quinta-feira, 30 de abril de 2009

COLCHA DE RETALHOS

Nossa vida é feita como uma colcha de retalhos, alguém já parou para se dar conta, de verdade?



Já viu uma colcha de retalhos sendo feita? histórias são contadas, passados trazidos à tona, esperança em meio ao presente. Lembranças, cobranças, transformações!



Muito de nós está preso a um passado que nem nosso é... já me referi a essa expressão como: "somos filhos de filhos, que são filhos de filhos...", onde deixo claro que sempre somos mais filhos e as consequências de nossas "criações" do que pais, de fato. Nós, então, somos o passado do passado... é isso?! Muito provável. Penso que tudo o que nos prende está no passado, ao passo que o que nos liberta está no presente, o presente da vida e de estar vivo! O futuro envolve todos os tempos anteriores. Tudo pedaços, fragmentos, começos e fins e recomeços e continuações. RETALHOS. Somos pedaços de nós mesmos. De todo, por inteiro; de cada pedaço, um pouquinho; de tudo nosso, um tiquinho; de cada parte o enfim; de cada fim, um começo; de cada começo, recomeçar! Somos todos de pedaços, por inteiro ou em partes. Somos partes de um tudo, sempre a terminar, num breve continuar.



Nada passa, tudo fica, mesmo que não nos lembremos. Tudo implica, nesse caminhar.



Não precisamos romper com o passado, só não precisamos nos ATER ao passado. Passou. De tudo que foi ruim, algo de bom existiu, você viu?! Oportunidades surgiram, senão, estaria ainda lá, num passado qualquer e igual... É, a gente nem percebe... Não nos damos conta da quantidade de coisa que existiu. Não nos damos conta da infinidade de coisas que existem. Não nos damos conta de que cada escolha, um rumo. Se não tomarmos, como sabermos? Se mudarmos...? O que mudarmos? Por que mudarmos? Continuarmos? Onde está a certeza? Todo caminho é torto, como toda decisão. Erros acontecem, natural! ACERTOS são oportunidades aceitas para renovar, inovar ou continuar.




Na nossa colcha de retalhos, somos reflexo de histórias anteriores. Sempre seremos reflexos e refletores. A todo instante, cobrados e cobradores! Como lidar com tanto peso, tanto pesar? PERMITINDO! Permissão é querer enxergar o que houve de fato. Suas dores e dissabores têm uma origem, que pode não estar em você, mas, como você internalizou? Como você se abriu para mudar o que tanto doía? Causou outras dores? Destruiu amores? Destruiu seu lar? Ou, se abriu para romper com o que doía, deixando a dor passar e sarar? Tanta gente nesse mundo vive perdida, mantendo a aparência de ter se encontrado, através de um sonho alcançado... e quantos sonhos precisou destruir, para só esse alcançar? Quantos amores rondaram? Quantos braços e abraços te entornaram? E, quantos soube aceitar?




Somos assim, ingratos com a vida. Retalhos mal cortados, e posto em qualquer lugar? Retalhos embaralhados, sem harmonia no lar? Retalhos harmonizados, fazendo a colcha completar? Não é nosso passado que nos corta, é nosso presente e como a gente se comporta. Alguém já reclamou tanto da vida, e, ao alcançar um objetivo viu o rastro de destruição que causou? E o buraco em seu peito, já tapou? Nosso passado sempre ficará aberto e atrapalhando nosso futuro, se não nos abrirmos para o melhor! Veja como está o mundo hoje? Quem não tem culpa? Somos todos inocentes? Indiferentes! Quem está satisfeito com os dias de hoje? Quem fez algo para melhorar? Um sorriso, um "bom dia", tudo isso faz diferença. Não pense você que só faz diferença algo grande. Grande é a tristeza dos dias atuais. Façamos pequenas partes, com carinho e verdade. Mergulhemos no passado (no nosso, e no dos nossos passados... e no dos nossos antecessores). Não sei se acharemos respostas, ou perguntas sem respostas. O fato é que tudo tem um outro lado. Não precisa ser Santo, nem perfeito para consertar, perdoar e se libertar. Precisa ser você! Precisa querer!



Perdoar não é fácil! Mas, se perdoar, também não. Por conta de perdões não dados, perdões temos que esperar. Por não termos nos aberto no passado, empurramos a vida em busca de um futuro, que vive preso lá. Lá atrás, onde raramente gostamos de ir, mas, que estamos lá todos os dias, afinal, nem saímos de lá. Criamos uma ilusão de que tudo está bom e pronto! Errado, certo? Só o tempo dirá. Mas, se tem uma angústia no peito. Um vazio que nunca é preenchido e você tenta ocupar com mais expectativas... nem vá... para a frente. Não dá. tem algo lá atrás que você vai arrastar. Infelizmente, não dá para voltar "duas casas" como num jogo de tabuleiro. O lance, é recomeçar. Pedir perdão é se perdoar. Perdoando, é se perdoar. Se permitindo, é se perdoar! Perdão? É se libertar. É estar aberto para aprender a amar.



