sábado, 5 de novembro de 2011

PODER, RIQUEZA MATERIAL... ESSE É O NOSSO IDEAL?

Não é de hoje que tenho sede de entender o porquê de agirmos como escravos de nós mesmos... Pois é, aos poucos, minhas fichas vão caindo. Seja em meio a uma leitura, a um filme, a uma boa conversa... Tiro conlusões do que acredito, com o que sei, com o que aprendo, com o que sempre chega e o que sempre vai. Na vida, tudo é troca. Pena que transformamos boas trocas, trocas de aprendizado em mercadorias. Nós nos transformamos em mercadorias. Detalhe, bem baratas, porque temos um preço e, normalmente, é o que oferecerem e a gente se acha tão sem opção - e, diante da atual realidade, onde tudo chegou, parece mesmo que não temos... - que aceita e se submete.

Para variar, tive uma dessas súbitas quedas de ficha assistindo dois filmes que, apenas assistindo aos filmes, ninguém vai entender o que entendi e ver o que vi. Alguns outros não só entenderão como poderão me acrescentar informações relevantes. Os filmes foram "300" e "Alexandre - O Grande". É bom ter um mínimo conhecimento de história e da cultura daquele povo. Para a gente, eles eram bárbaros, mas, nós, seguindo o que os tiranos lobbystas que sempre existiram, preferimos nos curvar ao que o falso-poder prometia de escravidão em forma de liberdade: "entregue-me seus inimigos que pouparei sua vida, permitindo que seja meu escravo..." e a isso nos curvamos, como fez Efialtes, que, para não assumir que sua limitação física poderia comprometer a eficácia das falanges, e não aceitar que poderia ser útil ao seu povo de outra maneira - coisa que sempre fazemos... não damos importância ao que devemos fazer, mas, ao que queremos fazer, desde que a gente ache que é a única maneira de parecer ser algo que não é... - assim, Elfiates, que, não podia se levantar, preferiu, então, se curvar ao tiranos Rei Xerxes. Isso nós fazemos. Nós criticamos aqueles que têm um ideal e os taxamos de frios, insensíveis ou cruéis, por não fazerem o quê e como nós queremos. Nós agimos como eternas crianças que não aceitam ouvir "não" dos pais e só depois cai a ficha e entende que os pais podem ter errado em muitas coisas, mas, era o que acreditavam estar certos. Pois é, nós nem sabemos ao que servir e servimos aquilo que achamos que vá nos dar "poder", "dinheiro", "status". Para quê? 

A diferença dos gregos era que eles não viviam para lutar, mas, lutavam e morriam pela vida. Pela vida de todos, não de um. Eles viviam um ideal maior. Eles tinham um ideal. Eles não eram cegos, tolos ou inflexíveis. Eles seguiam uma única e simples razão: o uso da razão. a fraternidade os unia como um único corpo. Não uma massa vazia e oca como somos, mas, uma massa cinzenta de sabedoria e inteligência. Cada um dava o seu melhor e recebia o melhor do outro. Havia um companheirismo leal que a gente faz questão, nas tal da civilização - se é que já vivemos uma civilização nos tempos atuais - que vivemos de creditar às atitudes dos antigos gregos como violentas. Alguém já parou para ver que eles apenas defendiam seus territórios que eram inúmeras vezes alvo de invasão? Quando Alexandre ergueu suas tropas e foi para a Pérsia, ele foi em nome do seu pai, recuperar terras Macedônicas e, lógico, ele era humano e o poder também lhe subiu a cabeça. Para piorar, ele precisava fugir de sua mãe. Muitas detruições que ele fez foi por intolerância - pelo que pude perceber, resultado dos embates que ele travava em si por conta dos venenos que sua mãe lhe impunha, só vendo o mal nas pessoas - e, ele era tão grande em tudo que fazia que até o que destruía era grande. Mas, ele não invadia e criava impérios, ele libertava as terras que invadia e deixava que fossem regidas pelos próprios governantes daquele povo. Ele queria levar conhecimento a todos. No filme dão pouca atenção às Alexandrias. Alexandria era um centro cultural livre. Lá, pessoas de diversas partes do mundo, crenças, religiões, culturas eram iguais. Eram humanos em busca de investigar, conhecer. Lá a matemática, a física, a filosofia e etc se desenvolveram ainda mais. Lá, as ciências viviam junto com as atres, a política e as religiões, como pilares para se alcançar o que há de mais sublime em nossa missão aqui na Terra e pouco buscamos: SABEDORIA. A maioria de nós se acomoda a ser apenas esperto e tirar proveito de tudo em vez de cultivar a própria horta. A maioria das pessoas - e disso me excluo com propriedade - só quer o que pertence aos outros. Poucos de nós sente a honra e a nobreza de cuidar da própria vida como um verdadeiro tesouro.

