domingo, 2 de novembro de 2014

RADICAL - LIVRE

Os leões poupam energia para a ação mais assertiva e precisa! Eles esperam a hora certa, respeitando que precisam de reserva de força para agir. Eles observam o comportamento da presa. Cercam e prendem com organização e planejamento. Assim, agem na hora certa, reduzindo as margens de erro. Não dá tempo para ficar errando...

Fico observando como nós empregamos essa palavra: RADICAL.

O tempo passa, passa, passa. Daí, um dia, você decide agir. Depois de tanto tempo passado e "perdido", uma ação é o mínimo que se faz para mudar e sair do ciclo vicioso. Vai doer, mas vai fazer! Nessa hora, no momento da ação, aqueles que inflexíveis vão dizer: "você está sendo muito radical! Não pode ser assim, de uma hora para outra...". Hora para outra? Tempo passando, passando, passando... passado! E o agora, tudo sempre igual - e isso não é ruim... mas o "tudo igual" como repetição de ações paralisantes são, sim, preocupantes!

Radical, para mim, é manter-se no vício. Radical em linguistica, refere-se, às vezes, à RAIZ. Assim, se fechar num ciclo vicioso é uma atitude radical de fincar-se naquela situação, sem evolução. Bom, o significado mais comum de radical é "pessoa que NÃO muda de opinião", assim, quando a gente decide agir e mudar uma situação, a gente não é radical, é ser ator, aquele que age.

Assim, algumas decisões "radicais", não são tão radicais assim... são transformadoras! E radical passa a ser aquele que permanecesse parado se justificando, em vez de ir falando e fazendo.

Quando somos obrigados - no melhor sentido da palavra "obrigação" - a enxergar quem somos e como estamos, vai doer, mas ou você se mantém radicalmente no seu ciclo, ou sai forçosamente dele. E os "radicais" são temerosos. Medo de escolher! Escolha é a cura para a repetição radical das mesmas atitudes.

Sei lá... não fui muito radical e não consegui dizer tudo o que queria, mas vejo meu tempo passar, tento administrar a ação da ansiedade com foco onde quero chegar - um passo de cada vez - e no que devo fazer - uma coisa de cada vez. Hoje, sou cautelosa, porém, olho de frente. Sinto a dor, sinto o impacto, mas me permito ver e pensar no como agir. O que não dá mais é para ficar preso a um paradigma. No meu tempo, isso não dá mais tempo! Também não quer dizer sair correndo, perdendo o fôlego... é preciso reunir forças para agir e isso só vem com reflexão e reflexão quer dizer ponderar... Coisa que o radical cego não faz... 

Sejamos ativos, mas com orientação. Ativo só por se mexer em qualquer direção é ser paralisado por ignorar a si; se debaterá e afastará as pessoas do seu convívio; olhará e verá que só ficam aos seu lado os visitantes, por um curto espaço de tempo. Se isso te agrada, viva assim, não é errado! Não existe erro em se aceitar como é e assumir que quer ser assim. Eu reconheço em mim algumas dores que ainda não dou conta de tocar. Mas, reconheço e assumo que elas existem. Eu sei. O saber nos tira da ignorância e nos clama a escolha. Entende?! Mas, se incomoda perceber que só tem visitas rotativas e não uma relação firme e segura, bom olhar de frente e se observar! Se conhecer ainda é o melhor caminho para curar.

A liberdade cura e a cura, liberta!

Livres da ignorância podemos nos curar; curados, somos livres para crescer e transformar!

O tempo passa, mas o Tempo é eterno. Como eu quero viver meu tempo?

Pat Lins - (a)temporal

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