Muita gente não entende nossas escolhas. E muita gente boa, viu? Na verdade, quando falo nossas escolhas, falo diretamente das minhas, mas, me vejo como parte de um time - o time dos seres humanos em evolução... (risos) - e falo pelos que pensam como eu, mas, sou eu pensando por mim e a partir de mim.
Bom, escrevendo para meu outro blog MÃES NA PRÁTICA, me veio uma linha de raciocínio paralela e que não cabia lá, sim, aqui.
Tem gente que não entende nossas escolhas e sempre vão achar que não deveríamos ir por determinado caminho porque pode ser por carência e podemos nos ferrar. Porque o melhor caminho é aquele onde devemos ficar parados, esperando que caia do céu uma gota de algo que nos carregará imediatamente para onde devemos ir, sem esforço pessoal algum. Para outros, o melhor caminho é aquele que só serve se for cheio de espinho e dureza porque a moleza enfraquece o homem. Para outros existe o caminho do meio, mas, este requer muito mais força do que pensamos, e, muitos preferem para onde deu para chegar e criam um lugar para criar ou até ter forças para prosseguir ou por falta de forças, se manter ali. O fato é que vivemos em busca, mesmo sem nos darmos conta.
Eu me abro para muitas coisas, mas, me fecho nessas aberturas, também. Daí, vejo que não estamos isentos, invulnerávies, nem cônscios constantemente. Tudo se trata de um esforço. Bom, isso eu não li num livro, nem aprendi na escola, nem foi porque alguém me disse, isso, é o que penso e vivo.
Voltando, Patricia! Lá ia eu entrar por outro assunto que não vou abordar agora, porque faz parte de minha "guarda erguida" para algumas pessoas e que preciso me fazer entender que elas não podem me atingir, porque essa não é a intensão e nem podem ter a capacidade para tanto: de minha vida, cuido eu. Mas, como pessoa, faz parte das minhas fraquezas. Voltando...
Sim, tem muita gente que não entende nossas escolhas. Se pautam nas próprias, se colocam - eu me vejo nos dois lados, nos que cobram e nos que são cobrados... quem disse que também não sou hipócrita...? - acima e discursam o discurso dos tolos que se acham sábios e cheios de moral. Todos nós somos assim. Nenhum escapa. Temos essas sombrinhas - ou kuravinhas, ou defeitos, falhinhas... - do lado sombrio de nós mesmos. Se optamos ter filhos, sabemos - ao menos, algumas mulheres se esforçam para saber, o que não as impede de viver os dilemas e as próprias situações de ajustes, desajustes e reajustes constantes - que nossa vida mudará. Muito diferente de quando optamos por um caminho profissional, se casamos ou vivemos solteiros... essa opção é a mais séria e mais linda, também, quando a fazemos e vivemos assim. Mas, trata-se de uma escolha e uma escolha que envolve uma entrega e dedicação que me fará chegar, agora, onde quero. Cada mãe-mulher agirá dentro de sua complexidade - não leia isso como algo pejorativo ou negativo, mas como algo factual: todo ser humano é complexo porque vive interferências diversas e conlfitantes que o molda e remolda. Bom, temos várias escolhas e caminhos, mas, também não vou adentrar nesse outro campo. Ao menos, não agora. - e se não admitir que vive imersa numa complexidade continuará imersa nela, mesmo que sem saber. É como a radioatividade - não comparando com os efeitos danosos, apesar de considerá-los, também, mas, no aspecto do que não pe visto - que mesmo que não vejamos, está agindo. Aliás, muitas coisas agem sobre nós e nem sabemos, porque insistimos em ver apenas as ilusões de óticas que criamos...
