segunda-feira, 11 de agosto de 2014

APRENDIZADO NO ONTEM: PRATICAR NO AGORA


Aquilo que ignorávamos ontem e acessamos o conhecimento hoje, só pode ser praticado no agora.
Pat Lins

Ninguém deve se envergonhar do que fez, falou ou agiu, ontem. Devemos sim, estar abertos para rever, inclusive, nossas piores palavras proferidas, vivendo o aqui e agora com amor.

Ao desabafar com um amigo/a, temos a sensação que assinamos um contrato e contraímos uma "dívida": "Se eu falei isso, agora, tenho que cumprir... Não dá mais para voltar atrás. E eu me arrependi. Deveria ter ficado calado/a.".

Tudo "blábláblá". Um amigo não é um juíz ou carcereiro das nossas ações. Muitos amigo desabafam comigo e, depois, fazem algo que continuavam fazendo. Concluo: "é a vida dele/a!". Não temos que interferir na vida de ninguém, apenas por termos o título honorário de "Sir" amigo, né verdade? Nossa interferência é de apoio, confiança e solidariedade. Se há uma AMIZADE deve haver confiança. E, se há confiança, há liberdade, compaixão e não há necessidade de esclarecimentos, porque, sem julgamentos, não temos do que pedir perdão, entende?

Muitas vezes, no afã da raiva - natural, diante do cenário "pura pressão" que vivemos - explodimos e falamos horrores. Falamos tudo o que nos incomoda. Colocamos para fora o bolo entalado na garganta e, se ele não desce, precisa sair. Um amigo, nessas horas, é um santo remédio, para que não seja necessário falar com as paredes. Nesses momentos, estamos acessando nossos monstrinhos residuais daquilo que vamos acumulando sem perceber - até mesmo quando acreditamos colocar tudo para fora com elaboração do pensamento, muitas vezes, mantemos tanto no âmbito racional, que não há o processo de transformação e, creiamos, transformação é emoção acolhida e bem alocada! - e, de repente, de tão cheio o receptáculo "EU", nada mais entra e é preciso fazer uma verdadeira faxina mental; LIMPEZA mesmo! Jogar todo o lixo para fora. Esvaziar o container. Zerar. Sempre há resíduos, até mesmo, após uma bela e gigantesca explosão. Resíduos podem ser internos e externos... Ambos pesam. Ambos devem ser cuidados. Nada é insignificante.

Por isso que sou uma amiga e tenho grande e importantes amigos! Porque, em meio a tudo, julgamos nada!

Os que nos julgam e nos cobram com: "lembra que você disse que ia fazer isso? Cadê?" ou "Considere que sua vida está assim porque você quer! Para sair, você vai ter que fazer isso, isso, isso e isso. Escute o que te digo! Depois, não venha chorar em meu ombro, porque minha parte eu já fiz: estou te dando a solução!", esses são pessoas altamente carentes de si e que acabam cobrando do outro o que não consegue cuidar em si. Também, não devem ser julgados e condenados à forca. Tudo tem seu tempo. Um breve DS - distância saudável - é boa para todo mundo e não significa descaso ou falta de afeto, é apenas o que é: um momento de pausa no tempo e espaço. Afinal, se precisamos nos recuperar "em" e "de" nós mesmos, por mais que gritemos, coloquemos para fora em forma de palavras, gemidos e grunhidos, ainda é dentro, no interior, no centro do meu ser que o cuidado precisa chegar. É lá que está a ferida aberta... É lá que a cura deve se fazer. E, quando fora de nós, sabemos e temos a certeza de que não somos julgados e sim, COMPREENDIDOS, reunimos força externa para uma bela mudança interna. Depois, ninguém vai dizer: "quem te viu e quem te vê, naninha!", porque o que é natural - como toda mudança - deve ser natural. Ficar preso ao que foi vivenciado no passado, lá, naquele tempo que já foi, é apego e não roda... se não roda, não gira e nada anda.

É de extrema importância que saibamos respeitar a nós mesmos, as nossas limitações, para entender que um amigo também tem as dele. Se eu estou uma bomba relógio em contagem regressiva, bem próximo do zero, como vou acolher um amigo na mesma condição? Ao ser sincero, tanto meu contador, quanto o dele/a pode diminuir e o impacto da explosão ser menor. Cada vez que nos (re)conhecemos, algo de bom acontece; milagres acontecem! Por isso, a gente nem pode ser cobrado, nem cobrar do outro o que ele não pode nos dar. E isso, insisto, não é falta de amor, afeto ou consideração! É HONESTIDADE. E a verdadeira amizade suporta Verdade, porque não é melindrosa. A carência é nossa...

Um amigo vai estar ao seu lado - e aí, falo como insisto em deixar claro, dos dois lados: sendo amiga e tendo amigos - segurando a sua mão, te apoiando, do lado onde você precisa! Um amigo vai seguir e crescer junto, porque vai entender que todos crescem quando se amparam, sem julgamento ou prisões em expectativas. Depois da explosão, há a necessidade da reclusão. É o período de restabelecimento. E, se aquele que te apoiou sabe que DS é saudável apenas sem arrogância, medo ou receio, vai entender naturalmente que isso se chama RESPEITO à fase. E não vai se afastar, apenas, deixar claro que está ali, só que sem fazer barulho ou invadir. É o "não estar só" que devemos lembrar quando somos e temos amigos!

Sou muito grata e agradecida, mesmo, pelos amigos que tenho! Me sinto honrada - sem o peso pejorativo que agregaram à palavra "honra" que vem com pacote vaidade e melindre - em ser amiga de tanta gente e ter Amigos que me amparam e acolhem, num processo mútuo e natural.

Desejo, do meu coração, numa energia de vontade, que um amigo de verdade surja em sua vida! Porque um amigo é um tesouro mais do que precioso. 

Pat Lins.


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