Acabei de ler um livro - A Cabana - e senti pulsar dentro de mim uma pergunta - não, não é se a história é verdadeira "de fato", afinal toda história, ainda que seja inventada, traz uma verdade - mas, a pergunta que pulsa é: "se eu encontrasse Deus, cara a cara, como Mack qual seria a minha primeira pergunta?"...
Um jorrar de perguntas me veio, mas, cada uma perdia força em si... bastava ser formulada, em pensamento, que seu sentido se esvaía, elas "se respondiam". Mas, uma ficou: "como faço para deixar de ser 'juíz' da minha vida e da vida alheia?". Essa pergunta me faço constantemente, inclusive aqui, nesse meu cantinho, onde guardo alguns pensamentos importantes para mim - "se há uma importância, é importante" - e me senti sendo julgada. Se pudesse, daria esse livro de presente para tanta gente! Não apenas àquelas pessoas com traumas expostos, mas, ao máximo de gente possível. Trata-se de tocar os corações em busca de um mundo melhor. Sim, darmos a nós mesmos a chance de sermos alguém melhor; de transformarmos esse nosso planeta num lugar melhor, apenas melhorando a nós mesmos.
Trata-se de não só querer deixar um lugar melhor para nossos filhos, mas, deixar filhos melhores em nosso mundo. E é simples, porém, difícil - risos: perdoar; aceitar as mudanças; respeitar a si e ao próximo - leia-se próximo como qualquer outra pessoa que não seja VOCÊ! -; compreender que as leis de Deus e do Universo Divino não são imposições legais, como comparamos com as leis humanas, mas, que são amor, um amor acima de nossa inteligência e julgamento. Deus não é uma criação humana, Deus, é Deus. Como diz no livro: "Deus é verbo: Ele é.". Trata-se de não se ter certeza - como minha amiga Noemia sempre fala e age - mas, ter fé. E a fé é isso, crer em algo que nem nossa razão é capaz de "racionalizar". Deus é muuuiittooo mais do que isso: Ele, de fato, é!
Como nos prendemos e travamos, fechando as portas para relacionamentos que gostaríamos de ter tido, e evitamos, por tabu - aliás, tabu é um...a merda - ou outro sentimento nada nobre... eu mesma, gostaria de ter me aproximado de algumas pessoas - não me privei muito de viver em contato com quem quis. Fiz grandes amigos e tenho uma família imperfeita, mas, perfeita em nossa união - mas, uma "razão", "sem razão" me privou e evitei... até hoje, para ser sincera evito, algumas pessoas, mas uma, em particular. Na verdade, carrego um julgamento forte por essa pessoa e na posição de juíz que me coloco, o culpo pelo que me tira a cada dia, como um fantasma... culpo uma pessoa por ter privado meu marido de se amar, porque fora distratado por esse homem, por toda a vida... e, sem entender o motivo, de tanta raiva e rancor, de um homem, que poderia ter se libertado das tristezas de sua própria vida, sem levar a infelicidade para o próprio filho... enfim, a questão é que carrego essa "raiva" - com algumas "razões" pouco razoáveis - mas, que não me cabe - nunca me coube - julgar esse pobre coitado, que deve ser um infeliz preso dentro de si e incapaz de se perdoar, nem perdoar a própria vida... Veja quantas "infrações" eu cometi: julgar, condenar, evitar, sentir raiva... tudo isso de alguém que precisa de amor e oração para se libertar de toda crosta que se fechou. É buscar a pérola - tesouro com dor e sofrimento que traz a beleza e a preciosidade, através da oportunidade de se deparar com o belo - dentro daquela ostra. É entender, de fato, que Deus nem vai me punir, nem a ele, por vivermos avessos um ao outro, mas, que Deus espera que nós mesmos nos libertemos, para recebê-Lo em nossas vidas. Esse é o império divino, existir dentro de nós!
Lógico que essa não foi a única lição que tirei na leitura desse livro. Mas, só lendo para descobrir-se e libertar-se!
Ler um livro, vai além de críticas literárias e formas de cada um dizer a sua verdade. É uma maneira de estarmos diante de diversas verdades, sem deixarmos a nossa de lado. É entrar em mundos diferentes, sem julgamentos ou busca de padrões literários.
