Estava eu lendo o blog de uma colega, da época do curso de radialismo, TEM QUE SER AGORA?, e vi esse assunto lá colocado. Fazia tempo que queria falar sobre o tema, mas, ia deixando passar, já que, dentro de minha realidade, não convivo com jovens tão imaturos e inconsequentes, desse jeito. Porém, vi, um menino, que não passava de 10 anos de idade, perguntando a outro jovem onde comprar mais daquelas pulseiras pretas... A jovem com a qual ele interagia - e eu, mãe, tia, amiga, vizinha... cidadã, pessoa... fiquei "de butuca"... sim, era da minha conta. Ele era morador do condomínio onde mora minha mãe e onde residem crianças e jovens de diversas idades, incluindo minha sobrinha e volta e meia meu filho e seus amigos... onde muitos pais, mães e/ou responsáveis ignoram o que fazem seus filhos, alegando uma "confiança" fundamentada no vago da incredibilidade de que "seu filho" fosse capaz de fazer algo errado...- vasculho alguns orkuts desses jovens e as mães ignoram as comunidades das quais fazem parte. Meninas de 9 anos, inscritas como maiores de 18 e fazendo parte de comunidade pornográficas, com apelos sexuais fortíssimos e "baixo-astral", e as mães nem se dão o mínimo trabalho de olhar. Os filhos se fazem de vítma, falam com voz infantil, quase beirando o "tati bi tati" e os adulto - mães, pais, avós... responsáveis em geral... - caem e não se dão o benefício da dúvida, afinal, confiam tanto na educação que dão que esquecem que criança tem arte.
Pois sim, o menino de 10 anos, foi alertado sobre o teor da pulseira, e falou: "eu quero assim mesmo!" E a jovem interlocutora, parecia ser possuidora de bom senso, afirmou que não sabia onde vendia e que não fazia parte desse círculo de jovens "desmiolados". O pequeno guri saiu injuriado... pelo visto, estava "na seca"... risos.
Isso me fez pensar, em que mundo nossos filhos estão crescendo.Aliás, nós, atuais adultos, também crescemos em mundos diversos... Conhecendo, interagindo e convivendo com colegas, amiguinhos(as), vizinhos... gente. Urge a necessidade de nos doarmos às nossas crianças, fazendo um trabalho de base honesto, sincero e cercado de amor e informação. Não falo em ficarmos bobos/bobas e sucumbirmos à ingenuidade descabida, afinal, os "lobos maus" continuam a espreita, esperando por jovens "espertos" e "sagazes" que se acham tão "maduros" e "safos", que caem fácil, fácil na teia na própria arrogância e se atropelam em si pela necessidade de auto-afirmação... sendo presas fáceis e vítmas de um orgulho inundado de querer ser mais velho do que é... Qual jovem não tem essa sede de ser "adulto" antes da hora e viver aquele mundo de possibilidades que os adultos vivem? Qual jovem não alimenta essa fantasia?
Não, não precisamos nos tornar neuróticos, desconfiados... precisamos estar alerta e confiar em nossos jovens, mas, CONHECÊ-LOS, também, em todas as suas variações. Eu sempre vivi muito próximo aos jovens, é um mundo que me agrada sempre. Sei o que é ser jovem, porque já fui uma e nunca tive medo de ser careta - e nunca fui - mas, mantinha minha postura firme. Nunca precisei "encher a cara" para fazer parte de grupo algum. Nunca precisei provar droga alguma, nem curiosidade tinha. Sempre fui alegre, muito bem relacionada e aceita. Porque eu me aceitava. Minha educação contribuiu muito nesse aspecto. Aqui, falo como mãe e como filha, também. Porque, na prática, a gente vive a vida "lá fora", em contato com diversas pessoas, diversos mundos! E, quantas vezes, além dos limites familiares, queremos ser "algo" mais, para chamar atenção? Sei que existe a característica pessoal, né, "pau que nasce torto" é torto até o fim... Mas, uma educação honesta, dá uma oportunidade para esse "pau torto" assumir que assim o é. Eu acredito numa educação honesta, sim. Onde a gente assume que é falho, mas, que tem mais experiência de vida e que sabemos que não poderemos impedir nossos filhos de andarem nas ruas, viverem o "mundo lá fora", andarem com suas próprias pernas... Sim, dá um arrepio na espinha... um frio no estômago... Além de mãe, filha, irmã, tia, prima, amiga... pessoa... conheço vários outros tipos de pessoas e seus mundos e sei que existem mundos e opiniões diferentes das minhas, consequentemente, da educação que dou ao meu filho e da qual recebi de minha mãe e meu pai... Não precisa ir longe. Apenas se dê a oportunidade de parar alguns instantes - não, não é coisa de "desocupado"... é questão de se ocupar com a realidade onde seu/nossos filhos estão inseridos - na portaria do prédio, condomínio ou afim. Pegar seu filho na escola, chegar um pouco antes e ver como eles são em outro ambiente - ou desconhece que em nosso território a gente é quem quiser ser? A gente se utiliza de personas diferentes de acordo com os meios sociais onde estamos... isso é normal, naturalíssimo. Mas, precisamos ter cuidado com as máscaras que se apropriam e exigem mais espaço do que têm... os desvios de caráter... não vou enveredar nessa seara.
