Cada ano ele teve um foco. Em geral, relacionado ao que passava e precisava me organizar.
O primeiro ano foi cheio de dor. Muito sofrimento, angústia... medos intermináveis. Culpas e culpados. Daí, aquilo já estava me cansando... começava a não fazer mais sentido aquele lugar de vítima. Começava a querer reagir. O segundo e terceiro anos foram essa fase de sacudir geral. Do ano passado para cá, o quarto ano, comecei a me libertar de muita coisa. E assim, mês a mês fui escrevendo e parando e refletindo e agindo e seguindo e vivendo. Hoje, contabilizando. Contabilizei que nossas vidas não são curtas ou longas, são nossas vidas e se não a aproveitarmos, se não a vivermos a cada dia, ela passa sem que a gente perceba, se veja, se sinta. E aí, vamos embora, junto com o Tempo.
Aos poucos, fui me voltando para "QUEM SOU EU?" e fui me voltando para mim. E o ano passado foi de muito questionamento, levantamento de pensamentos/reflexões.
Este ano, após ter mexido em "QUEM EU SOU?", emerge "QUAL O MEU SONHO?". Quais as minhas metas? E, decido fazer um MBA em Psicologia Organizacional. Um desejo antigo e, hoje, vi, na prática, que a distância entre querer e conseguir é FAZER. Não teve jeito... só agindo. Só indo. Fui. Estou. Lá, me deparo com novas pessoas, novos mundos, novas histórias... tudo novidade. Gente muito bacana. Algumas aulas parecem falar comigo e de mim... É como se tudo que escrevo e questiono aqui, fosse parar em sala de aula. Sempre acreditei que tudo passa do pessoal para o profissional. Não existe profissional sem um ser humano por trás. O saber lidar com isso faz diferença.
Foi numa dessas aulas que nos foi perguntado: "QUAL SEU SONHO?". E, lá estava eu, refletindo. Quebra de modelos mentais, atitudes e comunicação. Entendi que estou realizando um sonho que tracei na adolescência. Estou percebendo que quando a gente se abre para o processo natural da Vida, o Tempo toma as rédeas e organiza as coisas como têm que ser. É meio assim: se a gente permitir, de tudo a Natureza da conta. O processo natural da vida é VIVER os SONHOS. Alguns sonhos fazem parte da utopia, do nosso mundo de fantasia, mesmo. Outros, são metas que traçamos e esquecemos. Nossos sonhos de infância, pelo que posso perceber, estão muito ligados à nossa essência, portanto, nos direcionam à nossa vocação. Através de nossas características pessoais, quando crianças, sabemos o que "devemos ser quando crescer": SER HUMANO. Mesmo assim, sabemos onde esse ser humano deve trabalhar. Criança sabe e encara o trabalho como algo que dignifica o homem. Bonito, isso, né não?! Daí, hoje, vejo fazendo parte do caminho que sonhei. Preciso ainda (re)acreditar que esse sonho não se tratava de um sonho a ser sonhado e sim de uma meta a ser vivida. Aliás, falo "sonho" porque todos convergem em UM. Cada caminho que adentro faz parte do caminho que vai me levar ao caminho que quero e devo seguir. Por isso que perdi a pressa e a culpa. Hoje, sigo em paz. Me agito em alguns momentos e me apaziguo. Preciso fazer algumas coisas no caminho - o que também faz parte. E preciso, nesse tempo, ir me alimentando de FORÇA e CORAGEM, para desenvolver DISCIPLINA e DETERMINAÇÃO. Na adolescência, tracei um plano: vou estudar Comunicação, por dar mais "status" e, depois, estudo psicologia, que "era" meu maior sonho. Quando criança, sonhava em ser professora e escritora.