Ops! Voltando: a partir de nossas escolhas, seguimos novos caminhos, rumos e metas. Eu estabeleci as minhas e só eu sei quais são, daí, não falo delas para ninguém, porque exitem coisas pessoais que devem permanecer nesse âmbito. Porém, existe um fator que me guia: minha busca pelo aprendizado na escola da vida de maneira prática. Ao contrário daqueles que na teoria sabem de tudo e na prática são ótimos teóricos, que mudam argumentos como quem nunca pronunciou o anterior, eu experimento o que penso que vale a pena e tomo novas decisões, tudo isso em paralelo ao ser mãe. Não tenha dúvida, a responsabilidade de ser mãe vem na frente, mas, logo em seguida da necessidade de se saber quem se é, senão, a mãe afunda no vazio. Tudo parte de quem sou. Meu filho não em dirá isso nem deve ter a penosa missão de me fazer ver. Porém, a relação com ele me lembra a todo instante minha escolha e tenho que administrar nossas vidas. Afinal, ele é uma criança e precisa de minha presença e dos meus "nãos", dos limites. Isso não me faz perfeita e nem me impede de errar. Não me culpo mais. Há dois anos atrás tenha certeza, tudo me culpava, hoje, meu discurso tem mais consciência e verdade prática. Ontem, pensava e temia meus pensamentos, porque ninguém entendia. Guardeio-os para mim e vou vivendo, dentro de meu espaço de complexidade, interseção, individualidade, coletividade...e, da maneira como consigo administrar, elaboro e sigo minha escala de prioridades. Meu filho não é o responsável pela minhas escolhas, eu as fiz. Que isso fique bem claro para mim! E para quem quiser. Se meu tempo não dá para fazer farra, não é por ele, é porque não faz mais parte da minha rotina escolhida e pronto. Muitas mulheres mesmo após ser mãe, mantém esse ritmo. Eu é que não vejo mais graça em boteco e shows cheios de gente. Coisa minha. Movimento meu. Antes de meu filho nascer já estava low profile. E daí? Tenho minhas fugas, algumass estou encarando nessa nova fase. Não dá para vivermos tudo de vez e ainda temos tanto mais para descobrir, além do que já sabemos - incluindo o que fazemos questão de nos esconder.
E daí? Se eu não quiser vadiar, nem tomar todas num bar, o que é que tem? E daí se não quero fazer deste espaço algo comercial? E daí se tenho talento para a primeira profissão que escolhi e hoje não quero mais? E daí se fiz novas escolhas, com outra cabeça, outra visão, outras experiências? E daí se não quero falar de certas coisa e só ouvir, porque acho muito pitoresco escutar a vida dos outros como os outros as descrevem? E daí se falo mal de algumas pessoas? E daí se falo pelos cotovelos por defesa - ou ataque, para me defender - quando estou diante de algumas pessoas que não quero dar espaço para tentar invadir meu espaço e falo e contradigo tudo que me dizem só para afugentar a pessoa? E daí se na maioria das coisas que acabei de escrever eu sei que estou errada, porque sei que estou e quero fazer diferente, pois meu lado luz assim me ensina e revela - todo mundo tem esse lado - e meu lado sombra quer a treva, o orgulho, a vaidade de manter a posição de quem "sabe de tudo"? E daí que se eu sei o quê devo fazer, a melhor opção é fazer. Dá um trabalho da zorra, mesmo assim, com todo esforço, ainda derrapo. E daí? Ora, levanto e sigo. A mudança no caminho da "luz", vamos assim colocar, é melhor do que ficar caída e afundando na sombra do passado e do pensamento: "ah, mas, fulano não vai saber que eu mudei isso em mim...". Primeiro, se mudou, não só fulano vai saber como eu em primeiro lugar e todos ao meu redor; segundo, fulano pode ter sua importência, mas, a maior importância é se redimir das próprias falhas. Como? Ao identificá-la, agir para mudar. Essa de falar e não fazer não cola.
