"UM REI NÃO NASCE, É FEITO DE FERRO E SANGUE. PARA SER REI, VOCÊ TERÁ QUE APRENDER A MAGOAR AS PESSOAS QUE AMA."
(Rei Philip II da Macedônia - trecho de "Alexandre - O Grande"
E isso me remeteu a um trecho do livro do Talal Husseini - Paz Guerreira - quando seu personagem principal é indicado para a sucessão do trono e seu amigo e mestre lhe diz:
"(...) Serás justo e injusto. Muitas vezes, a justiça soará como injustiça para os ouvidos ignorantes. Amarás e odiarás. Só um Rei, ou um Príncipe, pode abarcar os extremos do sentimento dentro de uma só alma. Compreenderás e não serás compreendido. Tal como um bom médico que para salvar a vida do doente não deverá ouvir seus queixumes, deverás cruzar a linha da sensatez por um bem maior. A solidão será tua maior companheira e só será suportada se encontrares em ti fibra do silêncio. No pináculo da solidão e do silêncio se encontra o poder, ponto de comunhão de todos os reis de todos os tempos. (...) Abre mão de sua própria vida para encontrar a vida própria do conjunto..."
E, antes disso, o havia alertado:
"(...) a paz só surge na terra quando há sabedoria. Mas no mundo em que vivia não reinavam os sábios. Então, seria necessário lutar pela sabedoria, lutar para alcançar a paz. E a maior luta deveria ser travada dentro de cada um, para vencer a ignorância, permitindo o surgimento da sabedoria. Não havia como se inspirar pela paz sem antes passar por essa guerra interior."
Essa é a diferença de lermos bons livros, nos auxilia no momento que as fichas querem cair, que queremos alcançar um grau de consciência. O que a gente não faz, normalmente, é ver que nós somos um misto de todos os personagens de um livro, porque como ser humano temos características comuns, mas, como indivíduo, fazemos escolhas e temos metas diferentes, porém, iguais na questão de sabermos qual é e como cumprí-las, afinal, todos temos limitações, os obstáculos - internos e externos. Não entendemos quando falam "Reis" e levamos ao pé da letra. Soa estranho, mas, nós, somos reis de nossas vidas. REIS. Não se trata de apologia ao machismo, mas, de se saber qual a característica para ser um Rei, que não é o sangue "nobre" e "real" por descendência, mas, de se fazer líder honrado e digno de si mesmo. Enquanto ficamos presos às deturparções e rumos sem rumos que as palavras e nossas ações tomaram, o jogo da vida segue e a gente vai levando xeque-mate. Acima de tudo, precsiamos entender e aceitar que, na vida prática, os reis e rainhas têm papéis estabelecidos de acordo com suas características naturais - homens e mulheres são diferentes - o que não quer dizer que a maneira como o machismo conduziu seja a maneira correta, ali, no momento em que o machismo se fez erguer e manipular, o poder foi corrompido. Assim como o feminismo também não é a solução, mas, o equlíbrio das forças naturais. Esse é o ponto que poucas pessoas se dão o trabalho de olhar e focar. Reis e rainhas são, antes de tudo, cavalheiros e damas e isso, só se sabendo o que quer dizer para se entender o que vem a ser ser.
Pois bem, voltando ao que me fez escrever aqui, para que eu me entenda, ser rei de nossas vidas quer dizer que algumas pessoas vão se incomodar, outras vão se magoar, outras vão ajudar, outras vão torcer a favor e outras contra. Imagine, se em se tratando de uma vida esse círculo de injustiça, ambição, manipulação e falso poder já querem imperar e dominar territórios alheios, imagine isso com relação a Terra? Mas, o foco, hoje, é nosso Eu e nosso Eu-Rei ou superior. Nosso EU que é quem nós somos em essência. E, querer alcançá-lo é dominar nosso euzinho animal, sem consciência de si e de suas responsabilidades, autômato e denso. Quem vai querer travar essa batalha consigo? Isso vai envolver a "morte" da convivência e de aceitar que cobranças infundadas e alheias sejam mais fortes do que a consciência de quem se é - ou, quer ser - e do que tem que fazer para manter o próprio trono do império Indivíduo que Sou. Daí, noções mínimas do que vem a ser ser nobre, digno, honrado, corajoso, forte, justo, bom, belo... se faz imperativa. A batalha é árdua, mas, não é uma guerra sanguinária, sem causa, com desordeiros, trata-se de uma guerra pela paz; trata-se de se lutar pela paz guerreira, onde, dominar a si é o mais importante e isso fará com que fora, não desejemos dominar o que não nos cabe. Assim, só assim, poderemos reestabalecer o respeito pelo outro, há muito perdido, deturpado e esquecido. Assim, entenderemos que vários impérios e grandes civilizações podem existir, sem pobreza, dor ou martírio, porque ninguém estará cobiçando o que não lhe cabe. Cada um saberá até onde pode ir e aonde quer chegar, sem precisar matar ou morrer. Quando soubermos governar a nós mesmos e tivermos consciência do tamanho vasto do nosso território interior, veremos que administrá-lo vai requerer nobreza e isso vem da alma, porque nossa alma é nobre e é para esse mundo divino que devemos voltar. Dever é consciência do que precisa ser feito e fazer, não porque alguém obriga, mas, porque se sabe que precisa ser feito e como deve ser feito. Reforçando: completamente diferente da manipulação que vivemos hoje em dia nessa horda de antivalores. Viver os verdadeiros valores, as grande e verdadeiras virtudes.
Ser rei de nossas vidas é isso: se fazer com ferro, para se defender dos ataques daqueles que ainda não se voltaram para descobrir ser reino interior e, portanto, sendo assim, único reino que precisamos cuidar e conquistar. Os reinos alheios são para convivermos, trocarmos experiências, somarmos força no bem, no belo e no justo. Não devemos invadir o reino de ninguém, e, nem permitir que invadam o nosso. Daí, vem a mágoa. Os reinos barbarizados alheios não entendem, nem aceitam essa máxima e querem invadir o nosso porque o deles está todo destruído. O fato d´eu querer reconstruir meu reino interno desperta a cobiça dos que não querem reunir forças para reconstruir o próprio e ainda querem destruir o dos outros, ou seja: se todos os reinos estiverem destruídos, o dessas pessoas não será alvo de intriga, por estar detruído também... É essa normose apática que vivemos e nos permitimos viver. Engraçado que todo mundo tem a mesma capacidade de ser feliz, é só querer começar a lutar com metas e ideais estabelecidos e pautados no bem. A mágoa cai em quem não se dá esse trabalho de se recosntruir e recuperar a nobreza da alma. Todo mundo tem essa alma nobre, agora, deixá-la imperar é abrir mão da tirania diária que nos permitimos viver.
Nos façamos, pois, reis de nossas vidas. Infelizmente, nossas escolhas vão incomodar, mas, quem não tem que se incomodar somos nós. Travar a batalha vai nos exigir: saber e ter metas firmes; estar em alerta para ataques externos e saber que ele acontecem a todo instante e vêm de diversas direções; ter domínio sobre nossas condutas, sobre nossa personalidade; saber que a luta está só começando e que não queremos matar ninguém, nem invadir territóros alheios, só queremos reestabelecer nossa ordem interna e reinar em nosso mundo, em harmonia e respeito com os outros - COEXISTINDO.
Pois é, cansa, dói, mas, é preciso. "Navegar é preciso" e assim como precisamos navegar em nós mesmos e conhecermos nossos mundos internos, há a precisão de que vamos nos encontrar.
Pat Lins.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe aqui seu comentário/participação. Obrigada, pela visita! Volte sempre!