Durante minha vida adulta, a única cosia que fazia era estudar e trabalhar com Comunicação. Nunca me "fez a cabeça". Sei que tenho um talento muito grande para essa área. Tenho um bom feeling e expertise. Viajo, mas, me centro num bom conceito que está onde ninguém vê: no sonho do cliente. Eu gosto da sensação de captar o que o cliente quer passar e não o que ele está dizendo que quer fazer. Alio as duas coisas. Mas, não passava disso: satisfação pessoal por fazer sempre um trabalho de muito bom para cima. Gosto de fazer o que é preciso. Se é para fazer, façamos. Infelizmente, nem todo mundo entende e muitos acabavam encarando como "concorrência", como se eu almejasse cargos mais altos, ou, os cargos dessas pessoas. Nada disso: era o meu trabalho. Eu entendo trabalho como isso: o que precisa e deve ser feito e fazer. Simples assim!
Depois que meu filho nasceu, não conseguia nem me comunicar comigo mesma... Foi a hora de sacudir e fazer aquilo que faz sentido. Repetia diversas vezes - que os digam alguns amigos mais próximos que me ajudaram muito - "minha vida não tem sentido". E me olhavam estarrecidos: "você tem um filho lindo, um marido que é louco por você. Pai e mãe que estão sempre ao seu lado e te amam tanto. Amigos e família que nunca te deixam...". Mesmo assim, estava tudo muito bagunçado em mim. Ninguém entendia - muito menos eu... o que não me dava condições de me comunicar com clareza e eficácia - que em mim, tudo estava requerendo apenas uma reorganização vital. Eu estava numa fase de cruzamento de caminho. Tipo uma encruzilhada. Para onde ir agora? Entrei e saí de tantos caminhos. Fugi de tanta coisa. Hora de me encontrar! Foi esse o acordo que fiz com a Vida assim que nasci. Vida até que me deixou seguir, mas, quando quis realizar aquilo que estava lá no fundo dos meus sonhos - ser mãe - e que não admitia, chegou a hora de parir. Pari um filho e a mim mesma. Muitas vezes me sentia grávida de algo... de palavras que não saíam, de atitudes que não agia... de pensamentos que não pensava... de sentir o que não sentia. Desenvolvi um mega medo de ser eu mesma. Já havia me acomodado a ser quem eu havia me feito... Mudar de caminho me custaria muito esforço. Não tinha forças. Mas, a Vida e o Tempo chamaram Natureza como reforço e eis que aquilo que evitava que engravidasse - o anticoncepcional - começou a me trazer problemas... precisei parar de tomá-lo. Parei em dezembro e em janeiro engravidei. Detalhe: casei em novembro. Era uma mensagem: "acaba este ano a fuga, mocinha". Em janeiro, engravidei. Engraçado foi que eu estava achando que estava com problemas no estômago... depois de quase dois meses, a endócrino - fui até para a endócrino, acreditando que estava com disfunção hormonal - me pediu um BETA HCG. Coisa simples... Ela me disse: "faça, só por garantia". Porque eu dizia: "mas eu não estou grávida. Dizem que a gente sente uma coisa diferente...". Bom, e o que eu estava sentindo era "algo diferente": enjôos, mal estar... Tudo isso pode ser um sintoma muito geralzaão, mas, estava muito forte... Fiz o tal BETA. Chorava e ria mais do que outra coisa. Fui sozinha. Ninguém sabia. Mandei mensagem para o meu marido: "querido papai, não sei se sou menino ou menina, mas, já estou na barriga da mamãe...". Meu Deus, nem bem ele recebeu a mensagem, recebo a ligação e escuto os gritos: "uhu!uhu!uhu!". Isso tudo eu ainda estava no laboratório... não tinha pernas para andar. Tremia igual a... como é que o povo fala? Ai, meu Deus... tremia igual a... vara de bambu (é isso?). Mandei outra para minha mãe - que estava viajando - "vovó, não sei se sou menino ou menina, mas, já estou a caminho...". Pronto! Me liga minha mãe, segundos depois: "buábuábuá" e nem conseguia falar de tanta emoção! Ambiente ultra favorável! Pedro estava a caminho e em meio a muito amor! Me senti realizando um sonho que morria de medo de realizar.