Outro livro que li e me abriu uma grande fenda em busca da minha transformação foi "Enseada do Segredo", de Morgana Gazel. Gente, ler é se deparar com nossas emoções o tempo todo. Quando paro para me avaliar, através da leitura do que me escrevo, como esse post - escrevo o que está dentro de meu coração, numa região íntima e pessoal, para mim mesma, num nível de abrangência da auto-leitura e em direção à minha razão e minhas limitações impostas, inclusive através de medos imaginários - me deixo tocar. A leitura por si só, já nos leva a uma leitura de nós mesmos. Como é recomendado re-ler o que se leu, afim de trabalhar as emoções despertadas e/ou represadas, leia-se sempre. Leio-me sempre! Minha vida não é nenhum mar de rosas, mas, também, não é uma inundação, ou uma casa invadida por terra, após as chuvas... mas, a maneira como me vejo e me amparo, me fortalece no processo de mudança. Ah, gosto de deixar bem claro esse meu pensamento: "me fortalece no processo de mudança", porque venho observando - não julgando, mas, observando... tem um pouco de julgo, sim... mas, não se expande, nem condena... - que muitas pessoas realizam exercícios de fortalecimento ao ego, ou auto-estima e não mudam... vejo pessoas que fazem ioga a anos e são iguais... vejo pessoas que frequentam igrejas ou religiões, te repetem a Bíblia inteira, mas, em suas ações... são contradições que vejo e constatei que a "culpa", ou melhor, a situação não depende do externo, e, sim, do interno. Você pode estar com alguma energia, tipo ansiedade, por exemplo, represada dentro de si e de seus questionamentos, você vai, dá um passeio na praia, mira aquela belíssima paisagem, faz algumas posições de ioga, se "acalma" e continua sendo a mesma pessoa... Por que não se pergunta de onde deriva o medo que sente e que vem gerando sua ansiedade, para curar a causa e se modificar e, através do mesmo exercício, livra-se da enrgia certa e capaz de empreender a sua mudança? A calma temporária acaba gerando um exército de gente que difama processos ou instituições que poderiam ajudar na transformação. Mesma coisa quem frequenta uma igreja, na hora do aperto vai, senta e se entrega às orações em busca de calma. As palavras, a força do ambiente, até a presença de Deus, pode-se dizer - já que Ele sempre nos ampara, onde quer que estejamos, desde que de coração aberto... não creio que Ele seja esse ser punitivo e vingativo... não combina com amor e perdão divinos... - geram seu conforto. Conforto alcançado, de volta a vida "normal" a pessoa faz e age do mesmo jeito... é hora de romper esse círculo vicioso. Vamos nos dedicar a viver um círculo virtuoso. Harmonia, amor, paz e serenidade verdadeiros e reais! Perdoar-se; perdoar. Libertar-se; libertar! Amor; amar!!!
Sempre é hora de andarmos para frente. Se permitir mudar e aprender com os erros é crescer e se libertar! É, ainda vou me libertar e me permitir conhecer essa pessoa que evito com tanta raiva descabida... sem expectativas, sem esperar que eu agrade... apenas, me libertar da posição de "juíz" e descer ao mesmo patamar, porque somos todos iguais.
Falando cara a cara com Deus... acho que deitaria num cais, a beira de um lago, debaixo de um céu perfeito e ficaria calada! Viveria a emoção. Mesmo sem vê-lo cara a cara, através dos meus olhos humanos e limitados, gosto de sentí-Lo e pedir perdão por volta e meia julgá-Lo... aceitar as dificuldades não é fácil, mas, não deve ser fácil para Ele nos ver destruir tudo que Ele criou com tanto amor, inclusive nós.
Falando cara a cara com Deus? Nós já estamos com Ele e Ele em nós, só precisamos, em vez de querer ver com nossos olhos que a terra há de comer, escutar e sentir. Vamos deitar e nos transformar em nossas cabanas internas!
Ah, para falarmos cara a cara com Deus, podemos nos olhar no espelho da verdade, do amor, do perdão, da entrega ao bem... e vê-Lo! Deus está aqui, aí, lá... em todo e qualquer lugar a todo e qualquer instante! Aliás, nós estamos Nele!
Deus abençoe! Muita paz!
Pat Lins.
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