"Ninguém tem a obrigação de saber tudo, mas, tem a obrigação de se informar."
(Ana Maria Braga - programa de TV "Mais Você", do dia 28/07/2010)
Não preciso dizer mais nada! Essa frase fala pouco, diz muito e comunica com clareza e conteúdo.
Na fala de Bella Swan - personagem principal da saga de Stephenie Meyer - numa cena onde ela está entre a "vida e a morte/'vida eterna'", ela pensa: "morrer é fácil, difícil é viver..." e me peguei refletindo sobre isso. O quanto tememos a morte. Provavelmente, pelo fato de ser "mais" fácil do que a vida. Como gostamos de coisas complexas, viver é o caminho - risos. Mas, em Lua Nova, Edward Cullen - o vampiro do "bem" - em meio ao estudo de "Romeu e Julieta", diz "invejar" os "humanos", porque "eles" podem escolher viver ou morrer. Para Edward a "imortalidade" - que não é imortalidade...um vampiro pode "morrer"... e, perceba, não é novidade desta derivação de vampiros, mas, de todos que "conhecemos": eles precisam de "sangue vivo" para "viver', senão... O que acontece se um vampiro não beber um sanguinho? Boa pergunta. Drácula!!!! Me responde aê! - é uma prisão. Fica claro, ali, que o romance é só uma fachada. Por trás, uma maneira de falar sem dizer que nós, temos escolhas, assim como os Cullens - vampiros que só se alimentam de sangue animal/não humano - demonstram na saga, a opção! E, mesmo resistindo ao impulso, ao optar por um estilo de vida, temos a opção d viver algo melhor. Não quer dizer que tenham deixado desejar, mas, ao admitirem e reconhecerem-se como "assassinos" para sobreviver, controlam seus ímpetos através de envolvimento/círculo social favorável - um ambiente onde todos se entreguem ao mesmo propósito com honestidade. Eles não deixam de sofrer e sentir, mas, aprendem a determinar prioridades. E, prioridade, para eles, é deixar a espécie humana viva. Enfim, essa é uma grande lição. Um diálogo entre Bella e Carlisle, ele, médico/vampiro, fazendo uma sutura na humana/viva/viva, ela pergunta como ele aguenta. Ele demonstra muita calma, mesmo estando em contato com sangue humano quentinho e escorrendo pelos braços dela. Responde algo tipo: "quando a gente se conhece bastante, não cede tão fácil aos impulsos..." Não me recordo com clareza, mas, ele queria dizer, trazendo para nossa realidade, que não precisa ser um monstro para sobreviver. Ele deixa claro, mesmo sem dizer, que a escolha dele é seu estilo de vida e, depois de certo tempo de discplina e dedicação, os ímpetos se tornam insignificantes. Já não se precisa controlar, se é. CONSCIÊNCIA. AUTO-CONHECIMENTO. "É nas contradições, paradoxos e dicotomias, em todos os traços antagônicos, que o homem se faz VIVO. A cada instante somos vários e culminamos no "um". As emoções são a força motriz, a música de fundo, a graça de fazer tudo valer a pena e sentir que nas coisas há movimento. E questionar? Perguntar a si mesmo, o que seria? A dúvida e a vontade de ser diferente? Talvez, o ponto de partida da inércia, da libertação da zona de conforto rumo a uma nova dinâmica para viver ou para resignar-se com desígnio da estagnação. Perguntar-se, portanto, é pressionar o "start" da inquietação e permitir-se a novos acertos ou novos erros. Sendo o mesmo e agora, mais um pouco..."
"Duas distintas senhoras encontram-se após um bom tempo. Uma delas pergunta à outra:
- Como vão seus dois filhos, a Rosa e o Francisco?
- Ah! querida... a Rosa casou-se muito bem. Tem um marido maravilhoso! É ele quem levanta de madrugada para trocar as fraldas do meu netinho, faz o café da manhã, lava as louças e ajuda na faxina. Só depois é que sai para trabalhar. Um amor de genro! Benza-o, ó Deus!
- Que bom, hein, amiga! E o seu filho, o Francisco? Casou também?
- Casou sim, querida. Mas tadinho dele, deu azar demais. Casou-se muito mal... Imagina que ele tem que levantar de madrugada para trocar as fraldas do meu netinho, fazer o café da manhã, lavar a louça e ainda tem que ajudar na faxina! E depois de tudo isso ainda sai para trabalhar, para sustentar a preguiçosa da minha nora - aquela porca nojenta!"
"Todo mundo quer se encaixar num padrão.
Só que o padrão propagado não é exatamente fácil de alcançar.
O sujeito 'normal' é magro, alegre, belo, sociável, e bem-sucedido. Bebe socialmente, está de bem com a vida, não pode parecer de forma alguma que está passando por algum problema.
Quem não se 'normaliza', quem não se encaixa nesses padrões, acaba adoecendo. A angústia de não ser o que os outros esperam de nós gera bulimias, depressões, síndromes do pânico e outras manifestações de não enquadramento.
