segunda-feira, 30 de abril de 2012

TEM GENTE QUE FAZ O BEM, SEM ESCOLHER A QUEM, MESMO!


Gente, demorei para entender - assimilar, deixar a ficha cair... - que existem pessoas que fazem o bem pelo bem, mesmo. Sem escolher a quem!


Hoje, olhava duas bonequinhas japonesas - Kokeshi - que havia comprado para dar de presente a uma pessoa que me ajudou muito, terapeuticamente falando e como pessoa amiga, também. Havia comprado para dar de presente para ela, mas, não consegui entregar e acabei ficando para mim - engraçado que estou escrevendo aqui, no blog, e, escuto no desenho animado a uma moça feliz da vida com a música de presente que ela ganhara de um amigo e dizia: "presente é aquilo que vem cheio de amor". 

Bom, olhando as bonequinhas, me veio à mente: "ela só quis me ajudar, não queria nada em troca!". Talvez, por isso, não consegui entregar. Porque eu precisava entender essa mensagem. Faz mais de 2 anos e, só hoje, pude entender! Estou super feliz: eu entendi!

Leve o tempo que levar, o importante é entender. 

Sou muito grata a Vanda, Indiara, Lia, Geraldo, Marcos, Adolfo, Beto, Antonio, Cris, Cris, Laura, Inês, Graça, Claudia...  - sou muito grata a diversos outros amigos que tenho e que me têm... não com posse, mas, por vínculo desenvolvido e relação criada - por entender, hoje, anos depois, que vocês fazem o bem sem olhar a quem, mesmo! E a boa semente que tive o prazer de receber de vocês quer germinar e eu quero deixar o terreno - que sou eu mesma - pronto para receber e germinar! Ah, até o dia em que der bons frutos!

Entender que nem tudo tem um preço financeiro ou material é difícil, viu? Aceitar a proposta de vocês era aparentemente fácil, mas, hoje, depois que a ficha caiu, entendi que eu não havia entendido nada do comprometimento lindo de vocês! Amos ainda mais, cada um de vocês! Obrigada por existirem! Obrigada a Deus por ter me permitido tê-los conhecido!

Pat Lins.

domingo, 29 de abril de 2012

HORA DE RESTABELECER A PAZ!

Ufa! Fasezinha densa. Está passando. Nada é eterno, a não ser a vida da gente. Por isso mesmo, cada dia fazer dela melhor!

Para entrar na vibe positiva, o caminho é o equilíbrio com a negativa.

Recuperarndo o fôlego e seguindo! Manter o foco! Manter o foco! Manter o foco!

Muita paz e muita luz para todos nós!

Pat Lins.

SIM, NÃO SOMOS PERFEITOS!

ATENÇÃO:

ESTE BLOG NÃO É RECOMENDADO PARA QUEM NÃO QUISER LER.
AQUI, NINGUÉM É OBRIGADO A CONCORDAR COM O QUE ESCREVO, ENTRETANTO, QUE FIQUE CLARO QUE ESCREVO MEUS PENSAMENTOS, MEUS QUESTIONAMENTOS E MINHAS REFLEXÕES PORQUE ESSA SOU EU E SIM, AQUI É O ESPAÇO QUE EXPONHO AS MINHAS VERDADES!

Existem tantas verdades espalhadas por aí que a gente pensa: "o que é verdade mesmo?". Como eu sempre falo, eu procuro seguir o meio termo, tirando a média. Como saber gravitar entre nossas verdades e as dos outros? Se eu tenho plena convicção da minha e não a deixo por nada, ao meu ver, o outro não deve se desfazer da dele, até nos certificarmos, de alguma maneira que estamos "errados". Aha! Essa é a parte mais complicada: assumir que erramos e que precisamos refazer nossa caminho. Aí, a verdade deixa de ser uma verdade e enxergamos que era uma ilusão, uma máscara com nome de verdade.

Comecei a escrever esse post ainda com um monte de idéias e com um monte de palavras ofensivas. O blog exerceu seu papel em mim de me fazer rever meus conceitos e ponderar. Isso é bom? Isso é ruim? Percebi que se eu me esforço para respeitar as opiniões diversas, não devo me chatear porque alguém se chateou com algo que expressei. Isso é troca. Entre os meus amigos, quando nos chateamos, discordamos, concordamos, temos algo mais a colocar... nos falamos. Não tem essa de esconder. O jogo é aberto. A gente se resolve. Quando é com quem não conheço, fica mais difícil... não há um vínculo para guiar e dar um sentido nesse rumo.

Certa vez me disseram: "quando há clareza, desculpas não se fazem necessárias". E aquilo revelou muito o motivo de minhas relações sempre darem certo: sempre há honestidade e sinceridade, cada um dentro da sua maneira de como expor e todos no mesmo nível de entendimento - coisa de boa vontade. Não vou afirmar que não discutimos, que discordamos... isso faz parte. Como lidamos com isso é que faz a diferença, porque sim, não somos perfeitos. Sim, somos diferentes. Travamos diálogos, não monólogos extenuantes e repetitivos de quem não quer sair do lugar. Aí, é melhor comprar um espelho...

Trabalhei, uma época, num desafio que me propuseram - onde tive que desenvolver um trabalho que não me achava capaz -, onde duas pessoas me marcaram muito. Um deles, já se foi e me fez muita falta, pela pessoa que descobri nele, apenas, olhando-o e vendo-o, além da maneira de falar que assustava os menos avisados. Pois bem, esses dois coordenadores que tive me ensinaram, cada um a sua maneira, que é melhor confiar em quem fala na lata do que se deixar envolver pela mentira que seduz. O que se foi, era assim: falava na hora. Com ele, se surgia o problema, vamos resolver. Com ele não tinha muito essa de escolher as melhores palavras, nem passar a mão na cabeça. Juro que de início aquilo me incomodava e chocava. O outro, era sorridente. Sorriso largo, aberto. Frases feitas e de efeito, sempre dando a entender que estava tudo bem, que compreendia os erros e etc. O que falava na lata, a gente sabia o que estava pensando e o que estava fazendo... O outro, a gente só recebia as reclamações do big boss, como se tivéssemos recebido as devidas orientações e não cumpríamos... Pois, meu choque todo foi diminuindo à medida que convivia e via quem era a pessoa por trás do susto que tomava e da imagem que criei. Não era fácil para qualquer um lidar com ele. Mas, pude ver, claramente, que tudo que ele falava era verdade. Não era a verdade dele, era o que precisava ser feito. A gente se prende demais ao "jeito" como as coisas devem ser ditas. Só que cada pessoa tem o seu próprio jeito de dizer. O importante é se o que é dito vale a pena ser refletido. Existe muito melindre na gente e a gente só quer ouvir se for elogio. O outro coordenador caiu fora... O que falava na lata nos defendia e brigava por nossos direitos. O outro, do sorriso largo, nada mais era do que uma cobra criada, um falso. Os dois tinham boas qualidades e grandes defeitos, afinal, todos nós somos assim: dicotomias ambulantes. A diferença era o que prevalecia. O que falava na lata, podia chocar, mas, havia clareza, não tinha fofoca, era tudo franco - até demais. Aí, vai de cada um. Eu preferia mil vezes o que falava na lata. E passei a admirá-lo muito e pude me aproximar mais dele e ver a pessoa sensível, boa e amiga que ele era. Sofri muito em sua morte, porque ele era um exemplo de garra e honestidade. Era difícil de se relacionar, porque era meio radical, mas, mesmo assim, era ele: íntegro, decente, verdadeiro. Sorte a minha que pude ver essa pessoa bem antes de falecer. Tive a grande oportunidade de deixar claro o quanto passei a admirá-lo, bem antes da sua morte. Pude aprender muito com ele a pensar pelo outro. Discordava de muita coisa que ele pregava e da maneira radical como pensava, mas, com ele, aprendi a respeitar na prática as diferenças e as verdades de cada um.

Eu tenho muitos defeitos e sei que não vou dar conta de todos... mas, cada um que se evidencia diante do meu nariz me sinto no dever natural de acolher e cuidar. Muitos de nós se deixa tocar com muita coisa: com frases fortes e emotivas; com apelos emocionais e afins. Poucos de nós se permite transformar com esses toques profundos. Alguns mantêm na teoria tudo o que vê, vive e aprende. Eu quero apreender, assimilar, internalizar, SER!

Não tenho a menor intenção de ofender, nem querer que minhas verdades sobreponham a de ninguém. Se tem uma frase que li e diz o que quero falar é "eu só sou responsável pelo que falo, não pelo que você entende" (Enéas). Tenha certeza: eu não falo minha opinião para quem não faz parte do meu hall de amigos e pessoas íntimas. Se eu não posso falar, nem ouvir as opiniões e maneiras de pensar dos meus amigos, onde está a amizade? Na mesa de bar? Num copo de cerveja? Em frases de efeito? Em palavras amenas e distantes, apenas para fingir que está ali? Que intensidade é essa que beira o raso e nada aprofunda? Provavelmente alguém vai se perguntar: de quem Pat está falando? Já respondo: de ninguém, apenas elocubrando, após vivenciar um dramalhão feito do nada. A gente tem mania de fazer um tumulto por tão pouco. Quanto se perde por não saber ser e ver quem se é? E quem quer permanecer assim, está errado? Claro que não! Cada um em seu momento. Cada um em seu ritmo. E me pergunto: por que incomoda tanto eu batalhar por cada gota de felicidade que venho alcançando e não ficando rica? Por que para ser feliz as pessoas continuam associando a dinheiro? Eu cavo, aliás, cavar, não, eu construo a minha felicidade a cada dia. Não invejo a de ninguém. Não quero a de ninguém. Não roubo a de ninguém. Eu busco em mim. De onde vem essa incomodação toda? Quem tem que refletir isso? Eu? Não. Quem se incomoda e leva pelo lado que quiser é que deve refletir sobre si, suas ações e suas interpretações. A mim cabe refletir sobre mim e as minhas ações e trocar idéias com os que formam comigo um grupo solidário, humano, fraterno e honesto de AMIZADE. Ah, bom! Entre a gente, sabemos a hora de ouvir, a hora de falar, a hora de calar, a hora de aconselhar, a hora de discordar... relação: troca, via de mão dupla.