Pois é, quando Tempo e Vida chamaram Natureza, ela agiu. Eu precisava nascer de novo. Precisava parir e me parir. E foi o que aconteceu. Pari um sonho e abri meu caminho. Cheguei na tal encruzilhada. Teria que fazer escolhas sérias e reais. Teria que escolher: cair e voltar ou levantar, encarar, assumir, fortalecer, seguir e crescer fortalecendo. Bom... Bom... Bom... No início, como nada fazia sentido - imagine aquele prédio onde foi construído tudo certinho, mas, ninguém fazia a manutenção e os reparos necessários e, para piorar, ainda tiram uma coluna... Uma coluninha de nada... Pronto! Desaba! - assim, como estava sem sentido, em meio aos entulhos dos meus erros e fugas, a mim restava correr e enlouquecer - era o mais fácil e convidativo a fazer... - ou, parar, dar um tempo, deixar passar, diluir toda a amargura... se alimentar do que importa e seguir de onde parei. Voltei a ser criança, com um agravante: tinha uma criança que dependia de mim. Precisei lidar com o tempo de uma outra maneira... Em meio ao desespero e da falta de rumo, sentei e chorei.
Ali, em meio aos escombros, vi que abalou a vida de muita gente. Não vou entrar muito nesse detalhe porque foi/é muita coisa. E preciso chegar no "sonho". Aliás, já comecei, viu? Quando criança, eu sonhava em ter um filho lindo, inteligente e incomum... Não queria um filho igual a todo mundo! Pois é, veio Peu! Sonho sonhado. Sonho realizado! Como lidar com o incomum? Peu não é doente. O problema dele nem é problema, é ele: inteligência e cognição acima da média. Resultado: agitação em pessoa. Quem disse que realizar um sonho não tem trabalho? Tudo na vida é teste, prova... Pedro é meu maior sonho realizado. Um pedaço de mim fora de mim. Ele veio para me ensinar o que eu preciso entender: saber lidar com os outros como eles são. Tarefa pesadíssima para quem estava sem rumo. Tarefa pesadíssima por envolver as carências que afloraram das diversas pessoas ao redor e que faziam questão de me lembrar que "tinham muito cuidado comigo, porque eu estava doente" e tudo que fizeram foi me deixar mais doente e se adoentarem mais... Isso me fez ver que a maioria das pessoas é doente, é carente e requer cuidados simples de si para consigo mesmo. Mas, a doente era eu, porque estava com DPP e precisei de psiquiatra e psicólogo. Graças a Deus eu tive bons profissionais ao meu lado. Sem dinheiro, conseguimos tirar não foi leite de pedra, não, foi champagne do ar. Deus sabe o que passei e o que essas pessoas me fizeram passar. E o que essas pessoas passam em suas vidas até hoje. Enquanto eu optei - finalmente, chegou o dia em que tomei uma decisão! Fiz minha escolha! - por sair do buraco e entendi que estava na caverna escura - bem parecida, aliás, a mesma, que Platão descreve... - essas pessoas preferem acreditar que estão fazendo algo de bom... Eu fui em busca de consciência, de assumir que passava por uma fase difícil e queria entender, sem me fazer mais de vítima. Aprendo até hoje e tenho certeza de que vou aprender algo até o dia da minha morte. Depois daí, sabe Deus! Me questionava: "Deus, eu pedi que o Senhor me colocasse em meu caminho e é isso que o Senhor me dá?????". Era dureza! Era a realização de um sonho e o começo de uma nova era em minha vida. Mas, eu não encarava bem assim. Foi quando pus em prática, de novo, sem perceber, outro sonho. Chamava de escritoterapia. Comecei a escrever aqui. Pensei: se a leitura - bem como a repetição dessa leitura - de um conto de fadas pode nos ajudar a lidar com nossas emoções, imagina eu me lendo? Dei início a uma exposição que me assustava, mas, encarei e superei esse medo de "expor minhas idéias" a mim e aos diversos mundos que fossem ler. Não me paralisei. Comecei a escrever o "a dor só dói enquanto está doendo, depois passa!". Foi o primeiro nome deste blog. A escritoterapia é a realização - em parte - de outro sonho e a colocação em prática de uma vocação - há quem diga que é um talento... -, de um potencial que trago comigo desde criança, que é escrever. Eu me pari quando escrevi o primeiro texto neste cantinho. Por isso, aqui não é apenas um blog, é um cantinho virtual de e para reflexão. Hoje, entendo que é para quebra de certos modelos mentais que me aprisionaram durante alguns muitos anos.
