"Já morreu" - maluco beleza e lendário do Conj Nossa Senhora do Resgate |
Nessa mesma semana, no mesmo dia, celebrei, com tristeza e consolo, o aniversário de 1 ano do falecimento da minha tia amada e que descansou em paz, ao redor da família, depois de tanta luta contra um câncer de mama agressivo e da luta com e contra a justiça, por conta do medicamento que a União liberou e a SESAB Estado embarreirou, sabe Deus porquê - não vou reprisar esses eventos.
Nesse mesmo dia, da mesma semana, soube que "Já morreu" havia de fato, morrido. Senti muito a perda de um senhor - que já era senhor, quando fui morar, ainda criança, com meus 7 anos, no Resgate, um condomínio/bairro popular; onde vivi por cerca de 20 anos. Esse senhor era chamado por cada um de nós de "já morreu". "Nada mais" era do que um mendigo. Um mendigo que só ficava para lá e para cá. Para cima e para baixo. Na verdade, acredito que eles fugiam do hospício Juliano Moreira e tentavam se resgatar no Resgate, haja vista, a quantidade de "malucos" pelo local. Ele era uma figura pitoresca. Todo mundo tinha contato com ele, bem como com Barão, Bega e outros.
Sei lá, nessas horas vejo como somos frágeis e, ao mesmo tempo, fortes diante do tempo. Um simples pedinte, alheio à nossa realidade - aparentemente, ao menos - com uma significância tão grande para nós. Vejo pais por aí que morrem e os filhos nem se abalam... E quantos de nós sentiu a morte de "já morreu". Como disse bem minha querida "tia Marleide", complementando muito bem esse post: "Muito estranho, sentir a falta de alguém que você conviveu sem dar muita importância.". Porque, nessas horas, a gente se dá conta de tanta coisa... - ou não... Quantos de nós acaba não dando a devida importância para as pessoas ao nosso redor?
Me veio essa inquietação saudável, essa vontade de fazer esse alerta - sobre as nossas relações: CUIDEMOS MAIS, COM AMOR SINCERO E PURO DE QUEM AMAMOS!
Isso não é para ninguém virar santo/a, não. Apenas para ficarmos atentos para com a simplicidade das relações humanas.
"Já morreu", que agora, de fato morreu e que Deus o tenha, era "amigão" da galera. Tinham os dias em que ele se enfurecia, mas, no geral, estava lá, solitário, perambulando. Interessante que os "malucos" não se sentavam juntos para bater papo... Raramente os via juntos - se alguém viu, me relate... - e nunca CRIAVAM confusão. "Já, já", como também o chamávamos, veio fazer um alerta: ninguém precisa estar colado e grudado para provar do amor. Bom, não vou dizer aqui que o amava, porque não era assim. Mas, o amor enquanto respeito a outro ser humano, sim, esse eu tinha por ele. Quantas vezes ele foi minha companhia - mesmo sem me acompanhar... - nas ruas vazias, nas noites que voltava de trabalho ou afins, descendo do buzu que ficava na rua principal do Cabula e até percorrer meus 1 km até minha casa, ele estava por lá, perambulando e aquilo me era um "alívio", por não estar só. É meio louco isso, mas, como eu e marido conversávamos, quem não é louco de perto? E muitos são de perto e de longe...
Enfim, a loucura saudável é essa que nos faz sentir falta; relembrar coisas boas; reviver bons tempos! A loucura saudável é um alerta a todos nós!
Isso não é para ninguém virar santo/a, não. Apenas para ficarmos atentos para com a simplicidade das relações humanas.
"Já morreu", que agora, de fato morreu e que Deus o tenha, era "amigão" da galera. Tinham os dias em que ele se enfurecia, mas, no geral, estava lá, solitário, perambulando. Interessante que os "malucos" não se sentavam juntos para bater papo... Raramente os via juntos - se alguém viu, me relate... - e nunca CRIAVAM confusão. "Já, já", como também o chamávamos, veio fazer um alerta: ninguém precisa estar colado e grudado para provar do amor. Bom, não vou dizer aqui que o amava, porque não era assim. Mas, o amor enquanto respeito a outro ser humano, sim, esse eu tinha por ele. Quantas vezes ele foi minha companhia - mesmo sem me acompanhar... - nas ruas vazias, nas noites que voltava de trabalho ou afins, descendo do buzu que ficava na rua principal do Cabula e até percorrer meus 1 km até minha casa, ele estava por lá, perambulando e aquilo me era um "alívio", por não estar só. É meio louco isso, mas, como eu e marido conversávamos, quem não é louco de perto? E muitos são de perto e de longe...
Enfim, a loucura saudável é essa que nos faz sentir falta; relembrar coisas boas; reviver bons tempos! A loucura saudável é um alerta a todos nós!
Sejamos mais nobremente loucos! Há loucura que cura! Há loucura que enlouquece. Há loucura que mata e destrói coisas simples. A vida é simples. O amor é simples. Amar tem sido tão complexo... Por quê?
Pois é, fica a pergunta que nunca cala, leve o tempo que levar e para tudo e qualquer coisa: POR QUÊ?
Porque sim! Oras! Porque não! Oras. Porque... talvez, dependa muito. Mesmo assim: POR QUÊ? Por que temos tanta dificuldade em sermos OFICIALMENTE felizes?
Por que tanta guerra e confusão? Por que individualismo foi confundido com egoismo? Por que bandido quer se vingar de polícia? Por que políticos são corruptos? Por que o céu é azul? Por que o sol não brilha a noite? Pois é... tantos porquês e "já, já", nem aí, porque ele, simplesmente estava por aí, se eternizando em nossas lembranças.
"Já morreu", vai em paz! Que Deus o tenha!
Esse alerta é para a gente que fica e continua. Para a gente que segue. Para a gente que já seguia. Para a gente!
Esse alerta é para a gente que fica e continua. Para a gente que segue. Para a gente que já seguia. Para a gente!
Pat Lins.
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