Infelizmente, alguém lê algo aqui, leva para si, não gosta e quer me condenar a dona da verdade! Longe de mim. Quem me conhece sabe que aparecer para mim é fácil, mas, sempre combati qualquer tipo de idolatria. Desde pequena sempre tive idéias próprias - mesmo tendo fraquejado muito, em meu caminho, com medo de "não ser aceita" por pensar assim, como exponho aqui, essas idéias nunca deixaram de ser minhas. Eu gosto de ler, gosto de conversar, mas, gosto, acima de tudo, de ser e de trocar. Nunca admiti que alguém acatasse o que falava como verdade universal. Se alguém acha que o que escrevo aqui é algo desse tipo, por favor, refaça seus pensamentos. Leia, se quiser, discorde do que quiser, mas, veja o que exponho como está exposto... as fantasias são fruto e obra da cabeça de quem as desenvolve e sobre isso eu não tenho controle - nem intenção de controlar. Sempre tive muita facilidade em me expressar e isso me ajudou muito a me curar da DPP - Depressão Pós Parto. Depois de uma chacoalhada que levei da vida, se eu não acordasse, seria sonâmbula, como a maioria das pessoas que andam dormindo por aí, sem se dar a oportunidade de acordar e ver que milagre é o sol nascer, independente do que estamos  sentindo, pensando, fazendo. Eu me sinto como quem teve uma segunda chance e não pode deixar passar em vão. Eu faço valer cada segundo de minha vida. Das duas uma: ou eu teria ficado afundando no lodo da dor ou, trataria dela. Estou tratando. Isso é diário. E para sempre! Sinto em decepcionar, mas, tenho que deixar claro: EU SOU IMPERFEITA. E amo ser assim. Ao menos, aos poucos, me livro de um sentimentozinho chato que se chama "culpaportudo" e isso me ajuda a entender que para ser leve e livre, precisamos ser leves e livres... O que aparenta, de certo, não é... parece ser, que nem "Denorex".

Pois bem, meus caros, aqui é um espaço para reflexão e para quem quiser refletir. Não é um lugar para ser lido e apreendido como verdade universal. Muitos questionamentos contrários são importantes para entendermos se temos idéias próprias ou se estamos tão perdidos que nos deixamos magoar pelo que discordamos e nem sabemos bem porquê.

Melhor ter uma idéia própria para debater do que ficar debatendo a vida dos outros! Assim eu penso. Assim eu vivo. Meu tempo é precioso demais para dispersar a toa. Antes de escrever esse post, estava dispersando minha tão estimada energia... assisti meu filme, curti meu filhão e minha família. Ri litros e litros de alegria com os meus. Escrevi aqui já mais livre do peso. Escrevi aqui apenas para me lembrar que se eu já não tinha a pretensão de agradar a todos, hoje, tenho certeza que é impossível, graças a Deus! Se nem Jesus conseguiu essa proeza, euzinha, uma reles mortal, conseguiria? Pretensão braba!

Que a minha verdade não seja maior em sua vida do que a sua, mas, que uma verdade fique clara: as minhas verdades, são as minhas verdades e de mais ninguém. As suas verdade são suas verdades e de mais ninguém. A Verdade que um dia deve aparecer, quando aparecer, se fará entender, porque será A Verdade e isso será inquestionável, porque será como o verbo: é.

Libertemos-nos, pois, para depois não sairmos por aí vendo lençol e pensando que é fantasma!
Pat Lins.

sexta-feira, 27 de abril de 2012

COTIDIANO: A SAGA DE ANITA - "VÁ EM FRENTE!"

E naquela manhã, Anita abre seus e-mails; entra em suas redes sociais; faz um social e continua sua rotina.

De volta aos seus afazeres, uma frase aparentemente inocente lhe invade a mente e ela tenta lembrar: "'Nunca desista! Siga sempre em frente! Continue determinada'. Onde li isso, hoje?"

Deu uma rápida parada. Foi em seu perfil, como que intuitivamente chegou a tal frase. Entendeu: "Agora entendi... algo para refletir!".

Deu continuidade ao seu dia, mesmo com a frase martelando. Deixou-se sentir o que precisava entender e assimilar, como quem continua fazendo uma atividade física, mesmo sabendo que tem mil coisas para resolver. Concentrada na idéia fixa e atenta ao que acontece em sua periferia, deu-se um outro tempo e ponderou, sentando para conversar com Paolo, seu grande amigo e confidente:

- ... e quando eu li: "Nunca desista, amiga! Siga em frente! Continue determinada.", onde ela responde, com plena convicção de sua posição de vítima: "Eu sei! Eu vou continuar. Não me abato por tão pouco. Eu sei quem eu sou. Eles é que são uns chatos e não sabem viver a vida plenamente!", me questionei: será que estamos preparados para nos enxergarmos mesmo e podermos afirmar que sabemos quem somos com propriedade? O que vi ali, Paolo, foi mais uma inversão dela, com aquela mente alterada. Fiquei chocada, meu amigo! Jante está cada dia mais perdidinha da Silva. E está se aproximando, adivinhe de quem?

- Imagino, Anita... dos "rebelados". Melhor, das outras "vítimas". 

- Exatamente! Foi com Heraldo que ela trocou essas pérolas de sabedoria do vácuo.

- Então, aqueles que se sentiram ofendidos com "minhas verdades" estão se unindo, como um movimento dos oprimidos se fortalecendo em suas dores opressivas? Fale sério! 

- Pois é! Imagine o quanto vão se ajudar, correndo atrás do próprio rabo... É tão difícil avaliar, ponderar... refletir sobre as próprias ações? Errado é sempre o outro? Falo isso para a gente, também. Eu errei quando permiti que chegássemos a esse ponto. Deveria ter agido de outra maneira, como nem tê-la deixado começar a falar, depois de ver que ela não ouve ninguém, só faz o que quer e depois resmunga dos próprios erros como se fosse outra pessoa que os tivesse cometido. Para ela, foi Madalena a errada.

- Como assim? Madalena acreditou tanto nela que montou negócio para as duas, segura as pontas e seus ataques infantis; cobre sua falta de comprometimento profissional, mas, a mantém como sócia por amizade, para que ela não fique sem ter como se manter. Quantos clientes já cancelaram contratos porque ela não quis ir atender e não deu a menor satisfação? Para piorar, nem avisou a Madalena que não havia ido. Lembra? Não teve jeito de desfazer aquela situação... a "MadaJan" perdeu aquele cliente por uma bobagem. Mas, Janete foi a total responsável. Não sei como Mada ainda mantém essa sociedade. Carregando tudo nas costas praticamente sozinha. Para piorar, ainda tem que tapar os buracos que Janete deixa. E Janete, além de ingrata, é incapaz de assumir os próprios erros... Tenha misericórdia!

- Nem com Otávio entrando na sociedade deu jeito... Mada é reservada, você sabe, mas, pelo que percebi já vem dando sinais de desgaste.

- É. Essa sim é um situação delicada. O problema é que ela nem se ajuda, nem quer se ajudar. Eu... eu que não quero mais proximidade. Ali é uma companhia para se mantar distância, senão, a gente enlouquece também.

- Têm companhias que são perigosíssimas, Paolo. Teoricamente são pessoas esclarecidas, competente e talentosas. Pelo que pude ver, Janete só tem o talento de parecer ser. Parece ser normal, mas, não é. Parece ser legal, mas, não é. Parece ser descolada, mas, não é. Parece saber o que faz, mas, não sabe. Só ela pode se ajudar. Agora, realize, aí, essas criaturas juntos, "indo em frente", como frente de guerra? Atacando a todos com seus granidos ocos e com pedras pesadas de toneladas de besteiras? 

- Tenha dó!

E continuaram a prosa. Decidiram parar por ali, afinal, tinham mais a fazer de suas vidas do que falar dos outros. Para finalizar, Anita levanta suas questões:

- Seguir em frente é caminhar... Janete não sai do lugar mental desde, imagino eu, os três anos de idade. 

- 5 talvez...

- Imagine essas mentes infantis adulterando toda a realidade e seguindo em frente no contrapasso? E atacando a todos os desavisados no caminho?

- Perigo! Porque eles além de não crescerem se incomodam com quem se empenha para sair da zona de conforto. Felicidade para eles é sentar no pudim!

- Ou esperar que o Mar Vermelho se abra sozinho... hahahahahaha

- Podre! Você é podre, Anita!

- Falando sério, agora: o que é ser determinado? O que é seguir em frente? O que é não desanimar diante das dificuldades? O que são dificuldades, de verdade? Isso é muito subjetivo, meu filho.

- Com certeza! Mas, minha amiga, eu só posso te dizer o que já faço em minha vida: cuido só dela. Não posso cuidar da vida de mais ninguém, porque a cada um cabe seu quinhão. Vamos parar de falar desses dois. Além de não nos ajudar a seguir em frente, nos atrapalham em nossa determinação de enfrentar as nossas dificuldades.

- Você tem razão. Vamos tocar nossas vidas, né assim? Essa dificuldade eu já estou superando: de entender que cada um tem seu grau de consciência. Se eles, além de não se ajudarem a melhorar, ainda seguem em frente na determinação de se manterem como são, para eles, apenas passará o tempo e não a evolução. Você mesmo já sabe o que devemos fazer...

- DS. D - S. A velha distância saudável. Esse tipo de loucura é insalubre.

- Eu, mesma! Quero transgredir, ir em frente, mas, com sabedoria. Melhor, seguir em frente e para cima! Saudável, para mim é reconhecer em mim minha limitações e enfrentá-las. Ficar cheio de melindre e nessa posição unilateral de "venha a nós" não é para mim, não. Se a via de mão dupla está interditada, andar em direção a eles é andar na contra-mão... Aí, bate!

- E machuca sério. Quando não leva a morte... ao fim de uma relação. Infelizmente, esse fim para mim está certo, para ela, não, é uma obsessão em me perseguir. Vou seguindo. Se ela cruzar meu caminho, trato com educação. Se fizer barraco, saio e finjo que não é comigo. E não é mesmo... O problema dela é com ela. Ela que não vá se tratar, não, deixe estar. Quando não tiver mais ouvido para derramar suas mesmas lamúrias, ela muda. Não é possível que a pessoa queira seguir em frente cometendo os erros de sempre.

- Complicado! Nem de tanto repetir a mesma coisa ela não se toca, né? Isso é dureza de alma! E reafirmar "nunca desista de ser cabeça dura"... isso só nascendo de novo!

- Isso são probleminhas, minha amiga. Probleminhas na cabeça. Dodói. Precisa de tratamento. 

- Bom, como eu não sou remédio, meu nome é viver, cá estou eu, seguindo meu rumo e me deschocando com essas coisas que presencio em meu cotidiano. Vamos em frente, que temos trabalhos resolver e vida para viver!

- Exatamente! Essa minha auto-busca me leva a entender isso: só posso mudar a mim mesmo. Só me vendo como sou posso saber quem não sou...

- Só se é sendo, Paolo. Sejamos, pois!

- Ao trabalho!

(continua qualquer dia desses...)

