sexta-feira, 15 de julho de 2011

SEM ATRASO. NA HORA CERTA!


Engraçado que é até fácil compreender - ou começar a - que tudo tem seu tempo. E o mais engraçado é que a gente tem uma imensa dificuldade para aceitar que tudo tem seu tempo...

Ontem, do nada, em meio a uns pensamentos para superar um obstáculo enorme que me coloco - voltar a dirigir - eu pensava: "tanto tempo para voltar, agora, tenho que voltar de qualquer jeito... Antes tarde do que nunca" e me veio a mente: "NÃO HÁ ATRASO. TUDO NO TEMPO CERTO!" Foi quando vi que por mais que eu fale e acredite que tudo tem seu tempo, essa condição ainda não me foi internalizada. Ainda quero segurar o tempo com minhas unhas...

Comecei e me "tocar" de que toda religião ou doutrina religiosa considera certo o fato de que todos temos um propósito, uma missão aqui - na Terra; na vida... cada um coloca o termo mais apropriado - só que, todos nós vivemos na correria. Impressionante: muitas pessoas que conheço e que também falam isso para mim, também têm sua pontinha de desconfiança o que caracteriza um leve deslize na fé. Como me dizer - ou eu me dizer - que "não cai uma folha da árvore se Deus não permitir..." se vivemos arrancando as folhas? E aí, eis que me surge outra dúvida: só devemos esperar a folha cair ou podemor arrancar? Porque, ficar só esperando cai em outra contradição humana: "não devemos ficar parados esperando que caia do céu..." - risos.

O que percebo é que confundimos tudo por medo de seguir em frente. Temos medo de sermos felizes. Esperar o tempo certo, para mim, quer dizer: fazer o que está ao seu alcance, seguindo e fazendo o que ocorrer no dia a dia e ir se trabalhando para "chegar lá" mais bem preparado. Ou melhor, não existe isso de  chegar ao final para "chegar lá", o chegar lá é o caminhar. Quando escutei o comentário de uma pessoa, que início e finalidade estão interligados e são a mesma coisa, estranhei... Fui para minha vida. Está aqui, comigo: se para tudo tem um início e um fim, mas, não existe uma reta unindo os dois pontos, então, não são pontos separados. Ou seja, andamos em círculos. Daí, vim entender, do meu modo grotesco que isso é o que vem a ser ciclo. Quando aceitarmos e assimilarmos que nosso propósito é ser feliz e ter êxito em nossa busca de nós mesmos para encontrarmos, assim, o que está dentro de nós a vida inteira, quebramos esse ciclo e entramos numa linha reta - que vem com um novo ciclo e daí seguimos rodando para a frente.

Sobre ser feliz, assistindo "A Grande Família", ontem, na TV, me emocionei quando Lineu descobriu que o pai havia mentido para ele e que sua relação com a mãe poderia ter sido melhor. O que me emocionou foi ver que a mãe, uma mulher que carregava em si um sonho, uma vontade enorme de viver seu talento, abriu mão de tudo aquilo que nos impõem acreditar ser o ideal de felicidade: casar e ter filhos. Isso é uma vida honrada. Mas, a severidade do pai só denotava sua fraqueza, fragilidade e medo. Como consequência, afastou o filho da mãe para puní-la. Punindo o menino, também. Ele teve medo de ser feliz e se prendeu a felicidade "ideal" que nossa sociedade hipócrita e demagoga impõe. Ela, seguiu seu sonho, mesmo assim, não conseguia ser plenamente feliz. Faltava um pedaço do qual abriu mão, pela felicidade dele... O que senti em minhas entranhas foi o quanto não sabemos ser feliz e como nos foi ensinado e condicionado que uma felicidade pode equivaler a infelicidade de alguém e o caminho para a felicidade passa a ser um caminho errado, com culpa, com arrependimentos e com "se's" sem fim: "se eu tivesse ficado"; "se eu não tivesse seguido...". Quero saber quem foi o primeiro infeliz que plantou e regou essa semente e quem foi que cuidou dessa árvore infeliz da infelicidade imperante e permitiu que desse frutos? Pior, quem distribuiu esses frutos? Bom, deu certo! Se espalhou e hoje vivemos sendo o que não somos, sem saber aonde queremos chegar de fato! 

