"Estranhos, hein, esses humanos?" ET, em visita recente ao Planeta Terra |
Magary Lord que diga... "estranho, hein?".
Juntei um belo papo com meu amigo-irmão Marcos Carvalho e a frase que ele colocou no face "como já diz Magary Lord: 'estranho, hein?'".
Pois é, estranhíssimo!
Tenho tido a impressão de que chegamos ao cúmulo de não ter mais idiotices para fazer. Gente, parece que abriram as portas do hospício mental e o povo enlouqueceu de vez. Eu estou com medo... As pessoas estão cada vez com mais medo de serem felizes e, para piorar, taxam quem quer se esforçar e ser feliz como loucos. Superar uma dor passou a ser sinônimo de frieza. Ser capaz e ter humildade de assumir que tem suas limitações passou a ser sinônimo de fraqueza. Mudar de idéia por entender que é possível se abrir e aprender sempre mais passou a ser sinônimo de falta de personalidade.
As pessoas chegaram ao cúmulo de deixar de viver literalmente suas vidas para encher o saco dos outros. E, vá você deixar claro que dali a pessoa não passa para ver o mundo desabar. As pessoas infelizes - ao meu ver, loucas - não só não se permitem ser felizes como ainda querem que todos ao redor o sejam para não se sentir diferente. O que caracteriza um povo é a maneira como se unem de acordo com seus objetivos. O problema é que, esse povo pode não ter objetivos em comum, mas, impor quais são os objetivos que DEVEM ser comuns e seguidos, senão, assina a sentença de morte social. E o objetivo do povo parece ser o mesmo, né? Deus é mais!
Minha preocupação é onde vamos parar - melhor, quando vamos parar?
O culto ao irreal é mais real do que a própria realidade. Estava vendo uma matéria sobre os tamanhos "plus size" e algumas revistas internacionais que decidiram incluir em suas capas a beleza e o charme das gordinhas em fotos com as poses como as modelos magras a força, para manter uma aparência de uma beleza de sacrifício. Em vez de se esforçarem em serem belas e saudáveis, se tornam o símbolo do "ser infeliz para ser feliz".Pois, sim, a tal revista causou polêmica por estampar a Tara Lynn, em sua capa. Estranho, porque, na época em que era "moda" mulheres cheinhas, estampar uma mulher magra causava polêmica. Já percebeu como somos induzidos - ou, conduzidos? Fiquei pensando: "se colocarem, mês a mês uma mulher gordinha na capa de uma revista famosa, não dou 6 meses para mudar muita coisa". Observem que já está começando... Mas, não é por um compromisso social de respeito às diferenças. Se fosse assim, as capas teriam destaques diferentes e não repetitivos e massificados. Tudo gira em torno de uma coisinha chamada "diferencial". Como já foi esgotado o tema "seja magra se quiser ser feliz" e piorado com o desespero e o aumento de anoréxicas, dietas malucas e sacrifícios desumanos, o mundo da moda ficou meio que, indiretamente, abalado. Fora que de tanto repetir, com a velocidade que o povo vem se cansando das coisas e exigindo "novidade! novidade! novidade!" os trunfos estão nas belezas exóticas - que ainda esbarram em preconceitos e, por serem um trunfo, não podem expor muito, para ser usado, apenas, na hora certa -; nos negros - que também esbarram nos preconceitos raciais e limita o comércio dessas imagens... -; nas modelos asiáticas - só que muitas já estão se ocidentalizando... enfim, o comércio de moda e beleza vem enfrentando grandes dilemas - todos com soluções, basta quererem. As modelos plus size vêm ganhando espaço pelo movimento das gordinhas saudáveis - nem todo gordo tem problema de saúde, como muitos pensam. Assim como magreza não é sinal de ausência de doença. Pois bem, o mercado, o comércio é que dá o tom. E se diz: "vamos ganhar um público maior - literalmente - será mais lucrativo". Tudo gira em torno do público-alvo. Se identificarem um mínimo de possibilidade, ou, um terreno fértil, vamos plantar lá! E isso é moda: algo que vai embora e outra "novidade" chega para não nos dar tempo de pensar. Já chega para ir... Coisa estranha, hein?