Pat Lins.

quinta-feira, 26 de abril de 2012

SABER O QUÊ FAZER

O problema não é não saber o quê fazer... pior é saber e não saber como fazer!

Pat Lins.

quarta-feira, 25 de abril de 2012

LOUCURA SAUDÁVEL x LOUCURA INSALUBRE

Vixe! Deus me livre! Tem doido para tudo, inclusive para mantermos uma bela distância. Só assim para se ter uma vida saudável! 

Respeitar o outro e suas características é uma coisa, mas, viver escravo e refém dessas pessoas eu discordo e caio fora, na boa e sem culpa, porque além de desgastante, é perigoso. 

Paciência é algo que deve ser utilizada, mas, tem gente que é dose para gastar toda a cota diária em um segundo... aí, o que fica? Como lidar? Me questiono: seria falta de paciência se afastar das pessoas que não têm noção do que fazem, de quem são e que nunca deixam de fazer alguma besteira? Ou, isso é distância saudável?! Infelizmente, tem gente demais ao meu redor com "probleminhas" sérios, não se tratam, são acobertados a todo instante e continuam agindo, porque sempre alguém cobre/limpa as merdas que fazem por aí. Só que alguns estragos podem prejudicar e isso eu acho injusto. Se tem problema, hora de resolver. Acobertar e ter medo de enxergar não ajuda e ainda atrapalha muito. Tem muita gente que não sabe as consequências de suas ações, têm esses "probleminhas" e está na hora dos responsáveis - sim, alguém precisa assumir a responsabilidade desses seres - fazerem a coisa certa e levarem a quem pode ajudar de verdade e deixar a vergonha e o tabu para lá e levar a um profissional qualificado. Ou, um dia, essas pessoas podem ferrar sério alguém inocente e desavisado... 

O cuidado que podemos ter com as pessoas com distúrbios sérios é entender que o convívio social precisa ser limitado e o controle da situação instalado. Deixar essas pessoas a solta é um perigo. A gente vê, olha, pensa que se trata de alguém alegre e divertido e, com o aprofundar da relação, eis que as vendas caem e podemos ver que essas pessoas não respondem bem ao contato com a realidade e se tornam agressivas e incompatíveis com o que se espera de pessoas dentro de um padrão normal. Não me refiro a todo o tipo de distúrbio. Existem pessoas com distúrbios emocionais, mentais, etc que podem e devem conviver tranquilamente, porque conseguem lidar com os limites de toda relação bilateral. Eu me refiro a pessoas com incapacidade de assumir responsabilidades. São pessoas aparentemente normais, mas, diante de uma negativa, seu comportamento se torna agressivo e descontrolado. Essas pessoas não têm posses de suas faculdade mentais, mas, por, talvez, falta de visão dos pais, cresceram, tornaram-se adultos; conseguiram concluir uma graduação, mas, vivem a fazer apenas o que lhes convém. Essas pessoas acreditam que Lei é apenas o que a cabeça deles manda e isso é um perigo, porque só respeitam a eles mesmos. O pior é que essas pessoas são capazes de reproduzir e, com isso, corremos o risco da perpetuação da espécie.

Ter um filho requer dos pais uma auto-busca e um auto-conhecimento maiores, mas, nesses casos, se os pais forem apenas como os normóticos e que vivem num mundo particular, enxergar que essas pessoas precisam de ajuda é impossível. É mais fácil passar a mão na cabeça de deixar se tornar adulto para ser dono de si... É mais fácil denominar de "gênio difícil" do que entender que existem pessoas com temperamento difícil, mas, quando isso é agravado pela característica preponderante e que ninguém quer ver do distúrbio mental. Essas pessoas não evoluem. Mantêm-se com características e atitudes de criança mimada e birrenta mesmo na fase adulta - e velhice, também. Alguns aparentemente, conseguem manter-se financeiramente, mas, na maioria dos casos que conheço, são bancados por alguém para que dêem menos trabalho e binquem de ser gente grande e profissional. Alguns mais próximos, já tiveram negócio próprio que nunca vai para frente por uma aparente ingerência, quando, na verdade, a ingerência é mental: a pessoa não tem a menor capacidade - e isso não é ironia, é constatação - de assumir compromisso e ser responsável por algo, porque boa parte de sua mente estagnou numa fase da infância. Duas três pessoas que sou bem próxima, me fazem ver o quanto uma boa educação é importante e o quanto uma educação sem firmeza e sem limites pode ser pior do que prejudicial - o caso destas pessoas. Se uma criança sem esses problemas graves já dão trabalho, uma criança dessa precisa de duas vezes mais compromisso dos pais. No caso, dos pais que identificam. Os que não identificam e não aceitam a realidade, vão deixar a criança crescer e terão dificuldade de conter esses seres na fase adulta e o bicho começa a pegar. Essas pessoas, em geral, sugam a vitalidade dos outros, porque não entendem que são capazes de nutrir-se por si só. Em geral, foram crianças muito egoístas e não deixam de ser egocêntricas, o que dificulta muito. Para piorar, desconhecem o que vem a ser humildade e associam em si arrogância com ignorância e se tornam estúpidos, grosseiros, mas, para eles, tudo isso são os outros... São capazes de te chatear ao extremo e, por mais calma que se tenha, só sossegam quando percebem que a pessoa se alterou e dizem: "Calma! Tenha paciência! Eu só estou falando...". Difícil não é a palavra mais adequada para o convívio com esses seres... impossível se aplica melhor! Por mais difícil que seja uma pessoa, diante de um fato real, podem até não gostar, mas, conseguem ver e se chocam... ainda que não adimitam. Esses seres, são incapazes de enxergar a realidade, postanto, nunca se chocam com o que fazem, porque não sabem que fazem o que fazem. 

Olha, esse post está me custando muito escrever, porque não existe uma maneira racional ou lógica para descrever essas pessoas. Elas são loucas, no sentido patológico da coisa. São doente e doentias, porque são tratadas a vida toda como apenas pessoas difíceis de conviver. Só depois que conseguem brigar com todos e mais um pouquinho é que os pais - já com idades avançadas - conseguem se dar conta do estrago que fizeram em não aceitar a realidade e a carência que esses seres tiverema de um cuidado apropriado. Não podemos esperar dessas pessoas um comportamento muito, como posso dizer... normal. Essas pessoas só reagem e nunca conseguem dar andamento na vida. As conversas são vazias e sem sentido; não suportam conversas inteligentes, acham um saco; não desenvolvem uma linha de raciocínio; falam e repetem incessantemente... eu acredito que seja uma maneira de defesa da mente para ver se fica alguma informação... e nada! Só fica o vazio. Depois que brigam com todos, se vêem sozinhos e partem em busca de novos ouvidos - porque só querem alguém que escute. Gente! Minha mente é cruel, às vezes...: vou criar um orelhão para essas pessoas. Tipo um vibrador, só que, uma orelha, apenas para escutar e dar o prazer de ser escutado. Todo o mundo está errado, só essas pessoas estão certas. Fazem contas que 1+1 sempre será igual a 1, porque, podem ser loucos, mas, sabem que precisam de dinheiro e aprendem a fazer conta direitinho... São avarentos, invejosos, ciumentos, possessivos e carentes excessivos. Só não sabem que são assim, porque, a maioria das pessoas não os leva a sério - o que faz bem - e mantêm uma bela distância. Para agravar, volto a repetir: têm os acobertadores.

Essas pessoas, só nascendo de novo, porque não têm jeito. E saia debaixo. Eu fico surpresa com a capacidade de fazer algo ainda pior do que o que já fizeram, cada vez que aprontam uma nova besteira. E continuam aí, surtando e tentando enlouquecer os outros. Dizem que todo mundo tem um talento e uma missão na vida. A dessas pessoas deve ser o talento de nos cutucar e, ou nos afastamos ou sucumbimos; e a missão de passar pela vida apenas provocando os outros a serem melhores. Todo mundo é capaz de crescer um dia, mas, essas pessoas, não. Tem gente que no leito de morte se arrepende de tudo que fez de "errado"... essas pessoas, não, afinal, nem sabem que erraram. É pancada conviver com  esse tipo de gente. Você pode fechar todas as aberturas e cortar as arestas, mas, eles sempre vão tentar entrar e tirar o seu sôssego. Isso faz com que eu esteja sempre me trabalhando com pessoa: primeiro para entender que a pessoa não tem jeito; segundo, para entender o que deveria entender primeiro, que eu devo cuidar de minha vida e manter distância.

Eu me surpreendo com a loucura dessas pessoas. Um louco saudável, que quer transgredir, ir além - sim, porque se queremos ser melhores, precisamos romper com a normose e desconstruir o que nos ensinam pelo engessamento mental - tem um rumo a seguir, um objetivo, uma vontade de ser melhor e evoluir. Um louco insalubre é apenas uma pessoa que não sabe de onde veio, a que veio, para onde vai e porquê está aqui... apenas passam, sem nada acrescentar... E muito a sugar...

Pat Lins.

terça-feira, 17 de abril de 2012

PARA DEIXAR DE SER SUGADO, ESTEJAMOS SEMPRE BEM!

Impressionante: eu ainda me queixo por estar sendo "sugada". Por mais que eu saiba que existem pessoas que só têm esse talento na vida, o de vampirizar, eu ainda me permito ser sugada. Não. Não devemos pensar em desenvolver artilharia ou medidas de proteção contra essas pessoas. Eu devo ver em mim o quê está sendo sugado e me voltar para cuidar disso em mim. Só mesmo me fortalecendo em mim, como pessoa, com ações definidas e focada em minha lista - baseada na escala de prioridades e objetivos a cumprir - e no cumprimento da missão de minh´alma - coisa que não é de uma hora para outra... trata-se da construção e descoberta de um caminho - terei a capacidade de fechar o acesso para esses seres.

Nenhum ser vampiro vai desistir de seu alimento. Aliás, nem consciência disso eles têm, de que estão se alimentando. Sobrevivem assim, da vitalidade alheia. Essas pessoas sempre serão um estorvo na vida de qualquer um, porque, alguém que passa inocentemente, se for farejado e parar - alguns segundos que seja - sairá como uma árvore seca e com a terra rachada. Não é para ter raiva, ódio ou nada parecido... essas pessoas precisam de compaixão - mas, mantenha uma bela DISTÂNCIA SAUDÁVEL; sempre temos algo a ser trabalhado e, numa dessas, eles sentem a brecha, miram na fraqueza e atacam. Eles são inconscientementes, experts em "análise PFOA" (potencialidades, fraquezas, oportunidades e ameaças). Rapidinho encontram uma vítima. Volto a falar: a maioria nem tem consciência do que fazem. É a lei da sobrevivência desses seres. O melhor é sempre cuidarmos da nossa saúde mental. Não somos melhores do que eles. Eles sugam. Nós, os alimentamos com nossos medos, nossas raivas, etc. 

