Entrei numa vibe de questionar tudo... Daí, me veio uma questão: eu sei que as ações falam mais de nós mesmos dos que as explicações. Porém, no geral, no dia a dia, é preciso ter cuidado com o tom de julgamento que damos ao fortalecer esse pensamento de maneira deturpada, ou seja, baseados em nossos "valores".
A postura julgadora da gente para com o outro - e vice- versa - nos leva a julgar algumas ações. Mas, se não conhecemos as pessoas, não tem muito o que entender... por exemplo: se a pessoa diz que não gosta de azul e veste azul, daí, vamos dizer "fulaninha diz que não gosta e usa...". Mais vale o que fazemos do que o que dizemos?
Como também sou pessoa e humana, venho me observando para me pegar nesses momentos de querer julgar em vez de observar. Meu esforço, atualmente, de hoje em diante e espero que para sempre, é tentar dar leveza, mesmo, me despojando do que pesa - estou me abrindo para começar a entrar no processo, ou seja, ainda tenho o ranço ambiental. Hoje, me repito: "se a pessoa diz que não suporta azul e só se veste de azul é ela.". E pronto. Aceitar é ver e sentir. Tem gente que nem sabe como se é, daí, se negam e por isso vestem o azul, falando que não gostam, mas gostam e querem negar por algum motivo pessoal e, ao negar, para algumas pessoas, o que ela fala é quem ela é - vive um mundo imaginário. Tem gente que veste, mesmo não gostando, sabendo que não gosta, mas não tem outra e a prioridade é se vestir, afinal, não vai matar nem morrer.
No geral, somos parte o que falamos - porque expressamos em palavras o que pensamos e isso nos limita, porque a nossa linguagem é limitada e limita a razão, em alguns pontos - e somos o que fazemos, porque, em geral, fazemos aquilo que pensamos - ainda que muitas vezes, agimos por um impulso sem sequer pensar, mal sentir.
As coisas complicam, sim, mas podemos descomplicar. Começo descomplicando em mim.
Adoro conversar e tenho mania de achar que todo mundo resolve tudo no diálogo. Só que existe uma distância muito grande, quando fazemos essas distância ser grande, entre o que falamos e o que precisa ser feito. Algumas vezes, sentimos o desejo, mas não usamos a razão como ponderador para ação... usamos como frieza para negar aquilo que não damos conta em sentir e querer fazer.
Ai! Cansa pensar demais. Por isso que vim escrever... sou obrigada a me ver em palavras. Isso me faz ver que é tudo muito menor do que pensamos. Afinal, as palavras têm limite de ação.
Pois é! Pois é! Pois é! Eu sei quem eu sou e a cada dia mais me digo: "eu sou tanta coisa que nem eu sei o todo por completo que posso ser...". Ao me aceitar assim, tão falha e cega como qualquer pessoa - ainda que me busque com afinco - me acolho e entendo: "sou incapaz de me fazer ser vista e entendida por mim mesma, imagina pelo outro?". Daí, só me resta levar a vida deixando o peso do que fiz de "errado" ou "mal entendido" ser resolvido pelo dia a dia. Um dia, diante das ações e da minha postura, aí, sim, verei o que fiz mais e poderei me ver e me saber mais. Se o outro vai levar essa primeira, segunda ou terceira impressão e fica engessado nisso, já não é comigo... É assim, eu espero, em minha ótica, o melhor momento para interagir, porém, nem sempre o meu momento é o do outro. Isso faz com que eu evite um embate, diante de uma divergência, por exemplo, porque eu vou desarmada. Só que o meu "certo" pode esbarrar no "certo" do outro e, aí, não há palavra ajude a resolver, apenas a ação de se calar e deixar o outro extravasar. O outro vai me julgar como omissa ou vai achar que eu não estou dando a devida atenção... mas, eu sei que, nesses casos, é melhor ser mal julgado do que entrar no clima. Passa o tempo e tento resgatar esse contato, a fim de diluir e esgotar o assunto, na expectativa de se dissolver o melindre, a vaidade e o orgulho. Pronto, mal entendida de novo, porque não é a hora do outro.
Sendo assim, estamos todos certos e errados o tempo inteiro!
As interpretações/julgamentos dos outros não nos define, mas retrata um recorte de como somos, afinal, somos assim para o outro. Até decupar - sendo que isso é impossível, porque não há neutralidade para tanto - e ver onde está o outro transferindo para mim o que ele é e não assume, inconscientemente e onde está o sinal errado que emiti.
Por isso, me tenho assumido uma postura de DS - distância saudável - para me fortalecer ao ponto de aceitar que sou julgada, não me preocupar com isso e me ocupar de seguir vivendo como dou conta. O certo, enquanto verdade universal, vem com o tempo e o apaziguar. Vem no dia a dia, quando não há alimento para acirrar o que não existe ou não deve existir.
Assim, nesse caso, palavras são meras palavras; ações são ações contextuais; e Vida é algo que é muito maior do que isso e, hoje, agi assim, mas amanhã, posso agir completamente diferente - ou por ver que não valeu a pena, ou por reação ao ambiente, somado com acúmulo de tensão. Enfim, somos demanda demais para ser esgotado em simples palavras e simples ações. Somos a soma dos cotidianos, mas o que vale é sempre o agora, inclusive a diferença positiva em nossas ações, proveniente das mudanças dos nossos pensamentos.
Eu me desarmo. Hoje, além de me desarmar, não me incomoda tanto ser atingida. Tenho evitado revidar. Meu pensamento vem mudando, aos poucos. Minhas ações, vêm mudando, aos poucos, em consequência. Minhas emoções estão se libertando mais. Minha razão vem ponderando, mais. A busca pelo equilíbrio é diária e, principalmente, diante do desequilíbrio. É aquela história: caiu, levanta e segue!
A gente tem é que se unir mais no assumir nossas imperfeições e pronto. Para mim, não vale a história "quem tem teto de vidro não atira pedra em telha", para mim, ninguém tem que atirar nada em ninguém, se o dialogo não foi uma ferramenta de esgotamento, entrega ao tempo e a DS, para que ninguém viva num ambiente insalubre.
Gente, pessoas boas também erram em atitudes e isso não as coloca no patamar da maldade...
Pat Lins.
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