Assistindo à novela das 19h - Cheias de Charme - a gente vê é coisa que acontece na vida real.
Olha Chayenne: famosa, conquistou seu espaço profissional e está destruindo tudo porque a pessoa é desequilibrada. O pior é que ela, em vez de enxergar que ela se detona, mantém o foco em destruir a carreira das "Empreguetes". Ela atrela seu fracasso ao sucesso do outro. Ou seja, nem vê que o fracasso é fruto do seu temperamento e da falta de respeito que dissemina pelos outros. Fazer o que quer é exercer o livre arbítrio, sim, mas termina onde começa o espaço do outro.
Sandro: todo folgado e interesseiro... sempre quer o caminho mais fácil e errado é quem não compactua com os erros dele. Só quer tirar vantagem. Sempre se dá mal e, como Chayenne, não reconhece que colhe o que planta, melhor, nem colhe porque nada planta.
Os Sarmento: família arrogante e com valores altamente superficiais. O dinheiro era o único elo de ligação e era o "amor" da família. Motivado pela ambição desmedida, o advogado passa a aplicar golpes, valendo-se da impunidade famosa do nosso país. Descobertas e comprovadas as fraudes, culpa o estagiário que o delatou, como sendo o "responsável" pela sua falência. Novamente, o fracasso como consequência do caminho errado...
O que mais achei legal é que tem muita gente de bom caráter. E, como diz a frase de Einstein "o mundo é um lugar perigoso de se viver, não por causa
daqueles que fazem o mal, mas sim por causa daqueles que observam e
deixam o mal acontecer.". Não basta ter bom caráter, não devemos deixar o erro permanecer. Assim, Penha alimentou o "erro" de Sandro, nunca o punia devidamente e sempre acabava passando a mão pela cabeça dele, por conta do sentimento nobre que nutre pelo cafajeste. Ela estava "errada"? Creio que não. Fazia o que o coração mandava. Até que um dia percebeu a diferença entre ser "boa" e ser feita de idiota. Cansada e encarando a realidade, tomou uma inciativa e uma postura firme. Mesmo com toda dor, ela entendeu que não dependia dela mudar o ex-marido. Dependia dela mudar a realidade dela. Situação delicada, por envolver uma criança. Mas, Penha é o exemplo de que ceder a chantagem emocional não resolve. Se nem pelo filho o pai foi capaz de mudar, ele precisava de uma atitude mais dura da vida para entender que tudo tem limite. É a questão de escolher o caminho da dor. Mais cedo ou mais tarde... aliás, na hora certa, todos nós devermos prestar contas sobre nossas ações e suas consequências. E Penha ainda encarna mais um fardo: a missão de nos fazer ver que quando deixamos a bola de neve aumentar, um dia ela derruba. e ela acaba vivendo um dilema que se arrasta há muitos anos e nunca fora resolvido. Bate com uma coisa que penso: aquilo que a gente não resolve, um dia, tem que ser resolvido. E esse conflito acaba abalando toda a sua vida profissional, de onde ela tem que tirar o sustento da família...
Rosário ensinou o quanto vale a pena colocar um sonho como meta. A fé. Entretanto, vislumbra-se com a fama e, mesmo ainda sendo uma pessoa bacana e de nom caráter, nunca entende o lado sentimental das amigas. Claro que compromisso deve ser respeitado e cumprido, mas, num ambiente de amigas, onde o sucesso é fruto do trabalho em equipe dessa amizade, ela demonstra o quanto o sonho é mais importante do que o equilíbrio. Não creio que ela esteja "errada" em querer usufruir do sucesso que alcançou, mas, sempre que tem um conflito, ela não tem se mostrado muito solidária.
A novela gira em torno do levantar de um monte de questões que a gente não se dá conta no dia a dia e é abordado de uma maneira tão leve que nem nos damos conta do quanto essa simples novela nos faz tantos alertas importantes. Uma questão que engloba tudo é essa relação com o dinheiro, mesmo. Uns rebeldes que pensam que ter dinheiro é mercenarismos ou ser soldado do capitalismo... Outros, ambicionando tanto que não importa de onde venha, desde que chegue.
Seu Messias falou uma coisa bacana: "Não há nada errado em ter grana, se souber como usar...", durante uma conversa com Rodinei -que ao ver o chefe, uma pessoa boa e batalhadora, ter que cogitar fechar o negócio por já não ter mais pique e tocar o empreendimento e não tem dado conta das contas a pagar - ele fala: "Pela primeira vez na vida eu queria ter dinheiro. Muito dinheiro, para poder ajudar ao senhor...".
A maneira como lidamos com nossas relações também são abordadas. Ligia, nunca falou sobre o pai para o filho, por medo... um medo de ser julgada... logo ela que é uma mulher segura e profissional e financeiramente independente - imagem que criamos de que não teria problemas... - também vive com seus conflitos. Por conta dessa omissão, alimentava a rebeldia do filho - que, de acordo com os nossos julgamentos, não teria porquê ter problemas, já que "tem tudo"... tudo exceto saber quem é o pai biológico... - que aprontava muito. Não penso que isso seja uma justificativa ou motivo legítimo para o menino agir como age... há uma dose de mau caratismo, aí, mas, há a possibilidade de regenerção. Como sempre agiu de um jeito torto, em vez de se abrir para a mãe, lá vai ele em busca do pai desconhecido sem avisar a ninguém.
Outra que nos leva a refletir sobre relação, perdão e etc é Cida. O que a motivou? Nobreza de sentimento ou sentimento de vingança, como Nina perdida e destruída para destruir, na novela das 21horas - Avenida Brasil? Família, amigos, colegas, vizinhos... tudo isso faz parte do nosso dia a dia, sejamos sociáveis ou antissociais, somos seres sociais, também. Deveríamos fortalecer mais a base indivudal com bons valores para conseguirmos viver no social sem grandes abalos... Nossos pensamentos e atitudes devem ser mais bem conhecidas de nós mesmos.
O que nos leva a agir? O que nos motiva? O que nos alimenta? Vejo tanta polêmica sobre alimentação saudável que ninguém percebe que muita gente vive do mesmo jeito, ainda que mal alimentado, e não vejo ninguém se atentar para o alimento da mente. Como alimentamos nossos pensamentos? Do que adianta comer uma fruta e arrotar manipulação e falta de respeito? Cuida da "saúde" do próprio corpo e derrama tensão e desnidade nas pessoas ao redor... Aqui eu não vou aprofundar, para não perder o enfoque incial.
Bom, atualmente é a única novela que assisto. Nossa, os atores estão dando um show especial. Todos trabalham muito bem. A mensagem é muito bacana, apesar de bastante caricata. Creio que seja a maneira lúdica de nos tocar, sem ter que pesar. E é isso que precisamos começar a fazer em nossas vidas: mudar, sem ter que pesar. Somente o peso necessário que, em geral, é o peso da consequência de alguma ação. Fazer nosso caminho é o melhor caminho!
Fico por aqui, a refletir.
Pat Lins.
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