Todo mundo está na vida para aprender algo maior do que essa vida. O caminho, todos estamos cansados de saber - apesar de fugirmos dele - que está dentro de nós mesmos. Esses seres, mais do que todo o  resto, fogem como o diabo da cruz, de voltarem-se para si. E acreditam piamente que se conhecem e "sabem" que são pessoas "guerreiras", "alegres", "incansáveis" - este, são mesmo... -, "vibrantes" e "bem resolvidos". O oposto geral. A hipocrisia nessa espécie é ainda  maior do que na maioria das pessoas comuns - muitos de nós - que são pessoas com problemas, questões, que fogem de se buscar. Um dia, alguns de nós entram num caminho legal que, mesmo em meio às dores, ao desgaste e ao cansaço, se esforça em se manter nesse caminho ao encontro consigo, com sua essência. Os sugadores, nem sei... Eles além de fugirem, cansam pouco, porque seu alimento vem de fora. Desconhecem o caminho dentro que nos leva a buscar a força que nos falta. Ainda que um dia a gente entenda que essa força extra vem de fora, não vem de outro ser humano. Não tiramos do outro. Da Vida e do Tempo essa força sempre chega. O Pai nunca nos deixa desamparados. De cada vento que sopra, de cada sol que nasce e se põe, de cada gota de chuva e de cada expressão da Natureza podemos recarregar nossas baterias pessoais. Infelizmente, os sugadores desconhecem essa capacidade em si. Essa capacidade é do ser vivo, não um mérito de A, B ou C.

O que me chateia em mim é essa característica masoquista de me deixar ser sugada e lamentar. Ah, um sugador é um sádico - ainda que inconsciente. Como fechar o acesso? Crescendo como pessoa. Superando nossas dificuldades. Enfrentando nossos medos. Nada de vez. Primeiro, é preciso nos fortalecer. É preciso ter um apoio sério de outra pessoa mais dotada de consciência e com um caminho de sabedoria mais desenvolvido. É preciso ter vontade. É preciso ter orientação. É preciso identificar o rumo. O caminho é o equilíbrio entre a razão e a emoção - nem um, nem outro, os dois. Ah, descontruir quase tudo que aprendemos desde criança e que só nos leva ao caminho da "normose" uma doença grave e que vem se manifestando com cada vez mais força; o pior do vírus; uma virose que tem cura e é fácil identificar. Um "normótico" repete inúmeras vezes: "o que o os outros vão pensar?"; "o que os viznhos vão dizer?", "você sabe que as pessoas falam demais" - a começar por si -, "todo mundo que se busca é maluco..." e etc. Ah, outro dia escutei um conhecido falar - a respeito do filho - que pensou em levar o filho a um psicólogo - o menino é metódico demais e isso acaba não sendo muito saudável - e um amigo lhe disse para não levar e ele refletiu e concordou. Eu pergunto o que o amigo disse e ele me repete: "O que é um psicólogo?". Eu, sem entender expresso: "Não entendi". De onde ele me sai: "O meu amigo me alertou: o que é um psicólgo? Um maluco! Um doido! Você já viu algum psicólogo normal?"... Eu parei. Pensei em como e o quê responder... Fui resumida e direta: "você conhece algum ser humano normal?". Diante do "ham?" dele, eu acrescentei: "Não sei os que você conhece, mas, posso te dizer que tive a oportunidade de conhecer profissionais de psicologia que honram essa máxima e são loucos que não se tratam e se jogam a tratar dos outros... Como conheci excelentes profissionais. A psicóloga do meu filho, inslusive é uma pessoa normal e uma ótima profissional.". Bom, o que tentei ilustrar com esse exemplo é o quanto temos tanto medo de nos conhecermos que é melhor taxar um psicólogo de doido e para doido, do que entender que nos conhecer é abrir as portas para a sanidade... Bom, lógico, é uma profissão. É uma ciência. Como toda ciência, sempre se baseiam em hipóteses - ou, grandes hipóteses, como me diz uma amiga que, depois de ser química, analista de sistemas, professora de matemática e não sei mais o quê..., é, há quase 20 anos, psicóloga e não parou de se buscar e, agora, encontrou-se como escritora. Como toda área profissional, em meio ao mundo capitalista - é sempre bom ter uma visão holística das coisas para dimensionarmos -, tem de tudo. Por ser uma profissão que lida com asemoções humanas, o ser humano que se dignasse a exercer tal atividade deveria ter um empenho maior em se cuidar e se conhecer para, assim, poder fazer algo de concreto pelos outros. Infelizmente, o capitalismo, as loucuras e outras coisinhas, permitem que qualquer um exerça essa profissão. Daí, o cuidado em identificar um profissional qualificado - como pessoa, porque qualificação profissional parte do pessoal, antes de tudo. Nós temos medo de buscar ajuda e solução. Nós temos medo de sermos mais abertos e aceitarmos mais as diferenças porque parece cansar. Nós temos medo de encarar a realidade. Nós preferimos taxar, julgar, condenar... e nada fazer para mudar.

Pois sim, é melhor estarmos bem conosco - isso não quer dizer que não tenhamos o direito de ter acessos de raiva, de ter sentimentos negativos e afins... isso faz parte da nossa natureza humana e é preciso saber lidar com elas para crescermos, aprendendo a administrá-las - para evitarmos perder para um sugador aquilo que nos dá força para continuar e viver: vitalidade.

Reunir forças para fortalecer a minha vitalidade, estabelecer meu espaço - não minha propriedade, mas, meu espaço pessoal e individual -, saber o que quero e, enfim, não sentir culpa por dizer "não! essa vitalidade é minha e eu preciso dela!". Bom, escrevo isso mais para mim do que para qualquer outra pessoa. Eu, mais do que eu mesma, preciso entender isso e fechar as portas para a enrgia que sai e me fortalecer em mim, para crescer, para melhorar como ser humano - não para mostrar aos outros... até porque, ninguém quer ver a melhora de ninguém... quem fala mal, vai falar sempre o que vê de mal.

É preciso descosntruir sempre, para começar O caminho de volta ao lar, ao nosso encontro com nossa essência, como nosso espírito, nossa alma, nosso Eu... como cada um quiser chamar.


Deus me dê forças, sabedoria e capacidade de discernir o que eu preciso do que eu apenas quero... o que eu necessito do que eu apenas desejo. Que eu seja! Que eu faça! Só fazendo - ou, começar a fazer - a nossa parte, que os milagres acontecem. Mania de esperarmos que o Mar Vermelho se abra sozinho... Essa é a equação da Vida: faça e receberás. A gente colhe o que planta, né assim? O que eu quero colher? Então, vou plantar. Ou então, se matenha na ilusão de que alho ao redor do pescoço vai ajudar.

Pat Lins.

sábado, 14 de abril de 2012

GENTE!

As coisa só são, sendo... senão, apenas parecem ser! Pat Lins.

Eu vivo e convivo com gente. Gente que tem nome e sobrenome, mas, a mim não faz diferença, sempre tenho um apelido especial e uma maneira carinhosa para chamar: AMIGOS. 

Não, Marcos Carvalho, não é como a cobra que quando encontra a outra fala: "amiga!" - risos. 

Eu vivo e convivo com pessoas mais do que especiais. Bom, algumas que pensam que convivem comigo e nem se dão conta de que não fazem parte do hall dos meus "amigos" é porque são cara de pau, mesmo e nem o fato de não convivermos, nem trocarmos nada as faz entender, mas, paciência, se alguém precisa de mim e eu posso ajudar, porque não? 

Eu sou imensamente grata por poder fazer minha travessia pelo mundo e por minhas mudanças em paralelo e junto com outras pessoas que me são caríssimas e mais do que especiais - se existem os especiais, imaginem os mais que especiais. Estes são meus anjos da guarda em forma de gente.

As pessoas que convivo, que interajo e que fazem parte de mim - assim como eu deles - são de carne e osso; de sangue vermelho; de cores de pele distintas; de religiões diversas; de filosofias de vida próprias e pessoais; alguns se acham e juram de pé juntos que são normais...; outros, se assumem anormais - tem coisa mais chata do que ser "normal"? Coisa mais "comum" e "igual"... Igual a quê? Se fosse igual ao que presta, ao que eleve, mas, igual ao vazio e ao raso? Essas pessoas têm profissões diferentes; salários diferentes; contas bancárias distintíssimas; idades variadas; peso, altura dos mais variados... Eu amo viver e conviver com GENTE! Gente, como que as pessoas não entendem o que isso quer dizer? Eu não me refiro a seres quase humanos que não têm uma almainha para lembrar-lhes da condição humana. Eu não me refiro às pessoas estranhas e doentias, cuja convivência e/ou proximidade é insalubre - a gente não é capaz de fazer ninguém melhor... se é o pior que têm a oferecer, melhor nem se aproximar... tem "gente" que só nascendo de novo!

Eu sou assim, GENTE que convive com gente. Gente que ama observar e ser observado - sempre gostei. Todo mundo achava que pelo fato d´eu ser falastrona, extrovertida e brincalhona, era pouco observadora. Creiam bonitos! Vejo com olhos da alma. Sinto com cada poro de minha pele. Escuto com cada "tumtumtum" do meu coração. Essas pessoas que assim me falam, não me seduzem, me ganham. Só me ganha quem é sincero e honesto, de resto, me aturam e eu, a eles. 