Pois é, comecei a partir do que a minha criança sonhou: ser mãe e escritora - ainda não sou, mas, se um dia acreditar... quem sabe.
Hoje, pude ver uma linha, como se fosse um mapa - é um mapa! o mapa da minha trajetória - me mostrando que parei de onde queria tanto ter começado na fase adulta, mas, havia uma dívida minha com minha ordem "natural" de ser eu. Na fase final da adolescência foi que tracei a meta de estudar Comunicação, trabalhar, fazer nome no mercado... - oh, nem tudo sai como a gente pensa, se a gente não fizer, né? - e, depois, estudar psicologia e mudar o mundo! Bom, eu precisei foi mudar o meu mundo e entendi que só posso mudar ele mesmo! Fiz tanta coisa na área de Comunicação. Muito trabalho bacana. Trabalhos grandes, pequenos... chatos, legais... parcerias boas e péssimas. Entre mortos e feridos, salvei a minha pele. Não me sentia ali, mas, sabia que tudo que aprendi e vivi ainda me seria muito útil. E é! Uso em minha vida. Uso tudo que aprendi em cada nova função. Havia outro sonho de infância que fui "obrigada" pelos caminhos da vida a enfrentar: fui ser professora! A primeira experiência foi mais ou menos. Impossível agradar a todos e mais impossível ainda quando se quer despertar inteligência em vez de enxertar meus conhecimentos como verdade única. Os alunos não entenderam... falha de Comunicação minha ou falta de boa vontade deles? Uns gostaram, outros não. Estimular o hábito de leitura e de pesquisa é algo pesado para a massa. E massa, me parace, não gosta de usar a massa cinzenta... Deixei para lá. Voltei para Comunicação. Saí. Um grande amigo me trouxe outra oportunidade para lecionar. Tem uma professora dentro de mim que não quer ensinar o B - A = BÁSICO. Para mim, tem que ter brilho nos olhos, vontade de investigar se o que eu falo procede, se alguém pensa diferente... Poxa, dessa vez, tive sorte! Fui ensinar jovens. Antes, eram adultos. Cheios de "contaminação" do dia a dia. Como alguns me disseram: "professora, a senhora acha mesmo que a gente está aqui para aprender nada? A gente quer só o canudo...". Coisa boa para se escutar, né? Dessa vez, não. Eles não tinham ranço. Eles tinham o fogo da juventude e a inquietude de querer descobrir. Eles sabem que vivem em meu coração! Dei aula para aqueles jovens que não gostavam de Sociologia, porque achavam que era só teoria e coisa chata. Deixo que eles respondam sobre o que aprenderam.
Nesse "mapa da vida" que esse trio - Vida, Tempo e Natureza - me deram, estou vendo muito mais do que meus olhinhos conseguiram ver. Estou vendo que não houve essa de tempo perdido. Tem tempo a seguir. Tempo enquanto há tempo. Tempo para viver enquanto se está vivo. Uma pessoa me disse que queria acertar com os netos o que errou com os filhos. Eu apenas disse: "com os netos, os pais deles é que têm essa função, obrigação e compromisso. Com seus filhos é que você tem que se acertar. Se está aqui viva e eles, também, vai fundo.". Erro é a maneira de acertar que a gente tem quando tenta. O erro é quando a gente não consegue porque deixou de ver alguma coisa para acertar. O erro mostra esse ponto. A gente tem que parar de lamentar o que passou e fazer daqui para frente. Por isso, depois de 4 anos, o "a dor só dói enquanto está doendo" passou a se chamar "AQUI E AGORA". Porque só nesse tempo é tempo de melhorar ou corrigir algo.