Como saber o que é SER FELIZ, se a maioria dos seres humanos não sabem o que vem a ser e temem esse estado de espírito? Todos nascemos para sermos felizes? E o aqui e agora de luta diária em querer ser feliz e lutar para alcançar esse estado que todos temos dentro de nós, mas, tantos fatores nos fazem esquecer. O aqui e agora é agora. Se eu sou plenamente feliz? Não. Tenho alegrias e tristezas como qualquer pessoa. Busco a cada dia fazer algo, por menor que seja, para alimentar esse estado de espírito em embate comigo mesma. Eu não alcancei esse estado de paz interior que me permita alcançar o estado de plenitude. Não nos enganemos, para ser feliz, de verdade, o caminho é o amor! E, se não sabemos o que vem a ser amor, imagine suas ramificações? 

É, ainta temos muito para aprender e apreender. Só falta começar a disfazer as máscaras que nos impuseram desde muito tempo. Não é fácil, não. É simples. O que é exigido são atitudes simples. Mas, fácil, né não. E isso lá é motivo para desistir de continuar? Grito, esbravejo, falo mais do que faço... mas, sigo, faz parte da minha falta de paz e conhecimento suficiente... essa ainda é a maneira que guerreio comigo mesma e com o mundo externo. Aos poucos, com o passar do tempo isso vai mudando e vou entrando em sintonia comigo mesmo, com a Patricia que sou, aliás, com o ser que sou. Não quero me dedicar ao tempo cronológico como guia, mas, também, não posso fingir que ele não existe e que tem sua importância. Seguir é isso: ir vendo, enxergando, sentindo, refletindo e se preparando para a ação e transformação. Em "Paz Guerreira" vi isso no personagem principal. A gente sente que ele amadurece sem espalhar aos quatro ventos que amadureceu, que mudou, que cresceu. Ele apenas se torna quem ele é. E, na "A Grande Família" estava a mesma mensagem para superar o medo que Kadriel - personagem principal do livro "Paz Guerreira" - descobre na prática: "não há como perder o medo, senão o enfrentando!". Enfrentemos nossos medos. Fácil? Quem está falando em facilidade, aqui? Eu preciso enxergar as possibilidades e enfrentar o medo é possível, ainda que doloroso e cansativo.

Bom, toda hora é hora de alguma coisa. Feliz aquele que alcança esse estado e serve de exemplo vivo e real para que outro seja motivado. Somos ou não um conjunto? 

Vamos sim, deixar um mundo melhor para os nossos filhos e filhos melhores neste mundo - a começar por nós, filhos do mundo! Sem atraso, na hora certa esse tempo chegará - afinal, já é: cada segundo faz parte desse todo. Cada instante em que fazemos um movimento, entramos no caminho ao tempo certo e, cada esforço, cada vontade de superar os desafios nos mantém nesse caminho e nos leva adiante. Do mesmo jeito que as sementes da infelicidade imperante e operante foram planatadas, germinaram e se espalharam os frutos, as da felicidade real e consciente também são possíveis de germinar. Basta plantarmos, regarmos e cuidarmos que ao seu tempo dá. Só precisamos começar e continuar, um passo de cada vez. Eu só quero é ser feliz e mais nada! Ops! E tudo mais que vem junto e que é juntado no caminho, ou alguém pensa que chegará de mãos vazias no final da jornada? A questão é que carregaremos tanta coisa! Tanta coisa que não pesa, pelo contrário, nos eleva!

Pat Lins.

2 comentários:

  1. Gostei muito do tema, dos argumentos, porem, imagino que vc ainda não conseguio digerir completamente o sentimento que já esta presente nas suas palavras!

    Espero outro texto desse!! parabéns!!!
    Viriato

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  2. Com certeza! Vivo lá e cá... no embate de me libertar e fazer as "pazes" com o tempo, entendendo que ele é aliado e mestre. Estou na fase de querer trazer para a prática um pensamento, um sentimento... Mas, ainda na teoria. Por isso que digo: é simples, mas não é tão fácil... rsrsr

    Ah, adorei a foto do seu blog "portão do descanso". Ficou linda!

    Obrigada pelas palavras!

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