Quem tem coragem de se assumir como GENTE, que se siga! Em meio a todo tipo de GENTE  e de gente que tive o prazer e o desprazer - que, mesmo assim, me deu o prazer de aprender algo, nem que fosse exercitar a distância saudável - de conhecer, entendi que religião não salva, porque a religiosidade é algo muito maior, mas, que a fé é capaz de ultrapassar montanhas, caso não tenha o poder de removê-las... Que as cores das peles são apenas fenótipos, uma mensagem da Natureza para nos ensinar a ver além dos olhos. Ela própria criou várias espécies de tanta coisa, seria com os seres humanos diferente? Imagine: eu sou filha de pai mulato - filho de branca com negro - que casou com minha mãe que é branca. Eu saí, assim, um tom mais próximo do branco, mas, sou mais para morena clara - comédia isso -, minha irmã, saiu cor de canela - ela é negra, mas, a cor parece que tem um avermelhado por cima e é linda - e meu irmão, cor de formiga - já sei, Ric, estou sentindo daqui a patadinha delicada... Pois bem, eu sou tão negra quanto os meus irmãos são brancos. Nossas peles são diferentes, mas, somos frutos do mesmo pai com a mesma mãe. Explicação? Sobe lá no céu e pergunta a Papai do Céu diretamente. Aproveita, lembra de pedir uma capacidade de entendimento e aceitação melhor. Continuando: quando escuto as frases chamativas do tipo "trago homem em três dias", "a igreja da salvação", "para quem tem coragem, venha, pois aqui só os fortes permanecem" ou "se quer ser fiel a si, aqui é o lugar"... tanta frase de efeito que me vem a questão: quem são essas pessoas que guiarão essa gente toda pelo caminho da salvação, da "verdade" e do verdadeiro conhecimento? Qual o verdadeiro conhecimento mesmo? Eu vejo tanta gente conhecendo, reconhecendo, conhecendo algo novo e por aí vai que me pergunto: qual o conceito de fé que as pessoas buscam, exercem e matam por ela? A fé cega ou faz enxergar? Gente, tem muita gente por aí que chama fanatismo de fé e segue sem saber o que está seguindo. Tem gente que sabe que segue porque sente afinidade. Lógico! Ninguém vai seguir algo que  não acredita e não consegue acreditar... Daí, tantas "fés" espalhadas por aí. O que vejo de próximo ao que suponho ser verdade, por isso chamo de minhas verdades, é que existe uma média aí que vale a pena ser observada e é o que faço. Por isso, curto tanto observar natural e espontaneamente. Já fui em tantos lugares e tantos credos que posso falar de carteirinha: o segredo da vida não é segredo, é só viver fazendo o bem, sem olhar a quem, mas, amando-se primeiramente, para saber o que é amar e poder dar, então, aquilo que tem! Legal, né?!

Nossa, vi tanta gente querendo conduzir gente sabe Deus para onde que algumas dessas pessoas, um dia, deixam de ver sentido naquilo e saem. Olha a discriminação... Nessa hora é que se vê o brilhantismo da verdade maldita - ou, não dita - dos interesses escusos. Saia de um grupo - seja religioso, filosófico, sindicalista, etc - e se sinta compreendido e que aceitam sua escolha. Pregar uma mentira é tão fácil... sustentar uma verdade requer ser GENTE e isso, pouca gente o é!

Por isso que sigo minha prática de ter bons amigos de diversos tipos. Aprendo um pouco de tudo e nada de tudo - não existe a verdade universal em meio a nós, humanos. Colocamos nossas verdades e óticas em tudo. Por isso que sempre digo: "a realidade é a verdade de quem vê do ângulo que está olhando". Tem como ser diferente? Tem como acreditar em algo que foi tão manipulado? Manipulado, mexido com as mãos. Mãos de quem? Quais os interesses? Quem eram as bruxas, os bandidos e quem eram os puros? A história é muito maquiada e contada através da verdade de alguém com suas crenças. Só quem viveu sabe o que viveu e, ainda assim, tenho minhas dúvidas. Como ser justo dando tudo igual, sem considerar o que era necessário para cada um? Deixa para lá... isso cansa. E cansa mesmo. Mas, é isso que me faz ser incredulamente crédula na Vida. Desconfio de promessas perfeitas, conduzidas por pessoas menos qualificadas. Confio no dia, no sol que nasce... no que vejo, no que sei, no que busco, no que me aparece... em algumas coisas que me dizem... Como todo mundo: filtro o que me convém, não somos todos assim? Senão, haveria uma religião una - e unida -, uma filosofia única, um caminho só. E respeito? O que é respeito? Como pregar respeito e não respeitar? Hipocrisia! Ninguém se assume, mas, quem não o é? Quem não julga, ainda que tente mediar? 

Eu vivo com GENTE  e com todo tipo de gente. Quem não vive? 

Meus amados, amo todos. Meus desafetos? Raiva, indiferença, desavenças... falta de afinidade. Eu é que estou certa? Eles estão? Eu sou melhor? Eles que são? Sei de nada! Sei quem sou e que não nos "batemos", mas, e daí? Me "bato" com outros e eles com outros, também. Melhor ou pior é parte do julgamento subjetivo. vai mensurar? Eu que não. Cada dia mais tento entender que é assim que é... cada dia, menos me sinto melhor do que os outros e mais me sinto melhor do que eu mesma! 

Gente, a vida da gente é para superar, aprender e ser FELIZ! O resto, estamos aqui para aprender a lidar. Cada um com seu quinhão de coisas para aprender. Joga para os outros, não. Assume e se vira! Não precisa ir sozinho. Muita GENTE  diferente é capaz de ajudar, mesmo em caminhos e trajetórias distintas. Experiência é algo que diz alguma coisa... nem que seja: não vá por lá. Chapeuzinho Vermelho foi teimosa, mas, no final deu tudo certo. Quando a gente erra, ainda assim, merece consertar! 

Atravessiamo! No plural! O mundo é a união de todas as partes! NÓS SOMOS PARTES ÍNFIMAS, MAS, PARTES, DE UM TODO! Isso é muito importante lembrar! GENTE, é para ser FELIZ! E caminhar!

Beijos em todos!

Estou aprendendo! Ninguém precisa seguir e atravessar a Vida sozinho! É preciso se conhecer para saber com quem trilhar! Meu nome é Pat Lins e que diferença isso faz? Eu sou Pat Lins! Isso faz diferença: quem somos. Minha descrição de mim mesma? GENTE! Gente que quer fazer e, assim, um dia, Gente que Faz!

... e quem quiser, que conte outra!

"A arte de viver é simplesmente a arte de conviver ... simplesmente, disse eu? Mas como é difícil!"  (Mário Quintana)

Apenas sendo verdadeiros com nós mesmos, podemos ver a verdade do outro e compreender tornar-se-á uma capacidade real! Pat Lins.

Pat Lins.

quinta-feira, 12 de abril de 2012

DIAS DE FURACÃO - apenas um desabafo!




Têm dias em que a "maria doida" precisa "baixar" para que as coisas voltem a andar... Isso cansa muito! Affff!


Depois, quando o tempo passa e as mudanças são inevitáveis, as vítimas se fazem e as bruxas aparecem... Fazer o quê, né? Escolhi boa parte desse caminho e permiti que chegasse onde chegou... As coisas estão mudando. Um dia, tudo isso será passado e mais um aprendizado: como terminar sem destruir? Como construir algo de bom para terminar sem a destruição?

Têm dias que preciso chorar minhas verdades e lavar minh´alma. Dormir o dia inteiro cansa mais do que uma noite bem dormida. Chorar pode nos levar a sorrir, se for para aliviar a tensão.

Têm horas que o dia parece que foi dentro de um furacão. O que fica é a reconstrução! Ou viver na destruição...

Um dia entenderei o que acontece quando as luzes apagam e o filme termina... o que vem depois do "happy end"? O que quer dizer "felizes para sempre"? 

Apesar de tudo, estou aprendendo muita coisa. Uma certeza eu tenho: dessa história, todo mundo sairá vitorioso. Cada um deu o máximo que pôde. E recebeu aquilo que o outro tinha para dar. Será que as escolhas precisam ser taxadas de cruéis? Não é possível existir um "happy end" no "end" e assim, todos serem felizes para sempre? 

É melhor ser feliz separado do que infeliz junto... "atravessiamo"! Estou cansada, porque querer mudar cansa... mas, estou viva e a recarregar!

Pat Lins - apenas um desabafo!

quarta-feira, 11 de abril de 2012

O QUÊ FAZER?


O quê fazer quando já não sabemos mais o que fazer?

O quê fazer quando só nos resta manter e esperar?

O quê fazer quando não depende apenas de mim?

Como saber o quê fazer, se só me cabe manter e esperar, porque o que depende de mim já está sendo feito?

Educar um filho é preciso educar pai, mãe, família e sociedade, afinal, todo mundo é filho de alguma coisa, ou de alguém, né verdade?! Tudo depende de tudo e cada parte faça sua parte! Eu preciso que cada uma faça a sua, para que possa fazer os algos mais que tenho para fazer em minha vida, senão, vai assim mesmo! 

O que depende de mim, para mudar a minha vida, já estou começando a fazer... o que depende do outro, ele que o faça, porque, para mim, cada minuto que passa é um minuto a mais para mim e quem sempre falou: "eu vou fazer", que faça, porque meu tempo já andou... e cada um no seu tempo, viva as consequências do que plantou.

O Tempo resolve todas as coisas, mas, têm coisas para as quais o tempo passou e já deu... deu até mais do que deveria ter dado, porque deu o que tinha de pior... muita coisa boa, mas, muito peso... Desgastou. Gastou. Destruiu. Acabou. Tempo me fez ver que o amor muda, ele mostra sua outra face, a da fraternidade, da amizade. Isso o Tempo resgatou... reestaurou... sei lá, implantou... Mas, outras coisas, já eram... Não são mais. O tempo passsou de maneira diferente para dois. Passou como cada um permitiu que passesse. Dois são dois. Têm coisas que o tempo passa e leva, porque não deve ser reconstruído... não é para ser mais. Vida que segue. Lição: ver o que foi bom e deve ser lembrado; resolver e deixar passar o que agora, deve e precisa ser, passado.

Não gosto de viver nada de mentira - já vivi por demais... De fantasia, só as histórias que conto ao meu filho e ainda contarei. De ilusão, ninguém vive, se arrasta, se engana, sofre e faz sofrer. O desgaste só ruiu o que não era forte... o elo que ficou permanecerá, com muito amor. Escutei um amigo citar uma frase de Zygmunt Baumann e achei ótima: "as relações são líquidas...".

Mas, têm coisas que precisam ser feitas e que sejam, porque precisam ser feitas! Farei. Já comecei.

Pat Lins - desabafando!

terça-feira, 10 de abril de 2012

PENSAR POR SI MESMO - Schopenhauer

Para  pensarmos um pouco por nós mesmos. Não é deixar de ler, é ponderar... Schopenhauer era meio pessimista, mas, seu texto/pensamento abaixo tem muita coisa que vale a pena refletir. Isso é ajudar a pensar por si, nos darmos a oportunidade de lermos e vermos de um tudo, sem julgar quem escreveu ou fez, mas, tirar as nossas próprias conclusões "a cerca de", respeitando a opinião alheia e sabendo qual a nossa opinião.

Pat Lins.

Do pensar por si - Schopenhauer

Uma biblioteca pode ser muito grande, mas desordenada não é tão útil quanto uma pequena e bem organizada. Do mesmo modo, um homem pode possuir uma grande quantidade de conhecimento, mas se não o tiver trabalhado em sua mente por si, tem muito menos valor que uma quantidade muito menor que foi cuidadosamente considerada. Pois é somente quando um homem analisa aquilo que sabe em todos os aspectos, comparando uma verdade com outra, que se dá conta por completo de seu próprio conhecimento e adquire seu poder. Um homem só pode ponderar a respeito daquilo que sabe – portanto, deveria aprender algo; todavia, um homem só sabe aquilo sobre o que ponderou.