Esse mês, parei muito para refletir. Por que tomo certas decisões? Por que vou e volto, tanto? Por que sempre fui tão segura e ando tão insegura? Pior, acabei vendo que sempre fui insegura, apenas por não querer acreditar. Mergulhei em mim. Vi muitas coisas. Inclusive em minha educação. Nada que bastando querer resolva, mas, dei muito peso... permiti viver o medo de errar... e, acabei errando... comigo mesma. Fugi de muitas coisas. E agora, o que faço? Fico presa a lamuria, a tristeza por ter "perdido" tanto tempo? Ou, aproveito o tempo que tenho para colocar vida em minha vida? A vantagem dos retalhos, é que tudo está aqui, só preciso remanejar. Os retalhos se juntam, como os colocamos. Novos retalhos são permitidos. Não existem regras, exceto UMA: a de se libertar!



Liberte-se do apego a dor. Liberte-se do apego ao apego. Liberte-se do apego à falta de respeito. Liberte-se!



Pais, abracem seus filhos. Amanhã, algum dos envolvidos poderá não mais aqui estar. Filhos, abracem seus pais. Amigos, irmãos, família! Se abracem, se perdoem. Se libertem. Permitam o futuro chegar. O passado ronda todos os tempos e o futuro é a colcha a bordar. Hoje é o dia da costura, então, vamos costurar! O preço de tirar o peso é menor do que o de viver a vida toda sustentando esse peso. Vamos fazer o que é importante. Para que juntar tanto tesouro, se não poderá usufruir? Também, não precisa viver sem nada deixar... ao menos, a força dentro de alguém, para continuar. Ninguém pode viver os nossos sonhos, só nós mesmos. Não posso querer que meu filho seja o que eu quero! RESPEITO! Com Pedro, estou aprendendo a respeitar. Respeitar o indivíduo que ele é. Meus sonhos frustrados e nunca antes alcançados, têm que ser vividos por mim, não por ele. Mas, quem quer enxergar isso? Quem quer deixar de ferir? A gente se acostuma achar que é melhor ferir do que ser ferido? E nos ferimos a todo instante. Quantos pais passam a vida toda só juntando, para "deixar para os filhos" e vivem, a cada dia, a angústia de penar, pensando: "o que eles vão fazer com o que vou deixar?". Meu pai é um homem, ao seu jeito amoroso. Sempre nos deu o que pôde e construiu o que pôde, sem nos deixar faltar comida a mesa, tempo para lazer e tempo para nós (seus filhos). Não fez fortuna, mas, tinha o objetivo da casa própria e alcançou. Não fazia dívidas (ao contrário de mim... risos). Fazia tudo muito bem planejado. Até os "acidentes" de percurso entraram em seus planos. Planos é para ser refeito, quando precisar ser! É um homem decente, idôneo, amado e muito querido. Sempre muito procurado pelos amigos, porque é amigo! Tenho meu pai como um exemplo de pai! Ele nunca foi e nem será perfeito, mas, se esforça para fazer o melhor para quem ama, com amor. Pode resmungar, mas, é um "hábito" de "velho ranzinza" que faz parte da personalidade dele de auto-defesa... resmunga, que só, mas, a gente sabe (porque viu em atitudes sinceras) que é da boca para fora. Tudo ele ensinou que era nosso: nossa casa; nosso carro. Nem por isso, emprestava a chave do carro... risos. E "nossa casa" não é lugar de irresponsabilidades! Deu para compreender? Alegria é importante, mas, liberdade é uma coisa, ser otário, é outra... Ele nunca foi bobo. Conciliou as dificuldades da vida com a alegria de nos ter. Ninguém disse que seria fácil, mas, ele fez a vida dele acontecer. Ralou para conseguir estudar, mas, nossos estudos, sempre pagou. Ralou, para poder, hoje, desfrutar de uma vida de prazer, viajar, curtir amigos, e sempre nossos sonhos (dentro das reais possibilidades, lógico) bancou. Nos deu muito do que não teve, porém, nunca lamentou. Pelo contrário, se realizava com cada conquista nossa e sofria com cada queda que tomávamos com a vida. Por ele, a gente estava debaixo de suas asas, protegidos, mas, ele bem sabe que não é assim. Hoje, vejo o lado de ter que correr atrás, para fazer o mesmo para meu filho. Não com as mesmas dificuldades dele, porque ele as superou, para que nós não as vivêssemos. E, tive que escutar de uma filha sobre seu pai: "é, também, meu pai deu pra gente tudo de mão beijada..." e como mais seria? Exploração infantil? Certos pais (nós todos em determinados assuntos...) acabam passando para seus filhos suas frustrações e tristezas ainda amarradas, como se os culpasse pelo que ele passou? Certo, errado? Só o tempo dirá. Escute aquela vozinha, que sempre te chama, e você nunca dá ouvidos... escute o discurso demagogo e hipócrita: "tudo para meus filhos"... se veja. Se conheça e reconheça. Se dê o prazer de sua companhia.