A pergunta a ser feita é: quem espera o quê de nós?
Quem são esses ditadores de comportamento que 'exercem' tanto poder sobre nossas vidas?
Nenhum João, Zé ou Ana bate à sua porta exigindo que você seja assim ou assado.
Quem nos exige é uma coletividade abstrata que ganha 'presença' através de modelos de comportamento amplamente divulgados.
A normose não é brincadeira.
Ela estimula a inveja, a auto-depreciação e a ânsia de querer ser o que não se precisa ser.
Você precisa de quantos pares de sapato? Comparecer em quantas festas por mês? Pesar quantos quilos até o verão chegar?
Então, como aliviar os sintomas desta doença?
Um pouco de auto-estima basta.
Pense nas pessoas que você mais admira: não são as que seguem todas as regras bovinamente, e sim, aquelas que desenvolveram personalidade própria e arcaram com os riscos de viver uma vida a seu modo.
Criaram o seu 'normal' e jogaram fora a fórmula, não patentearam, não passaram adiante.
O normal de cada um tem que ser original.
Não adianta querer tomar para si as ilusões e desejos dos outros. É fraude.
E uma vida fraudulenta faz sofrer demais.
Eu simpatizo cada vez mais com aqueles que lutam para remover obstáculos mentais e emocionais e tentam viver de forma mais íntegra, simples e sincera.
Para mim são os verdadeiros normais, porque não conseguem colocar máscaras ou simular situações.
Se parecem sofrer, é porque estão sofrendo.
E se estão sorrindo, é porque a alma lhes é iluminada.
Por isso divulgue o alerta: a normose está doutrinando erradamente muitos homens e mulheres que poderiam, se quisessem, ser bem mais autênticos e felizes." (Michel Schimidt - Psicoterapeuta)
Era o admirável mundo novo! Recém-chegada de Salvador, vinha a convite de uma emissora de TV, para a qual já trabalhava como repórter. Solícitos, os colegas da redação paulistana se empenhavam em promover e indicar os melhores programas de lazer e cultura, onde eu abastecia a alma de prazer e o intelecto de novos conhecimentos.
Era o admirável mundo civilizado! Mentes abertas com alto nível de educação formal. No entanto, logo percebi o ruído no discurso:
- Recomendo um passeio pelo nosso "Central Park", disse um repórter. Mas evite ir ao Ibirapuera nos domingos, porque é uma baianada só!
-Então estarei em casa, repliquei ironicamente.
-Ai, desculpa, não quis te ofender. É força de expressão. Tô falando de um tipo de gente.
-A gente que ajudou a construir as ruas e pontes, e a levantar os prédios da capital paulista?
-Sim, quer dizer, não! Me refiro às pessoas mal-educadas, que falam alto e fazem "farofa" no parque.
-Desculpe, mas outro dia vi um paulistano que, silenciosamente, abriu a janela do carro e atirou uma caixa de sapatos.
-Não me leve a mal, não tenho preconceitos contra os baianos. Aliás, adoro a sua terra, seu jeito de falar....
De fato, percebo que não existe a intenção de magoar. São palavras ou expressões que , de tão arraigadas, passam despercebidas, mas carregam o flagelo do preconceito. Preconceito velado, o que é pior, porque não mostra a cara, não se assume como tal. Difícil combater um inimigo disfarçado.
Descobri que no Rio de Janeiro, a pecha recai sobre os "Paraíba", que, aliás, podem ser qualquer nordestino. Com ou sem a "Cabeça chata", outra denominação usada no Sudeste para quem nasce no Nordeste.
Na Bahia, a herança escravocrata até hoje reproduz gestos e palavras que segregam. Já testemunhei pessoas esfregando o dedo indicador no braço, para se referir a um negro, como se a cor do sujeito explicasse uma atitude censurável.
Numa das conversas que tive com a jornalista Miriam Leitão, ela comentava:
-O Brasil gosta de se imaginar como uma democracia racial, mas isso é uma ilusão. Nós temos uma marcha de carnaval, feita há 40 anos, cantada até hoje. E ela é terrível. Os brancos nunca pensam no que estão cantando. A letra diz o seguinte:
"O teu cabelo não nega, mulata
Porque és mulata na cor
Mas como a cor não pega, mulata
Mulata, quero o teu amor".
"É ofensivo", diz Miriam. Como a cor de alguém poderia contaminar, como se fosse doença? E as pessoas nunca percebem.
A expressão "pé na cozinha", para designar a ascendência africana, é a mais comum de todas, e também dita sem o menor constragimento. É o retorno à mentalidade escravocrata, reproduzindo as mazelas da senzala.
