enorme, que faço. O oposto da prisão de ventre - a diarréia, mesmo - me vem em forma de pensamentos para serem colocados para fora e ver se a pessoa se toca. Uma vez, dei vazão a abri o verbo... Adiantou? Nada... Ela ainda achou que eu estava saber lidar com a minha prisão de ventre e não estava admitindo... Ou seja, entender que a DS se faz necessária é porque bater de frente - ou de lado, ou de fundo... - não surte efeito. Tem gente que a mente é mais fechada do que fechado hermeticamente. Não entra nada. Infelizmente, só é fechado de fora para dentro, porque de dentro para fora jorra...
Isso me fez ver - não a prisão de ventre, mas, a pessoa e outras pessoas - que existem carências altamente danosas. Esses seres dotados dessa enfermidade de carência que depende de infernizar a vida do outro para se sentir alimentado - vulgo "vampiro", manipulador... dissimulado... - podem nos causar grandes danos. Tipo "água mole em pedra dura...". Por isso que caio fora. A DS - Distância Saudável - salva as duas partes, porque se essa pessoa ficar batendo numa represa, nossa, vai morrer afogada.
Como minha carência de entender as coisas não é saciada, afinal, essas pessoas carentes danosas em específico, nada dão de informação coerente - elas, sinceramente, não fazem muito sentido... - e, assim, impossível entender o que as norteia, porque nem Norte elas têm... vivem reagindo e por instinto, como animais selvagens. Mas, elas não também não me compreendem, o que me tranquiliza: estamos quites!
Como eu não sei o remédio para esse tipo de carência altamente perigosa - e, pior, a medida que o tempo passa, a doença mais se instala e mais crônica e aguda e profunda e pior, muito pior, fica... a loucura se estabelece e, aí, minha flor, sai debaixo, porque só vem bomba... e merda... - eu estabeleço uma distância saudável para ambas as partes. O detalhe é a gente saber se a gente faz parte das vítimas ou dos causadores... É! Isso é sério: o diagnóstico. Para lidar de uma maneira menos tensa para mim, durante os encontros inevitáveis - sim, eles acontecem - eu desenvolvi duas técnicas, que são determinadas pelo meu estado de espírito e minhas carências, no momento, que são a TÉCNICA DO FICAR CALADA E NADA SEI, NADA FALO, NADA ESCUTO (quem dera minha audição me obedecesse... minha carência de tentar entender me força a escutar tudinho...) e emitir apenas pareceres do tipo "não tem idéia formada sobre o assunto... talvez seja..." ou, simplesmente, uso a TÉCNICA DO ESPELHO e repito o que fazem: "você já viu que..." e enfio informações até cansarem - o que é rápido... essas pessoas não gostam de escutar, aliás, nem sabem; não desenvolveram essa competência, não - ou, nasceram sem, o que é minha forte suspeita e me ajuda a ter um mínimo de compaixão. Quando ajo como agem, meu Deus, caem fora de mim. Mas, para isso eu tenho que estar iluminada e com muito bom humor, para não ser irônica. Sinceramente, essa não é minha intenção. Nesse aspecto eu assumo meu lado boazinha. Sim, ele existe em mim, também.
Enfim, hoje eu tive mais uma prova de que essas pessoas são cegas, surda... só não são mudas... E têm a pior das cegueiras que é a de NÃO QUERER se ver.
Esse é o preço que pagamos e fazemos os outros pagarem, quando não nos conhecemos. Nós perdemos a noção do limite de acesso e saímos invadindo os espaços alheios... Ou, tentamos invadir insistentemente esses espaços, principalmente, quando há resistência. Parece que melhora o sabor...
Vamos nos fazer melhores de verdade. Não é só falar bonitinho que faz e acontece, que frequenta isso, pratica aquilo... tem que ser, mesmo. Só se é sendo, não tem jeito. Por mais que doa, vamos usar o "remove-dor" - como no livro "O Colecionador de Segredos" - e permitir que suas pequenas doses nos fortaleçam. O "remove-dor" remove nossos medos e nossas preocupações e nos permite beber boas doses de VIDA. Os carentes danosos esquecem de viver de verdade e vivem de fantasia... Vivem no mundo da própria fantasia e têm imensa dificuldade de aceitar a realidade, por isso não ouvem nem a própria voz. Eu penso que se se escutassem, no mínimo, se questionariam...
Olha, gente, a gente tem jeito, sim. Vamos nos permitir! Para encontrar a harmonia, cada um de nós precisa se harmonizar consigo e com o que há de melhor em si.
Pat Lins.
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