Ler e aprender são coisas que qualquer indivíduo pode fazer por seu próprio livre-arbítrio – mas pensar não. O pensar deve ser incitado como o fogo pelo vento; deve ser sustentado por algum interesse no assunto em questão. Esse interesse pode ser puramente objetivo ou meramente subjetivo. O último existe em questões que nos dizem respeito pessoalmente. O interesse objetivo encontra-se somente nas cabeças que pensam por natureza, para as quais pensar é tão natural quanto respirar – mas são muito raras; por isso há tão pouco dele na maioria dos homens do conhecimento.
 
A diferença entre o efeito do pensar por si e da leitura sobre a mente é incrível. Por isso está continuamente desenvolvendo a diferença original na natureza de duas mentes, que leva uma a pensar e a outra a ler. Ler força pensamentos alheios sobre a mente – pensamentos que são alheios ao estado e temperamento em que esta possa estar no momento, como o selo está para a cera, na qual estampa sua marca. A mente, deste modo, está inteiramente sob compulsão externa; é levada a pensar isto ou aquilo, apesar de que, no momento, talvez não tenha o menor impulso ou inclinação de fazê-lo.

Mas quando um homem pensa por si, segue o impulso de sua própria mente – seja pelo seu ambiente ou alguma lembrança particular determinada pelo momento. O mundo visível do ambiente de um homem não imprime – como a leitura faz – um único pensamento definido sobre sua mente, mas apenas o proporciona o material e a ocasião que o levam a pensar naquilo que é apropriado à sua natureza e temperamento presentes. Por esse motivo, muita leitura retira toda a elasticidade da mente; é como manter uma fonte continuamente sob pressão. Se um homem não quer pensar por si, o plano mais seguro é pegar um livro toda vez que não tiver nada para fazer. É esta prática que explica por que erudição torna a maior parte dos homens mais estúpidos e tolos do que são por natureza, e previnem que seus escritos obtenham qualquer nível de sucesso. Estes permanecem, como o papa disse, “Para sempre lendo, nunca para serem lidos” [Dunciad iii. 194].

Homens do conhecimento são aqueles que leram páginas de livros. Pensadores e homens de gênio são aqueles que foram diretamente ao livro da Natureza; foram estes que esclareceram o mundo e levaram a humanidade um passo adiante. De fato, apenas os pensamentos fundamentais de um homem têm veracidade e vida em si, pois estes são os únicos que compreende realmente e completamente. Ler os pensamentos de outrem é como recolher os restos de uma refeição para a qual não fomos convidados ou colocar as roupas que um estranho abandonou. O pensamento que lemos está para o pensamento que surge em nós assim como a impressão fossilizada de alguma planta pré-histórica está para uma planta florescendo na primavera.

Ler não é mais que um substituto para o pensar por si; significa permitir que sejam colocadas guias nos pensamentos. Ademais, muitos livros servem apenas para demonstrar quantos caminhos errôneos existem, e quão amplamente um homem pode ser descaminhado se se permitir guiar por estes. Mas aquele que é guiado pelo seu gênio, aquele que pensa por si, que pensa espontaneamente e precisamente, possui a única bússola pela qual pode se orientar corretamente. Portanto, um homem somente deveria ler quando a fonte de seus pensamentos estagnam – algo que ocorre freqüentemente mesmo com as melhores mentes. Por outro lado, pegar um livro com o propósito de afugentar os próprios pensamentos é um pecado contra o Espírito Santo. É como fugir da Natureza para observar um museu de plantas secas ou estudar uma bela paisagem em uma gravura.

Um homem pode ter alcançado alguma verdade ou sabedoria após ter devotado um grande tempo pensando por si sobre o assunto, interligando seus vários pensamentos, quando poderia ter encontrado o mesmo em um livro, poupando-o desse esforço. Mesmo assim, é cem vezes mais valioso que tenha o alcançado pensando por si. Pois é apenas quando alcançamos nosso conhecimento desse modo que este se introduz como uma parte integral, como um membro vivo no todo de nosso sistema de pensamento; que permanece em uma relação forte e completa com aquilo que sabemos; que é compreendido cabalmente com todas as suas implicações; que carrega a cor, a precisa sombra, a marca distintiva de nosso próprio modo de pensar; que chega precisamente na hora certa – quando dele sentimos necessidade; que se estabelece rapidamente e não pode ser esquecido. Esta é a perfeita aplicação – ou melhor, interpretação – do conselho de Goethe, de ganharmos nossa herança para que possamos realmente possui-la:

“O que o homem herda só o pode chamar seu quando o utiliza.”

[“Was du ererbt von deinen Vätern hast
Erwirb es um es zu besitzen.” Faust I. 329.]

O homem que pensa por si forma suas opiniões e apenas posteriormente aprende as autoridades sobre estas, quando servem somente para fortalecer sua crença nelas e em si. Mas o filósofo livresco parte das autoridades; lê os livros de outrem, coleta suas opiniões, e assim constitui um todo para si – de tal forma que se assemelha a um autômato, cuja composição não compreendemos. Contrariamente, aquele que pensa por si se empenha como um homem vivente feito pela Natureza. A mente pensante é alimentada pelo ambiente, a qual então forma e dá origem à sua criação.

A verdade que foi aprendida meramente como um membro artificial, um dente falso, um nariz de cera – ou, no melhor caso, um nariz feito de carne de outrem – adere em nós apenas porque foi encaixada; mas a verdade obtida através do próprio pensamento é como um membro natural – pertence-nos por si só. Esta é a diferença fundamental entre o pensador e o mero homem do conhecimento. Deste modo, as aquisições intelectuais do homem que pensa por si são como uma pintura refinada cheia de vida – na qual a luz e a sombra estão corretas, o tom é contínuo e a cor perfeitamente harmonizada. Por outro lado, as aquisições intelectuais do mero homem do conhecimento são como uma grande paleta cheia de todos os tipos de cores que, no máximo, estão organizadas sistematicamente, mas sem harmonia, relação e significado.

Ler é pensar com a cabeça de outrem em vez da própria. Pensar por si é esforçar-se para desenvolver um todo coerente – um sistema, mesmo que não seja estritamente completo; nada atrapalha mais esse objetivo que fortalecer a corrente de pensamento de outrem, como acontece por meio da leitura contínua. Esses pensamentos, surgindo cada qual de mentes distintas, pertencentes a diferentes sistemas, trazendo diferentes cores, nunca confluem para um todo intelectual; nunca constituem uma unidade de conhecimento, insight ou convicção; pelo contrário, abarrotam a mente com uma confusão babilônica de línguas. Conseqüentemente, a mente sobrecarrega-se de pensamentos alheios, perdendo toda a clareza conceitual e tornando-se predominantemente desorganizada. Esse estado de coisas é observável em muitos homens do conhecimento, o que os torna inferiores em compreensão sólida, julgamento correto e diplomacia prática a muitos indivíduos iliteratos que, por meio da experiência, conversação e alguma leitura, adquiriram um modesto conhecimento independentemente – e sempre o fizeram subordinado e incorporado aos seus próprios pensamentos.

O verdadeiro pensador científico faz o mesmo que esses indivíduos iliteratos, mas em uma escala muito maior. Mesmo necessitando de muito conhecimento e tendo de ler bastante, sua mente é poderosa o suficiente para dominar isso tudo – assimilá-lo e incorporá-lo ao seu sistema de pensamento, e assim subordiná-lo à unicidade orgânica de sua compreensão que, apesar de vasta, está sempre crescendo. Por meio desse processo seu pensamento, como o grave em um órgão, sempre domina tudo e nunca se perde entre os outros tons, como acontece com mentes que estão repletas de conhecimentos antiquados – onde todos os tipos de passagens musicais se misturam e o tom fundamental perde-se completamente.

Aqueles que passaram suas vidas lendo e obtiveram seu conhecimento de livros são como pessoas que conseguiram informações precisas sobre um país a partir da descrição de muitos viajantes. Tais pessoas podem falar muito sobre muitas coisas; mas, em seu íntimo, não têm um conhecimento conectado, claro e profundo da verdadeira condição do país. Aqueles que passaram suas vidas pensando são como os próprios viajantes; apenas estes sabem de fato do que estão falando – compreendem o assunto inteiramente e nisso sentem-se em casa.

O pensador está para o filósofo livresco assim como a testemunha ocular está para o historiador; o primeiro fala a partir de sua própria compreensão direta do assunto. É esse o motivo pelo qual todos aqueles que pensam por si, no fundo, chegam em grande parte às mesmas conclusões; quando divergem, isso ocorre porque adotam diferentes pontos de vista – e quando esses não afetam a questão, todos falam o mesmo. Estes simplesmente exprimem o resultado de sua compreensão objetiva das coisas. Há muitas passagens em minhas obras que apenas concedi ao público após alguma hesitação devido à sua natureza paradoxal; posteriormente tive a agradável surpresa de encontrar as mesmas opiniões registradas nos trabalhos de grandes homens de épocas anteriores.

O filósofo livresco meramente relata o que um indivíduo disse e o que outro quis dizer, ou as objeções levantadas por um terceiro, e assim por diante. Compara opiniões distintas, pondera, critica e tenta chegar à verdade da questão; nesse aspecto, assemelhando-se ao historiador crítico. Tentará, por exemplo, descobrir se Leibnitz foi por algum tempo um seguidor de Spinoza, e questões dessa natureza. O estudante curioso de tais assuntos encontrará exemplos notáveis do que quero dizer no Analytical Elucidation of Morality and Natural Right [Elucidação Analítica da Moralidade e do Direito Natural] de Herbart e no Letters on Freedom [Cartas sobre a Liberdade] do mesmo autor. É surpreendente que tal homem dê-se esse tipo de trabalho; pois é evidente que se houvesse fixado sua atenção no assunto teria logo apreendido seu objeto pensando por si. Mas há uma pequena dificuldade a ser superada – isso não depende de nossa vontade. Um homem sempre pode sentar-se e ler – mas não pensar. Pensamentos são como homens: não podemos invocá-los segundo nossa vontade – temos de esperar que venham. O pensamento sobre um assunto deve manifestar-se espontaneamente como uma feliz e harmoniosa combinação de estímulos externos com o temperamento mental e a atenção; e é justamente isso que nunca parece acontecer com tais pessoas.