Eu gosto muito de fazer cursos, mas, os encaro como uma maneira de troca de experiência. Uma pessoa que conheço vive falando em intuição, sem saber distinguir o que vem a ser intuição e desejo. Perdia um tempo danado atacando-a através de contra-argumentos e exemplos que conheço de que o que ela falava era contraditório. Esta semana, me vi fazendo isso de novo e me achei uma chata. Vi que eu estava agindo com ela como ela age comigo: cheia de razão do vazio. Puxa! Parei e pensei: "não precisa ser assim, mas, assim eu fiz..." Me veio aquela idéia de querer mostrar para ela que ela pode pensar e agir como quiser, porque o problema é dela. Puxa! Parei e pensei de novo: "sim, e daí?". Comecei a mudar em mim e explorei os pensamentos que me vinham. Esgoteio-os arduamente. Me esgotei, também e caí no sono. Custou e está custando, mas, as fichas estão caindo. Quando a ficha cai é muito legal! É massa! Sai da teoria e vai para a prática, sem peso ou rancor, sem qualquer reserva de força para manter a "guarda em alta". Não tem do que se defender, é entender que a pessoa é assim, que ela vai calar e fingir que escuta o que eu falo, não pode nobreza, mas, por natureza de fuga e de não gostar muito de esgotar idéias conflitantes. Esse tipo de mergulho nas idéias e caminho para esclarecimento só levo até o fim com quem confio e vejo que está na mesma vibe de elucidar, de esclarecer... não de impor. Com essa pessoa a relação é tensa, porque ela é tensa e teme a si; vive na teoria e quando uso do mesmo tipo de argumento que ela se faz, apenas para estabelecer uma ponte através da linguagem, vejo que ela não aceita e me alfineta com frases feitas e de impacto. Daí, vi que o buraco é muito mais embaixo: ela não sabe o que está fazendo. Pronto, naquele momento minha ficha caiu e 'baixei minha guarda". Não para ser atacada, mas, porque consegui ver de que não se tratava de uma luta, mas, de uma pessoa que não se dá o esforço da batalha interior. Se limita a superficialidade da aparência de quem busca e se isola para não interagir e anda, anda, anda para não ter o trabalho de parar para pensar. Sua agonia e ansiedade são tão dominantes em sua vida que afirma ser uma pessoa calma e equilibrada e que prega tanto o bem que nem percebe que não o faz... nem a si. Aí ela se torna um perigo. Acredita ser quem não é e não vê que invade o espaço alheio. Diante de uma negativa através de freio-limite ou como posso ilustrar, uma barreira delimitadora de espaço com placa "não passe daqui", se desespera e perde o rumo. Começa a acelerar e quer anadar e fala, fala, fala, sem deixar ninguém falar e empurra para onde nem sabe que quer ir, nem sabe onde chegar, mas, mexe e quer levar consigo a todos, argumentando ser o melhor caminho. Como não vou e digo que escolho ficar, sou taxada de difícil e inflexível. Daí, volta e meia me vem com a parábola do bambu, sendo que nem ela sabe na prática seguir o que fala. Foi assim que comecei a ver que ela é perdidinha da silva, e que não devo entrar na zona de aceleração, para isso, mantenho minha querida "distância saudável", mas, com uma diferença: já não fujo mais. Me afasto com consciência de que é impossível ter uma boa convivência com alguém que não sabe conviver nem consgigo e que se vê sozinha e sofre por isso, mesmo assim, prefere procurar fora e alimentar o externo em vez de parar um pouco. Tem gente que é assim: anda, anda, anda e não chega a lugar algum. Gosta da natureza e se fecha numa selva de pedra.
Pois bem, aos poucos, vou vendo que também eu faço isso: fujo de mim, vendo apenas os outros. Vejo nessa pessoa, ao menos, o que não quero fazer: ser infeliz fingindo ser feliz. Agora, de todas as fichas que estão no processo para cair, uma caiu: eu tenho que entender o meu caminho. Já vivemos muita complexidade para enfiar mais outras. Olha, vou falar uma coisa, no caminho para a simplicidade, facilidade não há, mas, é possível, sim! Desde que comecemos a aparar as arestas. Se a idéia é diminuir nossos próprios pesos, para quê carregar mais? Ainda carrego um monte que não deveria, mas, isso se dá aos poucos e sempre, com esforço e consciência.
