Imagem: A Sabedoria dos Ciclos |
Minha vida é meu laboratório e, a partir de cada experiência, algo em mim muda. Ainda tenho imensa dificuldade com muitas e inúmeras questões, mas o aprender a silenciar foi algo de muito interessante. Ainda tenho meus ímpetos, só que, olha, muito menos, viu!?
Entendi que a ideia não é engolir a seco, muito menos, rebater de pronto, mas respirar. Impossível não se chatear com determinadas situações. Não é um processo indolor, mas a gente precisa seguir, fazendo o melhor que pode, com o melhor que tem.
Aprendi a não negar que me enfureço e começa a subir aquele calor, que queima tudo por dentro e, antes, virava uma explosão nuclear. Hoje, identifico essa presença, esse sentimento - em geral reativo, mas, a reação é autorreferenciada em mim e em meus valores e crenças (natural em todos e qualquer um de nós), a gente sempre vai achar que está sendo atacado e, mesmo que estejamos, o outro também acha que está e é por isso que existe tanta guerra, porque ninguém quer esclarecer, quer é "estar certo".
O não negar o sentir permite que eu possa respirar e me dizer rapidamente: "depois a gente conversa, só eu comigo mesma" e ouço o outro, respirando, não só para deixar o outro fazer sua catarse, mas para que eu consiga não entrar na frequência dele/a e saiba deixar passar - nem sempre é linear assim, muito menos "facinho" e com cara de santa, muitas vez vem em meio da fúria mesmo e tenho esse diálogo interno já na porta mental daquela linha tênue do sair da razão, diante de uma investida recebida que ativou o mecanismos de defesa com o "atacar!". O bom desse meu exercício tosco, que faço do meu jeito e nem sei explicar, é que a porta emperra, exatamente quando a linha parece estar por um fio e o pensamento me toma: "deixe passar". Linha, você é um gênio! Ela fica elástica, quem "guenta?!".
Quantas vezes dá aquela vontade de "enfiar o pé na porta" e ser a Patricia de antes... e todas essas vezes, algo em mim me impede de regredir. Discordo do engolir a seco, mas também não acredito mais no bate e rebate desgastante de um embate e penso assim: respirando, tenho tempo para pensar, sem prejudicar minha saúde. Não se trata de implodir... é expandir a um ponto que, ao respirar e olhar para algo bom, nem que seja uma lembrança alegre e boa, que te preencha de alegria ou algo bom, sabe? É por aí. Então, me questiono: "qual meu verdadeiro foco - entrar num embate, para provar que estou certa ou deixar a fúria encegueirante do outro passar para conversar num momento mais saudável?". Uma pausa interna. Algo com significância para mim.
Ah, se o outro tivesse essa mesma capacidade de se auto ajudar seria tão melhor... lidar com temperamentos e temperamentos não é fácil e nem tenho sucesso em todos os casos, mas, naqueles que me determinei em terapia, ah, esses eu foco mesmo e chamo por Deus: "olha, o Senhor se revele e se manifeste como amor, pelo Amor ao Senhor mesmo, porque, sei não...".
E assim vou superando os picos de crises. Um amiga super mega, do tipo hiper especial, que por acaso é psicóloga (pena que nunca pude ser paciente dela... nas, a amizade em si era terapêutica e curativa), Noemia Nocera, pessoa que amo muuiittoo, me ensinou isso há alguns anos e, na época, achava que só pessoas evoluídas seriam capazes desse feito... mas, eu, mesmo esse pequeno ser que sou, doida para crescer e me livrar desse fardo de ser medíocre, venho conseguindo exercitar, literalmente: "na crise, não tome nenhuma atitude. Deixe passar. O tempo ajusta tudo e, com essa pausa, não há arrependimento e todo foco passa a ser na solução, não no ego briguento". Achei tão lindo e poético na época. Hoje, tão necessário!
Qual o benefício? Durmo tranquila; acordo feliz; sempre tenho "um sorriso sincero e um abraço, para aliviar meu cansaço...". Desafios? Tenho muitos! Senso de "justiceira"? Diminuindo cada vez mais, porque, a verdadeira Justiça, o Tempo revela e, se em cada ação, uma lição, algo tenho a aprender e, se o outro não aprende e fica insistindo em querer aprender às custas do meu bom humor, eu, como ainda não sou evoluída, apenas sei deixar passar, tá, sem briga, mas ainda não sei aceitar, muito menos entender.
E vou seguindo. Caminhando pela vida, sem pressa, porque não existe um onde chegar, eu acredito no: onde você está, o que faz de melhor para que, qualquer coisa, fique mais leve, mais alegre? Qual a sua cota de contribuição com você mesmo? O que de bom você gera e a que custo? É possível fazer o que é preciso, necessário, de uma maneira mais saudável?
Só pensando mesmo... e seguindo, um passo de cada vez e só! Não tenho que agradar as expectativas dos outros, porque se a gente se encarar legal, a gente não satisfaz nem as nossas próprias, e a gente vive transferindo para o outro. Esse é outro grande exercício que tenho feito, mas não cabe nesse post.
Aqui, a ideia foi falar do silêncio como mecanismo de "sobrevivência" dentro dos ciclos tensos na vida. Afinal, silenciar é muito mais um estado de atenção, empatia e compreensão, para não pirar na tensão que aperta em alguns momentos, do que engolir a ira por preferir não revidar. Meu lema é vivência nessa selva louca, sobrevivendo no dia a dia, como qualquer um, só que, minha bandeira ergue três pilares: Amor, Tempo e Verdade e assim, meus ciclos vêm se fechando, após picos de dor, incômodo e desconforto, com uma dose muito grande de esperança, fé e certeza de que tudo passa e tende a melhorar - ao menos, dentro de mim, fora está além do que posso fazer!
Saudações,
Pat Lins.
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