Tem coisas que a gente sabe como resolver e que é uma questão "simples, assim"... Só que, para ser simples assim, não é tão fácil, assim.
Se desapegar do complexo é muito mais complexo do que se pensa. Aceitar a simplicidade da solução requer muita auto-confiança. E, auto-confiança é segurança de que se sabe quem é e o que quer, mesmo sendo diferente do que o corpo invisível, intangível e incalculável, chamado de "sociedade" - minimaximizado nos grupos sociais em que estamos inseridos - espere que você seja. Fazer o que se gosta e ser quem é provém de uma habilidade leve e sutil do desapego, de equilíbrio e serenidade - não, muita gente diz que é, mas, não é simples assim... Nesta caso, é mais fácil acreditar que se é, do que encarar a simples realidade de que ainda falta muito...
Eu, por exemplo, tenho caído na real de que o esforço para não julgar, nem criticar o outro é muito mais difícil do que supunha. Quando vejo, já estou julgando e isso é falta de respeito às diferenças. Se eu acredito que as pessoas são como são e que eu não posso mudá-las, como me pego questionando suas atitudes e repleta de "soluções" para a vida alheia, precisando a minha de soluções? Quantos de nós age assim? Recentemente, convresando com um grande amigo-irmão, pude ver que todos nós somos assim e cada um tem uma explicação bem debaixo do nariz e nem se dá conta. No caso dele, ele criticava severamente um amigo em comum e afirmava: "Eu já cansei! Dou oportunidade para ele e ele nunca leva adiante. Tá pensando que é brincadeira. Acha que não vai crescer..." (não posso entrrar em muitos detalhes, mas, como foi essa frase que me deu o start, já está bom...). Foi quando me toquei de algumas coisas e fiquei pensativa. Ele, creio que percebeu meu "devaneio" - foi tão forte que eu saí de órbita temporariamente e os pensamentos me dominaram - risos - e me disse: "Hoje eu tô falando os podres de todo mundo, né?!..." - falou caindo em si, porque o legal dele é isso, ele não tem melindres - agora, depois de ter se trabalhado muito. Eu meio lá, meio cá - kkkkkkkk - não enveredei, nem revelei o teor e a gama dos pensamentos que pululavam em meu território fértil: minha mente e, apenas, perguntei: "'Fulano' deve ter algum distúrbio, não tem não?" - perguntei a considerar, não a ironizar. E ele me respondeu: "Tem, déficit de atenção. Se isso for justificativa eu vou atribuir o que aos meus problemas...? Uma pessoa tão inteligente, escreve divinamente bem... de repente, a cabeça fica lá, cheia de coisa ao mesmo tempo e ele trava. Eu digo logo: comigo não, organize aí seus pensamentos..." Pois, foi quando me segurei para não criticá-lo pela cegueira e severidade desmedida e dei exemplos de como uma criança com essas caracterícas age e cresce assim, que se trata de um distúrbio patológico, não emocional. Um desequilíbrio emocional já é um transtorno, quem dirá algo que nacse com você... E o respeito ao outro? Para "defender" um, teria que julgar o outro. E foi o que acabei fazendo, ao tomar partido. Vi que meu amigo ainda é extremamente carente. Porém, de um novo ângulo que nem ele se deu conta: ele precisa fazer pelos outros, para se sentir completo. Ou seja, tenta tapar os buracos do outro e não vê que o seu se alarga, através da impaciência e da falta de compreensão. Quando a gente não compreende o outro lado, sinal de que tem algo em desequilíbrio na gente. A gente julga o tempo inteiro.
