terça-feira, 20 de julho de 2010

VIDA QUE ALIMENTA A VIDA - DO QUE, DE FATO, NECESSITAMOS PARA VIVER?

Acabei me rendendo e quebrei uma "regra" recente minha: comecei a assistir uma série antes dela ter acabado... Explico: como sou ansiosa, e, depois de toda mudança em meu ritmo e estilo de vida, deixei de "seguir" séries. Sim, sagas, sequências, trilogias e afins. Sou ansiosa e perder o "fio da meada" é terrível, para mim. Então, adotei a postura de esperar passar o tempo, o modismo ceder lugar e poder adquirir a sequência completa. Foi assim com Harry Potter - livros - e estava sendo assim com Crepúsculo. Mas, cedi  e fui assistir ao primeiro filme... corri à locadora e peguei o segundo - New Moon/Lua Nova. E, agora, estou em cólicas para ver o final... Como meu aniversário está chegando, penso em me dar de presente os quatro livros e saciar meu desejo de devorar cada um, porque já soube que se trata de uma obra muito bem escrita.

Mas, o que me fez escrever este post foi que, por trás do romance, que é a trama central da história, o enredo aborda temas profundos e nós nem nos damos conta, o que é muito bom. Como me diz Morgana Gazel - uma pessoa incrível e escritora talentosíssima - leia "ENSEADA DO SEGREDO" e veja porquê me curvo diante de seu jeito e ritmo de escrita, além da história instigante e surpreendente -: "o bom é falar sem precisar dizer..." E isso se dá quando conseguimos passar a mensagem sem o apelo "moral" direto. Através de atitudes coerentes e mensagens subliminares honestas. Pois bem, voltando a Crepúsculo e Lua Nova, me peguei refletindo sobre uma metáfora, chamada VAMPIRO. O que é um vampiro? O que é a vida eterna? O que é vida? Comer para viver ou viver para comer?

Na fala de Bella Swan - personagem principal da saga de Stephenie Meyer - numa cena onde ela está entre a "vida e a morte/'vida eterna'", ela pensa: "morrer é fácil, difícil é viver..."  e me peguei refletindo sobre isso. O quanto tememos a morte. Provavelmente, pelo fato de ser "mais" fácil do que a vida. Como gostamos de coisas complexas, viver é o caminho - risos. Mas, em Lua Nova, Edward Cullen - o vampiro do "bem" - em meio ao estudo de "Romeu e Julieta", diz "invejar" os "humanos", porque "eles" podem escolher viver ou morrer. Para Edward a "imortalidade" - que não é imortalidade...um vampiro pode "morrer"... e, perceba, não é novidade desta derivação de vampiros, mas, de todos que "conhecemos": eles precisam de "sangue vivo" para "viver', senão... O que acontece se um vampiro não beber um sanguinho? Boa pergunta. Drácula!!!! Me responde aê! - é uma prisão. Fica claro, ali, que o romance é só uma fachada. Por trás, uma maneira de falar sem dizer que nós, temos escolhas, assim como os Cullens - vampiros que só se alimentam de sangue animal/não humano - demonstram na saga, a opção! E, mesmo resistindo ao impulso, ao optar por um estilo de vida, temos a opção d viver algo melhor. Não quer dizer que tenham deixado desejar, mas, ao admitirem e reconhecerem-se como "assassinos" para sobreviver, controlam seus ímpetos através de envolvimento/círculo social favorável - um ambiente onde todos se entreguem ao mesmo propósito com honestidade. Eles não deixam de sofrer e sentir, mas, aprendem a determinar prioridades. E, prioridade, para eles, é deixar a espécie humana viva. Enfim, essa é uma grande lição. Um diálogo entre Bella e Carlisle, ele, médico/vampiro, fazendo uma sutura na humana/viva/viva, ela pergunta como ele aguenta. Ele demonstra muita calma, mesmo estando em contato com sangue humano quentinho e escorrendo pelos braços dela. Responde algo tipo: "quando a gente se conhece bastante, não cede tão fácil aos impulsos..." Não me recordo com clareza, mas, ele queria dizer, trazendo para nossa realidade, que não precisa ser um monstro para sobreviver. Ele deixa claro, mesmo sem dizer, que a escolha dele é seu estilo de vida e, depois de certo tempo de discplina e dedicação, os ímpetos se tornam insignificantes. Já não se precisa controlar, se é. CONSCIÊNCIA. AUTO-CONHECIMENTO.

Dentro desse contexto, vem outro aspecto: "a gente atrai aquilo que tanto teme ou é mero acaso?". A protagonista, sempre tímida e introspectiva, não parecia ser do tipo de que se machuca à toa. Pois, bem, como nosso inconsciente trabalha em outro nível, mesmo ela não temendo Edward, nem sua condição, ela sabe que ele é um vampiro e que ela está em meio a vampiros, algo lá dentro faz com que ela se machuce com cortes algumas vezes, a colocando sempre em "perigo" e testando as forças dos pobres sugadores de sangue, com certa frequência. Então, fica a reflexão: será que a gente atrai? O medo é algo tão poderoso que, mesmo racionalmente, não o sentindo, ele emerge? Ou, será que estamos sendo "testados" constantemente?

