domingo, 16 de dezembro de 2018

Escolhas: como escolher a melhor?


Daqui do meu ângulo, vejo o que dá para ver. Não ignoro que existe algo no outro, mas por mais que considere a possibilidade, também vivo os desafios e, sim, dificuldades, dessa convivência.

Não me acho melhor do que ninguém, mas algumas pessoas se sentem inferiores e transferem para a relação suas dores com um intuito, ainda que inconsciente, nocivo de atacar, alfinetar e atingir...

Eu costumo dizer: ela - me refiro à pessoa, ou o outro - não sabe o que faz, não tem consciência, mas não deixa de fazer. Chega uma hora que preciso fazer uma escolha: dou conta de conviver?

Precisamos ser mais honestos com a gente mesmo. Sustento a bandeira de que todo mundo deveria fazer terapia, inclusive os psicoterapeutas e teraputas em geral... 

Nem sempre, saberei lidar da melhor maneira, pois o cotidiano não para, a fim de resolvermos uma demanda, pendência ou situação de cada vez... Acontece de vir no tumulto, num sobressalto, numa reação tipo mola que a gente empurra e de repente, ela solta e pula com uma intensidade inesperada - talvez nem tão inesperada assim... Se eu vejo que estou engolindo e comprimindo essa mola emocional, subentende--se que ela vai ter uma reação contrária, na mesma intensidade. Enfim...

O que me escrevo aqui é reflexo de três experiências que vivi este ano - de 2017, pra cá. Onde, numa delas, soltei a mola, porque reagi a um ataque - mesmo sabendo todo turbilhão que ela estava passando, mas já não dava mais conta com todo meu turbilhão e os constantes "ataques" dela. Não era raiva, era uma simples necessidade de cortar aquilo, porque precisava da minha mente livre para outras prioridades. 

Chega uma hora que romper se faz preciso, o "como" é que fará a diferença... Nesse caso, foi no "como" estilo bruta, bem "já não tenho de onde tirar mais paciência". Me incomodou, porque procuro ser complacente. Mas, a sensação egóica que eu precisava de liberar, não nego, pode não ter sido da melhor maneira, mas foi muito consciente: não dou mais conta, estou sem reserva de energia para paciência e soltei a mola. Para mim: corte, diante de investidas notórias e claras. Para ela: "não entendi nada".

O que me levou a agir fora do meu padrão: chega! Estava no meu limite. As inúmeras conversas sinalizando, durante meses, não eram registradas... Se a clareza não funcionava, o corte seco será estabelecido, ainda que ela siga sem "entender", eu me preservo, haja vista que, realmente, não havia empenho da outra parte em se ver no processo, processo este que já vinha sendo pontuado, para ser avaliado, e ela, não dava valor, porque o seu valor era o de incomodar para ser notada. Mesmo atenta ao processo do outro, precisava estar atenta até onde isso impactava em meu dia a dia.

Minha escolha egóica foi consciente: preciso de distância, estou sendo sufocada. Não foi da melhor maneira, mas foi uma. Apesar de saber que ela propagou como conveniente, nem me preocupei, ela não tem muita credibilidade, o que me dava dó, mas entre eu e ela, em minha vida... Não a ataquei, não a difamei, apenas a cortei do meu convivio. Meu único objetivo era: manter foco no que realmente quero, sem ter que dividir tempo e energia numa relação desgastante. Sim, isso existe e acontece muuiitttooo. 

Tudo o que quero me dizer é: nem sempre teremos condições adequadas para resolver tudo de maneira saudável, mas preciso resolver. A única coisa que a atingiu foi achar que eu estava com muita coisa na cabeça. Ao menos, fiquei com meu tempo e espaço livres da presença que já avançava num nível de desgaste insuportável. 

Escolhas são necessárias. A única coisa que me preocupo é em não destruir o outro, mas, diante dessas experiências, entender que nem sempre seremos saudáveis na vida do outro. Em meu caso, meu ângulo de visão, no dela, o dela. Não haverá consenso. Assim, meu dilema era: o que causa menos dor no outro e me libera?

Escolhas são sempre um desafio, afinal, estamos dualidade, nada será como Sessão da Tarde, com finais bonitinhos. E nem tudo é estático, nem final do mundo, o Tempo renova tudo e cura aquilo que nossa vã humanidade não soube conduzir.

Continuo a me perguntar: escolhas, como escolher a melhor?

Attraversiamo! 

Paz e luz para todos nós e me lembro, bem como a todos aos meu redor: não sou santa, estou humana e ajo como tal. Nem sempre acertando, nem sempre ganhando, nunca jogando, sempre tentando e sempre aprendendo.

Pat Lins

quinta-feira, 6 de dezembro de 2018

Simplesmente: Vida!

