domingo, 2 de fevereiro de 2014

VOVÓ LULU - UM PONTO DE LUZ NA IMENSIDÃO INFINITA DO INFINITO


"O céu é duro ou mole? Tem gente chata no céu? O que é gente chata...?" 
(Vovó Lulu)

Nossa criança interior vai entender as falas acima, com certeza! Quem de nós, na infância, nunca teve esse tipo de curiosidade? E, hoje, me pergunto: o ambiente em que vivemos, atualmente, é duro ou mole? Tem gente chata aqui na Terra? O que é gente chata, senão um estigma limitante?

"Vovó Lulu" é um ESPETÁCULO teatral. Melhor: uma poesia teatral. Ainda melhor: nossas inquietações teatralizadas, no palco, ali, bem diante de nós. Muito melhor: eu me olhando no espelho, hoje e continuando daqui a alguns tempos... assim espero.

Durante o espetáculo - devo repetir essa palavra umas duzentas vezes e, ainda assim, não descreverá o impacto positivo e a boa emoção que Maria Prado de Oliveira, Aline Moreira, as luzes - "bacana" - a iluminação impecável, o cenário harmonioso, o som limpo, as pedras no cenário, o piso, as cortinas pretas, o teatro... o todo que foi formado por essa equipe - uma frase me veio, num resumo bem tosco e limitado pelas palavras: "nossa busca pela felicidade não pode deixar de existir por conta das desilusões!". 

O tempo não nos escraviza, apenas a nossa condição mental e nossa relação emocional com ele.


"Vovó Lulu", dentro desse vasto Universo, ainda consegue escutar O desejo de continuar a, SIM, fazer escolhas e seguir o caminho que melhor lhe convier. Ela é motivante! O caminho das pedras não é apenas uma reta, uma quantidade de passos ou uma direção determinada por uma arquétipo falido e insistente, que nos arrasta, acorrentados na prisão de amargura e, me permita um semi plágio, por uma religiosidade estéril! É o expandir o círculo para o além daqui, mas ao aqui guiados pela nossa consciência, pelo AMOR, pela VERDADE, pela VIDA - aí sim, está o Divino! Deus.

Somos criadores e criaturas da Vida. Somos parceiros do Tempo. Somos luzeszinhas ínfimas e minúsculas dentro de um Universo vasto e infinito. Somos mais do que os círculos que nos fechamos num vício ritmado e repetitivo de nada. Somente quando nos dermos conta da força dessa partícula - mínima apenas em tamanho - na imensidão do infinito cósmico universal que somos, aí sim, somaremos com outras tantas outras pequenas luzes e comporemos o Todo, chegando a Deus - o Criador, não a criatura que foi criada e deturpada à imagem e semelhança de nós mesmos e dos nossos defeitos e limitações humanas. Sentir brilhar a Luz que vem do peito, de cada poro, de cada célula, de cada átomo, de cada parte de nós é estar integrado à Luz Divina, ao Todo, à Deus, revelando um processo de iluminação de dentro para fora, podendo ser fortalecido de fora para dentro!

Espetáculo e vida da bailarina Aline Moreira.
Foto: Adenor Gondin
A ruptura com essa velharia de vazio e superficialidade que vivemos é que nos permitirá ter a sabedoria de juventudes acumuladas e de, mesmo que o corpo não aguente mais, não tenha mais a mesma flexibilidade, agilidade e capacidade de movimentar, a alma pulsa, dança e nos diz: "eu sou livre, mesmo que você esteja aí, presa nesse corpo. Eu posso dançar e cantar, porque minha voz, minha mobilidade é algo que o ser humano ainda não tem referência...". 

Será que seremos capazes de romper com a arrogância, a inveja e outros sentimentos restritivos e negativos? Será que conseguimos nos libertar? Só assim, vendo e conhecendo cada sombra que temos e fazemos, podemos nos auto iluminar: acionando a força suprema do AMOR. Aí, sim, seremos e viveremos a loucura saudável de transgredir! Até então, somos apenas... apenas... apenas... o apenas.

Será que conseguiremos deixar UM MUNDO MELHOR PARA OS NOSSOS FILHOS E FILHOS MELHORES NESSE MUNDO, começando por nós? Será que conseguiremos sentar no banquinho deixado pela "Vovó Lulu", bem ali, onde a sua luzinha se eternizou? Será que atingiremos esse ponto no tempo da continuidade e da passagem sadia, questionando e exigindo o melhor - porque sim, nós precisamos saber que merecemos! - até o último instante, apesar de nem sabermos quando será? 

Tantos serás, que me pergunto: será que conseguiremos parar de falar e agir? Não aceito a luz parada, apenas a luz da ação, da troca, do entendimento de co-criação! Só assim podemos romper o círculo vicioso e seguiremos os círculos virtuosos e infinitos do infinito.

Nada mais velho do que essas coisas ruins que estão aí: preconceito, intriga, inveja, arrogância! Vaidades vazias, sem estética do belo, bom  e justo!

Vale a pena assistir e se deixar tocar pelo texto, pelo diálogo com nossas inquietações! 

Parabéns a Maria Prado de Oliveira pelo belíssimo trabalho - ou belíssimos trabalhos de texto, produção e criação de todo esse projeto! Parabéns à equipe toda! Aline Moreira, você nos faz querer dançar junto e nos lembra o quanto estamos esquecidos de, simplesmente, dançar a dança da Vida: o movimentar, sentir a alma! Tudo muito bem feito. Cenário, iluminação, sonoplastia, trilha sonora - que repertório "bacana, bacana!". Enfim, um trabalho com muita qualidade em cada detalhe. Um ESPETÁCULO!

ASSISTA! ASSISTA! ASSISTA!

"Vovó Lulu", sua bênção!

Pat Lins.



2 comentários:

  1. Todas as vezes que assisto me emociono como se fosse a primeira vez, sempre tem algo diferente, seja no texto ou na coreografia que nos prende e mostra o quento podemos aprender com Vovó Lulu. Sempre saio com um gostinho de quero mais.
    Parabéns pelo seu blog!

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  2. Obrigada! Realmente, uma mensagem muito bela.

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