Os gregos viviam e morriam não por um, mas, por todos. Cada um vivia e morria por si e pelos outros. Lógico que havia os invejosos e os urubus de plantão. Tanto é que aquela civilização foi extinta. Sempre existiu o mal. Ele está em cada um de nós, só que precisamos conhecer e admitir isso para que ele seja transformado, senão, ele nos escraviza e daí vem a inveja, os desejo de poder, a felicidade como algo que seja relacionado ao que tem um preço... Os gregos sim, eram uma nação. Apesar do rigor - nossa cultura nunca entenderia isso, porque nenhum de nós tem valor moral para entender - eles eram nobres, éticos - rigorosamente éticos e morais - e isso incomodava e incomoda as nossas fraquezas. Eles não alemjavam o poder, eles sabiam que o poder é para quem tem vida ética e moral, porque o poder é a força que leva um dirigente a dirigir seu povo de maneira ética e moral e guiar para um caminho de sabedoria. Isso que vivemos hoje em dia é tirania, não poder de um lider. Imagine um político deixando de roubar e cumprir com suas obrigações? Os gregos viviam isso. Ah! Mas, para nós, isso é loucura. Mas, já existiu. Já existiu civilização e justiça e foi esse fato de justiça - e justiça não é nivelar todos como iguais, mas, dar aquilo que cada um precisa para se desenvolver - que incomodou e incomoda. Por isso, melhor dizer que os gregos eram severos como algo pejorativo do que mostrar que eles eram íntegros. Isso sempe me incomodou. Eu tenho um fascínio pelo povo da Grécia antiga que nem eu sei explicar. Eu admiro a capacidade de construção, sabedoria e ideologia que eles tinham. Eu admiro como eles sabiam lidar com medo e coragem, não essa banalização de hoje em dia, que a gente acja que coragem é partir para a briga. Eles eram diplomáticos e só depois de não conseguir via negociação, se defendiam ou atacavam. Eles eram pessoas livres. Isso é um guerreiro: um ser livre que assume o dever e cumpre-o, como parte de um todo, parte de uma nação e disposto a tudo para proteger esse lar, essa cidadania. Essa liberdade fazia toda a diferença. Isso é coragem, força. Eles usavam a razão. Para mim, eles só precisavam equilibrar os sentimentos. Mas, também, não existe nada perfeito. O que a gente chama de amor é algo muito raso para termos a mínima compreensão do porquê eles agiam com rigor. A disciplina era tudo. Vá falar em disciplina hoje em dia... toma logo um teor de ditadura, de imposição. Completamente diferente do que era a disciplina para os gregos. Para a gente, honra é igual a orgulho; nobre é quem descende da monarquia... Nós somos tão ambiciosos que nem conseguimos sequer aceitar que o que digo aqui faz sentido. Nós aprisionamos em "nome do amor". os gregos sempre ensinaram que o verdadeiro amor liberta e só livres podemos saber o que devemos fazer. Quando a gente tem filho, a gente começa a abrir uma porta para aprender a amar, mas, acabamos caindo no mesmo viés: prisão. Não conseguimos nos libertar de nossos entraves, então, tapamos nossos buracos com nossos filhos. Isso a gente vê muito em novela, mães que queriam ser Miss e jogam as filhas para serem aquilo que não foram; pais que saem da miséria financeira e montam algum negócio e não admitem que os filhos queiram seguir outro caminho a não ser o de  dar continuidade ao "império" que conseguiu montar... Estamos preparados para nos libertar de nós mesmos? Estamos preparados para nos enfrentar?

