É muito bonito a gente dizer: "tem que deixar o passado no passado!". E é importantíssimo fazer isso, desde que de maneira saudável e na prática!
Deixar o passado no passado é curar as feridas. É se esforçar, todo dia, para entender que o hoje não precisa dessa repetição.
É entender que o que foi feito, foi feito. Fingir que não foi nunca é deixar o passado no passado, é disfarçá-lo no presente.
O ENTENDIMENTO requer CONSCIÊNCIA e esta requer ruptura com padrão de pensamento pesado e restritivo.
Uma das coisas do entendimento é o fator "escolha". E escolher requer CONSCIÊNCIA... Ou seja, precisamos "estar na" e "ser a" ação. É fazer o novo. É fazer diferente. Continuar fazendo igual é se manter na repetição do passado, no presente, todo dia!
Algumas vezes, nesse processo de escolhas, no que diz respeito às nossas relações, deixar o passado no passado exige entender e aceitar as pessoas como são e entender que o que fizeram - quando o outro faz algo... acontece de nós sermos o outro, também e de nós termos feito algo... mas, isso esbarra num complexo entendimento de cada um assumir suas ações - já foi feito e pronto, está lá atrás. No dia a dia é que podemos mudar e agir de maneira melhor e saudável. Porém, se a outra pessoa não adentra ao processo de mudança e libertação do tempo que se foi, é importante que eu deixe para trás e bem resolvido esse passado, mas não posso continuar a conviver com esse "outro", já que continua a agir e fazer as mesmas coisas, do mesmo jeito. Se escolho um ambiente saudável, preciso eu fazer meu ambiente saudável.
Existem situações que para deixar o passado no passado, é preciso que as duas partes o façam. Por isso que uso minha DS - distância saudável, porque eu posso e devo me esforçar e sim, é um esforço, um exercício... somos muito ego e vaidade, ainda, e podemos pensar que deixamos o passado lá atrás e disfarçamos nos afastando e fingindo que ele não existe, apenas por não tocar nele. Isso nem é deixar o passado no passado, nem o afastamento sem consciência é DS... Não houve CONSCIÊNCIA, apenas fuga.
Mas, em casos de optarmos pela DS, é, inclusive, pela dificuldade de ter que estar sempre se desgastando e usando energia diária para tentar fazer com que a outra parte entenda. Se há disposição da outra parte, vale a pena lutar junto, porque há VONTADE de mudar. Se não há, se existe a cegueira das próprias ações, eu penso que seja melhor, a depender da rotina pessoal, fazer reservas de força e energia para o dia a dia e manter uma bela distância saudável para todas as partes. Já vivemos sob tanta pressão... que precisamos limpar o ambiente e deixá-lo arejado, para podermos respirar.
É preciso deixar o que se foi; olhar o que foi feito e como foi feito; ponderar se poderia ter sido feito diferente e se abrir: "eu posso fazer diferente! Eu posso fazer um diferente MELHOR! Eu posso ser melhor! Eu quero ser melhor!". E, simplesmente, calar a voz da perseguição que fica latejando e repetindo pensamentos repetitivos e restritivos, cerceando a liberdade!
Para me libertar, liberto-me!
Para sarar, só cuidando da ferida aberta. Ninguém cura a ferida machucando todo dia, cura?
Pat Lins
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