domingo, 4 de maio de 2014

COINCIDÊNCIA OU INCONSCIENTE SE COMUNICANDO?


Gente, venho refletindo sobre como nos deixamos levar pelo que vemos, como vemos e do ângulo que vemos, como verdade absoluta... Costumo dizer: melhor esclarecer do que julgar. 

A grande maioria de nós tem dificuldade de entender que o que está dentro da cabeça só sai expressando. E só assim, quem está de fora da nossa cabeça pode saber o que se passa por dentro.

Aconteceram alguns episódios bem interessantes comigo, esses dias. Me fizeram refletir sobre a expressão "quem anda com porcos, farelos come" - não no tom pejorativo, mas pela ótica de que julgamos o tempo inteiro, inclusive através de com quem a pessoa anda.. E quantas pessoas andam com outras por anos, depois descobrem quem realmente são?

Muitas vezes, nem sei do assunto individual que a pessoa traz em si e comento INOCENTEMENTE - uso o art. 1 da Lei Cumpadre Washington: "aquele que não sabe nada é INOCENTE!"... - sobre um tema. Daí, me dizem: "Que fora! Você tinha que falar isso para ela?...". E pergunto: "Falar o quê?". "Você é lerda! Não sabe que...". E eu digo: "Não, não sabia. Ninguém me contou e não sou adivinha.". Vejo uma resistência nossa, uma dureza, em aceitar que o outro não tem como saber se eu não falar. E vice versa. Falta humildade e capacidade de aceitação.

Semana passada, estávamos, eu e alguns colegas, almoçando e inocentemente, comentava sobre uma coisa. Uma das pessoas do grupo - que gosto de graça e ela de mim, mas não somos íntimas - estava pensando e havia comentado com outra sobre algo similar e pensou: "Pô, fulana falou para todo mundo...". Sorte que essas pessoas gostam de esclarecer. Num momento mais intimista, me disseram - na frente da pessoa, mesmo: "Pô, você tem uma boca... Mesmo sem saber você tocou no assunto que fulana e eu estávamos brincando...". E eu brinquei: "Os inconscientes se comunicam... Tomem mais cuidado com o que emanam". E rimos, porque foi um COINCIDÊNCIA, levando-se em conta o saber consciente da informação. Ou seja, eu não tinha como "dar fora"... eu nem sabia. Muitas pessoas já me julgaram por isso...

Eu, volta e meia, acabo em meio a essas coincidências... 

Participei de uma palestra há umas 3 semanas, mais ou menos. Lá, cheguei. Sentei num canto. Fiquei. Ao meu redor, outras pessoas que nem conhecia. Enfim. Semana passada, estava no mesmo lugar, em outra palestra. Cheguei. Logo após, um rapaz - que não conheço, mas que estava na primeira palestra - chegou. Nunca trocamos um "oi". Subi. Sentei. O rapaz subiu. Sentou ao meu lado - único lugar vago. Saí. Um amigo pediu para eu dar carona a duas mulheres - um senhora e outra mais ou menos da minha idade: jovem... No caminho, disse para a que estava atrás - a mais jovem: "Já te vi em algum lugar. Esqueço nomes, mas rostos eu memorizo". Ela me disse: "Já, sim. Eu estava na palestra de Isabel, que vocês estavam.". Eu estranhei: "Nós? D. Lucia não estava na palestra...". Ela: "Não. Você e seu amigo, aquele careca.". Interessante - olhando de fora: Primeira palestra eu estava sentada ao lado dele e acabei ficando num espaço vago entre ele e os amigos dele... Na segunda palestra, chegamos na sequência - subi, logo em seguida, ele. Sentamos juntos. Não trocamos uma palavra nos dois eventos. Saimos juntos. Na saída, perguntei se ele queria carona - nessse ambiente só entram pessoas conhecidas; ele é conhecido de um amigo. Ele disse que não e pegou o carro dele, atrás do meu. Rapidamente, processei essa informação e disse para ela: "Minha filha, se eu te disser que eu não sei nem o nome dele, você acredita? Segunda vez que o vejo... Mas, para quem está de fora, dois encontros e nós dois um ao lado do outro, chegando e saindo na mesma hora... Interessante como somos vulneráveis à visão, né?" e viajamos nesse assunto.

