domingo, 23 de novembro de 2008

CONSCIÊNCIA DE TODAS AS CORES


Todo dia é dia de consciência. De cada atitude individual. De atitudes coletivas. De atitudes pessoais. De atitudes profissionais...enfim, de atitudes.


Existem atitudes que merecem muito mais cuidado. Cuidado e mudança real. Atitudes de segregação, atitudes de julgamento, que são geradas por "orgulho". Boa parte de nossos orgulhos, são valores "legitimados" pela sociedade desde, desde...acho que desde que o primeiro psicopata decidiu querer dominar terras alheias e furtar o que não era seu, e denominar cada "aquisição" como POSSE. A vontade de possuir, de ter, e ter, e ter cada vez mais, fez com que o mundo, em vez de desenvolver, regredisse. Chegando ao ponto de suprema hipocrisia em que vivemos atualmente e chamamos de MUNDO MODERNO.


Se em pleno século XXI (nossa, quando imaginávamos que chegaríamos aqui? Século 21!!! Soava como FUTURO e hoje, já é PRESENTE...condicionamos tanto tudo para o futuro mais distante que pudermos, sempre protelando, crentes de que não alcançaremos, que alcançamos. E o que fizemos?...humhum) ainda somos os mesmos, então não mudamos. A ciência evoluiu. Tantas descobertas, tantas consequências... tantas crises. Tantas coisas e tudo igual: preconceito, miséria, disparidade social, ambição, ganância, sentimento de superioridade de "quem tem mais"... enfim, valores nada nobres, muito menos edificantes.


Estamos no mês de Novembro, e este é considerado, aqui no Brasil, o mês da Consciência Negra... consciência essa que todos deveríamos ter todos os dias. Consciência de que somos todos Humanos. Consciência de que a cor da pele não deve ser diferencial. Fica até cansativo falar sobre algo que deveria ser tão natural como respirar, beber água, andar... e tão óbvio: SER HUMANO. No mundo animal, existem os leões, os tigres, os elefantes, as baleias, os pássaros...tantos animais, dentre eles, nós: HUMANOS.


O preconceito aqui no Brasil é algo ridículo e patético. Porém, legitimado por cada um de nós. Até aquele que está lendo e diz: "eu não. eu não tenho preconceito.". Tem sim. Todos temos, nem que seja preconceito com quem tem preconceito... isso é, ou não um preconceito, uma discriminação? Ouvi Zezé Motta comentando o que uma assessora de Gilberto Braga falou para ela, de como não sabia que era racista. O racismo é tão aceito e colocado de maneira natural que o fato de ser negado, já o torna evidente. Não se nega o que não existe, concorda? Bom, a mulher contou para Zezé, que estava assistindo a cena de uma novela onde havia discriminação racial. O neto dela, uma criança, na época, levantou e disse: "vovó, que coisa feia. Eu não gosto do racismo. Se um dia eu conhecer uma mulher negra e me apaixonar, eu caso com ela." A avó, que se dizia "não racista" (veja a diferença, o "não racista" é apenas uma classe dos racistas... coloca o não ma frente só para enganar a si próprio) disse que deu um sobressalto, e disse que se surpreendeu com o sentimento que despertou (estava escondido atrás do seu coração. sendo branca, que convivia com negros, mas, eles não eram parte de sua vida, nem de seu "sangue"... era cômodo para ela) dentro de si: imaginar a possibilidade de... Enquanto só convivia com negros, natural. Mas, a possibilidade de ver um negro em sua família a chocou e ela pôde admitir o que muitos brasileiros não admitem: eles não suportam dividir espaço com outra raça que não a branca.