Às vezes, faço um exercício comigo (não sei se é certo, mas, funciona, quando descubro algo que preciso mudar em mim): "eu sou uma boa companhia para mim mesma? Será que eu me chamaria para sair? Viveria comigo a vida inteira e feliz?..." Se coloque de fora e se veja. Você se casaria com você? Teria filhos com você? Faria planos para o futuro com alguém como você? Você sentiria prazer em sua companhia? Ora, não culpemos os outros por nossas infelicidades! A nós cabe viver nossas vidas. A nós cabe escolher o caminho a seguir. Não podemos obrigar ninguém, nem mesmo um filho, a nos seguir. Ser pai e mãe é saber doar e dividir o filho com sua própria vida, porque ele terá a sua própria vida! Como aceitar? Com dor? Eu não quero dor nem na hora de minha morte! Quero que todos vejam o lado positivo: eu, mesmo em meio ao meu divisor de águas, chamado DPP, quis crescer e ser melhor. Eu fiz uma criança linda, saudável e perfeita! Que diz que me "ama apertado" todos os dias, e com um sorriso enorme no rosto, mesmo após ter me visto chorar pelas dificuldades e gritar com ele, por falta de paciência... ele me dá carinho sincero, porque seu amor por mim está acima de minha cobranças. Ele me dá amor, porque, apesar de minhas angústias, ele sabe que eu o amo. Ele me dá amor, porque sabe que, um dia, ainda me amando profundamente, seguirá o rumo dele e eu o apoiarei, no conflito de dor e força. Ele me ama, porque toda criança é verdadeira e vê aquilo que nós, ex-crianças e ainda seres infantis, deixamos de enxergar, através dos olhos do coração. A razão é para nos guiar, mas, o coração, a emoção é que nos impulsiona.







Vamos continuar a tecer nossa colcha de retalhos, porque ainda há muita história para contar. Há muito presente para viver... só não há muito futuro para esperar. A gente nunca sabe o dia de amanhã!



Voltar lá, mergulhar em si e perguntar: "daqui para frente, é melhor mudar ou continuar?"



Responda a si próprio! Isento de culpa, cobrança, certeza, razão, orgulho, empafia. vaidade... apenas com a sinceridade existente em nossa alma, em nosso íntimo. Não podemos mentir para nós mesmo. Podemos até sustentar um fingimento, mas, sempre sabemos e sentimos que algo está fora do lugar. Hora de arrumar! É mais simples do que parece. Difícil é se manter escondido, isso requer mais energia do que a leveza de ser quem se é!



Construir um mundo melhor, depende de quem mora nele! Cada um de nós! COLCHAS DE RETALHOS - UMA VIDA EM FORMA DE HISTÓRIA A CADA BORDADO! UNIÃO É VIDA! ENTREGA E DEDICAÇÃO! A VIDA É FEITA SOZINHA? NEM NÓS FOMOS FEITOS SOZINHOS... QUEM DIRÁ CONSTRUIR UMA VIDA.

PS - se alguém puder assistir ao filme COLCHA DE RETALHOS, eu recomendo. Faça um paralelo com sua vida e a das pessoas que ama. Verá que muito de hoje, é consequencia de um passado mal resolvido e de presentes mal vividos... Nosso futuro é mergulhar em nós mesmos e termos coragem em assumir nosso amor, por nós mesmos, para nós mesmos em primeiro lugar. Ninguém define nosso caminho. Mas, podem caminhar conosco, ou encontrar lá adiante... Quando o vento da mudança chega, ele, aparentemente destrói... destrói o que não cabe mais, mas, constroe a oportunidade de (re) começar. Voltar de onde parou e (re) começar a andar. o Tempo é nosso melhor mestre!!!



Beijos em cada um,



Pat Lins

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