segunda-feira, 18 de julho de 2011

ESTAR BEM, POR "NADA"

Por que a gente sempre condiciona estar "bem quando...":

"Quando pago uma conta. "; "Quando saio do aluguel..."; "Quando perco 10 kg..."; "Quando, quando, quando..." ?

Pois é, hoje, após uma caminhada, vi que a gente pode ficar bem por "nada". Estava indo, caminhando, pegar meu filho na escola, quando estava me sentindo bem, do "nada" e ultimamente tenho andado assim, de repente, me veio o pensamento: "por que estou me sentindo bem?" E comecei e pensar: "Porque Pedro está crescendo e se acalmando mais..."; "Porque tomei vergonha na cara e comecei a andar..."; "Porque..." Aí, parei, olhei para o céu e pensei: "será que é porquê o dia está bonito?". 

Que nada! É por tudo! Sempre falo que a gente não sabe ser feliz e é verdade. Um estado de espírito feliz deve ser algo parecido: estar bem, em paz, por nada. Aliás, por tudo, por todas as boas razões que temos e as que não são motivos para alegrias, merecem cuidado. Geralmente eu me sentia "culpada" por estar feliz, enquanto tanta gente sofre... Tive minhas cotas de sofrimento - e ainda as tenho, afinal, problema todo mundo tem e cada um sabe onde sua dor dói... - e aprendi/aprendo com elas. Foi em meio a dores profundas, como chamo, "dores da alma", que vi e entendi que dor precisa de cuidado para sarar. Não foi fácil, afinal, é  muito fácil ter quem cultive sofrimento e alimente esse sentimento, sem olhar para de onde jorra essa dor e poucos se dedicam a tratar, cuidar e dar o carinho especial que essa dor merece para passar. Eu não batalho e me esforço dia a dia para me libertar de "mentirinha", para ser aceita aos padrões de normose que nos impõem e que nós nos impomos, também. Batalho para que esse embate faça aflorar em mim minhas angústias, meus medos... Toco nas feridas para saber onde dói e sará-las. Nem todas eu consigo... Algumas, quando vejo, doem tanto que evito tocar. Me propus não fugir, mas, não vou enfiar o dedo, para magoar. Cuidar de uma de cada vez. Isso tem a ver com o post do "Sem atraso. Na hora certa!" - aceitar e respeitar o tempo para me premitir crescer como pessoa. Isso não tem a ver com religião. Isso tem a ver com acreditar e cuidar de mente, corpo e espírito - sem precisar frequentar alguma religião. Questiono e muito a maneira como são conduzidas e por quem....

Pois bem, não sei porquê não aceitei estar bem, apenas por estar bem, sem ter que associar a algum acontecimento feliz. Por que não podemos dar valor ao cotidiano? Por que não posso, algumas vezes, me chatear com algumas repetições desse cotidiano e decidir mudá-las? O que está por trás desses pensamentos divididos que me travam? Será que é porque não está na hora certa? Será que é porque é hora de reconstruir e uma pedra de cada vez faz parte do processo para que, na hora certa eu esteja preparada? Mas, se o daqui a pouco começa agora, então, a todo instante precisamos estar começando a dar entrada em nosso processo de mudança pessoal, certo? É, algo em mim está mudando e nem me dei conta, precisei me questionar o porquê de não aceitar apenas que estou bem e que quero viver assim. No dia que vier alguma fase de dor mais forte - claro que gela o coração saber que sempre passamos por elas - espero estar assim, tão cheia de vontade de entender que tudo tem seu tempo, que já não sofra mais. É o que venho aprendendo, alguns pontos apenas questionando e aceitando a idéia..., desde que tive DPP, desde que minha vida precisou virar de cabeça para baixo para que eu visse que ela nunca esteve de cabeça para cima e sim, de lado e caindo... Só depois de tudo isso me comprometi comigo em colocar minha vida de cabeça para cima e seguir em frente. Fui questionada com o tempo que levei para me "curar" e digo a qualquer um: me curo a cada dia. Vi que muita gente acha que está "curado" por não ter que assumir seus problemas diariamentes, quando, sem perceber, estão doentes e necessitando de cura, também. Depois, perdi um filho - abortei; o coração do bebê parou de bater... - e vi que a vida continua. Fiquei muito triste, claro, mas sem sofrimento. Naquele momento eu entendi que a vida tem seu próprio desígnio, ou seja, o que acontece ou não é porque deveria ser assim, sim. Sei, o livre arbítrio. Eu acho que ele existe, sim, mas, dentro do que é permitido ou não... Para mim, é como limite para criança: você dá as opções, nada além. Se pode escolher, mas, um dia, no tempo certo, a necessidade de se fazer o que se veio para fazer irá vigorar. Não é preciso ter uma Depressão para ter que se cuidar. Nem perder um filho, para se ver ainda viva. Não é preciso ter uma doença terminal para querer viver... A cura não é para mostrar "aos outros" que se está bem, é estar bem. Apararência nunca foi essência. Quando me dediquei a me buscar, a me conhecer, a me ajudar a crescer como pessoa, tudo melhorou e piorou... Melhorou porque vi que toda piora também tem seu motivo para existir e passa. Piorou porque não é porque você se abre para a mudança para melhor que tudo vira pudim - macio e gostoso. Enquanto eu não estiver bem "tratada" ou trabalhada, ou melhor, em paz verdadeira comigo mesma, aceitando que existe algo que chama de destino, missão, objetivo de vida, meta da alma... a verdadeira razão pela qual Deus nos deu a vida, ainda viverei esse embate e acharei que alguns acontecimentos são ruins. No dia em que internalizar, assimilar, apreender... que a vida é como é e que tudo tem seu tempo, aí sim, encontrarei o caminho da paz, do amor, da liberdade! Aí, sim, posso entender de verdade! 

Custei a entender o que senti ao terminar de ler o "Paz Guerreira" e foi isso: aceitar seu "destino" e não fugir dele. Temos opções diárias de como e o quê fazer diariamente, se não temermos e não fugirmos, tudo flui, segue a correnteza do tempo certo e sem resistência podemos correr e cair nos braços do mar da vida real, sem ilusões. E preciso sair da condição de vítma que ainda me coloco - como todo ser humano, que acha que merece mais e que não merece viver o que vive... - para assumir o comando da minha vida, sem pena; enfrentando o medo. Bom, me preparo para mudar sem martítio, aceitando a realidade. Mas, isso leva tempo - o tempo necessário - e é um passo por vez. Ou seja, trata-se de uma jornada, de uma vida inteira para aprender o máximo que eu puder. Tudo de vez não recomendável... Cuidado para não ser afoito e acelerar mais do que deve... Daí, terá que parar e esperar o tempo certo. Às vezes a gente acha que foi mais rápido que o tempo, quando, paramos, vemos que ele ainda nem chegou, então como tê-lo utltrapassado? Mania de não respeitar o mestre tempo... (risos).

Pois é, hoje, mais um dia em que estou feliz por "nada", ou, por TUDO! Num dia trivial, sem graça, com os mesmo problemas... 

Saudações aos que se encontram no mesmo empenho de melhorar a si. E saudações aos que ainda estão com os olhos tapados pela correria e pela falta de "tempo" para melhorar a si... Tempo é algo que está aí.

Pat Lins.

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