quinta-feira, 21 de julho de 2011

TALVEZ SIM... TALVEZ NÃO...

Quantas pessoas buscam fora o que só dentro se encontra?

Quantos fogem sem saber do quê e vão, para qualquer lugar, sem saber para onde...? Depois, em meio a distância e à tristeza, se perguntam: "Por quê?" "Por que não me encontro, nem aqui?"

Quantas fingem felicidade internacional e choram lágrimas em outro idioma apenas por não saberem do que fogem e o que buscam?

Quantas não vão a lugar algum e sofrem, a dor de querer ir aonde não pode, porque pensa que é lá que está a tal felicidade?

Quantas pessoas, lá, cá, em qualquer lugar sente que falta algo e não sabe o que é? 

Quantos de nós se coloca a busca verdadeira, sem medo de abrir mão das aparências, dos bares da solidão e dos companheiros de farra que, sóbrios, também vivem esse vazio que nem um balde de cerveja gelada preenche..?

Quem está disposto a seguir um ideal maior? Um ideal que não é imposto por palavras ao vento ou frases de efeito? Um ideal que está dentro de nossa alma e seja da religião que for ou de nenhuma ele existe do mesmo jeito. E só com muita labuta podemos acessar um "nãoseioquêquevemnãoseideonde" e nos leva a busca do além, dos mistérios da vida, do eterno, do essencial. 

Quantos de nós não teme seguir aquilo para que veio e sem aceleração? E quantos afirmam terem chegado lá e vivem ansiosos para ver o que ainda não viram...? Talvez, porque não se tenha nada para ver e sim para ver com os olhos da alma, através do coração. Quantos não enxergam cada passo, o caminho e afirmam estar a caminho ou ter chegado lá?

Quantos se dizem tão bem preparados e inatingíveis e se perdem em pequenos detalhes? E quantos entendem que nada é tão controlável, assim? Mas, que, também, nada está tão fora do nosso controle? Quantos compreendem que existe algo acima de nós e mesmo que diga "não", esse "algo mais" sempre prevalece e fica a pergunta vaga no ar?

Até quando ainda perderemos tempo, em vez de nos aliarmos a ele? 

Quantas palavras precisam ser gastas para se sentir livre de algo que te enche e é preciso esvaziar?

Há tanta coisa para aprendermos! E tudo está tão ao nosso alcance... só olhar e ver. Não, não olhe com os olhos da face... olhe com os olhos de dentro, só assim poderemos ver o lado de fora. Mas, ainda há quem pergunte: "dentro de onde?" E começa tudo de novo! Não termina nunca! Temos demanda para uma vida inteira e ainda partimos com as sobras... Fazer o quê? Começar, começar e começar. Tem gente que tem muita pressa em se firmar financeiramente e nem percebe que isso não é tudo. E quem não se firmou, não é a hora. Quem disse que a missão da alma de alguém, aquilo para o que viemos, para que Deus nos enviou, tem relação com vida profissional? Eu preciso entender isso. Preciso entender que nem tudo que parece é. E, quem disse que preciso me sentir cheia de vazio e viver sozinha para provar que sou forte e muito mais? Quem disse que o que vêem em mim é o que quero para minha vida? Quem garante a quem me vê e vê parte dos meus talentos que estes precisam ser rentáveis? Estamos tão cegos pelo dinheiro que o que importa é tê-lo, mesmo sabendo que ele não é responsável pela nossa felicidade. 

Bom, e quem disse que eu estou acima de tudo isso? Quero encontrar meu verdadeiro EU, sim, mas isso não quer dizer que precise forçar uma barra e ser aquilo que me formei na faculdade... Com relação a isso, tenho certeza: pode até haver algum talento, mas, não é minha vocação...Sim, eu admito! Vivo cada dia. Aprendendo com o que me permito - é o que consigo. Aquele que me olha e me vê e jura que sabe para que eu vim, talvez esteja enganado. Talvez, não... Tudo em nossas vidas passa de algum "talvez"? Mas, sim, eu quero encontrar um caminho que me leve a estabilidade e o conforto financeiro, sim. Com certeza essa não é a missão de ninguém, mas, acaba sendo missão para sobrevivência nesse mundo perdido e desiludido. E quem vai resgatar o ser humano que há dentro de nós? Só cada um pode fazer isso! E a busca de tanta coisa, os encontros não são válidos? Quem disse que me acomodei? Estou seguindo como posso. Ninguém precisa sofrer por mim, porque eu mesma não o faço. Eu vou vivendo a cada dia, como dá e como consigo. Com certeza se eu pudesse ir além, agora, alguém estaria me cobrando além do além. Por isso, diga ao povo que fico! Fico comigo! Quando eu tiver condições de ir além, tiver essa capacidade, aí, sim, será o meu tempo. É isso que tento me fazer compreender. Até que, hoje, entendi, lendo um amigo que, como ele disse certa vez: "vive em busca sem saber de quê... um dia ele encontra, em algum lugar do mundo..." - e sei que encontrará, em algum lugar do mundo, o caminho para o mundo dele - que não importa quantos idomas a gente consiga falar - todo mundo tem essa capacidade -, o que importa, mesmo, e isso eu me digo, é quantas palavras eu me faço me entender? Com quantas frases descubro, desvelo ou concluo: quem sou eu? Quantos verbos preciso conjugar para conjugar e entender que EU SOU? 