Pois bem, com o mapa a minha frente, pedi ajuda ao trio e disse: Deus, que eu faça o que preciso e vim para fazer!
E foi numa aula de MBA - coisa totalmente voltada para o profissional - que vi que a pessoa realmente está a frente de tudo. Se o pessoal não aprender, o profissional será apenas uma capinha. Tem muito bom profissional que peca em relações sociais e pessoais. Trabalha bem, mas, a que custo para os outros, hein? Voltando, para não me desviar mais, nessa aula, a professora disse: "...devemos colocar os sonhos à nossa frente, onde podemos vê-lo e pudermos enxergar as oportunidades. Se ele ficar lá atrás, a gente nunca vai conseguir ver a oportunidade, porque não estamos vendo o que queremos...".
Me matricular nesse MBA foi entrar em mais um caminho para a realização do sonho. Talvez eu não queira ser psicóloga clínica, mas, eu tenho um sonho de trabalhar a eficácia de uma boa comunicação no ambiente de trabalho e de lembrar que todos os profissionais são seres humanos e como podemos lidar com isso de maneira equilibrada entre razão e emoção. Uma amiga me disse certa vez: "se há clareza, não há motivos para pedir desculpas". E isso me conduz em minhas relações. Na verdade, sempre conduziu. Sempre gostei de deixar minha postura bem clara. Uns gostavam, outros não. Eu não sabia lidar com os que não gostavam... Hoje, vejo que esse é meu maior sonho: dar ferramentas para que as pessoas entendam que sempre é tempo de acertar. "Se há vida, há esperança", né assim o ditado? Esse caminho que adentrei no dia que saí da encruzilhada tem seu peso, tem muita dificuldade, porque tenho que lidar com meus dilemas, com meus medos, com o sair da preguiça de ir além, com o fato de ter que encarar e acreditar que sou capaz... com o fato de que nem todo mundo me apóia e nem sabe como me apoiar... com a descrença que o mercado de trabalho nos joga... enfim, não é só um caminho de flores. É um caminho de construção. Caminho de (re)descoberta. Caminho de (auto)conhecimento. Parte do meu caminho. Parte do caminho que me conduz para o Caminho que quero e devo trilhar. Estou no caminho de fortalecer e limpar. Despertando minha vontade. Aprendendo novas lições. Quebrando com o gesso paralisante. Dando um passo de cada vez. Respirando. Seguindo. Indo.
Esse é meu maior dos maiores sonhos: sempre seguir! a Vida é dinâmica. Chegar lá é todo dia! É ver o que conseguimos mudar em situações pequenas e como isso acontece nas grandes.
O meu maior sonho é me realizar. É saber o que me realiza! Não quero ser escrava de que para me realizar eu tenha que lançar um livro. Mas, se descobri forças em mim e acreditar que sou capaz, por que não? É assim que estou vivendo. Sem a pressa e o medo do mundo acabar amanhã. Se estou fugindo da minha maior meta, paciência, nem tudo eu sou capaz de controlar em mim. Não me incomoda mais isso. Não quero fazer nada que não esteja preparada. E não acredito que cumprir a meta da alma possa ser possível sem preparo de vida, sem ego fortalecido. Se eu conseguir, maravilha! Senão, fica para a próxima. Pobre de mim? Quem sabe? O que eu sei, com relação à minha vida é que vou tentar. Uma coisa de cada vez. Será que nossos sonhos não merecem a chance de serem testados? Quem vai saber de mim mais do que eu? De fora, os outros têm a impressão, têm a sensação... veem em mim algo, um potencial, um algo que mostro e que não identifico... Quando recebo esse feedback do externo, o que faço, reflito, questiono. Deixo rolar em mim. Aos poucos, algo vai despertando. Existem coisas em nossos caminhos que não precisam comprovar tudo, apenas acontecem naturalmente. Mas, para Natureza agir e tudo acontecer naturalmente, deve-se haver uma semente lançada numa terra preparada. Depois, a determinação e a disciplina de regar á medida que se espera germinar e brotar. Os frutos só podem ser colhidos se plantados. Estou arando a terra para depois fazer a roça!
