domingo, 13 de junho de 2010

RAIVA E FORTES EMOÇÕES!!!

Para variar, em nossos padrões de educação hipócrita - e vai saber quando e porquê isso começou... - a gente é "ensinado" a "não sentir" raiva, porque é feio e as pessoas podem não gostar, fora que podem "achar" que você é louco e/ou uma pessoa má...

Sinceramente, não sei o porquê de tanto medo em assumirmos nossas emoções mais básicas - ainda que as fortes e desagradáveis, se elas existem mesmo?! Falar que não sente já sentindo é que é loucura.

Raiva é algo que explode, nos pega no susto, diante de um estímulo que toca naquilo que nos incomoda... talvez nunca saibamos o motivo que leva a despertar, mas, dá para gerenciar isso. Raiva é algo que quando você vê, ela já está. Só deixar passar, aí está nosso esforço saudável. Deixar ela ir. Negá-la só a alimenta e a mantém dentro de nós, nos corroendo: primeiro por nem sempre podermos extravasá-la, pelo medo, por tabu... por limitação e a "engolimos"; segundo, porque, se a gente não a deixa ir, ela vai se alimentando da gente.

Não me refiro a agressividade, exaltação, exagero... e sim ao simples fato de negarmos a raiva e sua explosão, bem como outras fortes emoções. Não levanto a bandeira para a arrogância, a falta de educação, estupidez... apenas me refiro a raiva, por exemplo, se alguém pisa em seu calo. Pois é, vai negar que o susto, a dor inesperada... vai despertar uma raiva? Mas, passados esses segundos iniciais de quem foi "pego de surpresa" - uma surpresa bem desagradável, mas, acidental - deixa ir e recobra o bom senso, a vida segue.

A gente precisa conhecer um pouco mais sobre nós mesmos e nos aceitarmos como somos - sem nos acomodarmos a essa verdade, do tipo: "eu sou assim mesmo. Pau que nasce torto, morre torto"... Isso é desculpa esfarrapada, até porque nós não somos "pau". Dói "pra cacete", viu?! Mas, é muito melhor se livrar desse peso e dor eternizada das permissividades destrutivas, como se negar, do que não ter a oportunidade de ser algo melhor. A grande questão é respeitar. Respeitar a si, ao outro, a todos e a cada um. Pedir desculpa. Não se aproveitar de querer mudar para descarregar nos outros, enquanto não se "ajeita internamente". Compreender que nem todo mundo pensa como eu, como você... cada um tem seu tempo, seu ritmo, sua história, suas referênciasm, suas verdades, seus desejos, seus anseios... cada um tem seu próprio mundo e coexistir é o mesmo que administrar as diferenças; equilibrar; é respeitar! É olhar daqui para frente e seguir. Fui uma pessoa estúpida até ontem, hoje, estou disposto a ser mais compreensivo, mais cauteloso com as palavras e expressões, sincero e honesto - completamente diferente de invasivo, inconveniente... Isso, também não quer dizer que vamos mudar como um estalar de dedos, nem que não vamos continuar errando e/ou cometendo outros erros. Somos eternos aprendizes. O diferencial é a disposição que temos para continuar o "aqui e agora" como lema e propósito de mudança.

Cada um de nós precisa aprender a lidar consigo, antes de tudo. Precisamos aprender a lidar com nossas emoções, não estrangulá-las dentro de nós, nem perpetuá-las em forma de agressividade alheia, machucando o outro com o "dom" da estupidez e arrogância. Ninguém pode se valer de ter uma vida mais sofisticada para pisar no outro e muito menos se achar melhor por conta de sua condição financeira. O respeito é condição primordial para a boa convivência em qualquer instância.

Sentir e viver a raiva é sentir e viver uma emoção ruim, mas, que faz parte da gente e não há uma controle rigoroso, ela existe em cada um de nós. Saber como lidar com ela é que faz a diferença positiva ou negativa. Tolerância, paciência, compreensão, respeito, são virtudes que estão dentro de cada um de nós, expostas de maneira variável - cada um tem seu grau - porém, todos temos o verdadeiro potencial de permití-las emergir. Engraçado, a gente aprende a fingir e/ou omitir a raiva por uma necessidade de "aceitação" de fachada; alegamos que as virtudes podem ser expostas e na verdade, na prática, colocamos toda raiva para fora, canalizada em diversos disfarces diários e dizemos estar exercendo as boas virtudes da paciência, cautela, calma e afins. Urge ou não, a necessidade de se fazer conhecer o que é cada emoção que EXISTE, quer a gente queira ou não, dentro de cada um? Precisamos ou não aprender mais sobre nós? É gritante ou não a necessidade de nos enxergarmos como HUMANOS, pessoas, gente, com um potencial infinito para o bem?!

A gente precisa aprender a ser gente. Eu estou cansada desse mundo de fingimento e aceitação às máscaras, às fachadas, ao superficial! Para mim, chega. Isso não é apelo para grosseiria. Isso é um apelo ao bom senso - o de verdade -, ao equilíbrio, à busca, à entrega e à disposição de querer ser e fazer mais por si e por esse mundão de meu Deus. Isso é querer dizer que sim, nós PODEMOS DEIXAR UM MUNDO MELHOR PARA OS NOSSOS FILHOS E FILHOS MELHORES NESTE MUNDO - incluindo, cada um de nós, afinal, a melhor educação é a real, aquela que passa pela referência da coerência entre atitude, pensamentos e palavras!

Mania de temer o que é inevitável e que existe dentro da gente. Mania de temermos a nós mesmos. Mania de querer ser o que não é para agradar e gerar uma sequência de infelicidade em nossas ações. Mania de não perecebermos que mesmo negando, continuamos agindo e fazendo, justamente, aquilo que negamos, como se apenas falando que não é, a situação por si só se transformasse. Ingenuidade ou idiotisse? Essa é uma grande dúvida que carrego: sou ingênua ou idiota, por também agir assim?

Tudo é um processo. Mas, o esforço diário e o fato de estarmos dispostos, hoje, a fazer diferente e mudar é que conta. Cada dia de vitória - principalmente, as pequenas. Essas são poderosas. Incrivelmente, poderosas. - é uma soma positiva em nosso grau de mudança. É um ponto de fortalecimento para mudarmos o mundo. E, se no final o que vale é a soma de tudo, cada pontinho se transformará numa plenitude. A salvação de nossa espécie é descobrir o poder da união. Nossas imperfeições existem, mas, cada movimento de melhorar, somado a outro movimento - o meu, somado ao seu, somado ao dela, somado ao dele... - alcança a perfeição da busca e do processo de transformação para o bem.

Não precisamos negar nossa essência, precisamos conviver com ela e dela tirar o melhor que há em nós, sem fingir que não existem sombras - o "mal" - dentro e fora de cada um e de todos nós! Precisamos falar mais abertamente sobre as coisas boas, incluindo assuntos pesados, na intenção de transformar, porque isso é bom: transformar o "mal". Só tendo consciência, conhecendo, é que podemos mudar. Só se transforma o que se sabe, o que se vê, o que incomoda.

Vamos aprender a tirar mais proveito de nós mesmos!

Pat Lins.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixe aqui seu comentário/participação. Obrigada, pela visita! Volte sempre!

LinkWithin

Related Posts with Thumbnails