O que leva uma garota, simples, introspectiva, triste, solitária, relação familiar conturbada... se interessar pelo perigo. O amor é perigoso? Será porque exige que sejamos mais próximos de nós mesmos e tememos tanto isso que fugimos do amor - mesmo, volta e meia nos colocando em situações que nos levam a vivê-lo? O que levou um "homem" de mais de 100 anos - Edward - a se apaixonar por uma adolescente simples, pacata, quieta, tímida... a ponto de repetir que a "vida" dele só tem sentido porque ela existe? Isso me leva a crer que o amor tem seus desígnios e nós pouco sabemos sobre ele... Mas, Edward explica algo: "Tudo na gente (vampiros) atrai vocês. Nossa aparência. Nosso jeito de falar. Nosso cheiro... Vocês dão muito valor a aparência..." No caso deles, representam o amor acima de qualquer diferença. Mas, eles são sedutores de natureza, porque a sedução atrai a presa. É assim que os predadores se alimentam: atraindo a presa através de algo que desperte desejo. Somos perigosos para nós mesmos, porque nos entregamos pela previsibilidade. Característica humana. É importante sabermos a diferença da realização de um desejo e do caminho para a destruição. Não podemos ser escravos dos desejos. Bom ter uma meta, uma necessidade que guie.

E como lidar com a vida eterna, sabendo que ela não é eterna nem para os vampiros?

Para mim, além dessas e outras lições profundas que o filme aborda - por isso me remeti ao "ENSEADA DO SEGREDO", de Morgana Gazel, já que se trata de um romance com cunho psicológico, aparentemente leve - porque a história e a escrita têm esse ritmo - à frente e, através de atitudes e nuances dos personagens, percebemos, sem perceber, que aquela história diz mais do que está dizendo... toca fundo, num lugar que, muitas vezes, nem nos damos conta... nas emoções. Isso, de maneira honesta, pode desencadear uma série de mudanças e reflexões em cada um de nós. - voltando para a primeira frase, deste parágrafo: a mais importante foi a reflexão sobre a vida que alimenta a vida. Onde, os animais "selvagens" e carnívoros - me perdoem se eu estiver errada  e alguém me corrija, por favor - precisam devorar a presa viva.

Os vampiros, todos, bebem o sangue "vivo". E é a morte de um ser "vivo", em vida, que alimenta e mantém a vida - ou, sobrevida - de outro ser. Algumas vezes, de maneira brutal - sem comentários -, outras, por questão de sobreviência. E, aí, o filme/livro, dá outra dica: a gente pode escolher. Matar um "semelhante" - os vampiros são humanos que foram "mortos" para "viver" a "imortalidade". - é o mesmo que se tornar um assassino e, os Cullens nos ensinam que, mesmo parecendo que nossa vida dependa daquilo para "viver" ou "sobreviver", há uma outra maneira de sairmos ganhando sem detruir a vida de outro humano - mas, precisam de sangue e os pobres animaizinhos fazem esse papel legitimado por nós, seres "racionais", que nos alimentamos da vida de outro ser vivo... Ou seja, não precisamos sugar as forças vitais do outro para termos a nossa!
Uma vez, uma pessoa me disse que a necessidade do ser humano se alimentar era algo primitivo. Hoje, compreendo. As dificuldades são tão grandes, que, para nos mantermos vivos, precisamos de alimento. Para o alimento, necessário - quase obrigatório - verba/capital/dinheiro, direta ou indiretamente... Você pode dizer: podemos plantar. Mas, e os impostos sobre o imóvel e etc? E, para sairmos dessa condição de alimento como fonte de sobrevivência, precisamos de culturas mais voltadas para a divisão justa e, assim, podemos avançar. Quanto mais fome e sede, mais olharemos água para saciar necesidade física, em vez de o tanto mais que ela proporciona. Dentro dessa região onde ainda não saimos, somos como os animais "irracionais", que não vêm além de matar ou morrer. Ou, matar para sobreviver. Isso é sobrevida. Viver é ter todas as necessidades saciadas: horários e alimentos para as refeições; água para beber e consumir, como regar, gerar energia, tomar banho... Se não avançarmos, nunca evoluiremos e não sairemos da região mais baixa do cerébro. E, de racionais, só temos a generalização do termo, porque estamos, em nossa maioria, mais para reativos predadores, do que para seres RACIONAIS e inteligentes. Para alcançarmos a região da fronte, em nosso valioso cerébro, é preciso caminhar e comer muito feijão com arroz, tendo a garantia deles, em vez de ter a preocupação de como ter o feijão com arroz e o resto vem depois.
Até a imortalidade precisa de algo vivo que a alimente... O que isso quer me dizer? Vou refletir mais... Devo estar "surtando"? Bom, enfim, para viver, precisamos de VIDA! Para nossa inteligência: ambiente favorável. Creio que, na verdade, não estamos preparados para a imortalidade. Nossa mente não consegue sequer, imaginar o que isso venha  ser...

E, para nós, desejo muita vida que alimenta a vida! Não é só de alimento para o corpo que vive o homem, precisamos alimentar tudo que nos envolva: corpo, mente e espírito! Isso faz diferença. Ordem, zelo e cuidado. Isso contribui para nosso crescimento como gente, pessoa... seres VIVOS! Vamos nos alimentar de mais humanismo, para nos aproximarmos, um pouco que seja, do que se conceitua como SER HUMANO. SER VIVO! E vamos, proteger aquilo que veio muito antes de nós e que é nossa maior fonte de vida: a NATUREZA.

SÓ A VIDA ALIMENTA A VIDA! SÓ DA VIDA, A VIDA PODE BROTAR!!!

VAMOS DEIXAR UM MUNDO MELHOR PARA OS NOSSOS FILHOS E FILHOS MELHORES NESTE MUNDO! - amém!

Beijos,

Pat Lins.


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