quinta-feira, 19 de março de 2020

Em tempos de Sua Majestade, o Corona Vírus...


Não sei onde vamos parar, nem no que tudo isso vai dar... Só sei que muitas máscaras caem diariamente, só não se vê quem não se quer... os medos saltam e quem não sabe o que quer dizer "respeite o tempo de cada coisa", vai provar a falta de Inteligência Emocional e autocontrole. É hora de observarmos nossa capacidade de autoconsciência... É hora. É chegado o tempo de fazer algo mais profundo, para o seu bem e o bem de todo mundo.

Pena que isso não sensibiliza esse tal de todo mundo... ou não se sentem responsáveis, por conta de uma realidade de miséria diária, para além do momento atual, marginalizados pelo nosso sistema que os torna "invisíveis" durante todos os dias, de todos os anos e, portanto, falar: "se cuida, porque são todos por um, agora e cada um é responsável por si e pelo outro" não vai dizer nada, porque ninguém nunca foi por eles... Autorreferência da própria condição de selva, bem do tipo: "sobrevivo a cada dia". E aí?! Como dizer e convencer essa galera, sem julgá-los, por não se solidarizarem aos que nunca lhes foram solidários? Concordo com essas atitudes? Não. Apenas entendo que palavras não vão sensibilizar, por um motivo bem óbvio: eles já vivem o vírus da morte como ameaça, diariamente. Não é falta de empatia, é reflexo da condição real que têm.

Por outro lado, os que considero mais perigosos são aqueles, cujas condições sociais e financeiras são "bem boas" e privilegiadas, e esses, têm associadas características e problemas de distúrbios comportamentais, com atitudes egoístas, egocêntricas, narcisistas, controladores compulsivos, incapazes de entender o que quer dizer: "tudo isso envolve muito mais do que o seu umbigo, envolve um efeito cascata onde, mesmo ninguém segurando a mão de ninguém, estamos todos no mesmo barco, sem ter por onde navegar, porque todos os lugares, de todo o Planeta, estão comprometidos". Esses dizem:"a gente supera, é tipo uma gripe, o que não posso é surtar, por conta disso." (a meu ver, já são surtados).

Se, por um lado a insensibilidade pode piorar o caos, no quesito contensão da doença, por outro, os delírios levam a uma alienação voraz,o que também prejudica. Existem aqueles que acham que tudo é uma brincadeira... Mentes imaturas, infantis... E os ignorantes, que, por terem intelecto limitado, tornam-se rudes inveterados e acham que nada pega neles... que tudo isso é frescura.

Como falar, de uma maneira geral: não precisa de pânico, precisamos de ações coordenadas? Precisamos manter a mente calma, porém ativa ou ativamente calma. É encarar que dá medo, pois não sabemos o que é esse vírus. Mas, sabemos que na China, já está sob controle... Na Itália, ainda em crise, porque demorou-se a acreditar no poder devastador do invisível. Se é preciso tocar para ver, toquem nos próprios olhos e vejam que estão cremando os corpos na Europa, para tentar conter a proliferação...

Então, dando significância (bem na pegada da semiologia, para quem quiser aprender sobre signo, significado e significância) ao que importa, pergunto: o que realmente importa?

1 - reconhecer que estamos vivendo algo novo, inusitado, inesperado e nunca imaginado, pela simplicidade do vírus se espalhar, tão discreto e letal;

2 - não entrar em pânico é muito diferente de negligenciar;

3 - é preciso controlar a proliferação, sim, com medidas simples e possíveis: evitar sair nas ruas, evitar aglomeração, lavar as mãos com água e sabão (higienização básica...), tossir ou espirrar no próprio braço como contensão;

4 - importa fortalecer seu sistema imunológico, para que o corpo esteja protegido e pronto para uma reação positiva, só que, isso não imuniza os idosos;

5 - todos somos transmissores em potencial. Não apresentar sintomas apenas diz que você tá bem... Mesmo bem, pode estar transmitindo (lembre: você é um transmissor em potencial...);

6 - importa saber que não tocar não precisa te tornar uma pessoa fria e insensível...;

7 - isolamento social não é igual a se tomar antissocial... Veja bem, só não pode tocar fisicamente, o respeito, a solidariedade, a gentileza independem da matéria densa e palpável das mãos e braços, são atitudes;

8 - tudo vai passar, até lá, faça a sua parte, ao menos, por alguém que seja importante para você... (Ah, não tem essa pessoa? Seja você essa pessoa!);

9 - quando tudo passar, veja o quanto de você foi possível melhorar;

10 - não tem a décima coisa importante, são inúmeras... Seja sempre o melhor que pode com o melhor que tem, independente das circunstâncias.

Apois, é isso... nos curvemos, sem nos curvar, ao poder de Sua Majestade, o Coronavírus. E saibamos (ou, consigamos) sair vivos, de cabeça erguida, sem soberba. Humildes no reconhecimento da nossa limitação e vulnerabilidade, orgulhosos, pela capacidade de superar (ah, só quando chegarmos nesse ponto, até lá: vamos nos cuidar).

Pat Lins.

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