quarta-feira, 19 de novembro de 2008

PALAVRAS SÃO SÍMBOLOS - DESCREVEM, MAS NEM SEMPRE EXPRESSAM


Palavras e letras são apenas símbolos. E como símbolos apenas representam uma parte, ou, até um todo,mas, como toda representação, sintetizam.


Aqui escrevo, falo sobre o que penso, como penso, o que vivo, como vivo, como gostaria de viver... mas, muitas interpretações são geradas, afinal, cada palavra unida a outra aqui não é de exclusividade minha, como as minhas sensações, portanto, cada um emprega a interpretação à sua própria realidade.


Eu sempre tive a "pré-ocupação" de ser bem clara, não deixar margem de dúvida. Comunicar-me com clareza de dados, de informação. Mas, nem sempre isso é possível apenas com palavras (escritas ou faladas). Venho percebendo, ao longo do tempo (hummm, madura - risos) que a convivência também é fator determinante para essa tal clareza de expressões. Ao se falar, resume-se o que sente. Mas, ao conviver, aprende-se a sentir também. O interlocutor consegue aproximar-se tanto, através do grau de envolvimento que é quase possível entender o que expressamos através de nossas emoções. Por isso, pessoas que se conhecem muito bem, que têm aquela afinidade, muitas vezes, nem precisam concluir sua frase para que seu pensamento seja compreendido. Um gesto, um olhar, um semblante... uma imagem valem mais que trilhões de palavras sim!


Tenho amigos que sabem como estou pela voz que atendo ao telefone. E vice-versa. Isso é muito engraçado.


A quem não nos conhece a fundo, cabe a interpretação através de sua própria realidade, e e´aí que tudo pode dar para trás. É aquela história: "interpretou assim porque seria capaz de fazer isso ou aquilo..." Quando se conhece a fundo a pessoa, não, é possível interpretar o pensamento como a pessoa pensaria/pensa, ainda que contrário ao nosso jeito de pensar e agir.


As relações verdadeiras são essas. São aquelas que nada precisa ser dito. Vive-se! A gente só engana quem não nos conhece. Por melhor que seja o ator, por mais dedicado e competente que o seja, o personagem não é real, mas, carrega em si sua própria verdade e o ator faz isso, passa a verdade do personagem. Ali não é o Tony Ramos, é o Coronel Boanerges. Ali não é Patricia Pillar, é Flora (e, cá entre nós, quantas Floras - em várias proporções - enganam as Irenes da vida, apenas por falar o que se quer ouvir... coloca-se uma "carinha de boa moça" e uma "vozinha" suave, todo mundo cai... Flora conhece bem Irene, como nossos amigos nos conhecem, muitos "inimigos" também... mas, Irene não conhece Flora, então, não pode sentir se o que fala é verdade ou mentira. A mulher é tão limitada a aparência das coisas, que tem uma resistência ao namorado na neta, por não ser um rapaz polido. Não sabendo ela que é o próprio neto... quantas vezes fazemos isso, julgamos pela capa, nem nos damos o trabalho de ler os olhos, sentir a pessoa, permitir-se ver além dos que os olhos externos vêem?).


A verdade está em se ver tudo como se é de fato. Não como queremos que seja. Podemos mudar a nossa realidade sim, e isso, lógico, alterará a nossa verdade também. Uma está ligada a outra: verdade e realidade. Toda verdade é real. Toda realidade é verdadeira, por melhor ou pior que seja. Existem várias palavras para descrever uma mesma realidade, mas, ela continua sendo uma. Tantas palavras para descrever as emoções, mas, nem todas as palavras de todos os idiomas, possuem essa capacidade real e expressiva.


Amizade é verdade. Relacionamento amoroso, é verdade. Família, pode ser verdade, se houver um envolvimento real. Quantas vezes conhecemos mais um amigo do que o próprio irmão? Conheço pais que não conhecem os filhos. Mães que acham que sabe quem são os filhos apenas por tê-los gerados. Será que é só isso? Claro que não!Ser mãe não transforma nenhuma mulher em "vidente", até porque, como já falei no post anterior, muitas vezes, nossa estima camufla a verdade. Quantos filhos têm problemas graves e as mães o ignoram (consciente ou inconscientemente)? Não me refiro a tempo cronometrado de convivência, mas, tempo de qualidade. Existem mães que convivem com o filho diuturnamente e nem sabe o prato que ele mais gosta... enquanto outras que saem antes do sol nascer, e só voltam após o pôr-do-sol conseguem descrever, ainda que em poucas palavras, o dia do filho. Interesse! Afeto! Carinho! Amor! Verdade!