Pois é, nos últimos quase 6 anos, 4 estão aqui, mês a mês, traçando meu mapa. Me dando dados para monitoração. Alguns sonhos eu coloquei como meta. Só preciso me preparar para aceitar. E não exito em buscar ajuda. Graças a Deus, tenho tido muitas! Só eu entendo o que quero me dizer com cada pensamento. Cada um entende o que quiser, por relacionar com a própria vida. Isso que é bacana. As palavras, depois de escritas, deixam de ser minhas e passam a ser uma parte de mim, com vida própria, assim como meu filho. As palavras escritas e publicadas deixam de ser apenas minhas. Os pensamentos são nossos! Nossas trocas!
Não é só sonhar, é olhar o sonho e saber se ele vai ser uma meta ou uma fantasia.
Parabéns para nós, sonhadores de metas! E para os sonhadores de fantasias, também. Triste é quem nem sonha.
Pat Lins.
Pois é, comecei a partir do que a minha criança sonhou: ser mãe e escritora - ainda não sou, mas, se um dia acreditar... quem sabe.
Hoje, pude ver uma linha, como se fosse um mapa - é um mapa! o mapa da minha trajetória - me mostrando que parei de onde queria tanto ter começado na fase adulta, mas, havia uma dívida minha com minha ordem "natural" de ser eu. Na fase final da adolescência foi que tracei a meta de estudar Comunicação, trabalhar, fazer nome no mercado... - oh, nem tudo sai como a gente pensa, se a gente não fizer, né? - e, depois, estudar psicologia e mudar o mundo! Bom, eu precisei foi mudar o meu mundo e entendi que só posso mudar ele mesmo! Fiz tanta coisa na área de Comunicação. Muito trabalho bacana. Trabalhos grandes, pequenos... chatos, legais... parcerias boas e péssimas. Entre mortos e feridos, salvei a minha pele. Não me sentia ali, mas, sabia que tudo que aprendi e vivi ainda me seria muito útil. E é! Uso em minha vida. Uso tudo que aprendi em cada nova função. Havia outro sonho de infância que fui "obrigada" pelos caminhos da vida a enfrentar: fui ser professora! A primeira experiência foi mais ou menos. Impossível agradar a todos e mais impossível ainda quando se quer despertar inteligência em vez de enxertar meus conhecimentos como verdade única. Os alunos não entenderam... falha de Comunicação minha ou falta de boa vontade deles? Uns gostaram, outros não. Estimular o hábito de leitura e de pesquisa é algo pesado para a massa. E massa, me parace, não gosta de usar a massa cinzenta... Deixei para lá. Voltei para Comunicação. Saí. Um grande amigo me trouxe outra oportunidade para lecionar. Tem uma professora dentro de mim que não quer ensinar o B - A = BÁSICO. Para mim, tem que ter brilho nos olhos, vontade de investigar se o que eu falo procede, se alguém pensa diferente... Poxa, dessa vez, tive sorte! Fui ensinar jovens. Antes, eram adultos. Cheios de "contaminação" do dia a dia. Como alguns me disseram: "professora, a senhora acha mesmo que a gente está aqui para aprender nada? A gente quer só o canudo...". Coisa boa para se escutar, né? Dessa vez, não. Eles não tinham ranço. Eles tinham o fogo da juventude e a inquietude de querer descobrir. Eles sabem que vivem em meu coração! Dei aula para aqueles jovens que não gostavam de Sociologia, porque achavam que era só teoria e coisa chata. Deixo que eles respondam sobre o que aprenderam.