Tudo ao seu tempo. Tudo é possível. |
Um exemplo legal é ajudar um amigo a arrumar emprego. Passei muito tempo desempregada e, hoje, voltei a trabalhar. Esse amigo me arrumou. Eu não gosto de dar aula, não sou professora e não acho fácil ser. O fato d´eu ser comunicativa não me torna professora. É uma questão de gosto e de falta de didática. Definitivamente, não tenho. Mas, aceitei o desafio e estou encarando. Conheço a disciplina muito bem e os alunos merecem meu melhor. Aceitei o desafio por motivos pessoais. Interpretei, nessa mesma conversa citada acima, que ele estava "me impondo", como se fosse "mais uma chance" que ele me dava... Ao dizer que "eu procuro dar oportunidade às pessoas, se não quiser, eu não posso fazer nada. Não tenho paciência para essas coisas. Sou muito prático." . Hoje, ele aprendeu, no ritmo dele e no caminho dele, ser assim e despertou um pouco mais de segurança. Mas, pessoas "práticas" demais, perdem um pouco do senso prático do real e é um cuidado que precisamos ter - "precisamos" = todos nós. Senão, vamos de um pólo a outro e vivemos a praticidade "ideal", que emerge dos nossos próprios conteúdos. Tornamos-nos egóicos. E isso é um sinal de que algo está em desordem, aí. Toda essa avaliação me veio prontinha, no start, por conta da sequência de suas falas. A aceleração, a angústia, a falta de paciência... tudo isso remete a descontrole - não que ele seja descontrolado, pelo contrário, mas descontrole emocional, natural, de quem perde naturalmente a paciência após esforço e entrega. Por isso que dei esse exemplo, para que saibamos o que é ser, de fato, auto-confiante, sensato e sereno e que, mesmo assim, ainda caimos em algumas derrapadas. A gente precisa perceber que se auto-intitular "seguro", não quer dizer que seja, como, também, não quer dizer que não seja... Mas, ao se auto-observar e se auto-analisar, enxergar e se "cuidar", pode-se chegar lá. Ajudar ao outro requer muito mais verdade e honestidade do que se pensa. Estender a mão é um ato solidário e solidariedade é uma virtude riquíssima. Não cabe nela o exibicionionismo, muito menos a característica de se "achar" humilde, sem, de fato ser. Se sentir o "capaz" de resolver o problema alheio, em vez de descobrir um oportunidade e socializar, é muito perigoso. É como pisar fundo no acelerador e não perceber o velocímetro subindo, se extasiando com a adrenalina em alta, que, por sua vez, é ilusionista. É dar cobrando... esperando que a reação seja a que a gente espera que o outro tenha. Observação: como aproveitei de um exemplo para desenrolar meus pensamentos, pode parecer que tudo está relacionado com meu amigo, mas, não é... apenas onde o cito. Fora isso, o resto é desenrolar de meus questionamentos. Penso ser importante essa ressalva, porque, na escrita, assim como na fala, acabamos suprimirndo algumas informações, esquecendo de estabelecer espaço e sinal de "começa aqui" ou "termina aqui" e tudo parece uma coisa só, né verdade?!
A gente se auto-transformar e se permitir ser O melhor que HÁ dentro de cada um é mais do que achar que é... É SER. E, como volto e meia falo, só se é sendo!
Como sempre me falo e escrevo aqui, mesmo assim, ainda preciso internalizar, as coisas simples, são as mais difíceis de serem feitas, por isso são simples assim. Porque se fosse difícil, a gente viveria na desculpa de que "não conseguiu", "não fez"... porque era difícil. Penso que foi a partir daí que nos condicionamos a valorizar o complexo, porque passa por um outro caminho e o simples fica lá, para ser "ridicularizado". Quem por ali envereda é taxado de inúmeras coisas... Mesmo de fora desse caminho que, hoje, quero entrar, vejo que quem está lá dentro, não é atingido por quem está de fora, porque no caminho da simplicidade, não há espaço para sofrimento, angústia, agonia, julgamento, condenação, orgulho, vaidade e essa linhagem aí. Nesse caminho, só há espaço para ser feliz em plenitude, através do respeito, compreensão, humildade e amor!
É, amigos, a vida É SIMPLES, MAS, NÃO É TÃO FÁCIL ASSIM... tido é uma questão de equilíbrio, ou, pelo menos, busca.
Se a gente se entregar e se esforçar, sim, podemos nos tornar pessoas melhores e alimentar o movimento de
DEIXAR UM MUNDO MELHOR PARA OS NOSSOS FILHOS E FILHOS MELHORES NESTE MUNDO, a começar por cada um de nós!!!
Mas, é isso mesmo, a gente está aqui para aprender a cada dia; para expandir; para andar para frente - mesmo quando nos permitimos ficar parados... um dia, a necessidade de andar grita e a gente corre, para, com tempo, começar a caminhar. Tudo ao seu tempo, ao seu ritmo. De acordo com sua vontade, sua história... A gente sempre vai ter uma opinião perfeita para o outro. Um dia, saimos dessa posição e começamos a nos ver, em primiro plano. Aqui no blog, mesmo, tanta gente me dá sugestões o tempo todo. E é ótimo, desde que entendam que escrevo para mim e partilho com quem quiser ler... Se concordar, achar interessante, me utilizo da sugestão. De qualquer maneira, fico grata, pelas demonstrações de interesse, mas, não tenho como fazer o que cada um quer... Já recebi sugestões contraditórias... e aí, como fazer para agradar a todos? A gente precisa ser menos crítico e exigente. Para tudo, moderação. Levar tudo a ferro e fogo, como falam, é exagero. Ah, ser menos exigente não quer dizer ser passivo, viu?! Equilíbrio e exigência comedida.
Beijos,
Pat Lins.
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