Pois é... eu tenho facilidade para aprender diversos idiomas, mas, não falo quase nenhum. Minha língua mãe e um pouco de inglês - que compreendo mais do que falo. E aí? Quem fala mais vai mais longe? Quem mora em vários lugares tem mais experiência de vida? Uma diarista veio aqui em casa e me disse que não entende "essa coisa das letras..." e por isso deixou de ser contratada num determinado trabalho. Ela perdeu pai e mãe no mesmo ano; saiu de sua cidade do interior para trabalhar como doméstica aqui na capital; cuidou dos irmãos - maiores e menores; mulher, negra e semi-analfabeta... Ela me disse: "Dona Patricia, as pessoas me perguntam se eu tenho essa fé na vida, onde está meu carro do ano, minha mansão...? E sabe o que eu digo? Se um dia eu tiver que ter, terei, mas, hoje, eu vivo com dignidade. Qualquer R$50,00 para mim é resultado de minha vitória! Só eu sei o que precisei passar e abrir mão de estudo em escola para dar oportunidade para meus irmãos. E eles me botaram para fora de casa... Agora, vivo num quartinho que é menor que sua cozinha, que a senhora diz que é pequena. Lá eu tenho: tv, geladeira, uma cama, uma pia e meu cachorro. A senhora acha que quero parar aqui? Não. Eu vou fazendo meu trabalho..." Ela fala e se expressa muito bem. Já trabalhou para "pessoas de posse", como ela mesma fala, e nenhum deles lhe incentivou estudar... Uma condicionou para ela: "ou estuda ou trabalha para mim...". Quem é mais humano? Quem se aproxima ou distancia da realização pessoal? E, o que, de fato, vem a ser essa realização? A ex-patroa era médica e esposa de médico - neurologista, ambos - e sofria de uma enfermidade grave: medo de tudo. A água da pia era tão quente, que a diarista me disse que queimava suas mãos, porque a patroa tinha medo de germes... 

Se eu aceitar minha realidade atual por ainda não saber como mudá-la e não sofrer por isso, sem perder a esperança ou, sei lá, o objetivo de me encontrar em outras realidade até encontrar a minha realidade real, eu estou sendo acomodada ou dando tempo ao tempo? O que me propus e estou fazendo é dar um passo de cada vez. Aí, me pregunte: e se você morrer antes de encontrar sua missão? Sei lá! Talvez eu deva deixar que ela me encontre... Sei não. Cada dia que passa, menos sei das coisas... E, nem por isso, deixo de ir vivendo. Vou me completando com as coisinhas que consigo e para mim são muitas coisas. Não quero ser como ninguém, não. Sou como estou conseguindo ser e mudarei quando a mudança ocorrer. Falta tanto e falta tão pouco. Se tomei um rumo errado, talvez não fosse a hora do rumo certo, né não? E quem sabe exatamemte qual é o rumo certo? Sempre precisaremos abrir mão de algo, por algo. A dúvida sempre haverá. Mesmo dentro da certeza, muitas dúvidas. De tempos em tempos somos levados a novos rumos. Só reparar. Um dia, preenchidos de sabedoria, consciêcia e conhecimento verdadeiro poderemos nos desvelar e nos encontrarmos com nossa essência. Até lá, muitos ciclos; altos e baixos... muitos rumos a seguir. Tanta coisa para conhecermos que só a vida é capaz de nos conduzir. Então, aprecie o passeio e faça o seu melhor a cada dia, em cada lugar, a cada momento. Ah, não digo ficar parado e esperando a toa... Movimentando-se! Talvez eu não faça o movimento certo, mas, algum eu faço, achando que é o meu certo e dentro do que consigo fazer. Se eu pudesse fazer mais, já estaria feito! (risos).

Talvez sim... talvez não... a vida é cheia de surpresas - para a gente, porque, para a vida, tudo está muito bem organizado.

Pat Lins.

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