Nesse "mapa da vida" que esse trio - Vida, Tempo e Natureza - me deram, estou vendo muito mais do que meus olhinhos conseguiram ver. Estou vendo que não houve essa de tempo perdido. Tem tempo a seguir. Tempo enquanto há tempo. Tempo para viver enquanto se está vivo. Uma pessoa me disse que queria acertar com os netos o que errou com os filhos. Eu apenas disse: "com os netos, os pais deles é que têm essa função, obrigação e compromisso. Com seus filhos é que você tem que se acertar. Se está aqui viva e eles, também, vai fundo.". Erro é a maneira de acertar que a gente tem quando tenta. O erro é quando a gente não consegue porque deixou de ver alguma coisa para acertar. O erro mostra esse ponto. A gente tem que parar de lamentar o que passou e fazer daqui para frente. Por isso, depois de 4 anos, o "a dor só dói enquanto está doendo" passou a se chamar "AQUI E AGORA". Porque só nesse tempo é tempo de melhorar ou corrigir algo.
Pois bem, com o mapa a minha frente, pedi ajuda ao trio e disse: Deus, que eu faça o que preciso e vim para fazer!
E foi numa aula de MBA - coisa totalmente voltada para o profissional - que vi que a pessoa realmente está a frente de tudo. Se o pessoal não aprender, o profissional será apenas uma capinha. Tem muito bom profissional que peca em relações sociais e pessoais. Trabalha bem, mas, a que custo para os outros, hein? Voltando, para não me desviar mais, nessa aula, a professora disse: "...devemos colocar os sonhos à nossa frente, onde podemos vê-lo e pudermos enxergar as oportunidades. Se ele ficar lá atrás, a gente nunca vai conseguir ver a oportunidade, porque não estamos vendo o que queremos...".
Me matricular nesse MBA foi entrar em mais um caminho para a realização do sonho. Talvez eu não queira ser psicóloga clínica, mas, eu tenho um sonho de trabalhar a eficácia de uma boa comunicação no ambiente de trabalho e de lembrar que todos os profissionais são seres humanos e como podemos lidar com isso de maneira equilibrada entre razão e emoção. Uma amiga me disse certa vez: "se há clareza, não há motivos para pedir desculpas". E isso me conduz em minhas relações. Na verdade, sempre conduziu. Sempre gostei de deixar minha postura bem clara. Uns gostavam, outros não. Eu não sabia lidar com os que não gostavam... Hoje, vejo que esse é meu maior sonho: dar ferramentas para que as pessoas entendam que sempre é tempo de acertar. "Se há vida, há esperança", né assim o ditado? Esse caminho que adentrei no dia que saí da encruzilhada tem seu peso, tem muita dificuldade, porque tenho que lidar com meus dilemas, com meus medos, com o sair da preguiça de ir além, com o fato de ter que encarar e acreditar que sou capaz... com o fato de que nem todo mundo me apóia e nem sabe como me apoiar... com a descrença que o mercado de trabalho nos joga... enfim, não é só um caminho de flores. É um caminho de construção. Caminho de (re)descoberta. Caminho de (auto)conhecimento. Parte do meu caminho. Parte do caminho que me conduz para o Caminho que quero e devo trilhar. Estou no caminho de fortalecer e limpar. Despertando minha vontade. Aprendendo novas lições. Quebrando com o gesso paralisante. Dando um passo de cada vez. Respirando. Seguindo. Indo.
Esse é meu maior dos maiores sonhos: sempre seguir! a Vida é dinâmica. Chegar lá é todo dia! É ver o que conseguimos mudar em situações pequenas e como isso acontece nas grandes.