Esta verdade pode ser ilustrada pelo que acontece em questões que concernem nosso interesse próprio. Quando é necessário chegar a uma resolução numa questão desse gênero, não podemos simplesmente sentar a qualquer momento, considerar as razões do caso e chegar a uma conclusão; pois, se tentamos fazê-lo, freqüentemente nos vemos incapazes, naquele momento particular, de manter nossa mente focada naquele assunto; esta vagueia a outras coisas; um repúdio pelo assunto às vezes é responsável por isso. Em tal caso, não devemos usar a força, mas aguardar que o estado mental adequado manifeste-se por si só; com freqüência este chega inesperadamente e mesmo repete-se; e a variedade de temperamentos nos quais o analisamos em diferentes momentos sempre coloca o assunto sob uma nova luz. Este é um longo processo que é compreendido pelo termo resolução madura. Pois a tarefa de chegar a uma conclusão precisa ser distribuída; no processo, muito daquilo que foi ignorado em um momento nos ocorre em outro; o repúdio desaparece quando percebemos – como ocorre comumente numa inspeção mais minuciosa – que as coisas não são tão ruins quando pareciam à primeira vista.

Esta regra aplica-se à vida do intelecto assim como às questões práticas – o homem deve aguardar pelo momento certo; nem a maior das mente é capaz de pensar por si todas as vezes. Portanto, uma grande mente faz bem em gastar seu tempo livre com leitura que, como disse, é um substituto para o pensamento próprio; novos materiais são importados à mente ao permitirmos que outrem pense por nós, apesar de que isso sempre seja feito de um modo distinto do nosso. Assim, um homem não deve ler em demasia a fim de que sua mente não se torne acostumada ao substituto e, conseqüentemente, esqueça a realidade; a fim de que não se acostume a seguir caminhos que já foram trilhados, seguindo um curso de pensamento alheio e esquecendo o próprio. De maneira nenhuma um homem deveria desviar sua atenção do mundo real em prol da leitura, pois o impulso e o estado que levam alguém a pensar por si procedem muito mais freqüentemente do mundo da realidade que do mundo dos livros. A vida real que um homem vê diante de si é o objeto natural do pensamento; e, em sua força como elemento primário da existência, pode com a maior facilidade incitar e influenciar a mente pensante.

Após essas considerações, não será surpreendente que um homem que pensa por si pode ser facilmente diferenciado do filósofo livresco pelo próprio modo como fala, pela sua acentuada honestidade e a originalidade, retidão e convicção pessoal que marcam todos seus pensamentos e expressões. O filósofo livresco, por outro lado, deixa evidente que tudo nele é de segunda mão; suas idéias são como uma coleção de farrapos coletados de todos os cantos; mentalmente, é vagaroso e sem sentido – uma cópia de uma cópia. Seu estilo literário é repleto de frases convencionais, ou melhor, vulgares, e termos correntes; neste particular, assemelha-se muito a um pequeno Estado onde todo o dinheiro em circulação é estrangeiro, pois não há cunhagem própria.

A mera experiência toma o lugar do pensamento com a mesma precariedade da leitura. O simples empirismo está para o pensamento assim como comer está para a digestão e assimilação. Quando a experiência alardeia que sozinha, por meio de suas descobertas, promoveu o avanço do conhecimento humano, está a proceder como uma boca que alega possuir todo o crédito por manter a saúde do corpo.

Os trabalhos das mentes realmente capazes se diferenciam pelo caráter de decisão e definição pelos quais se livram da obscuridade. Uma mente realmente capaz sempre sabe precisamente e claramente aquilo que deseja expressar – seja na forma de prosa, verso ou música. Outras mentes deixam a desejar em termos de decisão e clareza, e assim podem ser prontamente identificadas pelo que são.

O sinal característico de uma mente de primeira ordem é a retidão de seu julgamento – sempre julga em primeira mão. Tudo que profere é resultado do pensamento próprio; e isso se mostra patente pelo modo como exprime seus pensamentos. Tal mente é como um príncipe – no reino do intelecto sua autoridade é imperial, enquanto a autoridade das outras mentes é meramente delegada, como pode ser visto pelo seu estilo, que não tem um traço próprio.

Deste modo, todo aquele que realmente pensa por si é como um monarca – sua posição é absoluta, não reconhece ninguém acima de si. Seus julgamentos, como decretos reais, advêm de seu próprio poder soberano e procedem diretamente dele. Aceita a autoridade tão pouco quanto um monarca admite um comando; nada é válido a não ser que tenha autorizado pessoalmente. Por outro lado, a multidão de mentes vulgares, influenciadas por todos os tipos de opiniões populares, autoridades e preconceitos são como as pessoas que, em silêncio, obedecem a lei e aceitam ordem de superiores.

Aqueles que são ávidos e impacientes por resolver questões polêmicas citando autoridades realmente se satisfazem quando conseguem colocar a compreensão e o insight de outrem no campo – no lugar de seus próprios, que são precários. Seu número é legionário. Pois, como Sêneca diz, todos homens preferem acreditar a exercitar o julgamento – unusquisque mavult credere quam judicare. Em suas controvérsias, tais pessoas comumente fazem um uso promíscuo do artifício da autoridade – atacam-se mutuamente com esta. Se alguém se envolver em tal disputa, não obterá sucesso utilizando a razão e argumentação como defesa; pois contra uma arma desse gênero essas pessoas são como Siegfrieds*1 com pele espinhosa, submersos numa enchente de incapacidade de pensar e julgar. Estes atacarão levantando suas autoridades na tentativa de rebaixar o adversário – argumentum ad verecundiam [apelo à autoridade], e então gritam victoria.

No mundo real, seja este justo, favorável e agradável como for, sempre vivemos sujeitos à lei da gravidade, a qual temos de superar constantemente. Mas no mundo intelectual somos espíritos livres, sem o controle da lei da gravidade e livres da penúria e aflição. Por essa razão não há felicidade na terra como aquela que, no momento propício, uma mente refinada e frutuosa encontra em si.

A presença de um pensamento é como a presença da mulher amada. Imaginamos que nunca esqueceremos esses pensamentos nem nos tornaremos indiferentes à amada. Mas fora da vista, fora da mente! O pensamento mais refinado corre o risco de ser irrecuperavelmente esquecido se não for anotado, e a amada de ser abandonada se com esta não nos casarmos.

Há muitos pensamentos que são valiosos ao homem que os pensa; mas poucos deles têm força para produzir uma ação repercussiva ou reflexiva – isto é, ganhar a simpatia do leitor após ter sido colocado no papel.

Mas não se deve esquecer que o verdadeiro valor está apenas no que um homem pensou diretamente para seu próprio caso. Pensadores podem ser classificados da seguinte forma: aqueles que predominantemente pensam para seu próprio caso e aqueles que pensam para o caso de outrem. Os primeiros são os genuínos pensadores independentes – estes de fato pensam e são de fato independentes; são os verdadeiros filósofos – somente estes a sério; o prazer e a felicidade de sua existência consiste em pensar. Os outros são sofistas; desejam parecer aquilo que não são, e buscam sua felicidade naquilo que esperam receber do mundo – é nisso que consiste sua seriedade. Pode-se ver a qual das duas classes um homem pertence através de todo o seu estilo e conduta. Lichtenberg é um exemplo da primeira classe, enquanto Herder obviamente pertence à segunda.

Quando alguém considera quão vasto e quão próximo de nós está o problema da existência – esta nossa equívoca, atormentada, fugaz e onírica existência –, tão vasto e próximo que tão rapidamente quanto alguém o percebe, este ofusca e obscurece todos os outros problemas e objetivos; e quando alguém vê como todos os homens – com poucas e raras exceções – não têm uma consciência clara do problema – ou melhor, mal percebem sua presença –, mas ocupam-se com tudo, menos isso, e vivem a pensar somente para o dia presente e dificilmente para além da duração de seu futuro pessoal, enquanto explicitamente desistem do problema ou estão prontos para aceitá-lo com o auxílio de algum sistema metafísico popular, satisfazendo-se com isso; quando alguém reflete sobre isso, pode adotar a opinião de que o homem só pode ser considerado um ser pensante num sentido muito remoto, e assim não sentir qualquer surpresa especial ante quaisquer traços de irreflexão ou tolice humanas; mas sabendo que, até certo ponto, a amplitude da visão intelectual de um homem normal de fato supera a do animal – cuja existência inteira assemelha-se a um presente contínuo sem qualquer consciência do futuro ou do passado –, mas não numa distância imensurável como normalmente se supõe.

Isso é, de fato, corroborado pelo modo como a maior parte dos homens conversa; vemos que seus pensamentos são podados, tornando impossível que desenvolvam a linha de seu discurso em qualquer sentido.

Se esse mundo fosse povoado por seres realmente pensantes, o barulho de todo tipo não seria permitido até limites tão generosos, como é o caso com a maioria de suas formas horríveis e ao mesmo tempo inúteis.*2 Se a Natureza tivesse feito o homem para pensar, não lhe teria dado ouvidos; ou lhe teria equipado com abas de isolamento acústico – que são as invejáveis posses do morcego. Mas, na verdade, o homem é um pobre animal como o resto, e suas capacidades têm o único propósito de mantê-lo na luta pela existência; deste modo, precisa manter seus ouvidos sempre abertos para anunciar, dia e noite, a aproximação do perseguidor.

quinta-feira, 5 de abril de 2012

FELIZ PÁSCOA!


Mais uma fase mundial para reflexão. Dizem que esses momentos são mais propícios para não só refletirmos, como para entendermos melhor essa reflexão. Tudo isso porque todo o mundo - até os que negam a existência do Cristo -, todas as religiões, todas as nações... todos estarão refletindo em algo bom. 

Então, que a mensagem da páscoa - a verdadeira, não a comercial dos ovos de páscoa com valor de ouro e que todo mundo fica doido para comprar, inclusive eu... - chegue até nossos corações e mentes. Que a lembrança de que não nascemos para sofrer e sim para merecer uma vida melhor a cada dia deixe de ser lembrança e passe a ser parte da nossa jornada nessa vida!

Desejo a todos que vejam o que houve na época da crucificação de Jesus e entendamos a mensagem de PERDÃO, COMPREENSÃO, HUMILDADE e AMOR! Foi para isso que o Cristo derramou seu sangue, para nos fazer entender que ninguém precisa sofrer se houver AMOR. Ele deu seu sangue por nós! Por que não entendemos isso e, mesmo depois de derramada cada gota, contiuamos sendo cruéis, distantes e "malvados", lavando as mãos para nós mesmos e para os nossos? Continuamos a desenvolver o orgulho e a vaidade e chamamos egoísmo, possessividade, ciúme... de amor! Ninguém entende o porquê de Jesus ter perdoado quem o traiu... mas, apenas Judas o traiu? Vale a pena a reflexão. O que fazemos, hoje, também não se caracteriza "traição" ao sangue derramado? Condenamos, julgamos em nome do bem - do bem próprio!