Acabamos crescendo aprendendo a temermos tudo e paralisarmos pelo medo; vivemos sofrimento e dor como punição, em vez de superarmos e nos curarmos para viver a felicidade. No filme, eles se dizem vitoriosos por estarem em guerra e isso me remete ao Bhagavad Gita, da tradição milenar, se não me engano, do hindus, onde o Arjuna vive um conflito entre entrar em guerra pela cidade da sabedoria. Quando ele decide partir para a guerra, ele se torna vencedor. Isso nos remete ao fato de que nossa vida é luta e esforço diário. Não existe um dia de vitória e sim, situações que vencemos e precisamos manter. Cristo, por sua vez, nos ensinou a buscar a felicidade com outros termos, mas, com esforço e dedicação, para vivermos as virtudes na prática, pois, só assim, podemos entrar no reino dos céus. Qual de nós segue o que Ele ensinou? Assim que morreu por nós, nos ensinando algo de nobre - o ideal maior - nós nos viramos e fomos procurar culpados para continuar a matança. Cristo lutou, sem guerra de armas, mas, com batalhas de palavras e ações coerentes e práticas, enquanto nós só queremos teorias e acreditar naquilo que nos falam e pronto. Respeitamos mais a dor, o medo e o sofrimento do que a libertação deles.

Nós temos medo de ver, de nos vermos. Vivemos sem sentido, sem rumo e o rumo que nos dão é o da aparência. A isso nos contetamos e nos curvamos. Enquanto a vida só quer que fiquemos de pé e sigamos o sol. A vida só quer que a gente cresça e se liberte dessas banalidades que fazemos trivialmente. A vida quer que vivamos muito mais! Mas, como já mergulhamos nessa lama, só com guerra poderemos encontrar a paz. A guerra interna onde vencendo dentro se vence fora! Por isso que a morte do Cristo foi em vão... Não o que Ele fez, mas, como nós agimos depois do que Ele fez: nós continuamos a matá-lo, a cada dia, em cada ação fraca nossa. Nós só queremos a carniça da escravidão e não o banquete da liberdade. Por isso sofremos e alimentamos esse sofrimento. Por isso um espartano nos soa como louco e exagerado. Porque a nossa loucura nós não vemos, fingimos que não somos e fingimos que não estamos sofrendo. 

Nós somos seres capazes de desenvolver a razão. Mas, para isso, precisamos dominar uma coisinha muito simples, porém, muto complexa: nossa personalidade e nossos euzinhos. Mas, isso fica para outro post. Preciso estudar o mito de Pisquê. Como os mitos, nos toca de maneira que não entendemos nessa mínima consciência que temos, mas, como todos temos o caminho para a perfeição dentro de nós, eles falam com esse lugar na gente e, aos poucos, um dia, em meio a algo como um filme, uma conversa inteligente, uma boa obra literária... essa ficha caia em forma de consciência, como de fato tem que ser: vertical e desenvolvida, mesmo que, para isso, tenha que escutar que as pessoas inteligentes são doidas... Bom, toda coragem requer um pouco de loucura, uma dose para romper com essa normose instalada e que creditamos a algo benéfico. Depois de um tempo, vem o agradecimento aos "loucos", por nunca desistirem de acreditar em algo maior e melhor.

Nós somos o mundo melhor. Só entendendo que mudando a gente é que podemos mudar o mundo, mudaremos! Bom fortalecermos nossos pilares morais, éticos com disciplina e determinação.

Pat Lins.

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