Gente, será que é tão difícil sermos autênticos? Será que ser quem se é dói mais do quê ser uma simples massinha amontoada em meio a um monte de outras massinhas enfileiradas e superficiais? Eu prefiro ser uma poeirinha cósmica, como diz minha amiga - magra de verdade, não por sacrifício ou moda - Morgana Gazel.
É estranho ver que somos claramente guiados e que seguimos essa infelicidade juntos. Quem quer ser feliz, que siga sozinho. E corre o risco de sofrer bullying. Nos prendem pelo medo de ser diferente, como se "ser diferente" fosse uma doença contagiosa. E isso não é lá no exterior, não. Isso é aqui, em nosso meio, em nossa família, em meio aos nossos colegas, amigos, comunidade, etc. Não me refiro a falta de ordem, isso, para mim, é uma maneira de se manter uma organização. Me refiro ao fato de ter que ser igual, vestir igual, mesmo sendo diferente. Estranho, hein?
Aí, a gente fica com a falsa sensação de liberdade, porque vivemos numa fase de liberdade, sem censura... Só rindo. A censura está em todo lugar, desde o cartel dos postos de gasolina - que fazem bullying com nosso bolso -, passando pelo serviço de transporte público - que pratica bullying com nosso dinheiro e com nossas roupas, com o corpo alheio e etc - até chegar ao fato de não atingirmos o patamar de sermos ricos, magros e altos - louro dá para ser com mais facilidade... Isso é liberdade? Vivemos a era da contradição: ora, tanta informação com tão pouco conteúdo e tão pouca credibilidade... era da liberdade de expressão com tanto medo de se expressar, para não ser exposto ao ridículo.
Eu até gosto de ser estranha nessa terra de gente tão normótica, tão inerte, tão vazia e tão sem graça... Fico vendo os loucos se proliferando, vendo as máscaras caindo e vendo as pessoas me dizerem: "olha, me desculpa por ter falado de você... você estava certa...". Eu preferia estar certa de que todo mundo pode ser melhor, do que si próprio. Quando falo "a gente tem que ser melhor" a maioria das pessoas entende que é competição... "melhor do que quem?". Não é melhor do que "quem". É o melhor que há em si. Todos temos algo de bom para se manifestar. E não me refiro ao "bom" da conveniência.
A gente pode ser um pouquinho melhor. Sem julgar. Aprender a entender que coisas acontecem é um bom começo.
Em plena era do photoshop, grama sintética e plantas artificiais... de magras sofredoras e gordas discriminadas... de que ser negro, índio, asiático, latino... é sinônimo de sub-raça, eu me pergunto: "quem é que cria essa realidade?" e, pior: "quem é que dá força e manutenção para essa realidade se instalar?".
Nesse mundo realmente surreal, como saber o que é realmente real? Tanta gente pensante, gastando a massa cinzenta com tanta estupidez! Até para ser contra isso, a maioria das pessoas se torna estúpido ao extremo no pólo oposto. Não precisamos de radicalismos tão ocos quanto os já impostos. Precisamos de soluções equilibrada, bem questionadas, pautadas em diálogos limpos e claros, sem melindres e sem intensão de imposição. Precisamos nascer de novo. Quem acha que o mundo vai acabar pela primeira vez está enganado... lembremos que houve aquecimento global até na era dos dinossauros... e o mundo acabou-se! A Terra fica, quem vai somos nós. Novos seres surgirão - ou você ainda acredita que nesses bilhões de anos os seres humanos dominaram? Os seres humanos são tão novinhos em relação ao planeta. E a gente jura de pé junto que coisa ruim é de outro mundo... pobres ET´s. Nós somos a raça mais cruel que eu já vi. Estranhos somos nós, humanos. Ô bicho esquisito esse tal de bicho homem, viu?! Tenha medo desse povo "normal" que sai condenando todo mundo em nome do "senhor, eu"...
Se a gente não sabe como vai ser "depois", façamos o bem agora. Façamos nosso melhor, agora! Enquanto há vida, há tempo de recomeçar! Alimentemos a nossa criatividade; nosso mundo de fantasia e sonhos!
Saudações terráqueos,
Pat Lins.