quinta-feira, 8 de julho de 2010

ATÉ ONDE VAI A MALDADE HUMANA? - caso Eliza Samudio / Bruno

Imagino quem não esteja sentindo-se incomodado e sofrendo por tanta maldade que parece ter "dominado" o nosso mundo!

Sei que a imprensa precisa de audiência para "sobreviver", mas, a massificação e a repetição intermitente da mesma informação provoca uma propagação do medo, do terror, do pânico e alimenta a maldade, incentiva a revolta e não dá espaço para lembrarmos de que outras coisas acontecem em outros lugares e, nem todas, são só miséria. O papel da imprensa é publicisar. É levar informação e, com isso, estimular a cobrança em toda população. Conhecendo, a gente pode exigir justiça e direitos - quando vem ao caso. Mas, em casos de assassinatos frios e mórbidos, importante levar ao conhecimento público, sim, para que quem vivenciar algo semelhante crie coragem e procure os órgãos competentes. Mas, repetir incessantemente é sensacionalismo e a gente não precisa mais disso!

De lição fica o alerta geral de que o dinheiro mata, quando é mal utilizado. A falta de dinheiro mata, pela miséria, e o excesso de dinheiro paga para matar, por miséria. Fica a pergunta no ar: ERA NECESSÁRIO? Levar uma pessoa a morte é necessário? Uma pessoa morreu, aliás, foi assassinada, de maneira cruel e desumana... sou incapaz de imaginar o sofrimento da criatura e o deleite de quem comenteu. Sim, porque a provável "sensação" de "dever cumprido" e/ou "problema resolvido" deve gerar um mórbido prazer nos praticantes do crime. Se os "mandantes", a começar pelo ex-promissor-goleiro Bruno, já são cruéis pelo motivo banal - ou, por pior que fosse a causa, imagine quem não tinha relação alguma com a situação e aceita ser "contratado" com a finalidade de terminar o crime de maneira que nem em filmes de terror a gente vê... só Hannibal seria capaz de tal atrocidade... A psicopatia é um distúrbio de caráter sério. Dizem que os psicopatas são tão inteligentes e frios que cometem os crimes na esperança de que alguém tão inteligente e "não-psicopata" - ou seja, um ser humano - possa descobrí-lo e para-lo. Será? A compulsão os levam a fazer tudo por sadismo e sem culpa. E, sem ofender os loucos, isso é loucura!


Quando Bruno foi "para a cama" com a Eliza, sem prevenção, sabia que havia o "risco" da gravidez... ou, na santa incocência que o fogo do tesão desperta, a ignorância se estabelece? Essa reflexão vale para todos! Em pleno século XXI, descuidar não é desculpa. Ambos se descuidaram e uma criança foi gerada. Sim, dever dos dois assumirem a cria e estabelecer uma maneira de educar a criança da melhor maneira: se não eram um casal, cada um assume seu papel. Se ele não queria ser pai presente, que assim estivesse através da manutenção financeiro-material. Mas, premeditar um homicídio é frieza demais!

Existe um fio finíssimo, tênue e que é a divisa entre o desastre a a retomada do juízo que se trata de milésimos de sgundos onde todos somos capazes de pensar em algo terrível mas, essa linha nos dá a oportunidade de recorrermos à consciência e em vez de rompermos essa linha, a gente continua do caminho onde seguíamos, como sonhos, expectativas e ajustes no caminho. Essa linha é a voz da razão que diz: seguir por aí é um caminho sem volta. Isso vale para quem já tentou suicídio; quem é pego de surpresa e no susto pensa em reagir; quem está possesso pelo ódio e pensa em matar... Isso está em todo ser humano, cada um em uma escala. Vale, inclusive, para discussões que perdem a medida e tomam proporções infundadas, onde se estabelece a barreira do não esclarecimento e portas são fechadas por meras banalidades. Mas, essa linha, apesar de fina e tênue é forte, romper com ela é resultado de muita maldade e falta de amor no coração. Total desapego negativo, com consequências gravíssimas! Ao romper essa linha limítrofe, tudo desaba e o que se pensava ser a solução do problema, torna-se um problema infinitamente maior e indissolúvel! No caso Eliza Samudio, não foi ela apenas a vítma... ela foi a vítma fatal e cruelmente assassinada, mas, o filho dos dois, será marcado para sempre. Não existe coisa pior para uma pessoa do que viver aprisionada numa marca! Suas referências primárias distorcidas e conturbadas. A educação dessa criança - não me refiro a educação formal, mas, educação de valores, de amor, cuidado, zelo... - precisará ser redobrada em amor, carinhos e repetições sinceras de atitudes que fortaleçam-no e lembrem-no de que ele não é responsável por nada do que aconteceu. Oh, Deus, abraça esse pequeno filho e o protege da maldade humana que destruiu sua vida em pleno começo! Fora a própria vida dos envolvidos: acabou! Depois de rompido o fio, passado e presente se tornam o mesmo terror diário, como se o mesmo dia fosse repetido e o futuro, infelizmente, se torna futuro do pretérito, onde tudo poderia ter sido diferente.