As relações consistem em viver a verdade. Saber que a pessoa é daquele jeito e aceitar conviver. E vice-versa. Na relação, também precisam nos aceitar como somos. Isso é respeito. É difícil? Sim, e muito! É impossível? Não. Temos a opção de escolher. Ninguém obriga ninguém a convivência, esta se dá por afinidade em vários pontos(veja que afinidade não quer dizer igualdade. Não existem duas pessoas iguais. Nem gêmeos "idênticos" são tão idênticos assim. Cada um carrega sua particularidade. Afinidade é ponto em comum em determinado assunto, âmbito ou estilo de vida... você pode ter afinidade em gosto musical com uma pessoa que acabou de conhecer, e não ter o mesmo gosto que o seu melhor amigo.). Estar com alguém requer amor, ainda que a única afinidade seja esse sentimento (que é tão nobre e independente, que muitas vezes tentamos sufocar o amor que se sente, só porque a pessoa é muito diferente da gente... mas, olha ele aí. inexplicável...).


Inexplicável é essa onda de terror e de falta de entendimento que assola o mundo. Falar diversos idiomas, culturas diferentes não são motivos para se criar uma guerra. A falta de respeito sim! Você não precisa conhecer a outra nação a fundo, apenas respeitá-la e não ter um "olho maior do que a boca" e querer dominar o que não lhe pertence! O problema no mundo não é falha de comunicação, é falta de respeito com o próximo. É cobiça. É querer o que não é de sua conta. Daí as guerras, as misérias... tantos tratados, escritos em várias palavras, em vários símbolos, em vários resumos e diretrizes para se estabelecer uma "paz", um pacto, um contrato de boas maneiras que ficam lá, descrevendo, porém, inexpressivos! A atitude está além das belas palavras. Um bom discurso inflama, mas, não mantém a chama acesa por muito tempo.


Aqui eu escrevo, tentando me expressar, mas, por mais que eu tente, a frieza da escrita nunca dará o tom e a emoção real que a minha voz mental dita cada palavra unida, cada frase articulada em forma de pensamento. Para alguns, soará como agressivo. Para outros como afronte. Para alguns outros, como belas palavras. Para tantos, o que quero dizer de verdade. O que eu digo é o que está escrito, sim, mas, tem muito mais por trás de cada palavra. Tem o desejo de sejam bem interpretadas. Tem o desejo de que possa levar uma palavra amiga para alguém. Tem o desejo também de que eu consiga a escrever um livro, um dia (para cumprir minha "missão", só me falta escrever um livro e plantar uma árvore. O filho eu já tenho - risos).


Eu amo escrever. Faz parte de mim. Me desperta uma emoção de imenso prazer. Por isso, o que escrevo, não são só palavras concatenadas, são tentativas de exprimir meu jeito de ser, pensar e agir.


As palavras existem, portanto, também são reais. Têm suas funções, e cabe a cada um de nós saber como utilizá-las, para que essas funções se cumpram (informar, descrever, dissertar, narrar, demonstrar...). Têm força, porque imprimimos emoção quando escrevemos (ainda que seja um texto científico, existe a emoção de informar com objetividade, clareza e propriedade o conhecimento que você adquiriu e quer transmitir). Têm ideal. Mas, não existem sozinhas. Cada palavra dita por dizer não tem valor, não tem poder, não tem força. Uma palavra bem dita (ou mal dita...) age como uma semente lançada ao solo. Pode morrer ou germinar. Pode fincar raíz ou simplesmente, evaporar. O que você quer dizer? Diga. Sinta. Viva. A palavra real só tem valor real se dita, vivida e sentida, senão, volta a ser apenas um símbolo do que foi dito ou do que queria ser dito... até do que poderia ter sido dito. Tanto abre, como fecha portas. Ela tanto bate, quanto afaga. Tanto empurra, quanto freia. Tanto vai, como volta! Daí a importância da coerência entre viver, agir, pensar e falar/escrever. Daí a importância de sempre vivermos em verdade, em sinceridade, em bondade. Palavras: podem nos levar, podem nos trazer!


Escrever/falar sobre palavras, com palavras, demonstra a sua importância, a sua utilidade, a sua função. Palavras são palavras e nada mais? Ou palavras são símbolos vagos, sem explicação?


Símbolos descrevem, mas, não têm a profunda capacidade de expressar a verdadeira emoção. A sinceridade no que se diz, quando se usa cada palavra sim, pode levar essa emoção consigo. Não em palavras, mas, em emoções impressas em cada uma.


Mas, que nenhum sentimento deixe de ser expresso por lindas palavras. Que nenhum sentimento deixe de ser vivido, com ou sem palavras!


Em cada palavra que escrevo, coloco meu coração. Tudo aqui é real, vivido e sentido! (dentro das limitações que esses símbolos chamados PALAVRA podem expressar)


Que seja dito, que seja vivido, que seja expressa toda demonstração de amor!


Enfim, em poucas palavras (vixe, que é difícil para mim usar poucas palavras... meus sentimentos, minhas emoções são tão intensas, que nem todas as palavras que uso conseguem descrever): DESEJO TUDO DE MELHOR PARA NOSSO MUNDO! UMA VIDA DE VERDADE PARA VOCÊ, PARA MIM, PARA OS MEUS, PARA OS SEUS, PARA O NOSSOS. MUITA PAZ! FIQUE COM DEUS!


Pat Lins

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