Ou seja, muitas vezes estamos de fora e aquilo que "achamos que seja" passa a ser. Do mesmo jeito que expressamos pensamentos, comentários e os outros se doem, em vez de esclarecer, porque se fecha na determinação; "é assim! E nada mais!".

As coisas estão aí. Nem sempre sabemos que precisamos esclarecer, porque têm coisas que PARECEM tão claras. Me mantenho em estado aberto. Brinco, me estresso, me chateio, compreendo... Sou capaz de, após esclarecido, mudar o canal. Me esforço para não julgar, já julgando. Gosto e me assumo imperfeita total. Eu posso. Eu sou! Mas, ao menos, não me prendo aos MEUS julgamentos. Não me coloco acima de ninguém. Nem abaixo. Mas, me coloco em meu caminho. Troco. Vivo. Escuto. Leio. Quantos de nós já não magoou sem saber, sem intenção? Sabe amigo oculto, quando a gente tenta adivinhar quem a pessoa tirou, pelas descrições que ela fornece? Acabo acertando... E saio como "quem entregou". Todo mundo dá palpite... só porque o meu é certeiro devo ser condenada? É isso que me intriga e sobre isso venho refletindo; ângulos e verdades.

Daí, entra o facebook. As pessoas leem o que os outros escrevem. Eu sei de algumas pessoas mais próximas, que leem, por conta da manifestação de comentários e "curtições". Quantas vezes preciso informar ou lembrar que os posts não são indiretas para alguém, que se tratava de um pensamento que me veio à mente, sem pretensão alguma? Quantas pessoas se "doem" por algo assim? Quantos se dispõem a ESCLARECER? A entender que houve um mal entendido - ou apenas uma coincidência, mesmo? Existem expressões que tocam determinadas pessoas e elas se doem. Cabe a cada uma se preguntar: POR QUE ME INCOMODOU? O QUE ISSO QUER ME DIZER? E traz para si. Em vez de ficar desconfiado de tudo e de todos e "achando" que foi para si. A gente precisa se desligar um pouco da mania de perseguição. Quer discordar, fique à vontade. Isso é liberdade de expressão. Mas, não tome para si.

Já passou da hora de sairmos da posição de vítima, gente. Tem gente que cria dor por falta de humildade de aceitar que existe falha na comunicação e que, em vez de julgar e condenar, vamos COMPREENDER. Isso não vai impedir a "chateação" de chegar; nem da raiva subir... Apenas vai nos ensinar que tem algo mais, além do que "achamos" que seja. Existe o É. O que É é o que É! E isso só se revela na clareza. 

Quantas pessoas fazem planos, não revelam o que pensam e cobram do outro o cumprimento? Esses planos têm início, meio e fim no âmbito mental e essas pessoas criam a expectativa infundada de que o outro já está sabendo o que deve ser feito sem, sequer, expressar, externar.

Estamos nos permitindo viver numa superficialidade e afundamos nela, jurando aprofundar em nós mesmos!

Isso cansa, porque suga energia que deveria ser empreendida no caminho da produtividade. Assim, gasta até a reserva e não faz o que precisa fazer.

Aquilo que está oculto, precisa ser identificado como tal, senão, morre sendo ignorado; mas, age, mesmo sem ser conhecido.

Somente a clareza liberta!

Para finalizar, reflito:

EXISTEM COINCIDÊNCIAS?

Pat Lins - vítima do acaso? Não. Apenas constatando que talvez o acaso não exista, mas a falta de esclarecimento, sim!


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