O meu maior sonho é me realizar. É saber o que me realiza! Não quero ser escrava de que para me realizar eu tenha que lançar um livro. Mas, se descobri forças em mim e acreditar que sou capaz, por que não? É assim que estou vivendo. Sem a pressa e o medo do mundo acabar amanhã. Se estou fugindo da minha maior meta, paciência, nem tudo eu sou capaz de controlar em mim. Não me incomoda mais isso. Não quero fazer nada que não esteja preparada. E não acredito que cumprir a meta da alma possa ser possível sem preparo de vida, sem ego fortalecido. Se eu conseguir, maravilha! Senão, fica para a próxima. Pobre de mim? Quem sabe? O que eu sei, com relação à minha vida é que vou tentar. Uma coisa de cada vez. Será que nossos sonhos não merecem a chance de serem testados? Quem vai saber de mim mais do que eu? De fora, os outros têm a impressão, têm a sensação... veem em mim algo, um potencial, um algo que mostro e que não identifico... Quando recebo esse feedback do externo, o que faço, reflito, questiono. Deixo rolar em mim. Aos poucos, algo vai despertando. Existem coisas em nossos caminhos que não precisam comprovar tudo, apenas acontecem naturalmente. Mas, para Natureza agir e tudo acontecer naturalmente, deve-se haver uma semente lançada numa terra preparada. Depois, a determinação e a disciplina de regar á medida que se espera germinar e brotar. Os frutos só podem ser colhidos se plantados. Estou arando a terra para depois fazer a roça!
Pois é, nos últimos quase 6 anos, 4 estão aqui, mês a mês, traçando meu mapa. Me dando dados para monitoração. Alguns sonhos eu coloquei como meta. Só preciso me preparar para aceitar. E não exito em buscar ajuda. Graças a Deus, tenho tido muitas! Só eu entendo o que quero me dizer com cada pensamento. Cada um entende o que quiser, por relacionar com a própria vida. Isso que é bacana. As palavras, depois de escritas, deixam de ser minhas e passam a ser uma parte de mim, com vida própria, assim como meu filho. As palavras escritas e publicadas deixam de ser apenas minhas. Os pensamentos são nossos! Nossas trocas!
Não é só sonhar, é olhar o sonho e saber se ele vai ser uma meta ou uma fantasia.
Parabéns para nós, sonhadores de metas! E para os sonhadores de fantasias, também. Triste é quem nem sonha.
Pat Lins.
Um lindo desabafo, Pat. Claro que não precisa de pressa; você está no caminho, basta então caminhar.
ResponderExcluirBeijos
Graças a seus conselhos e seu exemplo eu estou começando a entender que não precisa de pressa. Me lembro de uma coisa bacana que me disse: "refaça seu caminho profissional, primeiro;faça o que precisa ser feito e, depois, permita-se buscar a meta da sua alma...". Isso me ajudou a colocar um pouco mais os pés no chão e estabelecer um foco na prioridade do que preciso resolver primeiro em minha vida. Afinal, cumprir a meta da alma vai requerer de mim mais dedicação e, conequentemente, abdicação de outras... Eu chego lá! Obrigada, minha amiga!
ResponderExcluirUm post maravilhoso Pat, posso dizer que despertou em mim, o que a muito tempo eu sequer lembrava. Minhas metas, meus sonhos! Ai eu pensei: Meu Deus, pra onde é que eu to indo agora??
ResponderExcluirOutra coisa, Peu, é um trocinho de Deus, um amor, um lindo, que além de ser super inteligente, o que mais me impressiona, é o que ele desperta nas pessoas (vou colocar como exemplo principal os familiares, que eu nao canso de perceber)! Todos apaixonados por Peu *-* inclusive eu!
Tava com saudade do blog, tava meio perdida com minhas leituras, quando a vida começa a cobrar da gente é tao facil a gente desandar logo né? Os afazeres, tudo, maaaas.. quero te parabenizar! O que eu pude seguir do blog, cada dia os posts, os desabafos, eram melhores, de alguma forma eu me via ali, e aprendia também! PArabéns e que venham mais 4 anos Pat! =)
Siga sempre seu caminho, sei que voce é uma pessoa que tem capacidade pra isso, e momentos ruins que virao sao somente obstaculos para voce chegar no seu sonho! Parabéns!
Flammm, seu carinho é tão importante para nós! Nós te amamos! E Peu, nem se fala.
ResponderExcluirE fica tranquila! Vai lendo cada página da vida e vai vivendo seu caminho, meu bem! Estamos sempre aqui!