Temos tanto, mas tanto a prender vida a fora e vida a dentro, que nos angustiamos por nada, pela crença ilusória de que seremos mestres de nós mesmos em 1 segundo.
Aprendemos algo hoje, pronto, estamos prontos e preparados para o que der e vier, porque já somos experientes e calejados...
Eu penso assim: na vida, a gente faz nossas escolhas e isso quer dizer assumir que vai abrir mão de algo/alguém. Esse algo ou alguém, pode se sentir, até, desamparado, abandonado... a depender de como fazemos, de como conduzimos e do quanto ele está preparado para encarar e aceitar suas próprias escolhas, bem como ter maturidade e força - ainda que sinta a dor - para respeitar as escolhas do outro.
Ou seja, em vez de nos sentirmos cobrados e cobradores - devemos olhar e nos olhar em várias direções, porque sou EU para mim, mas sou OUTRO para outro EU, além de mim e por aí segue para todos e cada um de nós - devemos nos ver e ver o outro com olhos mais compreensivos. O que não impede de humanamente passarmos pelas fases de questionar, de culpar... ainda estamos aprendendo a engatinhar nesse processo de libertação pelo amor, minha gente, até hoje, só aprendemos e reproduzimos o padrão de aprisionamento... A diferença é libertar-se e libertar. Sentiu, sinta. Deixa a dor passar.
Já me coloquei - e ainda em coloco - muto como "vítima". Depois que coloquei minha DS - distância saudável - na prática diária, fazendo escolhas e escalonando o quem/o quê dou conta e o que não dou, apelo ao respeito a mim, ao meu limite e isso me faz me afastar, temporariamente, do que não creio ser prioridade para o meu momento. Na prática é bem mais simples, quando a gente entende que a ideia não é magoar, ferir ou se afastar do outro, muito menos, fugir do problema... é encarar e assumir-se tão humano que, naquele momento, não dou conta e é melhor não estar do que alimentar uma bomba. O que não me permito e não admito, é ter que me submeter a determinadas presenças apenas para compor cena. Eu vivo, não enceno. E isso, em mim, quer dizer que compreendo as características do outro e, se não combina com a minha, se não vibramos na mesma frequência, para que ficar batendo de frente? Isso, para mim é compreender: ver, entender e aceitar, sem brigas. Essa praticidade soa como frieza, e a diferença é que, ao me permitir isso, o efeito denso das presenças opostas - afinal, se essas pessoas nos incomodam, provavelmente, nós também as incomodamos... não existe um "foi ele(a) quem começou", é recíproco: indo e vindo - eu saio do raio de ação nefasto criado pelo mal estar de ambos e isso me permite diluir a emoção no início e não a corrosão posterior.
A DS - distância saudável - que falo há alguns anos e criei para minha vida, não é fuga no sentido amplo, é fuga no sentido momentâneo de reconhecimento dos próprio momento e das próprias limitações nesse momento. É saber identificar o limite da sua bateria para não gastar energia em algo destrutivo para si e para o outro.
No dia a dia, é simples. Porém, no início, foi doloroso: o medo, a culpa... É o tipo de coisa que não se senta e conversa: "olha, estou estabelecendo uma DS com você, por nós...". É o tipo de escolhas através da consciência: não é o momento. Nem todo mundo está predisposto em se ajudar a esse extremo... creio que nem eu esteja 100%.
É a vida. A gente vai vivendo. Vai criando mal estar ali e acolá. Vai lidando com mal estar criado pelo outro ali e acolá... e por aí vai. Todos somos EU, no individual, no subjetivo... mas, todos somos OUTRO, para os outros que não somos EU´s em nós, mas os EU´s de cada outro ser individual e subjetivo. Isso é social: vários EU´s pensando e agindo por aí e por aqui!
Com isso, a gente constrói um novo mundo: o EU que há em mim e, consequentemente, mais tolerante, compreensivo e paciente, melhoramos, aos pouquinhos, o NÓS que o nosso EU consegue dar conta...
Simples:
VAMOS DEIXAR UM MUNDO MELHOR PARA OS NOSSOS FILHOS E FILHOS MELHORES NESTE MUNDO, a começar por cada um de nós, de cada EU disposto a mudar e se melhorar, AQUI E AGORA, a todo instante, sem parar! Sem parar de aprender e sem parar de ensinar.
Pat Lins - pensando, agindo, refletindo... aprendendo... ensinando... indo!
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