Estamos vivendo una época onde ninguém tem tempo para ouvir, apenas falar.
O argumento de que o tempo é curto, muita coisa para fazer e tudo precisa ser "otimizado", vem criando mais uma deturpação e comprometendo a QUALIDADE das informações.
Ser objetivo, direto e falar pouco NÃO são sinônimos. Ser objetivo e direto é falar claramente o que é, por que e para que, que, a depender do conteúdo, pode ser num tempo breve e resumido ou extenso. Vai depender da ocasião, do grau de relevância e da precisão. Mas o que vem sendo confundido e confundindo é a supressão do que falar. Como os relógios enlouquecidos e acelerados desse tempo distorcido que vivemos determina que só diga o que é, mesmo assim, rapidamente, o que é passa a ser um resumo reduzidíssimo do que é e, muitas vezes, nem diz de verdade o que é. Cria-se um novo "o que é ", totalmente teórico, para substituir o que é, mesmo.
Percebo que o ser egóico, imaturo e infantil que somos, tem potencializado essa natureza sem sentido de truncar a comunicação. Isso compromete as relações. Isso compromete a realidade. Isso esconde a verdade. Isso acirra esse mundo de mentiras e manipulações. Isso faz com que cada um de nós tenha mais medo e se torne cada vez mais escravo dessa avalanche de loucura. Isso é o que vem nos moldando e deformando.
Se não temos tempo para escutar uma explicação e vamos logo condenando, onde está a troca, aí?
Todo objetivo traz uma ou mais justificativas.
Pensemos nisso... Nessa falta de tempo para o essencial. E nessa dedicação ao tempo pervertido - perverso e invertido - da falta de valores positivos.
Enquanto Alice cresce, o coelho enlouquece e continua aflito com as horas guias dos ponteiros do relógio.
Estamos cada vez mais sem tempo para viver. Morremos a cada tic tac... Tic tac tic tac tic tac trimmmmm... Até a bomba explodir.
Pat Lins
Patricia Lins