quinta-feira, 31 de maio de 2012

NOSSA MENTE: TERRA QUE SE PLANTANDO TUDO DÁ.


Olha, os agricultores são grandes sábios - aliás, já foram, né? Eles sabem - aliás, sabiam... - respeitar o tempo de cada cultura. O rodízio da terra era algo impressionante e demonstrava o respeito, o conhecimento e o entendimento da importância de saber que tudo requer um tempo para fazer a roça certinha até colher os frutos - a própria colheita. Deixa a terra descansar para recuperar-se demonstrava a sabedoria de que não é só lançar a semente e deixar lá. Existe todo um processo. Existe o tempo de cada coisa. Enquanto a terra mais cansada descansava vazia, nos outro pedaços faziam-se o rodízio de cultura - onde plantava feijão, agora, planta outra coisa e o feijão vai para o outro quinhão. Isso mostra o quanto tudo está interligado e o quanto é preciso, de novo, respeitar o tempo de cada coisa.

Eu estou me sentindo assim: no descanso de minha terra mental. Outros espaços estão sendo utilizados de maneira ordenada, mas, alguns setores estão desgastados - e já faz tempo. Não, não descuidei. Foi tentativa de invasão de terra, mesmo. Do Movimento os Sem Terra Mental, onde pensam que só a grama do vizinho pode ser mais verde, então, nem se ocupam em preparar a própria terrinha mental, emocional, espiritual e psicológica. Fora a terrinha física.

Minha terrinha está cansadinha e requisitou – como uma imposição – que ela está na hora de dar frutos melhores e me disse: “STOP! Meu bem. STOP! Eu sempre sobro no rodízio... você nunca me deixa parada. Eu preciso de um tempo!” e pronto! Como não dei a devida atenção, olha o que ela fez: entrou em greve. Mas, como é ética e comprometida, 40% da frota está em utilização e, nos horários de pico, ela permite algo próximo de 80%. Ela sabe que é forte e que conto muito com ela – tanto que a sobrecarrego... Tadinha, ela precisa de descanso.

Depois de muito relutar, nada mais justo ceder. Estou em descanso mental. Sem brigas, sem estresse, sem rompantes... Tem sido uma bela experiência. Os invasores, coitados, viram que retirei as cercas. Acho que isso assustou... Não é de minha conta, né? Ah, não estou calminha, calminha – como na propaganda de um calmante natural onde gritavam: “a vaca foi para o brejo!” e o cara fica lá, deitado na rede, calminho, calminho... – estou, como posso dizer... deixando a terra descansar e se quer estressar, faça-se a ti mesmo. Não deixo de ver, agir ou fazer o que precisa ser feito, mas, apenas o que precisa ser feito por mim.

Agradeço a minha mente – como a de todo ser humano, ela é brilhante! – em me exigir seus/nossos direitos de recuperar os nutrientes. Legal, parece que minha colheita vai ser boa, porque estou respeitando o TEMPO de cada coisa, fazendo roça nos lugares devidos e deixando descansar os merecidos e necessários. Sabe terra onde plantando tudo dá? Somos nós!

O que vou plantar agora? De agora em diante, planto felicidade! Meus defeitos, meus ímpetos? Lógico que existem. Estão aqui. De vez em quando eles têm voz ativa, também. Sou perfeita, não, minha gente. Mas, a vida me deu uma expertise – é! – e entendi que tem tempo para tudo. Tem hora para o desespero? Ter, não tem não, mas, instituímos essa política e passamos a acreditar piamente que ela é necessária. Portanto, como faço parte dessa cultura louca do dia a dia, também me desespero... Daí veio a requisição justa da minha querida e estimada mente: descanso para ela se recuperar. Desespero resolve alguma coisa? Vi uma frase muito legal no “O Curioso caso de Benjamin Button” e diz que “Para o que vale a pena, nada é muito tarde, ou no meu caso muito cedo – para ser quem você quer ser. Não há tempo limite; você para quando quiser. Você pode mudar, ou ficar igual – não há regras para isso. Nós podemos tirar o melhor ou o pior disso. Eu espero que você tire o melhor. Eu espero que você veja coisas que te deixem sobressaltada. Espero que você sinta coisas que nunca sentiu antes. Eu espero que você conheça pessoas com um ponto de vista diferente do seu. Eu espero que você viva uma vida que se orgulhe. Se você ache que não está acontecendo, eu espero que você tenha a força para recomeçar tudo de novo. “

Ande o tempo para a frente ou para trás, a gente nunca sabe o que fazer, mesmo... Melhor entender isso e começar a fazer o que É para ser feito. Assim, a terra agradece. Assim, nossos corpos - físico, mental, emocional e espiritual – agradecem. Isso é saber fazer um bom cultivo de si. Isso é plantar a própria felicidade!

E, lembremos:

Você pode ficar chateado com a forma que as coisas aconteceram. Pode xingar, amaldiçoar o destino, mas quando chega o fim, você tem que aceitar.” (Capitão Mike – “O curioso caso de Benjamim Button).

Que saibamos aproveitar cada oportunidade – inclusive as que deixamos passar – para entendermos que estamos aprendendo. Tiremos a d Culpa do caminho... ela é uma praga e espantalho não resolve, ou corta pela raiz ou ela prolifera e domina, destruindo tudo, toda a terra fértil. Em terra que se plantando tudo dá, dá erva daninha, também. E a culpa é bem pior... Plantemos felicidade. Com a semente certa, ela dá frutos, sim. O fruto? Nosso EU.

Pat Lins.

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