Até onde vai a maldade humana? E, nessas horas, podemos ver que a maldade está tão legitimada - aceita - que nós nem percebemos a nossa maldade em desejar o mal para os envolvidos no crime. Por mais que minha razão me diga que desejar o "mal" é propagar o "mal", minhas emoções me traem e desejo que eles paguem na mesma moeda... Isso reflete que há muito mais maldade em cada um de nós do que sequer temos consciência. Dentro de mim algo se contorce e me impede de desejar que eles paguem da mesma maneira. Algo em mim ficou tão triste e desencantado que, para resgatar a esperança no ser humano, precisei elaborar, em mim, pensamentos melhores em um bom combate ao mal, desejar que eles sejam punidos, sim, e, se prisão é o que a justiça determina - mas, que não recupera o humanismo, talvez, diante das situações precárias de nossos presídios, ainda se agrave a maldade, a revolta e a raiva, que eles sejam presos. Mas, eu, desejo, do fundo do meu coração que eles se arrependam. Pode parecer pueril e ingênuo de minha parte, mas, o arrependimento será a pior prisão que eles terão. Conviver com a eterna culpa. E, desejo, que o mundo se liberte de tanto terror! Chega! Chega de tanta maldade! Chega de tanto jogo de interesse. Chegaaaa! Será que somos tão incapazes de superar a maldade em todas as suas derivações? Desde as "pequenas", onde desejamos os piores castigos como forma de "correção" até as megas, que culminam nos crimes e destruições.


Infelizmente, não consigo pensar em coisas boas. Sinal de que minha maldade em umas de suas facetas está ativada, na forma de revolta e angústia e desejo de "vingança", em vez de desejar que a paz seja encontrada. Desejo paz e muito amor para o bebê. Quero desejar que os envolvidos encontrem algo de humano dentro deles, mas, ainda me deixo influenciar pela massificação das reportagens e isso alimenta minha tristeza e dor em  ver que seres humanos são tão monstruosos. Só Deus para estabelecer a ordem nesse caos e cuidar de cada um dos envolvidos, porque, olhando com bons olhos, todos são vítmas. Os algozes têm alguma razão para serem como são. Tanta maldade, tanta frieza é reflexo de uma reação a falta de amor próprio. Muita infelicidade acumulada. E toda essa infelicidade deve ser insuportável, para fazer tanto mal a alguém.

Só Deus, mesmo! Que muita Paz e Amor envolvam toda a Terra e que os valores humanos sejam recobrados. Que cada um de nós pare de julgar os outros e cada um se julgue e se abra para um grau de consciência libertadora e edificante, pelo amor a si e ao próximo! Hora de resgatar a esperança. De recobrarmos a lembrança de que somos GENTE. De ultrapassarmos a barreira do materialismo e nos permitirmos ser melhores. Nos falta mais amor nos corações. Nos falta aceitarmo nossa condição humana e nos falta respeito! Nossas sombras - todos temos - precisam de luz! Hora de nos iluminarmos sincera e honestamente! Se tem algo que precisa ser libertado, é o AMOR! Hora de sermos mais gente e dar um fim em tanta atrocidade!

Hora de nos movimentarmos a cada instante com pequenas mudanças em nós e levarmos adiante o movimento e a atitude de DEIXARMOS UM MUNDO MELHOR PARA OS NOSSOS FILHOS E FILHOS MELHORES NESTE MUNDO!!!

Até onde vai a maldade humana dentro e fora de cada um de nós? Hora de alimentarmos o amor em cada um de nós. Vamos nos permitir dar a volta e salvarmos nossa espécie - que está sendo dizimada pela dor e pelo terror da desumanidade desmedida e descabida.





Pat Lins.

2 comentários:

  1. Ser humano é difícil. Fácil é ser bicho e se alimentar: come-se hoje e amanhã se é comido. E o mundo segue perfeito e inalterado. Será mesmo? Abraço!

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  2. Will, o que mais irrita é saber que isso acontece tanto e a gente nem faz idéia.

    E, outra coisa, hoje, um monte de gente grita, vai as ruas... amanhã, esquece e impunidade se estabelece.

    Difícil, mesmo!

    E, devolvo sua pergunta, porque, não sei a resposta...: "E o mundo segue perfeito e inalterado. Será mesmo?"

    Beijos, Pat.

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