Por isso que não posso mais dar trela para o que pensam de mim ou das minhas escolhas. Quem tem que saber sou eu. Se não sou mais a amiga solteira e sem filho que estava sempre a disposição, posso ser a amiga casada, com problemas como todo mundo tem, com filho e com seu próprio caminho a refazer - já que escolhi seguir minha vida rompendo com a normose, mas, fazendo parte dela... portanto, o processo deve ser gradativo e aos poucos, mantendo um ritmo e este, só quem sabe se está cadenciado ou não, sou eu... - mas, ainda sou legal, de outra maneira, num caminho novo que pode cruzar por essas estradas da vida e que a magia da vida permite que sejam possíveis e normais os encontros. Como ia falando antes, outras mulheres são mães e todo mundo conhece várias mães que agem de diversas maneiras. Cada uma com a sua. Eu tenho a minha. Muitas vezes berro que preciso de tempo para mim e, depois de tanto berrar, silenciei e me escutei: faça seu tempo. Aos poucos, vou fazendo. Só que não dá tempo para tudo, então, reprogramo. Qual minha escala de prioridade? Meus esforços estão tendo retorno? Isso é que conta para mim: minha auto-avaliação. Quando me dizem que observam que não estou tendo tempo para mim, antes, precisam saber o que é tempo para mim, concorda? Já me vi ser julgada por uma pessoa muito querida porque acreditava que estava deixando meu potencial morrer... Detalhe, eu havia deixado bem claro que não queria mais desenvolver aquele potencial, que o que precisava dele já usei e passar dali me era incomodo. Só porque eu tenho talento para uma coisa não quer dizer que precise ser só aquela coisa. Quero ser outras coisas, também e no meu ritmo, dentro das minhas complexidades, vou desembaraçando o que está antes para continuar. Precisei resgatar muito de mim e me permitir ser muito do que sou para chegar onde quero chegar e isso, só eu posso avaliar. Sei quando erro, mas, nem me puno mais, me pergunto: "por onde começar?" e vou.
Aos poucos, vou entendendo que nem todo mundo consegue ser bambu... e tem gente que é cana, tem gente que só é oco... tem gente que é pedra - sem ofender as pedras -, tem gente que é mato e nasce e cresce em qualquer lugar... vacile para você ver se um matinho não cresce em seu pé? Tem gente que deixa a erva daninha dominar... Tem de tudo, como na Natureza. Tem o que é belo e o que é aparentemente belo... A natureza humana é rude. De nada adianta correr para ver a lua se apenas admirar não é suficiente, tem que impor alguém a ver, também. Tem gente que não tá afim e nem por isso deixa de gostar... só não quer naquela hora, nem daquele jeito... Tem gente que nem sabe o que quer, só apurrinhar. Tem gente que nem sabe respeitar. Tem gente que é gente e se assume assim. Eu? Sou gente que quer aprender com o bambu como ele faz para seguir o vento sem quebrar.
Pois é, se cada um tentar entender as próprias ações, seria melhor. Assim, entenderíam a grande diferença entre falar e fazer. Ah, ser feliz é ser. Nem adianta fingir... Um dia a ficha cai e a gente vê o que é e o que não é. Não tem jeito, a vida faz isso. E tem gente que insiste em não ver e a vida persiste em ensinar... Fazer o quê? Eu só posso falar de mim. E daí, para mim, eu já sou coisa demais!Uma ficha já caiu para mim - mesmo que eu não goste, mas, é assim: NÃO HÁ BÔNUS, SEM ÔNUS!
Pat Lins.
Concordo... Mas sou menos polida que vc, minha amiga... Caguei pro que pensam de mim. O que me importa é o que sentem de bom e verdadeiro por mim... Beijos! Vivian (Vicka)
ResponderExcluirCê tem toda razão! Hoje minha ficha caiu de verdade. Ou a gente entende que deve seguir em frente ou vai viver sendo puxado para trás e para baixo e ainda se sentir culpado pela infelicidade dos outros.
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