terça-feira, 4 de maio de 2010

"(...) Mas, não é a tristeza que mata." - Fernanda Young


"É preciso ter tristeza. Tristeza não é ruim. Quase todo mundo só quer escutar musiquinhas alegres, ir dançar em lugares barulhentos, ficar falando o tempo inteiro. Porque eles tem medo da tristeza. Mas não é a tristeza que mata."

(Fernanda Young)

Quando se fala em "preciso ter tristeza" as pessoas confundem tristeza - um sentimento real e necessário, que faz parte da gente - com culto à tristeza, à dor e ao sofrimento... isso é que mata... além da miséria entristecedora que pouco conseguimos ou estamos dispostos a desfazer!

Para mim, a falta de alegria ou consciência do que é felicidade é muito pior que tristeza. Tristeza é um sentimento, como todo sentimento, que surge em reação a algum estímulo. Não é para ser temido. É para ser compreendido, acolhido e deixar passar.

Toda tristeza já chega querendo ir embora. É um alerta. Uma reação. Um sentimento. Uma emoção passageira.

Perpetuar a tristeza, ainda que em forma de "pseudo alegria" é que dispara e mantém o sofrimento e des(re)caracteriza tristeza.

Não precisamos temer nossas tristezas. Precisamos temer o que nos faz desejar ocultá-las de nós mesmos, em vez de cuidá-la - ou, cuidar o que ocasionou - para deixá-la partir em paz e nos aproximarmos de nossa verdadeira paz interior.

Vamos conhecer mais nossas emoções e nos temer menos!

Abaixo a "cultura" ou culto a tristeza sem fim! Abaixo o tabu em falar de assuntos que doem, como se doesse mais ao falar. Abaixo a vergonha em sermos que somos.

Que se erga o novo tempo de busca e encontro do real significado de FELICIDADE, onde não se exclui nada e se inclui saber viver e lidar com TUDO.

Ser feliz é saber deixar ficar o que for para ficar e deixar passar o que tiver que ir e, ainda, se encontrar pleno e capaz de superar, em busca da manutenção de uma vida leve, saudável e sem rancores, raivas, dores intermináveis e incalculáveis. Ser feliz é um estado de espírito vivo. Ser feliz é uma questão de buscar e encontrar em toda e qualquer situação - conflituosa ou não.

Para mim, o tédio de não saber quem se é de como posso melhorar é muito mais "triste". O tédio de não acreditar em algo melhor... isso mata... mata qualquer identidade. E o que somos,afinal, além de nossa identidade real? De nossa essência?

"Se é para tentar ser alguém bem melhor, deixa eu tentar ser quem eu sou..." (Banda Hori)

Mas, quem eu sou? A gente sofre demais por não se assumir sendo quem é. A gente sofre demais, porque é mais aceito quem sofre - ainda que taxado por inúmeros adjetivos - do que quem supera. Quem supera - ou deseja superar - é tido como louco e/ou como pessoa fria e sem sentimento. Isso porque o sentimento aceito é a tristeza mascarada de dor necessária, mas, não falada, acomodada, engessada e alegremente sentida. Não se admite a tristeza em sua real profundidade e origem. Se admite a "tristeza por..." e esse por é que legitima ou não - de acordo com os critérios do julgo alheio - se se pode ou não assumir a tristeza ou mascará-la com outra tristeza e, na sequência, fingir alegria, para ninguém continuar a te julgar... Triste! Triste ser como somos e tão pouco fazermos ou nos dispor a fazer. Triste não poder "curtir" sua tristeza, para que ela passe e tenha que se entregar a curas superficiais, parciais e insuficientes, como "encher a cara", "tomar um bom porre" ou "fazer compras" - ai, esta eu adoro... pois é, sou humana, sou real e, quando dá, também afogo as mágoas em compras... risos. Triste! - risos.

Sejamos felizes sendo, a cada dia, cada vez mais, nós mesmos, no melhor significado que venha a ter!

VAMOS DEIXAR UM MUNDO MELHOR PARA OS NOSSOS FILHOS E FILHOS MELHORES NESTE MUNDO!!!

Sem morrer de tristeza, nem matar de falsa-alegria... para fazer parar de sangrar, é preciso limpar e cuidar.

Pat Lins - mais um grito desabafo!


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