Nós, pessoas, mães, pais, família, amigos... na prática, nos envolvemos com o panorana geral que raramente nos damos tempo para averiguar e enxergar um pouquinho mais, além da miopia legitimada de "acreditarmos" nas limitações da visão de que "conhecemos" nossa prole. Precisamos ver em detalhes, sim, sem censurar, nossos filhos, porque "livres" eles são emoção pura; adrenalina; são "responsáveis" por si...
Essas pulseirinhas do sexo estão em todos os níveis sociais. Parecem simples pulseira plásticas - bem parecida com as que minha geração usava, na década de 80/90, mas, que não tinham esse teor, era apenas um acessório.
Vamos nos aproximar mais de nossas crianças. Sem lição de moral... coisa mais chata é adulto que "se acha" o umbigo do mundo... Quando me refiro a honestidade é na plenitude que essa virtude carrega, em abrir espaço, em abrir caminhos, para resolver algo; antes de tudo, desarmado, entregue, presente. Vamos mostrar para nossos jovens, que nós também já fomos jovens e que, num futuro próximo, eles serão os adultos. Não é exigir uma atitude de adulto deles, mas, reforçar que o tempo passa e esse lance de geração é atemporal. Todos passamos pelas mesmas fases: infância, adolescência, puberdade, fase adulta... Mesmo que nasçam novas terminologias, as raízes são as mesmas. Todo pai, mãe, adulto responsável, acha que tem que ser sério e ríspido para "impor" respeito. Balela! Respeito se conquista, se constrói uma relação sólida e propícia. Boa parte dos adultos acham que maturidade é falar grosso e estar sempre com a razão... Bom redefinirmos nossos valores e nos abrirmos para o crescimento. A gente não precisa ser "chato" para ter "razão". A razão existe em si... Não precisa de grandes explicações.
Pois bem, vamos nos aproximar mais de nossos jovens. Vamos nos entregar à informação, à pesquisa de campo, através da pesquisa de clima e meter as caras nas ruas, onde os jovens estão. Saber como são nossos jovens sob a ótica de outras pessoas, passando pela portaria da escola, do condomínio, das mães e pais dos coleguinhas, amiguinhos, vizinhos... Interagir! Vamos nos permitir interagir com honestidade e fazer parte da vida de nossos filhos - sem queimar o filme deles, tá?! Nada de ser inconveniente e invadir espaço individual. Conhecer um filho não é entrar a força em sua vida, é fazer parte de sua vida com respeito, limite e equilíbrio. Essa fórmula não é tão simples, requer de nós muito mais auto-conhecimento e HONESTIDADE. E aí, o bicho pega! Afinal adulto que se presa é "cheio" de razão.
Vamos estabelecer o elo da confiança, da via de mão dupla na relação com os filhos, onde eles sabem que podem contar conosco, mesmo que não passemos a mão pela cabeça, dando a devida "punição" para um erro cometido. Trabalhar isso com firmeza, sem dureza e estupidez. Tabu, preconceito... isso não facilita o diálogo...
Na prática, o mundo é do mundo! A gente faz parte dele, levando o nosso mundo interno e interagindo com vários outros mundos.
Com relação as pulseirinhas, pergunta se eles já viram alguém usar. Vai na internet - pesquisa no "pai dos burros" da web, o Google... rs. Procura saber o que eles acham sobre o assunto? O que quer dizer cada cor? Conversa franca e abertamente. Troca idéias. Alerta para o perigo que é. A gente sabe que cada cor é um apelo sexual, mas, como toda tribo tem sua linguagem, a informação a nosso favor é ponto positivo e confiança em construção. Vamos nos dar as mãos e levar adiante esse alerta.
VAMOS DEIXAR UM MUNDO MELHOR PARA NOSSOS FILHOS E FILHOS MELHORES NESTE MUNDO!!!