O cronista Rubem Alves publicou esta semana na Folha de São Paulo um artigo no qual ressalta:
"Palavras não são inocentes, elas são armas que os poderosos usam para ferir e dominar os fracos. Os brancos norte-americanos inventaram a palavra 'niger' para humilhar os negros. Criaram uma brincadeira que tinha um versinho assim:
'Eeny, meeny, miny, moe, catch a niger by the toe'...que quer dizer, agarre um crioulo pelo dedão do pé (aqui no Brasil, quando se quer diminuir um negro, usa-se a palavra crioulo).
Em denúncia a esse uso ofensivo da palavra , os negros cunharam o slogan 'black is beautiful'. Daí surgiu a linguagem politicamente correta. A regra fundamental dessa linguagem é nunca usar uma palavra que humilhe, discrimine ou zombe de alguém".
Será que na era Obama vão inventar "Pé na Presidência", para se referir aos negros e mulatos americanos de hoje?
A origem social é outro fator que gera comentários tidos como "inofensivos", mas cruéis. A Nação que deveria se orgulhar de sua mobilidade social, é a mesma que o picha o próprio Presidente de torneiro mecânico, semi-analfabeto. Com relação aos empregados domésticos, já cheguei a ouvir:
- A minha "criadagem" não entra pelo elevador social !
E a complacência com relação aos chamamentos, insultos, por vezes humilhantes, dirigidos aos homossexuais ? Os termos bicha, bichona, frutinha, biba, "viado", maricona, boiola e uma infinidade de apelidos, despertam risadas. Quem se importa com o potencial ofensivo?
Mulher é rainha no dia oito de março. Quando se atreve a encarar o trânsito, e desagrada o código masculino, ouve frequentemente:
- Só podia ser mulher! Ei, dona Maria, seu lugar é no tanque!
Dependendo do tom do cabelo, demonstrações de desinformação ou falta de inteligência, são imediatamente imputadas a um certo tipo feminino:
-Só podia ser loira!
Se a forma de administrar o próprio dinheiro é poupar muito e gastar pouco:
- Só podia ser judeu!
A mesma superficialidade em abordar as características de um povo se aplica aos árabes. Aqui, todos eles viram turcos. Quem acumula quilos extras é motivo de chacota do tipo: rolha de poço, polpeta, almôndega, baleia ...
Gosto muito do provérbio bíblico, legado do Cristianismo: "O mal não é o que entra, mas o que sai da boca do homem".
Invoco também a doutrina da Física Quântica, que confere às palavras o poder de ratificar ou transformar a realidade. São partículas de energia tecendo as teias do comportamento humano.
A liberdade de escolha e a tolerância das diferenças resumem o Princípio da Igualdade, sem o qual nenhuma sociedade pode ser Sustentável.
O preconceito nas entrelinhas é perigoso, porque , em doses homeopáticas, reforça os estigmas e aprofunda os abismos entre os cidadãos. Revela a ignorancia e alimenta o monstro da maldade.
Até que um dia um trabalhador perde o emprego, se torna um alcóolatra, passa a viver nas ruas e amanhece carbonizado:
-Só podia ser mendigo!
No outro dia, o motim toma conta da prisão, a polícia invade, mata 111 detentos, e nem a canção do Caetano Veloso é capaz de comover:
-Só podia ser bandido!
Somos nós os responsáveis pela construção do ideal de civilidade aqui em São Paulo, no Rio, na Bahia, em qualquer lugar do mundo. É a consciência do valor de cada pessoa que eleva a raça humana e aflora o que temos de melhor para dizer uns aos outros.
PS: Fui ao Ibirapuera num domingo e encontrei vários conterrâneos...
(Rosana Jatobá é jornalista, graduada em Direito e Jornalismo pela Universidade Federal da Bahia, e mestranda em gestão e tecnologias ambientais da Universidade de São Paulo. Também apresenta a Previsão do Tempo no Jornal Nacional, da Rede Globo.)
"Chorar não resolve..(desconhecido)
falar pouco é uma virtude..
aprender a se colocar em primeiro lugar não é egoísmo
e o que não mata com certeza fortalece.
Às vezes mudar é preciso
e nem tudo vai ser como você quer..
a vida continua.
Pra qualquer escolha se segue alguma conseqüência
vontades efêmeras não valem à pena...
quem faz uma vez não faz duas necessariamente
mas quem faz dez, com certeza faz onze!!
Essa história de que é melhor acordar arrependido
do que dormir com vontade é mentira!
Perdoar é nobre, esquecer é quase impossível...quase.
Nem todo mundo é tão legal assim, e de perto ninguém é normal.
Quem te merece não te faz chorar..
quem gosta cuida..
o que está no passado tem motivos para não fazer parte do seu presente!!
Não é preciso perder para aprender a dar valor
e os amigos ainda se contam nos dedos.
Aos poucos você percebe o que vale a pena
o que se deve guardar pro resto da vida..
e o que nunca deveria ter entrado nela.
Não tem como esconder a verdade, nem tem como enterrar o passado.
O tempo, ah o tempo, esse sim sempre vai ser o melhor remédio,
mesmo quando seus resultados não são imediatos
ele é quem faz com que tudo se encaixe do jeito que deve ser".