Que nesse período, não seja comer ou não carne mais importante do que refletir sobre a mensagem. Que não sejam os ovos de chocolate mais doces do que a vida. Comam e celebrem a fartura, mas, sejam gratos à natureza, porque nada que comemos surgiu do nada. Agradeçamos - quem assim o chama - a Deus, D´us, Jeová, Força Superior, Criador... duvido que Ele lá esteja preocupado com o nome que o chamamos. 

É época de renascimento, mais importante do que o da morte. A morte simbolizou a PASSAGEM - tradução ao pé da letra de PÁSCOA -  e início de uma nova fase. Que seja própera essa fase! Que seja abundante em alegrias e realizaões! A Páscoa é uma celebração muito antiga, de diversos povos, que comemorarm, sempre, alguma PASSAGEM - inclusive, como comemoração da libertação do povo de Israel da escravidão do Egito. A mensagem é sempre a mesma: PROSPERIDADE!

Desejo, de coração, que cada um plante e semeie o que há de melhor em si!

FELIZ PÁSCOA!

Pat Lins.

quarta-feira, 4 de abril de 2012

INTENSOS OU SUPERFICIAIS?


Recentemente, tenho escutado muito: "eu sou intenso(a)!" ou "eu sou muito racional!". E isso me despertou uma curiosidade: será que as pessoas - que sabem que são assim -, se acham melhores porque são extremistas e usam apenas uma parte do que trazem em si?

As pessoas "intensas" demais são, em demasia, emoção pura e unicamente. Os "racionais" demais, são em demasia, a frieza e objetividade nua e crua. Sendo que na vida é necessária uma dose de emoção e outra, na mesma proporção, de razão. 

O equilíbrio, eu vejo - porque ainda estou muito longe dele... - não é manter-se parado em um pólo, é estar em movimento usando o que é necessário, quando necessário. Imagine um equilibrista parado a vida toda? Não progride, não evolui, permanece inerte, sem rumo, sem movimento, sem beleza, sem vida. A graça do equilibrista, seu caminho, é de equilibrar-se - desequilibra, equilibra; desequilibra, equilibra e assim vai, mantendo-se e evoluindo. Assim são as pessoas que conheço e identifico - ou as defino - como equilibradas. Mesmo elas, têm seus pontos de desequilíbrio. O lance é que essas pessoas usam a força necessária, identificam suas necessidades e suas falhas e seguem se ajustando com consciência, sem frieza, mas, com desprendimento; sem melindre, ou emoção demais, mas, com serenidade. E seguem, se equilibrando em suas vidas.

O que eu penso é o seguinte: a emoção é a força vital, a energia propulsora, que dá a força motora. É daí que vem o fogo do foguete, a explosão. A razão, como vejo, é o guia, o condutor, ele é que segue as coordenadas para que o foguete alcance o objetivo, é ele que tem a capacidade de entender que existe um sentido e nos guia para alcançá-lo. A emoção nos diz que sente que esse sentido tem sentido e nos dá a força vibrante que vamos chegar lá. Devem agir juntos em harmonia. É aí que os extremistas "pecam": só usam um lado e, por isso, ou não têm força vital para chegar lá, com a capacidade de superar os obstáculos com mais vontade ou, não têm senso de direção e, portanto, nem sabem onde chegar.

Ambos são desgastantes, cansativos, porque exercem a intensidade da superficialidade, e, sendo superficiais, gravitam numa órbita rasinha, sem alcançar a verdadeira dimensão de quem são e, com isso, tendem a estarem se auto-afirmando o tempo inteiro. Só que, para se auto-afirmarem, infelizmente, precisam descarregar em outrem, pois, não têm espaço em si - apesar de julgarem-se intensos, são, ambos, rasos, superficiais - para se caberem. Para que caibamos em nós, precisamos abrir os espaços, em nós! Assim, essas pessoas - tanto as demasiadamente emocionais, quanto as demasiadamente racionais - sugam ou a racionalidade do outro ou a vitalidade do outro. Sugam aquilo que não desenvolvem, para tentar se colocar em busca daquele tal do sentido da vida, que apenas o equilíbrio das polaridades pode conduzir. Os "emoção demais" são otimistas ao extremos, o que os deixam vulneráveis às catástrofes naturais da vida; os "razão demais" são pessimistas ao extremo o que os deixam vulneráveis diante das oportunidades simples e evidentes, acabam desconfiando tanto que deixam passar. Até para ligarmos nossas lâmpadas, as forças positivas e negativas devem estar em equilíbrio. Tudo tem um ponto neutro. A paz está aí, na harmonia das nossas polaridades.

Nem o ceticismo, muito menos a credulidade cega, é capaz de levar-nos a nós mesmos, à nossa essência, que é o caminho que tanto buscamos. Ou, alguém acredita que vamos seguindo a vida em busca de encontrar o outro, a tal "cara metade"? Nossa vida só faz sentido se encontrarmos a nossa metade de nós mesmos e, inteiros, podemos nos unir ao outro, que juntos, seguiremos a Vida, ajustando aquilo que só fará sentido juntos. 

É assim que penso. Eu, como me vejo, sou tanto emocional, quanto racional, entretanto, o desequilíbrio consiste em não saber acessá-las nas horas certas e inverto... E, por isso, convivo e interajo com todo tipo de pessoas, entendendo o que dizem e fazendo-me ser entendida. Têm os que me descrevem como sensata, os que me descrevem como emotiva, os que me descrevem como fria... tem de tudo! Essas pessoas se deparam com partes de mim e julgam o meu todo. Natural. Esse é o meu desequilíbrio: usar a explosão no comando e a orientação fica solta, dentro de mim, parada no canal da explosão. Ao menos, não sou extremista, polarizada. Preciso ajustar o desajuste que me coloquei e me reencontrar comigo, retomando meu caminho a mim. Aos poucos, entendendo essa questão e, um dia, assimilo, internalizo, me alcanço e dou a virada que tanto almejo. Não sem base. Não sem esforço. Não sem cair. Não sem levantar. Não me privando de sentir minhas emoções. Não me privando de racionalizá-las e administrá-las. Não sem me conhecer, me permitir, me conceber. A Vida requer esse jogo de cintura, mas, também, das pernas, dos braços e da cabeça.Preciso sair da inversão das forças.

Esse assunto não se esgota aqui, no que penso, no que me determino a viver... ele faz parte do meu dia a dia, da continuidade, da sequência, das paradas, das "mudadas", das "seguidas", da minha vida!

Só plantando e construindo nossa felicidade ela terá espaço para Ser. Sejamos, pois, mais abertos, para que caibamos em nós mesmos, não sugando dos outros o que é dos outros. Já é tão puxado e cansativo lidar com nosso próprio caminho, com nossa própria construção, imagine gastar nossas reservas com os desajustados de plantão? Troca é uma coisa, sugar é outra... Para piorar, os sugadores não dão tempo e espaço para que reponhamos as forças. Por isso, tomo muito cuidado com os extremistas. Deles, como não encontrei meu ponto de equilíbrio, mantenho a DS - "distância saudável". Eles sugam sem dó e nunca estão saciados. Sentem-se ofendidos quando recusamos alimentá-los e se magoam. Seja de qual extremos for: os melindrosos, fazem uma chantagem emocional pesada - "o que é que custa, só estou te sugando um pouquinho..."; os racionais ao extremo, usam de palavras pesadas, secas e frias para atingir - "isso é bem característico de pessoas fracas...". Ambos tentam atacar o lado emocional do ser sugado, porque sabem que a força vital brota dali, da emoção - tanto que os animais são apenas emocionais (como acreditamos e/ou nos ensinaram). A força da razão é uma força fria, tanto que os robôs são apenas pragmáticos e, sem a energia vital nada são. O ser humano tem a capacidade de encontrar-se com o equilíbrio, porque traz as duas características.

Vamos nos auto avaliarmos, com honestidade, sem medo de nós mesmos e sem dizer: "eu já faço isso". Não é toda hora, tem o momento certo. Me falta essa disciplina de parar, sentar e meditar o equilíbrio das minhas forças. Nem zen, nem cético... apenas, concentrar num ponto, sem deixar de ver as extremidades - concentração e atenção. Viver é ajustar-se e, para isso, precisamos ter as forças certas nos lugares certos, nas horas certas. Chega do discurso vago do "complexo de Gabriela", até ela teve que mudar com o tempo. Nem idiota, nem esperto, apenas, humano, honesto e sincero. Com educação e cordialidade. Com respeito. Já percebeu que RESPEITO e COMPREENSÃO acaba sendo a base para tudo, até para o amor ser plantado e germinar? Compreendendo que equilíbrio é harmonia das forças, temos a capacidade de fazer esse ajuste, porque já o teremos identificado. Respeitando que cada força tem sua característica própria e importância, compreendemos que juntas movem o mundo e dão sentido à Vida, deixa Tempo guiar e sigamos, nos alimentando de amor verdadeiro, não de posse, ciúme, apego ou vaidade, como fazemos.

Ufa! Cansei. Esse assunto me sugou muito. Escrevi com um pouco de raiva, por conta de uma criatura sugadora de vitalidade alheia que se coloca como vítima, dizendo que os outros a sugam... Essa coitada, é tão rasa e vazia que vai dar trabalho a própria Vida para se encontrar... nem base de identidade tem... Olha, isso não é perseguição pessoal, não, mas, tem gente que só nascendo de novo! Essas pessoas podem se olhar no espelho e nunca se verão, porque nem sabem quem são... mas, nunca deixam de agir e suas ações dependem de atacar. Ouvir um "não" para essas pessoas é um start de loucura. Viram bichos - sem ofender os bichinhos - famintos que precisam sugar logo tudo.

Eu estou sem reservas ultimamente, porque precisei de mim mesma para acreditar e me permitir uma certa mudança em minha vida. Agora, preciso me recarregar. Nessa fase, fecho o cerco, mesmo, usando as reservas para esses casos, para me proteger. É mole, ter que ter um fundo de reserva para proteger o próprio espaço? Um invasor nunca respeita a delimitação de espaço alheio. O detalhe: eu não cedo, mantenho o "proibido ultrapassar" e os ataques continuam. Como estou desgastada, algumas bombas me atingem. Ou seja, tenho que me fortalecer em mim. Não adianta empunhar armas, a única arma que precisamos é sabermos qual o nosso espaço, porque, depois disso, ela pode jogar uma bomba atômica que sobreviverei. Será esse o segredo das baratas? ...

Beijos,

Pat Lins.

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