sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

...2008; 2009...




Mais um final de ano. Mais um começo de outro.




Mais uma finalização e mais um começo.




Mais um período de deixar as frustrações de lado e se apegar a esperança de que pode ser diferente. Mais uma oportunidade de nos dedicarmos a fazer a mudança em nossas vidas.




Fase de angústia e de esperança.




Mais uma fase.




Fases, sempre fases. Vivemos de fases.




Alegrias, tristezas, aprendizados, erros, culpas... arrependimentos, acomodações, exigências, perdões, experiências, afeto, raiva, opressão, ganância, ambição, materialismo, assistencialismo, riquezas finaceiras, sociedade, pessoal, profissional... boa conduta, má conduta, Deus, ateu, sofreu, ganhou, perdeu, deu... foi, voltou; vai, volta; pai, mãe, filho, filha, relação, educação, privação, adequação, conturbação... peregrinação: vivemos assim. O que é certo? O que é errado? Quem está certo? Quem está errado? Somos peregrinos de nós mesmos e de nossas relações. Tanto a descobrir. mundos a explorar, e tantos que só querem invadir. Respeito, bom senso, cordialidade, sinceridade, honestidade, lealdade, VERDADE.




Escutei Roberto Albergaria (antropólogo baiano) falando numa rádio local sobre o Natal e ele falou sobre uma palavra interessantíssima, que descreve boa parte da vida atual e suas confusões: AMBIVALÊNCIA. E eu parei para refletir: hoje em dia, tudo é ambivalente. Tanto podemos estar certo, quanto errados, vai depender de uma série de fatores. E, atualmente, série de fatores é o que transborda. Ninguém sabe ao certo determinar ou qualificar o que rege a vida. Cada um se isola em seus pensamentos e em suas vidas corridas e a bola de neve vai rolando. Ele falava, na verdade, sobre as pessoas que, são o ano todo "sacanas" (como ele expressou), digamos assim, e no Natal se solidarizam e passam duas semanas de conversão de valores. E perceba que tem sentido. De repente, todos viram "altruístas" e carregam o consolo de "terem feito algo de bom". Gente, o que é isso? Ele deu um exemplo simples, de uma pessoa que nunca vai visitar a "tia velha", nunca dá um telefonema para saber se a mãe vai bem, implica com os filhos...e, no Natal, vai visitar a "velha", compra presentinhos para crianças órfãs... etc. Passou a virada do ano, volta ao normal e aqueles que o receberam, se vêm sem ele novamente. Entre outros exemplos, ele ilustrou o porquê de se aumentar o índice de depressão nas pessoas nessa época: é tudo muito rápido. As creches e orfanatos funcionam o ano inteiro, porque então, não ajudar mais? Só no Natal? Uma das apresentadoras questionou, então: "ao menos uma vez no ano é melhor do que nada... isso é errado?" e foi quando ele respondeu: "olha, errado, não é. mas, como afirmar se é certo ou errado? Tudo hoje em dia é ambivalente. Aliás, ambivalência é uma palavra que define bem os dias de hoje...". E tem muito sentido. Tudo é permitido, tudo é proibido, pensei comigo mesma.


Todos os dias devemos viver. Mas, ao final de cada ano, devemos lembrar que ainda temos muito mais para viver e nos dedicarmos a vivermos sempre mais.




Outra coisa, essa sangria desatada de comprar, comprar, comprar... gente, dar presente é lindo, receber é gostoso, mas, cada macaco no seu galho, em primeiro plano, viver o que a época representa. Olha a ambivalência aí: está errado em querer comprar presentes para quem se gosta? Em minha visão, o "erro" (assim poderíamos caracterizar) não está em comprar o presente, mas, uma série de fatores: como você demonstra a essa pessoa que ela é especial para você? Você fala com frequência que a ama? Você é capaz de abraçar seu filho constantemente, de maneira natural e espontânea (ou, ainda que tenha dificuldade, consegue se esforçar para dizer que queria abraçá-lo, mas, fica sem jeito)? Ou, espera chegar o Natal para dar um presente caro, só para agradá-lo naquele momento e assim dizer, a sua maneira, que aquilo é seu jeito de demonstrar todo carinho que não deu durante todo o ano? Acho que as pessoas perdem muito tempo e querem "recuperar" na semana do Natal. Talvez, se bem soubessem distribuir durante o ano, no final, poderíamos comemorar de maneira mais verdadeira e simples, como a data requer. Que se compre, que enriqueça o comércio, mas, lembre-se de que o ano tem 365 (e de quatro em quatro anos 366 - risos) e que os últimos 15 dias deles, representam o começo de mais 365... se, a cada dia a gente puder acreditar que o amanhã vai chegar com ou sem seu esforço, você vai entender que o tempo passa e não somos nós quem o controlamos, ele é o TEMPO e taí para passar mesmo. Nós é que devemos nos curvar diante dele e ver que tudo acontece a todo instante. O inevitável vai acontecer e a diferença é o que faremos quando o inevitável acontecer? O que fizemos para viver? Não entendo como algumas pessoas conseguem juntar tanto dinheiro, mas, é incapaz de se dar o simples prazer de continuar acumulando seus bens e, ao mesmo tempo, ou independente desse acúmulo, dizer uma, ou duas vezes, para quem se ama que ele (a) é importante para você. Não custa um centavo, nem vai atrapalhar sua rota de trabalhar para acumular riquezas materiais.




Então, se você demonstrar durante o ano que dá valor a quem você ama, dar um carinho (ainda que com palavras simples. não é necessário rebuscar. a beleza está na naturalidade), ao final do ano, celebrar o Natal vai ter um sentido mais verdadeiro; fazer planos para o ano que chega será uma continuidade de uma relação saudável e sempre teremos gás, pique e energia para superarmos as fases mais duras e difíceis, que são inevitáveis, mas, ter forças e fé de que, com fé em Deus elas passarão, torna o inevitável passageiro. E ele passa.




Então, ame mais, sinta mais, se doe mais, se entregue mais. Depois, ganhar dinheiro terá um sentido e papéis que lhe cabem. Lembre-se que com dinheiro você paga um bom plano de saúde, mas, nem ele evita uma doença. Dinheiro não ressucita ninguém, no máximo, paga um velório mais bonito, para homenagear a quem se amou.




Adeus ano que passa, feliz ano que chega. Que tudo se realize, hoje e sempre, em sua vida. Muita paz, amor, saúde, educação, trabalho e renda para todos!




Moderação e coerência em nossas atitudes, pensamentos, palavras e ações. Mais humanismo.




Que Deus abençoe e ilumine a cada um!




Que venha 2009...




Pat Lins

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