Olha, os agricultores são grandes sábios - aliás, já foram, né? Eles
sabem - aliás, sabiam... - respeitar o tempo de cada cultura. O rodízio da
terra era algo impressionante e demonstrava o respeito, o conhecimento e o
entendimento da importância de saber que tudo requer um tempo para fazer a roça
certinha até colher os frutos - a própria colheita. Deixa a terra descansar
para recuperar-se demonstrava a sabedoria de que não é só lançar a semente e
deixar lá. Existe todo um processo. Existe o tempo de cada coisa. Enquanto a
terra mais cansada descansava vazia, nos outro pedaços faziam-se o rodízio de
cultura - onde plantava feijão, agora, planta outra coisa e o feijão vai para o
outro quinhão. Isso mostra o quanto tudo está interligado e o quanto é preciso,
de novo, respeitar o tempo de cada coisa.
Eu estou me sentindo assim: no descanso de minha terra mental.
Outros espaços estão sendo utilizados de maneira ordenada, mas, alguns setores
estão desgastados - e já faz tempo. Não, não descuidei. Foi tentativa de
invasão de terra, mesmo. Do Movimento os Sem Terra Mental, onde pensam que só a
grama do vizinho pode ser mais verde, então, nem se ocupam em preparar a
própria terrinha mental, emocional, espiritual e psicológica. Fora a terrinha
física.
Minha terrinha está cansadinha e requisitou – como uma imposição –
que ela está na hora de dar frutos melhores e me disse: “STOP! Meu bem. STOP!
Eu sempre sobro no rodízio... você nunca me deixa parada. Eu preciso de um
tempo!” e pronto! Como não dei a devida atenção, olha o que ela fez: entrou em
greve. Mas, como é ética e comprometida, 40% da frota está em utilização e, nos
horários de pico, ela permite algo próximo de 80%. Ela sabe que é forte e que
conto muito com ela – tanto que a sobrecarrego... Tadinha, ela precisa de
descanso.
Depois de muito relutar, nada mais justo ceder. Estou em descanso
mental. Sem brigas, sem estresse, sem rompantes... Tem sido uma bela
experiência. Os invasores, coitados, viram que retirei as cercas. Acho que isso
assustou... Não é de minha conta, né? Ah, não estou calminha, calminha – como na
propaganda de um calmante natural onde gritavam: “a vaca foi para o brejo!” e o
cara fica lá, deitado na rede, calminho, calminho... – estou, como posso
dizer... deixando a terra descansar e se quer estressar, faça-se a ti mesmo.
Não deixo de ver, agir ou fazer o que precisa ser feito, mas, apenas o que
precisa ser feito por mim.
Agradeço a minha mente – como a de todo ser humano, ela é
brilhante! – em me exigir seus/nossos direitos de recuperar os nutrientes.
Legal, parece que minha colheita vai ser boa, porque estou respeitando o TEMPO
de cada coisa, fazendo roça nos lugares devidos e deixando descansar os
merecidos e necessários. Sabe terra onde plantando tudo dá? Somos nós!
O que vou plantar agora? De agora em
diante, planto felicidade! Meus defeitos, meus ímpetos? Lógico que existem.
Estão aqui. De vez em quando eles têm voz ativa, também. Sou perfeita, não,
minha gente. Mas, a vida me deu uma expertise – é! – e entendi que tem tempo
para tudo. Tem hora para o desespero? Ter, não tem não, mas, instituímos essa
política e passamos a acreditar piamente que ela é necessária. Portanto, como
faço parte dessa cultura louca do dia a dia, também me desespero... Daí veio a
requisição justa da minha querida e estimada mente: descanso para ela se
recuperar. Desespero resolve alguma coisa? Vi uma frase muito legal no “O
Curioso caso de Benjamin Button” e diz que “Para o que vale a pena, nada é muito
tarde, ou no meu caso muito cedo – para ser quem você quer ser. Não há tempo
limite; você para quando quiser. Você pode mudar, ou ficar igual – não há
regras para isso. Nós podemos tirar o melhor ou o pior disso. Eu espero que
você tire o melhor. Eu espero que você veja coisas que te deixem sobressaltada.
Espero que você sinta coisas que nunca sentiu antes. Eu espero que você conheça
pessoas com um ponto de vista diferente do seu. Eu espero que você viva uma
vida que se orgulhe. Se você ache que não está acontecendo, eu espero que você
tenha a força para recomeçar tudo de novo. “.
Ande o tempo para a frente ou
para trás, a gente nunca sabe o que fazer, mesmo... Melhor entender isso e começar
a fazer o que É para ser feito. Assim, a terra agradece. Assim, nossos corpos -
físico, mental, emocional e espiritual – agradecem. Isso é saber fazer um bom
cultivo de si. Isso é plantar a própria felicidade!
E, lembremos:
“Você pode ficar chateado com a
forma que as coisas aconteceram. Pode xingar, amaldiçoar o destino, mas quando
chega o fim, você tem que aceitar.” (Capitão Mike – “O curioso caso de Benjamim
Button).
Que saibamos aproveitar cada
oportunidade – inclusive as que deixamos passar – para entendermos que estamos
aprendendo. Tiremos a d Culpa do caminho... ela é uma praga e espantalho não
resolve, ou corta pela raiz ou ela prolifera e domina, destruindo tudo, toda a
terra fértil. Em terra que se plantando tudo dá, dá erva daninha, também. E a
culpa é bem pior... Plantemos felicidade. Com a semente certa, ela dá frutos,
sim. O fruto? Nosso EU.
Pat Lins.
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