Esse é o retrato do Brasil, legitimar, ainda que "dizendo sem dizer", o racismo. Conheço famílias que se vangloriam por serem descendentes de Portugueses, Espanhóis... e a necessidade de se dizerem brancos legítimos (claro que devemos nos orgulhar da família, lógico. A questão é fazer isso para se sentir "afirmado" e "visto" como branco, enquanto ser superior. Que seja branco, amarelo, negro, a cor que for, mas, que seja antes de tudo HUMANO). Sem contar que grande parte dos Europeus que povoaram o Brasil na era da colonização, eram bandidos, fugitivos... a própria côrte veio fugida. Jogavam para cá o que não prestava e isso, não é lá grande motivo de "orgulho". Bom, isso foi só um ponto para ser lembrado. O impasse que devo me ater não é da herança genética de A, B ou C, mas, falar sobre esse sentimento nada edificante que existe e muita gente insiste em negar. É aquela história que bato em muitos dos meus posts: não falando, fingindo não existir, ninguém vai sentir falta. Então, em não se falar de racismo, finge-se que ele não existe claramente, deixa-o guardado lá dentro, mantém as atitudes racistas, nada se faz para melhorar a qualidade de vida do próximo e então, não há cansaço (porque imprimir esforço para mudar algo cansa, né?!). Então, para quê mudar aquilo que ninguém fala? Lembra que vivo falando em coerência entre viver, agir, pensar e falar (não necessariamente nessa ordem). Pois é. É isso que falta a nós brasileiros: coerência em nossa atitudes, em nosso sentimentos, em nossas vidas. Falta é romper com aquilo que não é edificante, que machuca, é romper com valores falsos que crescemos vendo e jogávamos para o Século XXI como era em que nada disso existiria mais, porque estaríamos todos "evoluídos". Cadê? Que evolução? O racismo continua, agora, acho eu pior, porque, os negros não aceitam mais serem pisados calados. É hora de se impor enquanto humanos e dignos. Ah, agora, os brancos tão acomodados em suas vidas fartas e seguras (porque ser branco pode sair na rua que não será confundido com um ladrão... pode entrar em qualquer lugar, que as portas se abrem e ninguém vai ficar vigiando o que faz...) se sentiram ameaçados, em vez de se sentirem motivados a desenvolver um sentimento nobilíssimo que é o do respeito a igualdade. RESPEITO A IGUALDADE é diferente de luta contra o racismo, viu?! RESPEITO A IGUALDADE é algo que deveria existir de verdade e em verdade. RESPEITO A IGUALDADE é o princípio da vida. Respeito. Negros, brancos, orientais, índios... gente! Respeito! Respeitemos as pessoas, todas, como pessoas. Jesus já dizia : "ama ao próximo como a ti mesmo". O próximo não é só seu esposo, sua esposa, seu filho, sua filha, seu pai, sua mãe, o vizinho debaixo, o vizinho do lado... não, o próximo é seu semelhante, é outro SER HUMANO! Amar como a si próprio é, em primeiro lugar, se amar. Se você não tem essa capacidade, o que poderá ter de bom para dividir? O respeito é um sentimento nobre e sincero. O respeito é real. Ele precisa ser desenvolvido dentro do coração de cada um. Ele não precisa ser plantado, porque faz parte de nossa essência. Precisa é desenvolver mesmo. É crescer. Deixar esse discurso bobo e falso de que não é racista, porque trata bem a empregada... ou, "tenho até um amigo que é negro e gosto muito dele. Muito simpático, correto..." minutos depois, entra num mercado, por exemplo, vai estacionar o carro, mas, a única vaga que tinha foi ocupada por um carro que chegou antes, e, naturalmente ocupou o espaço e desce uma pessoa negra e sobe aquele sentimento: "perdi a vaga para 'esse neguinho'"... o racismo está muito entranhado, quase uma segunda pele, bem alinhado com sentimentos como presunção, ganância, orgulho, vaidade, e outros tantos. Retirar um, fazer uma mudança para ser uma pessoa melhor dói muito, né verdade? Então, continuam a negar... Esse é o racismo que vivemos. Por pessoas fingidas, pessoas pequenas, fracas e que se acham superior, por conta de sentimentos tão mesquinhos e um ego inflamado e cheinho de pus, bem podre e fétida. Se isso te faz bem, continue germinado esse pus aí.


Bom, vou parar por aqui. Só queria deixar mais um pensamento para reflexão. Vamos mudar. Cada um pode fazer sua reforma moral e real!


A CONSCIÊNCIA NÃO TEM COR. NÃO UMA ÚNICA. ELA TEM TODAS!


Viva a vida! Viva a Liberdade! Viva o RESPEITO! VIVAMOS TODOS A DIGNIDADE!!!

Pat Lins

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