Imagem: Felipe Rocha (Tipo Bilhete)


Ultimamente, a Vida tem me feito parar (sem parar... bem verdade isso e "é verdade esse bilete") para refletir, rindo e sentindo, através de situações e circunstâncias nada (e olha que minha vida não é lá muito convencional, mas enfim...) lógicas. Já entendi que algum sentido há, porque, assim que aceito em mim (por enquanto, ainda sendo vencida pelo cansaço diante das quedas e coices) que é o que é e tem que ser assim, goste eu ou não, acabo vendo e positivando e isso me renova de um jeito, que a ressignificação é instantânea (até tentei escrever imediata, mas não veio... é instantânea, "mermo").

Nã, nã, nã, nã, nã, não! Não é milagre, é realidade. Tudo permanece absolutamente igual, mas, parece que faz um recorte e eu sou puxada para dentro desse lugar em mim que é "magavilhoso" e, mesmo com meu corpo ainda reclamando ou minha mente relutando em aceitar a realidade e resmungando horrores, sai esse bendito sorriso que me ilumina por dentro, me aquece a alma e me faz ficar feliz! Sim: F E L I Z! E, quem me acompanha de perto, sabe que meus desafios diários não são nada gatinhos, são vários leões por dia que essa leonina doida precisa enfrentar e lidar! Mas, é o que é - reclamo, sim, viu e muito! Agradeço, mas requisito, também! Ora, essa!

Acho que quando a gente mergulha na gente, de fato, não muda nosso externo, não param as intempéries, não deixamos de ser oscilação - quem não?... - e não acontece um milagre imediato, mas com a continuidade do processo, a gente aprende a respirar - ainda que após ter ficado ofegante por cinco minutos - e liberar! Ainda somos rompantes repetentes! Ahh, quem nunca? Até perdoo, mas em alguns casos, perco a confiança... e deixo de conviver... julgando menos, mas ainda julgando, só que entendendo que manter distância é saudável (lembram da minha DS? Pois é... me salva tanto!). Esse é o pequeno grau de consciência que consigo ter, naquilo que, mesmo compreendendo, ainda não sei ou não consigo ou até não quero, lidar. Nem sempre direciono minha força/energia para solucionar algo que não identifique como prioridade no momento.

Mesmo assim, existe um sol interno que me diz: "todo mundo pode sentir isso! Todos nós somos brilho por dentro! Aceite-se e brilhe-se! Por você, para você, em você, com você! Seja: V O C Ê!". E, depois desses alertas, isso tem acontecido! Me sinto solar - ainda que seja naquele dia que quero derrubar o mundo, de TPM ou estressada mesmo - vem esse bendito brilho e esse negocinho no meio do peito que diz: "hello! Pode fazer e ser diferente? Pode fazer melhor? Faça! Seja-se!". E me deixo envolver e me sinto preenchida e envolta e dá uma vontade de dizer para todos: "gente, o negócio tá ruim, mesmo, mas, dentro, vamos ficar bem!", dá vontade de falar coisas boas, elogiar, levantar a moral de todo mundo!!! Dá vontade de ser o BEM, fazendo o BEM!

Olha, não vou dizer que isso é um processo fácil e bonitinho não, hein! É pesado, porque vem cada situação problema que misericórdia! Coisas se abrem e fecham na mesma hora... um teste de maturidade e paciência. Derrapo em tantos e me refaço! Mas, é esse o ponto: o "refazimento"!

Refazer-se! Essa é a questão! Se eu me predisponho a sair da zona de conforto - ainda ensaio sair daquela, bbeemmm lá no centro, no miolo, no cerne da questão... chego lá, tô no caminho retirando as casquinhas, camada por camada, sem pressa, no Tempo e em meu ritmo... pode mandar correr, falar que tô atrasada, nem me toca, quem sabe de mim sou eu!

Aos poucos, com muito pouco, minha energia muda e se firma onde vislumbro e me determinei: em meu centro, sem ter que me achar egocentricamente "o" centro... sacou?! Existe um trabalho paralelo, aí! Estamos dualidade, não posso negar! Lógico que se centrar e se sentir o centro andam juntinhos, ali, um no extremo do outro. Mas, o reconhecimento faz com que a harmonia se faça - um dia, unicidade, por enquanto, equilibrando-se na dualidade!

Apois, é isso! Não tinha nada específico para dizer não, mas quando abri meu insta e vi @tipobilhete com a mensagem lá no alto, abri um sorriso e lembrei da importância de proliferar coisas boas! Sorri, fotografei o dia e registrei em minha tela mental: o que eu quero para todo meus "hoje"? SORRIR: ter e ser motivo para sorrir! Afinal, todos os dias, diante de um empecilho externo, internamente, já está ativo meu sistema de autodefesa em forma de reflexo solar e vem de fora, também, um monte de coisa que reforça positivamente, diluindo todo "mal" que foi instituído ou me atingido.

O lance é se permitir recuperar e sair de onde está! Ficar alimentando medo e raiva leva alguém a algum bom lugar? Não muda o outro, muda a mim! E, quando a gente entender que é isso que importa e que isso é o começo, não o fim, cada um se cuidando e importando consigo, serão muitos em busca da cura pelo amor próprio e assim: attraversiamo!

Saudações com muito sorriso,

Pat Lins

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